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O que é Cinema?

"O que é cinema? No final do livro, vocês não sabem. Eu também não. Com certeza, não é possível responder a tão pretenciosa pergunta."

Filmes citados no livro "O que é Cinema?" de Jean-Claude Bernadet, da Coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. Busco trazer uma pequena explicação do por quê da citação do filme. Mesmo assim, é essencial a leitura do livro, já que este traz os aspectos relevantes do contexto social da época do filme, bem como reflexões acerca do cinema no geral.

Cena da Coroação do Czar Nicolau II (1896) - A. Lumière - pai da reportagem cinematográfica;
O Nascimento de uma Nação (1915) e Intolerância (1916) - D.W. Griffith - marcam o amadurecimento do cinema;
A Doce Vida (1960) - F. Felini - utilizada escala de plano PP (Primeiro Plano), onde se corta no busto, para a apresentação da personagem;
Cidadão Kane (1941) - O. Welles - câmera baixa (ângulo de baixo pra cima), que geralmente mostra a personagem de forma heróica, revela o contrário, pela opressão da personagem por grandes construções;
A Dama do Lago (1947) - R. Montgomery - utilização da câmera subjetiva no filme todo;
A Condessa Descalça (1954) - J. Mankiewicz - apresenta erro de continuidade na cor do maiô de Ava Gardner;
Profissão: Repórter (1975) - M. Antonioni - narrador presente no fim do filme;
O Cantor de Jazz (1927) - A. Crosland - som do cinema se industrializou;
A Besta Humana (1938) - J. Renoir - ruído do trem adquire uma função quase simbólica, expressando a violência do desejo de matar;
Correio Noturno (1936) - B. Wright - utilização da "música transparente" que reforça as emoções;
Outubro (1928) e O Encouraçado Potemkim (1925) - S. Eisenstein - montagem dialética com a ideia de derrubada de poder;
A Sexta Parte do Mundo (1926) - D. Vertov - construção, pela montagem, uma imagem do povo revolucionário;
O Gabinete do Dr. Caligari (1920) - R. Wiene / Nosferatu (1922) - Murnav - apresentam os aspectos característicos do expressionismo alemão, onde o cinema tomava formas subjetivas;
A Sorridente Madame Beudet () - Bulac - expressa sentimentos através de sugestões criadas pelo ritmo do filme;
Cão Andaluz (1929) e A Idade do Ouro (1930) - L. Buñuel - apresentam os aspectos característicos do surrealismo, não têm-se preocupação com estórias e expressam ódio pela ordem burguesa;
A Marselhesa (1938) - J. Renoir - filme que teve apoio da Frente Popular, onde foi aberta uma subscrição, como se os espectadores pagassem o ingresso antes da realização do filme para possibilitar sua produção;
Terra Espanhola (1937) - J. Ivens - mostra a visão antifascista da guerra civil espanhola;
Terra Natal (1942) - L. Hurwitz - apresenta a questão sindical e do racismo nos Estados Unidos;
Coming Home (1978) - H. Ashby / Corações e Mentes (1974) - P. Davis - abordam temas polêmicos, mas que foram aceitos pela sociedade da época, pois esta já os havia absorvido;
Sai da Frente (1952) - A. Pereira / Os Fuzis (1965) - R. Guerra /Sol sobre a Lama (1962) - A. Vianny - os diretores não conseguiram fazer prevalecer seus pontos de vista sobre a montagem, demonstrando que o filme é do "proprietário comercial", e não do "proprietário intelectual";
Sem Destino (1969) - P. Fonda - comprado depois de produzido, a contracultura se tornava vendável, longe de dissolver ou enfraquecer o sistema, estas apropriações o fortalecem;
A Queda de Berlim (1949) - M. Chiaureli - filmes da URSS eram estatais; operários receberam ingressos do cinema nos seus envelopes de pagamento, descontados da folha, para ver o filme;
Cinzas e Diamantes (1958) - Wajda / Madre Joana dos Anjos (1961) - Kawalerowicz / Eroica (1957) - Munk - obras que marcaram a época no cinema polonês;
Vinhas da Ira (1940) - John Ford - problemas sociais tratados com mais ousadia, descreve a quê foram reduzidos os pequenos proprietários e trabalhadores do campo durante a crise econômica;
O Ébrio (1946) - G. de Abreu / Alô, Alô, Carnaval (1936) - A. Gonzaga - época em que nascem as "estrelas" de cinema, tendo o espectador como um fã, onde não se pergunta se tal filme é bom ou não;
