Baby (2015)

País: Índia

Duração: 2 h e 39 min

Gêneros: Ação, thriller

Diretor: Neeraj Pandey

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt3848892/


Antes de tudo, “Baby” não é um filme sobre crianças ou para crianças, como o título induz a pensar. É sim um filme no qual a adrenalina corre sem restrições, pois, na narrativa, o perigo é iminente e a vida está sempre por um fio. Apesar de alguns exageros, que por vezes beiram o ridículo, “Baby” possui bem mais qualidades do que defeitos e é uma ótima opção de entretenimento, através de seu ritmo frenético e suas cenas de ação que não deixam o espectador piscar.

Após um sincronizado ataque terrorista em Mumbai no ano de 2008, foi criado um grupo de operações especiais composto por 12 soldados que foram treinados com as melhores técnicas possíveis para combater os tentáculos do terrorismo, principalmente aqueles associados a motivações religiosas. Essa unidade policial e de elite, com um prazo definido de 5 anos, foi chamada de Baby. Após o fim de seu prazo pré-determinado, com diversas operações bem-sucedidas e 8 componentes do grupo mortos, Baby se prepara para seu último e mais perigoso trabalho.

Em relação ao roteiro, temos, mais uma vez, terroristas paquistaneses – como de praxe em filmes indianos -, devido à rixa histórica e às guerras travadas entre os dois países ao longo da história -, os quais estão mais organizados do que nunca e planejam um ataque orquestrado e potencialmente trágico às cidades indianas. O filme consegue prender a atenção do espectador através de pequenas operações ao longo do filme, que, na verdade, são etapas que culminariam na ação final para desbaratar a gangue de terroristas. Tudo isso seguindo o padrão indiano para filmes do gênero: uma narrativa inquieta e personagens altamente patrióticos, que lutam por uma causa.

Como subtema, temos a presença da família para conceder também um viés emotivo à história, principalmente em relação ao protagonista, o agente Ajay, afinal um policial de elite também é um ser humano e possui sentimentos, apesar de, na maioria das vezes, o tipo de trabalho que executa – especial, qualificado e secreto – não permitir falhas e exigir foco absoluto. Não há espaço para os envolvidos pensarem em mais nada, nem mesmo em suas famílias – esta peculiaridade é mostrada em diversos momentos no filme. Personificados na pessoa da esposa de Ajay,  chamada de Anjali, o sofrimento pela ausência e a preocupação por uma morte prematura e iminente de seu marido estão sempre presentes – apenas para inserir um pouco de dramaticidade na trama.

Como já é comum em filmes indianos, a trilha sonora dita o ritmo da história e a fotografia é magnífica. As locações, situadas, além da Índia, na Turquia, Nepal e Emirados Árabes, mostram  paisagens belas e pitorescas desses países, que dão um toque especial a uma obra que, a princípio, não teria o intuito de mostrar beleza alguma, por ser um filme policial; contudo, os diretores indianos prezam muito pela estética em seus filmes. Destaque para paisagens desérticas estonteantes que abrilhantam a experiência visual dos espectadores, a selva de pedra em meio ao belo litoral dos Emirados Árabes Unidos, que mostra o capitalismo exacerbado financiado pelo “ouro negro” naquele país, e a arquitetura milenar e característica nas edificações turcas e nepalesas. Realmente é um filme que preza pela harmonia entre imagens e sonorização e, sobretudo, pela excelência quanto a esses aspectos técnicos.

Por fim, só tenho que recomendar esse ótimo filme indiano, apesar de mais uma vez os diretores indianos continuarem achando que seus mocinhos possuem força sobre-humana. É diversão garantida e duas horas e meia de tensão e adrenalina. O tempo passa voando e vocês não irão se arrepender.

Baby” é hardcore! “Baby” é rock n’ roll!

O trailer segue abaixo.

Adriano Zumba


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