Cinema: Creed – Nascido Para Lutar

Creed - Nascido Para Lutar

Após seis filmes e a idade pesando nas costas de Sylvester Stallone, a pergunta que todos faziam era: Creed: Nascido Para Lutar seria realmente necessário? A pergunta ficava muito mais intrigante, principalmente depois do ótimo sexto filme, que parecia ter encerrado a franquia Rocky. Para alegria dos fãs do clássico personagem, este novo filme é uma grande homenagem a toda a saga, e porque não dizer, que também pode significar um rito de passagem.

O filme começa com uma briga de crianças em um orfanato. Logo descobrimos que uma das crianças envolvidas é Adonis Creed, filho do lendário Apollo Creed, rival e grande amigo de Rocky Balboa. Adonis é filho de um caso que Apollo teve fora do casamento. O garoto não conheceu o pai, que morreu em uma luta. A viúva de Apollo resgata o menino do orfanato, participa do crescimento dele, consegue um emprego, porém, o boxe está em suas veias, e o jovem começa a praticar boxe sozinho, preferindo não carregar o o nome da família, assim, lutará para vencer na vida, sem depender do sobrenome do pai.

Rocky Balboa surge na história quando Adonis decide entrar com tudo no mundo das lutas. Após abandonar o emprego, e a casa em que cresceu, Adonis sabendo de todo o histórico passado do pai, vai procurar Balboa para pedir que ele o treine. De início Rocky reluta no pedido. Sabe que a idade o castiga, porém, acaba aceitando o pedido do garoto e passa a treiná-lo.

A partir daí, uma série de clichês da franquia começam a ser utilizados, mas diga-se de passagem, muito bem utilizados. Cenas de treinamento acelerados, ótimas cenas de luta, discursos de motivação de Balboa, tudo está lá, e muito bem posicionado. O diretor Ryan Coogler utiliza de maneira estupenda todos os elementos que ficaram marcados na franquia. E ainda vai criando um caminho para Adonis Creed ter algumas continuações em outros filmes. Como eu falei no início, o filme serve como um rito de passagem. E isso fica nítido em vários momentos do longa. Rocky Balboa já fez muito pelo cinema, e agradecemos muito por isso.

Uma coisa interessante ao longo do filme está relacionada ao tema clássico do personagem Rocky. Eu que escrevo estas linhas, como fã da franquia, não via a hora de escutá-lo. Porém, o tempo foi passando, e nada do tema clássico. Isso anda muito junto ao fato do personagem de Adonis não querer o sobrenome do pai. Ele quer vencer na vida com suas próprias forças. Ou seja, para que tocar o tema clássico, se nem no título aparece o nome de Balboa? Ao pensar dessa forma, percebi que fazia total sentido a música tema dos filmes anteriores não estar presente. Durante todo o longa, um fragmento da música toca, que é durante um certo momento da luta principal de Adonis, mas que faz um sentido espetacular para a cena e para a história. É um daqueles raros momentos que você percebe que o diretor estava iluminado para poder criá-lo.

O roteiro tem algumas falhas, como o rápido envolvimento entre Adonis e sua vizinha, que logo estão namorando. O filme não se preocupa em desenvolver a relação. Talvez essa seja a única falha de um roteiro que sabe emocionar, fazer rir, vibrar e arrancar uma lágrima no momento certo. Sylvester Stallone e Michael B. Jordan merecem aplausos e mais aplausos devido as suas grandes atuações. Michael assumiu como ninguém o espírito Rocky de ser.

Creed: Nascido Para Lutar pode ter sido um encerramento para o personagem de Rocky Balboa. Caso seja uma despedida, nos alegra saber que o bom e velho Rocky sempre estará por perto quando precisarmos de uma palavra amiga, uma motivação, alguém que sempre nos fará acreditar em nós mesmos. Alguém que nos ensinará sempre que o certo é um degrau de cada vez.

Nota 9

Creed, 2015. Direção: Ryan Coogler. Com: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Tony Bellew, Ritchie Coster, Graham McTavish. 133 Min. Drama.

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