Emanuelle (1976) - J. D'Amato / Star Wars (1977) - G. Lucas - se existe uma fórmula que está fazendo sucesso, não há como senão explorá-la; este sistema realimenta-se constantemente: os produtores, ao repetir as fórmulas de sucesso, consolidam os gostos do público, e o público, ao gostar dos filmes, leva os produtores a repetir as fórmulas;
Belezas em Revista (1933) - L. Bacon - a coreografia é realizada por movimentos iguais, precisos e mecânicos, remetendo, mesmo que inconscientemente, a uma sociedade que esmaga as individualidades, que é dominada pelas máquinas, pelas linhas de montagem em que gestos iguais e mecânicos produzem produtos iguais;
Natureza Morte (1974) - S. Saless / Vidas Secas (1963) - N. Pereira / O Padre e a Moça (1966) - J. P. de Andrade - filmes com ritmos diferentes dos filmes hollywoodianos, e por isso, o sistema produtor, distribuidor, exibidor e até o público tentaram eliminá-los dos amplos circuitos comerciais;
Greve (1924) - Eisenstein - nenhuma personagem domina o filme, este é desenvolvido pelas ações de múltiplas personagens;
O Bandido Giuliano (1962) - F. Rosi - quase não mostra a personagem principal, e sempre de longe, pois interessava ao diretor mostrar a complexa trama de interesses políticos que manipulavam Giuliano;
A Coragem do Povo (1973) - J. Sanjinés - papel coletivo;
As Atas de Marusia (1976) - M. Littin - visão materialista da história;
Alexandre Nevski (1939) - S. Eisenstein - restabelece os privilégios da personagem principal e do herói;
Mãos Sobre a Cidade (1963) e O Caso Mattei (1971) - F. Rosi - adoção de formas dramáticas familiares ao cinema de mercado, para aceitação e entendimento do público;
Z (1968) e Estado de Sítio (1973) - C. Gavras - também adoção de formas familiares, mas em filmes policiais;
Réquiem para Matar (1967) - C. Lizzani - também adoção de formas familiares, mas em filmes western, defende valores da igreja progessista;
O Maior Espetáculo da Terra (1952) e Os Dez Mandamentos (1955) - C.B. de Mille / Cleópatra (1963) - Makiewicz - buscam o público de massa;
Ben Hur (1959) - W. Wyller / O Exorcista (1973) - W. Friedkin - superproduções da época, que contrastavam com o "Cinemas Novos";
Roma Cidade Aberta (1945) e Paisá (1946) - R. Rosselini - faz parte do movimento Neo-Realista, relatam fatos da resistência no fim da guerra e situações do imediato pós-guerra, durante a ocupação americana;
Ladrão de Bicicleta (1948) e Umberto D (1951) - V. de Sica - faz parte do movimento Neo-Realista, apresentam questões do proletariado e de situações difíceis da vida cotidiana;
Pão, Amor e Fantasia (1953) - L. Comencini - contribui para a diluição do movimento Neo-Realista;
Stazione Termini (1953) e O Teto (1956) - V. de Sica - nova maneira acadêmica de fazer cinema;
Cidade Nua (1948) - J. Dassin - influenciado pelo Neo-Realismo;
Rio, Quarenta Graus (1955) e Rio, Zona Norte (1955) - N. Pereira / O Grande Momento (1958) - R. Santos - influenciados pelo Neo-Realismo, procuravam uma estética e temática expressivas da situação de subdesenvolvimento do país, um cinema voltado para a questão social e os oprimidos;
Le Beau Serge (1958) - C. Chabrol / Acossado (1959) - J. Godard / Os Incompreendidos (1959) - F. Truffaut - obras que rejeitam o cinema de estúdio e regras narrativas, se interessa pelas questões existenciais de suas personagens;
Quando Voam as Cegonas (1957) - Kalatozov - filme principal do "degelo" soviético;
O Quadragésimo Primeiro (1957) - Tchukrai - soldado como principal, não sendo tão monolítico como os heróis do culto da personalidade;
O Homem Não é um Pássaro (1966) e Um Caso de Amor ou o Drama de Uma Funcionária da Companhia Telefônica (1967) - D. Makavejev - influenciados pelo "degelo" soviético, discutem a situação social dos países socialistas, os métodos de trabalhos nas fábricas, a heroização do operário-padrão;
