Título original: Ying Xiong

Título em inglês: Hero

Países: China, Hong Kong

Duração: 1 h e 39 min

Gêneros: Ação, aventura, história

Diretor: Zhang Yimou

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0299977/

O cinema chinês, com pouca representatividade no cenário mundial, principalmente através de seu diretor mais conhecido nos dias de hoje, Zhang Yimou, produz algumas pérolas que não marcam apenas pelo roteiro propriamente dito, que, diga-se de passagem, é o que mais importa, mas por diversos outros aspectos técnicos. No caso de “Herói”, a fotografia e a sonoridade são excepcionais, exuberantes. É difícil até de adjetivar.

A sinopse, retirada da internet e com adaptações, é a seguinte: “Um filme de lutadores voadores de uma beleza impressionante. Na China ancestral, antes do surgimento do primeiro imperador, a nação divide-se em 7 reinos. Qin, o soberano da província do norte, sofre constantes ameaças e tentativas de assassinato. O que mais o preocupa são três assassinos de elite, contratados por seus adversários políticos. Um dia, um guerreiro entra no palácio carregando as armas dos assassinos, afirmando ter derrotado os três inimigos em combate, após ter passado mais de uma década estudando a técnica da espada.”

Trata-se de um roteiro bastante complexo, pelas diversas perspectivas que são mostradas a mesma história. Por conta disso e guardadas as devidas proporções, lembrou-me “Rashomon“, do mestre Akira Kurosawa. No entanto, é um filme que se preocupa mais com a beleza do que com a qualidade narrativa, porque a história se torna um tanto quanto confusa à medida que o tempo vai passando, as mentiras vão sendo desvendadas e algumas surpresas vão sendo inseridas, mesmo assim, dá para visualizar pontos de interesse, que até caracterizam o comportamento das pessoas orientais, como o respeito e a honra, que conseguimos identificar até em personagens com interesses escusos. Na aplicação desses valores, o roteiro se baseia para delinear o seu fechamento.

O destaque absoluto é realmente a estética audiovisual que é mostrada nessa obra. Os cenários acompanham o figurino em relação à paleta de cores. A trilha sonora, à base de violinos, transmite, com o mesmo primor, respectivamente, serenidade ou agilidade nas cenas dramáticas e de ação. Guerreiros, flechas, gotas d’água e folhas secas voam pelo ar lentamente, no intuito de terem seus movimentos coreografados contemplados pelos espectadores. “Herói” é a elevação do nível dos filmes de luta à obra de arte, à pintura, à poesia visual. Talvez seja a fotografia mais bonita que você verá em um filme.

Assista a um filme de artes marciais, encha os olhos de beleza e os ouvidos de belas melodias!

Adriano Zumba