Cinema: Homem de Ferro 3

O Homem, a Armadura e os Brinquedos…

Do céu ao inferno: Um dos filmes mais esperados do ano, vira uma enorme decepção.

Do céu ao inferno: Um dos filmes mais esperados do ano, vira uma enorme decepção.

Homem de Ferro 3 coloca o o impetuoso, porém brilhante, industrial Tony Stark contra um vilão cujo alcance não conhece limites. Quando Stark vê o seu mundo pessoal destruído pelas mãos de seu inimigo, ele embarca em uma caçada para encontrar os responsáveis. Essa jornada, a cada curva, irá testar os seus valores. Encurralado, Stark é obrigado a sobreviver às custas de seus próprios equipamentos, confiando em seus instintos e ingenuidade para proteger aqueles que são próximos a ele. Enquanto luta para se reerguer, Stark descobre a resposta da pergunta que secretamente o perseguia: será que é a armadura que faz o homem, ou o homem que faz a armadura?

Filme muito esperado? Melhor do ano? Homem de Ferro 3 carregava todas essas expectativas e muito mais. Porém, o que se viu na tela grande, foi apenas um filme para fazer dinheiro, sem se preocupar com personagens, com a história… enfim, um filme totalmente descartável. Infelizmente. É o típico caso de trailer melhor que o filme. A expectativa em volta do filme, se deu ao trailer muito dramático que foi feito. Tony Stark tendo a sua mansão explodida, carregando a sua armadura sozinho no gelo… Mandarim, se mostrando um vilão fodástico! Depois de ver o trailer, a primeira coisa que pensei foi: Puta que pariu! Ele vai em uma jornada de renascimento tipo o Bruce Wayne, no último Batman! Fiquei muito empolgado e louco pra ver o filme. Porém, o tom dramático que o trailer mostrou, ficou por lá mesmo e o resultado final, é um filme feito para arrecadar dinheiro, e que tem em seu roteiro muitas piadas, que faz o filme ficar galhofa em diversas cenas.

Homem de Ferro 3 já começa estranho desde a sua trilha… Nada de Iron Man ou Highway To Hell… o filme inicia com uma música pop, digna de Justin Bieber. Depois o que vemos em tela, é um show de Tony Stark e suas piadas. É sempre bom ver o humor sarcástico de Robert Downey Jr. com esse personagem. Mas em um filme que foi vendido como um renascimento do herói, foi MUITO exagerado. Além disso, o filme tem personagens muito mal construídos, e beirando a vergonha alheia. O Patriota de Ferro de Don Cheadle foi o primeiro a passar por isso. Invadindo missões erradas, entre outras coisas. Agora, o que dizer do Mandarim? Parecia, e alguns achavam que seria um vilão no nível do Coringa de Heath Ledger, mas conseguiram estragar um dos melhores vilões dos quadrinhos do Homem de Ferro. É de ficar com vergonha alheia do Ben Kingsley tamanho é a inutilidade do seu personagem. Um personagem medroso, e que não faz absolutamente nada, a não ser dormir, beber, e que nem vilão é… coisas desse tipo… enfim, realmente esquecível!

Além das piadas, o roteiro também tem algumas soluções para algumas cenas que são forçadas demais… Não vou citar exemplos para não dar mais spoilers, mas enfim. A direção de Shane Black não tem impacto nenhum, o diretor praticamente não fez diferença. Se deixasse o Robert sozinho, atuando, teria sido a mesma coisa. Jon Favreau fez muita falta na direção. E diga-se de passagem, o próprio Shane Black revelou, que algumas cenas ele não dirigiu e sim, foram feitas pelo estúdio. Mas uma coisa para provar que o filme foi feito apenas para lucrar, não levando em conta a parte principal, que era a história.

A única coisa realmente que continua boa, são os efeitos especiais. A qualidade é vista principalmente na cena final, onde os “brinquedos” de Tony Stark entram em ação. Mas logo depois desta cena, uma pergunta vem à tona: Porque ele não fez isso desde o começo? Teria resolvido isso fácil, fácil… mas em um roteiro que já foi mal escrito, dificilmente teria uma conclusão interessante.

Um filme com bastante defeitos, que de vez em quando tem um momento legal. Apenas isso: legal. O pior da Era Marvel no cinema. Sem mais.

Nota: 4,0

Iron Man 3, 2013. Direção: Shane Black. Com: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Guy Pearce, Rebecca Hall, Jon Favreau, Ben Kingsley, Paul Bettany. 130 Min. Ação.

Evilmar S. de Almeida é comentarista de cinema do Claquetes. Instrutor de Informática por profissão e cinéfilo por natureza, é fundador e Editor Chefe do Claquetes desde 2011.

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