Mesmo sendo assistido com baixa expectativa, “Ponte aérea” ainda decepciona

Quase nada se salva no filme dirigido por Julia Rezende


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Atuação de Letícia Colin é o que pode se salvar no tosco filme dirigido por Julia Rezende

Quem conhece o trabalho de Julia Rezende sabe que não se pode esperar muito da diretora. Colecionando tragédias em seu portfólio como “Meu passado me condena”(2013) e “De pernas pro ar”(2018), Julia deixa claro que está confortável em entregar mais do mesmo. Em “Ponte aérea”(2015), a diretora teve a oportunidade de entregar algo maduro, mas demonstrou não ter capacidade para isso.

O começo de “Ponte aérea” parece até interessante, com Amanda, interpretada por Letícia Colin, e Bruno, interpretado por Caio Blat, se conhecendo por acaso em Belo Horizonte. Surgiu-se uma curiosidade, no filme ser ambientado em uma capital pouco explorada pelo cinema, que foge do eixo de São Paulo e Rio de Janeiro e da saturação dos problemas sociais das cidades do Nordeste. Mas tudo acaba quando o sotaque dos funcionários do hotel é representado de forma caricata e até mesmo o trabalhador mineiro ser de certa forma ridicularizado. Amanda até diz para Bruno que “estamos no meio do nada”, mesmo Belo Horizonte sendo uma das principais capitais do Brasil.

Após se apaixonarem em BH, ambos seguem para seus destinos: Amanda para São Paulo, e Bruno para o Rio de Janeiro. Não menti quando disse que Julia Rezende não quer te mostrar algo novo. O que se segue no filme é uma série de assuntos como a diferença na pizza entre as duas cidades, conflito de bolacha ou biscoito, como o Rio é feliz e SP é cinza. Precisava mesmo de um filme sobre isso?

A velocidade do filme não permite que o espectador veja como o sentimento dos dois protagonistas vai se aprofundando. Aliás, o casal não possui nenhuma química e toda a história segue superficial e clichê, com Amanda sendo uma jovem bem sucedida e Bruno, um cara perdido. No filme é utilizado uma overdose de coincidências para que os dois, que moram em cidades diferentes, se encontrem e a história consiga se desenrolar.

Mesmo Caio Blat sendo mais experiente, é Letícia Colin que se sobressai, representando uma publicitária jovem, independente, bem sucedida e ambiciosa, e que mesmo assim, diferente do que pensam sobre mulheres fortes, ela gosta de se sentir desejada e tocada. O ponto alto de sua atuação é na briga entre os dois personagens, em que fica claro que Amanda está em um nível de maturidade muito acima do que Bruno pode suportar.

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Comments (

2

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  1. Jonas Ribeiro

    Caramba, sério!? Eu assisti esse filme a algum tempo mas na minha cabeça nunca foi tosco, ficou a imagem de um filme nota 7. Vou rever! Parabéns pelas análises!

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    1. Hernandes Matias Junior

      Hahahaha assiste de novo e me conta depois!

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