Buscando… (2018)

Título original: Searching

País: Estados Unidos

Duração: 1 h e 42 min

Gêneros: Drama, mistério, thriller

Elenco Principal: John Cho, Debra Messing, Michelle La

Diretor: Aneesh Chaganty

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt7668870/


Eis uma grande surpresa do cinema em 2018, apesar de não figurar nas principais premiações da indústria cinematográfica do ano. “Buscando…” proporciona uma boa narrativa investigativa/policial, mas o seu maior atrativo é a maneira como as cenas são mostradas em 100% de sua exibição: através de câmeras de segurança, telas de chat, telas de smartphones, webcams, vídeos publicados em redes sociais, etc. Convenhamos que essa corajosa abordagem não poderia ser mais moderna e atual, pela invasão tecnológica que vivemos nos tempos contemporâneos. Desse modo, o filme se torna bastante próximo de seu público e proporciona muitos pontos de interesse e reflexão.

Eis a sinopse: “David Kim e sua filha adolescente, Margot, vivem em paz, mesmo tendo sofrido uma grande perda após a morte da matriarca da família, Pamela. A jovem tem uma vida bem movimentada através de sua interação com as pessoas no mundo virtual, contudo, no mundo real, não é muito popular e não tem amigos próximos. Em uma noite, após ter ido a um grupo de estudos na casa de uma colega, Margot desaparece. Começa então uma investigação, com a intervenção da polícia, representada pela Detetive Vick, e uma busca frenética, capitaneada por David, no mundo virtual de sua filha para encontrar algum indícios ou pista que leve ao paradeiro dela.

A vida virtual deixa rastros! Muitos rastros! Mais do que imaginamos! Empresas como o Facebook, Google, Apple, etc., sabem mais de nossas vidas particulares do que, muitas vezes, os entes queridos com os quais convivemos. Como estamos na era da informação, a habilidade na manipulação das mais diversas ferramentas tecnológicas existentes, e, por conseguinte, de seus dados, é uma das maiores armas que uma pessoa pode possuir, principalmente pelo desenvolvimento de inúmeros tipos de golpes virtuais, que costumeiramente vemos em nosso dia a dia. No filme em tela, essa constatação, enquanto é utilizada para criar o fio condutor da narrativa – o desaparecimento de Margot -, também contribui bastante para a elucidação do caso, através da astúcia e familiaridade de David com uma gama de recursos digitais. Além das pegadas deixadas automaticamente no mundo virtual, há, também, a predisposição das pessoas de exporem exageradamente detalhes de suas vidas reais. Isso pode ser muito perigoso!

A virtualidade impera em “Buscando…“, entretanto, há uma série de situações reais mostradas no filme que constroem o campo emocional e reflexivo da narrativa: a necessidade de encontrar um limite para a superproteção dos pais em relação aos filhos; a dificuldade para lidar com uma grande perda ou frustração; o distanciamento social causado pelo uso constante da tecnologia; o suposto conhecimento que os pais acham que têm de seus filhos, etc. Nota-se que a realidade nua e crua das pessoas é espinhosa. O restante é só um refúgio, um escapismo para os reais problemas da existência.

Entre diversas pistas plantadas durante sua exibição, inúmeras falsas hipóteses conjecturadas e algumas pontas soltas no roteiro, temos uma boa oportunidade de exercitar nossa percepção e capacidade de desvendar enigmas. O desfecho não é óbvio, mas também não é o que podemos chamar de plot twist arrebatador. De qualquer forma, fica a sensação de uma boa jornada e um bom entretenimento. “Buscando…” não é uma obra-prima, mas não pode ser desprezado em hipótese alguma. É um filme bastante apreciável.

O trailer, com legendas em português, segue abaixo.

Adriano Zumba


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