Katniss e Peeta: revolução nos distritos.

Este é o segundo filme da trilogia Jogos Vorazes, baseada nos romances de Suzanne Collins. A saga relata a aventura de Katniss (Jennifer Lawrence), jovem escolhida para participar aos “jogos vorazes”, espécie de reality show em que dois adolescentes de cada distrito de Panem, considerado como “tributo”, deve lutar com os demais até que apenas um saia vivo. Neste segundo episódio da série, após a afronta de Katniss à organização dos jogos, ela deverá enfrentar a forte represália do governo local, lutando não apenas por sua vida, mas por toda a população de Panem.

O primeiro longa foi um sucesso e após conferir o filme, eu achei bacana. Um bom entretenimento. Porém, algo me incomodava na história: o fato dos povos assistirem os “tributos” se matarem entre si, e ninguém fazer nada para impedir… Tá bom, eu sei que o tributo que vencer, o seu distrito será beneficiado… mas mesmo assim, a ideia de colocarem até crianças pra competir era insana… mas mesmo assim, curti o filme. Agora, Jogos Vorazes: Em Chamas é tão bom, mas tão bom, que a história se encaixou direitinho e o que eu achava estranho no primeiro filme, não acho mais e fez todo o sentido com essa sequência, e fez ainda mais: me deixou com uma vontade enorme de ver o próximo filme.

O filme anterior que terminou om ares de Romeu + Julieta, ganhou e mostrou muito amadurecimento de roteiro nesta sequência. A atitude de Katniss e Peeta no fim da 74ª Edição dos jogos, não foi bem vista pelo presidente Snow. Katniss não sabia, mas ali iniciava uma revolução dos distritos. Depois disso, as ações viram praticamente um tabuleiro de xadrez: Snow usa o romance (falso) de Katniss e Peeta para distrair a população dos distritos e ele ainda decide realizar uma nova edição dos jogos, apenas com vencedores… depois, o que se vê são ações tanto do lado do governo quanto do lado do povo, e a analogia com uma partida de xadrez, cai como uma luva. E assim, o que se iniciou como um reality show de jovens se matando, se torna uma história pra lá de empolgante e interessante, com aspectos políticos importantes.

A pegada mais séria desta sequência lógico que se deve a escritora Suzanne Collins, mas o diretor Francis Lawrence também merece méritos. Francis substitui Gary Ross, e a experiência do diretor por trás de Constantine e Eu Sou a Lenda, ajudou a criar um clima espetacular na aventura de Katniss e Peeta. A trilha sonora de James Newton Howard está impecável, e ajuda a passar o clima de tensão que os personagens vivem.

No elenco, Jennifer Lawrence vem mais amadurecida depois do Oscar, e aqui entrega uma Katniss que sabe dos perigos que está por vir, e não pensa duas vezes para proteger quem lhe é importante. Woody Harrelson está muito bem mais uma vez, enquanto Stanley Tucci é impecável nos poucos momentos em cena.

Jogos Vorazes: Em Chamas cumpriu bem o seu dever: foi superior ao original e nos deixou curioso para ver o rumo que a história vai tomar… Que rumo tomará a revolução? Que atitude o Presidente Snow tomará? Que rumo tomará o triângulo amoroso entre Katniss, Peeta e Gail? A única coisa ruim disso tudo, é que só saberemos das respostas no final do ano que vem…

Nota: 10,0

The Hunger Games: Catching Fire, 2013. Direção: Francis Lawrence. Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Sam Caflin, Jena Malone, Woody Harrelson, Stanley Tucci, Philip Seymour Hoffman, Donald Sutherland, Lenny Kravitz. 146 Min. Ação.

Evilmar S. de Almeida é comentarista de cinema do Claquetes. Instrutor de Informática por profissão e cinéfilo por natureza, é fundador e Editor Chefe do Claquetes desde 2011.