gênero: Drama, Suspense
duração: 1h 28 min
ano de lançamento: 1950
estúdio: Daiei
direção: Akira Kurosawa
roteiro: Akira Kurosawa, Ryûnosuke Akutagawa, Shinobu Hashimoto
fotografia: Kazuo Miyagawa
direção de arte: Takashi Matsuyama
Um bandido e um casal se encontram em uma estrada. A esposa é estuprada e o marido morto. Depois que um lenhador encontra seu corpo e relata a polícia, passamos a ver o caso relatado do ponto de vista de todos os envolvidos.
Quem me acompanha sabe que não sou muito fã de Akira Kurosawa, acho seus filmes difíceis de assistir, mas Rashomon com certeza merece seu lugar entre os "1001 filmes para ver antes de morrer".
Sua narrativa é muito além de seu tempo. Começamos o filme com um grupo que, enquanto se protege da chuva, conversa sobre o ocorrido a partir do seu ponto de vista. Depois, começamos a ver a história do ponto de vista do bandido, da esposa e até mesmo do marido morto.
Esse formato de narrativa, normalmente, costuma usar de flashbacks de vários pontos de vista para complementar o relato sobre uma situação. Mas neste caso cada novo relato constrói uma nova história, cheia de discrepâncias.
A sinceridade dos personagens e a verdade sobre os fatos é colocado à prova a cada nova versão. Qual seria o relato fiel? Cada personagem segue o caminho que lhe interessa para manter sua honra e dignidade intactas. Porém, uma revelação final mostrará que nenhum deles é a imagem que construiu de si. Nem mesmo aquele que faz a revelação.
A história coloca em choque o bem e o mal, não apenas de forma a reforçar a dualidade, mas também para retratar como os dois lados vivem dentro de cada um de nós, o que é corroborado pelo desfecho do filme.
Além de tudo isso, temos uma fotografia brilhante, uma condução dinâmica da câmera que deixa as imagens ainda mais interessantes e uma atuação de primeira de Toshirô Mifune.
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