Chega às lojas o DVD da clássica novela "A Sucessora", com Susana Vieira
Já está à venda nas lojas o DVD da novela "A Sucessora", com Susana Vieira, Rúbens de Falco e Nathalia Timberg, originalmente exibida no horário das seis da Globo, entre outubro de 1978 e março de 1979 – há, portanto, 36 anos. Está na relação das mais antigas produções da Globo disponíveis em DVD, para compra, juntamente com outros poucos clássicos – como "Irmãos Coragem" (1970-1971), "Selva de Pedra" (1972), "O Bem Amado" (1973), "Escrava Isaura" (1976) e "Dancin´ Days" (1978). O box, com nove DVDs, custa em média 170 reais.
Com direção geral de Herval Rossano, "A Sucessora" foi uma das mais requintadas produções de época para o horário das seis até então. Reconstituiu os glamorosos anos 1920 com muito requinte, em figurinos, caracterizações, cenários e direção de arte. A história era uma adaptação do romance homônimo de Carolina Nabuco (1890-1981), roteirizada por Manoel Carlos. Foi o segundo folhetim de Maneco, que, naquele mesmo ano de 1978, apresentara, com relevante sucesso, a novela "Maria Maria" (com Nívea Maria).
"A Sucessora" trazia consigo um fato curioso que repercutiu e serviu como publicidade para a novela: a história de Carolina Nabuco lembra muito o romance "Rebecca", da inglesa Daphne du Maurier (1907-1989), o qual gerou o famoso filme "Rebeca, a Mulher Inesquecível", de Alfred Hitchcock, em 1940. O livro de Nabuco foi publicado antes do de Maurier, o que os literatos da época configuraram como um plágio da escritora inglesa. O mais curioso é que a expressão "mulher inesquecível" é bastante repetida durante a novela.
A mulher inesquecível da história de Carolina Nabuco não chamava-se Rebeca, mas Alice, a falecida esposa de Roberto Steen (Rúbens de Falco), cultuada em um majestoso quadro em sua mansão. A novela começa quando o viúvo Roberto conhece e se apaixona pela jovem Marina (Susana Vieira), moça culta mas criada na fazenda, longe dos francesismos do Rio de Janeiro da década de 1920 – portanto, completamente diferente de sua mulher Alice, sempre lembrada como uma figura elegante e sofisticada da alta sociedade carioca, e, principalmente, de personalidade forte e marcante.
Quando muda-se para a mansão Steen, Marina vive o drama de carregar o peso que a memória de Alice exerce sobre todos que a conheceram – em especial a sombria governanta Juliana (Nathalia Timberg), uma mulher obcecada em preservar a memória da ex-patroa e que esconde uma paixão pelo patrão Roberto. Marina vai enfrentar então duas fortes oponentes: uma viva (Juliana) e uma morta (Alice). Para isso, a direção de Herval Rossano valorizou o clima psicológico da história com muito suspense – uma novidade entre as românticos folhetins do horário das seis da época. O que também remetia ao filme de Hitchcock.
A abertura da novela fez sucesso: exibia cartões românticos da década de 1920 ao som a música "Odeon", de Ernesto Nazareth e Vinicius de Moraes, cantada por Nara Leão.
"Ai quem me dera o meu chorinho tanto tempo abandonado
E a melancolia que eu sentia quando ouvia ele fazer tanto chorado
Ele me lembra tanto, tanto todo o encanto de um passado
Que era lindo, era triste, era bom igualzinho ao chorinho chamado Odeon…"
"A Sucessora" merece uma espiada pelo registro histórico de uma produção antiga da Globo de uma época em que a indústria da telenovela era muito diferente de hoje em dia. Tanto Manoel Carlos quanto Susana Vieira sempre relembraram "A Sucessora" como uma das novelas das que mais gostaram de trabalhar. Ainda, para quem conhece a obra de Manoel Carlos: "A Sucessora" não tinha nenhuma personagem chamada Helena, mas já havia um Dr. Moretti (interpretado pelo ator Francisco Dantas). E a novela exibia cenas reais de romance entre Susana Vieira e Rúbens de Falco, que assumiram um namoro na época.
No elenco, também Paulo Figueiredo, Arlete Salles, Kadu Moliterno, Liza Vieira, Mário Cardoso, Beatriz Veiga, Célia Biar, Heloísa Helena, Ary Coslov, Carmem Monegal, Patrícia Bueno, Sônia de Paula e outros.
Saiba mais sobre "A Sucessora" no site Teledramaturgia.
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