Os Artistas na Cúpula do Circo: Perplexo (1968) e Os Trabalhos Ocasionais de uma Escrava (1973) - A. Kluge / Fata Morgana (1969) - Herzog / As Lágrimas Amargas de Petra von Kant (1972) - Fassbinder / Réquiem para um Rei Virgem (1972) - Seberberg - renovação do expressionismo;
O Pardal (1972) - Y. Chahine - retrata a guerra de 6 dias com Israel;
A Batalha de Argel (1966) G. Pontecorvo - nacionalização do cinema na Argélia, após sua liberação;
A Última Ceia (1976) - T. Gutierrez / Os Dias Da Água (1971) - M. Gomes - cinema temática e esteticamente forte e original da época, de origem cubana;
Vidas Secas (1964) - N. Pereira / Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) - G. Rocha / Os Fuzis (1964) - R. Guerra - abordam a miséria dos camponeses nordestinos;
Cinco Vezes Favela (1962) - produzido por uma organização estudantil - focaliza a miséria urbana brasileira;
O Desafio (1965) - P. Saraceni / São Paulo, Sociedade Anônima (1965) - L. Person - focaliza-se a classe média brasileira;
Terra em Transe (1967) - G. Rocha - temática do meio dos políticos e relação dos intelectuais com o poder;
Os Herdeiros (1970) - C. Diegues / Os Deuses e os Mortos (1971) - R. Guerra - filmes mais teatrais;
Macunaíma (1969) - J. Andrade - sucesso de crítica e de público, tanto no Brasil, como no exterior;
Os Inconfidentes (1972) e Guerra Conjugal (1975) - J. Pedro / São Bernardo (1973) - L. Hirzman / Como era gostoso o meu Francês (1972) e Amuleto de Ogum (1975) - N. dos Santos - obras significativas brasileiras;
Terra em Transe (1967) - G. Rocha - foi aceito mais facilmente dez ano depois de seu lançamento;
Contos Eróticos (1977) - E. Escorel - complexa elaboração temporal que teria provavelmente sido muito confusa para o público da época;
Hiroshima Meu Amor (1959), O Ano Passado em Marienbad (1961) e Eu te Amo Eu te Amo (1967)- A. Resnais - texto difícil, construção do tempo que mistura várias épocas;
Os Carabineiros (1963) e A Chinesa (1967) - Godard - significa a guerra de modo quase simbólico e desenvolve uma reflexão sobre a guerra;
A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1970) - C. Diegues - melhores exemplos da tendência de não se preocupar em fingir o real;
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969) e Lição de Amor (1976) - G. Rocha - o que motiva a relação entre os planos será antes a ideia que o diretor quer passar;
Persona (1965) - I. Bergman - o diretor interrompe o desenvolvimento do filme com um pedaço de celulóide queimando na tela, como se o filme tivesse pegado fogo no projetor, o que chama atenção sobre o fato de que um filme é um filme;
Tenda dos Milagres (1976) - N. dos Santos - filme dentro do filme;
O Último Tango em Paris (1972) - Bertolucci - Maria Schneider é duplamente atriz: do filme de Bertolucci e do filme de uma personagem cineasta;
Viver a Vida (1962) - Godard - referência ao cinema de gênero, à comédia musical e ao filme policial;
O Bandido da Luz Vermelha (1968) - Sganzerla - brinca com o gênero policial americano;
O Demônio das Onze Horas (1965) - P. le Fou - parodiado pelo filme acima;
Quando o Carnaval Chegar (1972) - C. Diegues - parodia a chanchada dos anos 50;
O Anjo Nasceu (1967) - Bressane - o plano longo e a câmera fixa são uma reminiscência do cinema dos primeiros anos do século, quando a câmera ainda não sabia se mover;
A Noite (1960) - J. Moreau / O Desafio (1965) - P. Saraceni - plano longo com a câmera em movimento;
Week-end (1967) - Godard - o enredo sumiu e o filme torna-se um ensaio sobre a classe média urbana, suas ideias, sua violência, sua cultura, sua opressão, sua relação com outras classes sociais;
Duas Mulheres, Dois Destinos (1976) - Agnes Varda - cria um enredo repleto de situações, mas aí o enredo é um brinquedo que ela usa para analisar comportamentos e discutir papéis femininos e masculinos;
Scorpio Rising (1963) - K. Anger - proposta anticonsumo, que dez anos depois foi comercializado em galerias de arte e apresentados em museus;
A Hora dos Braseiros (1969) - Solanas e Gettino - análise da situação social do país (Argentina) e discute questões sindicais.

Lista editada há 6 anos

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