Teoricamente A Teoria de Tudo seria um filme sobre a vida do físico Stephen Hawking, mas o longa segue pelo caminho totalmente oposto e se torna mais um romance água com açúcar.
Dirigido por James Marsh (O Equilibrista), com roteiro adaptado por Anthony McCarten (A Morte do Super-herói), baseado na obra de Jane Hawking “A Teoria de Tudo - A Extraordinária História de Jane e Stephen Hawking”, o longa carrega uma narrativa simples e que não ousa ir muito além do que os filmes de Nicholas Sparks já apresentaram.
Ao se submeter emocionar o espectador a qualquer custo, a introdução do protagonista é feita de maneira rápida e simplificada. Jane (Felicity Jones) e Stephen (Eddie Redmayne) se conhecem, se apaixonam e casam como num passe de mágica. Sendo assim, a narrativa é direcionada ao ponto central da trama: a doença de Stephen e o relacionamento do casal. Todas as teorias e projetos criados por Hawking passam quase como despercebidos, limitando-se apenas em focar em sua história afetiva.
O humor e carisma de Stephen, mesmo no auge da doença, tornam-se algo encantador. O ator Eddie Redmayne, indicado ao Oscar pela sua interpretação como Stephen Hawking, certamente conquista o público ao incorporar todas as características do personagem de maneira tão plausível. Ao começar a sentir os sintomas da esclerose amiotrófica lateral, Redmayne consegue ser tão confiante em seu papel que passa a empatia necessária para fazer o espectador acreditar no que está sendo passado nas telas.
A dificuldade de se relacionar é deixada clara pelo casal com o passar dos anos. O cansaço de Jane é refletido em sua roupa e face. Não há cores ou sorrisos. A frieza da personagem é demonstrada através dos tons frios utilizados pela fotografia do ambiente. Porém, tudo é mudado após a chegada de Jonathan Helleyr Jones (Charlie Cox), um professor de música que se torna um grande amigo da família, e com o passar do tempo sua presença é tão frequente como se fosse o próprio membro dela. E assim, a amizade se transforma em amor, um poliamor. Onde a paixão que Jane sente por ambos é totalmente visível.
A Teoria de Tudo retrata uma linda história de amor, entretanto a vida de Stephen Hawking é muito mais que isso. A forma superficial de como a obra do físico é tratada enfraquece o filme, criando assim mais um romance como tantos outros já vistos.
Mas, “enquanto houver vida, haverá esperança”.
Por: Caroline Venco