Dezesseis Luas – Romance e Magia com Carisma

Um casal de adolescentes se conhece e se apaixona, mas eles não podem ficar juntos porque ele é apenas um mortal, enquanto ela não é exatamente humana. Você já ouviu alguma história parecida por aí?

O argumento de Dezesseis Luas (Beautiful Creatures) não é dos mais originais, no entanto, não se deixe levar pela primeira impressão. Apesar de não ser uma obra de arte, o filme pode surpreender aqueles que acreditam ser uma repetição da Saga Crepúsculo.

Adaptada da trilogia das autoras Kami Garcia e Margaret Stohl, a história de Dezesseis Luas se desenvolve ao redor de Ethan Wate (Alden Ehrenreich), um rapaz normal morador da pequena cidade de Gatlin. Desde que sua mãe morreu num acidente de carro, seu pai não sai do quarto e ele deseja mais do que tudo deixar aquela comunidade e conhecer o mundo.

O começo do filme é realmente bom, mostrando a vida pacata e os problemas de se morar numa previsível cidade do interior. Além disso, é interessante observar os objetivos de vida de Ethan, que sonha toda noite com uma misteriosa menina. Com início do último ano letivo, o rapaz começa a pensar na faculdade bem longe de casa, no entanto, ele conhece Lena Duchannes (Alice Englert) e seus planos começam a mudar.

Lena é uma forasteira em Gatlin, sobrinha do recluso e mal-visto Macon Ravenwood, ela logo começa a ser alvo de piadas e deboches na escola. Longe de ser a garotinha zombada que dá a volta por cima, Lena tem respostas afiadas, adora poesia e lê Bukowski. Os diálogos dos protagonistas são bem desenvolvidos e engraçados, o que desponta como um diferencial da maioria dos filmes para adolescentes.

Os rostos mais famosos do longa Jeremy Irons e Emma Thompson têm um desempenho satisfatório, mas nada que lembre os grandes atores que são. Quem se destaca é o jovem Alden Ehrenreich, seu carisma em cena é contagiante e ele está perfeito no seu papel de jovem rebelde e apaixonado. As melhores partes e falas são dele, a graça e romance ficam todos nas suas costas, uma vez que Alice Englert não tem muito empatia como heroína.

O desenrolar do envolvimento dos protagonistas é bem construído, sem amores repentinos, apesar da intensidade do relacionamento em tão pouco tempo, mas as paixões adolescentes são assim mesmo. O roteiro começa a pecar, quando os autores lembram que o filme não é apenas um romance teen, e sim, uma história de mistério, fantasia e suspense.

Lena é de uma família de conjuradores e em seu 16º aniversário, ela será invocada para a Luz ou para as Trevas. O dilema de Lena de virar um ser malévolo ou não é bem fraco, as brigas com a família também. A direção de Richard LaGravenese é regular, com cenas muito bonitas e outras com efeitos bastante falsos.

Totalmente voltado para o romance, o mistério e a história dos antepassados são mal trabalhados. Dezesseis Luas erra por não dar a devida atenção para todos os meandros do enredo.

Publicado por Letícia Alassë

Jornalista pesquisadora sobre comunicação, cultura, linguística e psicanálise. Mestranda de Jornalismo Internacional na Universidade Paris VIII, na França. Nascida no Rio de Janeiro, apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quando diante da tela. Mora atualmente na Cidade Luz.

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