“Buffalo Juggalos” não explora potencial e acaba sendo apenas presunçoso

Curta-metragem de Scott Cummings promete explorar uma subcultura estranha dos EUA, mas entrega apenas estáticos em bons enquadramentos


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Não dá para negar, as imagens de divulgação de “Buffalo Juggalos”, curta-metragem do diretor Scott Cummings, chamam a atenção. São basicamente fotos de pessoas com rostos pintados de palhaço, exibindo uma expressão desencantada, em um cenário desesperançoso. Uma pena que o diretor não tenha explorado o potencial do objeto que ele resolveu documentar.

“Juggalos” é o nome da comunidade de fãs de Insane Clown Posse, um duo americano de hip hop que possui uma estética dark circense, em atividade desde o final dos anos 1980. O curta de Cummings prometeu explorar essa subcultura, mas eu só consegui escrever esse parágrafo depois de recorrer ao Google.

O diretor poderia ter mostrado aos espectadores a origem da palavra “juggalos”, como eles vivem, como pensam, como se tornaram fãs de Insane Clown Posse. São muitas possibilidades, principalmente por se tratar de uma comunidade basicamente desconhecida por parte do grande público e que naturalmente cria uma curiosidade acerca de si.

Ao contrário disso, Cummings preferiu filmar com câmera estática esses fãs com caras pintadas. As situações são juggalos fumando, andando de carro, fazendo tatuagem, aparando a grama do quintal, acendendo sinalizadores à beira de um lago.

É notável a tentativa de se criar visuais bizarramente bonitos, e de fato o enquadramento e a iluminação são muito bons, mas a obra não possui substância. Somos capturados pelos visuais que estamos vendo mas não hipnotizados pelo conteúdo que está ali, pois não somos introduzidos a ele.

Vale a pena assistir? Não. Mas os visuais aguçam a curiosidade, então pode ser que você vá mesmo assim.


“Buffalo Juggalos”, Scott Cummings

Onde assistir: MUBI

Avaliação: 1 de 5.

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