Apesar dos erros, American Horror Story: Freak Show não deixa de valer a pena

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Ryan Murphy parece ter o toque de Midas em Hollywood. Suas séries, criadas em parceria com Brad Falchuk, foram sucesso de público e ganharam vários prêmios, e o mesmo aconteceu com seu tocante telefilme “The Normal Heart”. “Glee” terminou, as novas séries “American Crime Story” e “Scream Queens” ainda vão estrear, mas o xodó do público continua sendo “American Horror Story”, série de antologia que forneceu o terror que faltava na televisão.

O cenário da quarta temporada é um show de horrores, montado na cidadezinha interiorana e fictícia de Júpiter em 1952. A dona do circo é Elsa Mars (Jessica Lange), cantora que fugiu da Alemanha Nazista e busca de maneira ridícula uma fama que já a abandonou. Entre sua família de aberrações estão Jimmy Darling, o garoto lagosta (Evan Peters), Ethel Darling, a mulher barbada (Kathy Bates) e a mais nova aquisição: as gêmeas siamesas Bette e Dot Tattler (Sarah Paulson), com um corpo e duas cabeças.

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A inspiração óbvia para esta temporada foi o filme “Freaks”, de 1932, que inclusive dá o tom do penúltimo episódio. E, assim como no filme longínquo, a série também ousou escolher atores com deformidades físicas reais para participarem ativamente da história. Mat Fraser (Paul, “the illustrated seal”), Erika Ervin (Amazon Eve), Rosi Siggins (Legless Suzy), Jyoti Amge (Ma Petite) e Ben Woolf (Meep, RIP) poderiam ser considerados aberrações da vida real, mas como mostra o mini-documentário “Extra-Ordinary Artists”, eles superaram as adversidades e puderam mostrar seu talento para o mundo através do show, o que é algo louvável.

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Sendo uma “história de horror”, fica quase anunciado que algumas mortes vão acontecer. Entretanto, fiquei com a sensação de que alguns personagens poderiam ter durado mais na história. A matança se acelera a partir do episódio “Blood Bath”, em que o título metafórico se torna literal em uma cena final perturbadora.

O décimo episódio, “Orphans”, é de longe o mais perturbador da temporada, mesmo sem apresentar a violência extrema de outros episódios. É o sofrimento humano de Pepper que incomoda aqui, e deixa todos com um nó na garganta e dezenas de pensamentos inconformados depois que rolam os créditos finais.

Além da sempre incrível Jessica Lange, o destaque da temporada foi o mimado e terrível Dandy Mott, interpretado por Finn Wittrock. Será que vem uma indicação ao Emmy para o jovem ator revelação de 2014?

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Não foi uma temporada perfeita. Mesmo assim, ficou aquela sensação de que fomos convidados para uma festa e ela acabou rápido demais. Não conseguimos guardar informações sobre todos os personagens que desfilaram em frente aos nossos olhos, não nos recuperamos entre um susto, um crime, uma barbárie e a seguinte. Eram muitos personagens, muita informação, e cada episódio passava em um piscar de olhos. Mas é uma série dinâmica, cheia de suspense, que sempre deixa o espectador boquiaberto e conquista mais fãs a cada temporada. “American Horror Story: Hotel” vem aí, sem Jessica Lange, mas com Lady Gaga como protagonista. Eu já reservei um quarto neste hotel. E você?

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