Ana Carolina

-contém spoilers-
estar em uma posição de poder é tentador. o ser humano parece não estar bem preparado pra isso. estamos acostumados a ver muito mais homens do que mulheres ocupando essas posições, de forma que atribuímos certos comportamentos - comportamentos predatórios, intimidadores, exploradores - a padrões masculinos. no filme, somos levados a achar que essa barreira foi ultrapassada, ao vermos lydia tár ocupando uma posição historicamente masculina e, ainda, engajando em comportamentos similares. porém, para lydia, depois de uma vida inteira justificando e racionalizando erros de outros musicistas em nome da relevância de suas obras, vemos o quanto seu julgamento e punição foram muito mais severos que para seus antecessores. aqui, a repercussão dessas ações destruiu obra e pessoa. mesmo ocupando as mesmas posições, ainda estamos longe da igualdade.

não queria acabar sendo óbvia, mas é realmente impressionante o quanto a trilha sonora e ambientação feitas pelo hans zimmer conseguem ser bem-sucedidas na imersão e na experiência do filme

sofrível