O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

A trilogia do Homem-Aranha dirigida por Sam Raimi começou muito bem, mas acabou se perdendo totalmente. Nesse reboot comandado por Marc Webb (500 Dias com Ela) aconteceu o contrário. O Espetacular Homem-Aranha foi um filme regular e com problemas no roteiro e continuamos com aquela sensação de que os próximos filmes iriam pelo mesmo caminho. Mas, em uma grata surpresa, essa sequência foi quebrada, e, O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, corrige onde errou e o resultado final é um filme digno do aracnídeo.

Peter Parker (Andrew Garfield) continua sua vida após a morte do Capitão Stacy, pai de Gwen Stacy (Emma Stone), a qual jurou proteger a todo custo. Quando tudo parece estar bem e a relação entre os dois está melhor do que nunca, Peter se vê forçado a abandonar Gwen para protegê-la dos perigos que ela pode ser exposta por namorar o Homem-Aranha. Esse “Complexo de Super Herói”, no qual ele sente a necessidade de se isolar para não expor ao perigo aqueles a quem ama, não é exclusivo do Homem-Aranha e já foi explorado em outros heróis de outras franquias. Mas Peter ainda sofre algumas alucinações com o Capitão Stacy, o que o deixa mais aflito. Além da pressão de ser o Homem-Aranha e a falta que Gwen faz em sua vida, Peter continua com dúvidas em relação ao seu passado e o fato de seus pais o terem abandonado sem um motivo aparente.

Como de costume na vida do Homem-Aranha, ele passa a maior parte do seu tempo defendendo Nova Iorque e seus cidadãos. Na primeira sequência de ação do filme, vemos o Aranha atrás de Aleksei Sytsevich (Paul Giamatti), que mais tarde se torna o Rino. Max Dillon (Jamie Foxx), um cara inseguro, sozinho e ignorado por todos é funcionário da Oscorp, onde sofre um acidente, e, após ser eletrocutado, adquire o poder de controlar a eletricidade. Max, que era um enorme fã do Homem Aranha, vê que com seus poderes ele pode ter a atenção que sente tanta falta. É o que ele precisa para sair da escuridão em que vive. Mas, para isso acontecer, ele precisar eliminar o Homem Aranha e trazer os holofotes para si mesmo. Harry Osborn (Dane DeHaan) volta à cidade e encontra Peter, seu velho amigo de infância. Em uma relação que aparentemente seria boa para Harry, que é atormentado pela morte do pai e a doença que o mata aos poucos, caberá a Peter administrar as conseqüências das ações do amigo no futuro.

Com a quantidade de personagens e vilões que o filme possui, ele tinha tudo para se perder e negligenciar alguém, mas, felizmente, isso não acontece. Focando no Electro e o perigo que ele traz à cidade, a presença de Harry e Rino fica em segundo plano, mas em nenhum momento esquecida. A mudança visual que deram ao Electro foi um ponto positivo, pois um vilão de collant verde e máscara amarela em formato de raio com certeza não funcionaria como nos quadrinhos. Isso vale também para o Rino, que ganhou uma armadura gigante em formato de rinoceronte com o chifre característico do personagem. Mesmo com essas mudanças, algumas referências aos quadrinhos também foram inseridas no filme. Detalhes no cenário e alguns figurinos usados podem fazer a alegria dos fãs mais atentos.

Andrew Garfield dessa vez parece mais à vontade e confortável em seus dois personagens. As cenas entre Peter e Gwen são cheias de emoção e a relação entre os dois é bem construída e tem um desfecho muito bem executado. O humor do Homem-Aranha neste segundo filme é o que já deveria ter sido feito em todos os filmes até hoje. O alívio cômico funciona perfeitamente, seja no humor mais físico ou nos momentos em que irrita seus inimigos. Emma Stone também é adorável do início ao fim e faz o par ideal ao lado de Garfield.

Escrito pelo novato Jeff Pinkner, ao lado de Alex Kurtzman(Star Trek) e Roberto Orci (Star Trek), ainda que tropece em alguns momentos com algumas cenas desnecessárias e uma trilha sonora não muito adequada a certas situações, Marc Webb conduz bem o filme em seus longos 142 minutos. Como esperado, as cenas de ação e efeitos especiais são ótimas. O efeito bullet time é usado com freqüência durante essas cenas e mostra bem o uso do “Sentido Aranha”.

Se recuperando das besteiras que foram feitas anteriormente, O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro representa o Homem-Aranha em sua forma mais perfeita até hoje nos cinemas.

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