"Nós não morremos de repente, mas avançamos para ela em pequenos degraus, morremos todos os dias. Todos os dias, um pouco da nossa vida é tirada de nós e mesmo que estamos crescendo, nossa vida está em decadência. Perdemos a infância, a adolescência, e depois a juventude. Incluindo ontem, todo o tempo passado é tempo perdido, até o dia em que vivemos é compartilhado entre nós e a morte. Chegamos a morte, mas foi um longo caminho até ela" Sêneca
O luto, a arte, e as formas de sobrevivência. Lech Majeswski sabe muito bem trabalhar os assuntos ao redor de seu personagem.
É um filme tão estranho, que chega a causar uma ligeira repulsa, mas tem tanto pulso de psicanálise na personalidade de Laia Costa que é preciso arrastar os tabus para os cantos para encarar a personagem, sem fazer apontamentos. Além da sexualidade proposta, há algo fora de sintonia nela que me fez lembrar de um outro filme, (Movimento Browniano, com a Sandra Huller) é essa válvula desregulada na nova rotina da personagem, que talvez não saiba o que esteja acontecendo, pode ser vista em diversos momentos de sua chegada; seja em sua casa alugada se deteriorando em infiltrações, seja o plano dela mesma escalando uma árvore seca, ela observando a vida aparentemente perfeita de seus novos vizinhos, ou cuidando de um animal doente, deixado em suas mãos. Há muitas lacunas que Isabel Coixet (que diretora fantástica!) mais expõe do que fecha e isso talvez seja do livro que ainda não tive o prazer de ler. Me causou um monte de reações, algumas adversas, mas apenas por provocá-las, já merece uma atenção muito especial, inclusive aquele final que vou levar na memória por um bom tempo.
Não há dúvidas que Nuri Bilge Ceylan faz cinema de verdade, com obras maduras e que vão resistir ao tempo. O diretor esmiúça aqui, assuntos importantes sobre a vida, a alienação, e o interior das pessoas com temas que podem viajar de um continente a outro sem perder um fio de efeito. É sobre raízes e infiltrações da alma. E são esses os filmes que sempre nos lembraremos daqui a dez, quinze, vinte anos.
E sobre o discurso final: aquilo veio da alma de alguém que sabe falar da alma
A crença, a mitologia, o cristianismo são levados a ferro e a fogo nesse filme. Mas engana-se quem pensa ser esse um filme de horror, apesar de também ser. É que Você não estará só, se destaca muito mais por sua carga pesada de existencialismo, quando a personagem passa a tomar o corpo de outras pessoas e passa a enxergar a vida pelos olhos deles. Para quem tem esse faro diferente, o filme pode ser excelente e por diversos motivos e sentimentos que suscitam dentro da gente.
Mais conhecido por suas distopias pessimistas sobre o fim da humanidade, Piotr Szulkin rodou esse Femina em 1991, sobre uma mulher retornando a suas raízes, após a morte de sua possessiva mãe. É bem diferente dos demais filmes que compõe seu currículo, (na verdade a história é bem sem importância) ainda assim tem inúmeras referências na tela, além de um belo apuro visual e sonoro
Triste, engraçado, mágico e tragicômico. A cena que dá nome ao título desse filme, que depois descobri tratar -se de uma história real é excelente, divina e engraçada - a melhor do filme inteiro.
"Em dez anos vocês se encontrarão para ver quem comprou mais coisas. Essa será sua biografia! Em dez anos vocês chegarão onde estou agora, então, estou me poupando de dez anos de desilusão gradual, rendição de ambição, de ideais"
A estética Albert Serra me hipnotizou, mas o filme estava indo bem até a metade depois se perdeu. No entanto, salvei a obra por conta de sua originalidade.
[/spoiler] Estava quase acreditando que o marido estava mesmo possuído mas no final tive uma leve impressão que a mulher estava ficando louca. Algo entre depressão pós parto e pura esquizofrenia mesmo
Se os diretores fossem direto ao ponto do que pretendia expôr, sem se exceder por longos takes sem acréscimo nenhum para a história, o filme teria uma levada mais interessante do que os 152 minutos dele que se em dado momento, se arrasta.
Portanto as personagens do filme são excelentes, melhor do que a própria história que a revelaram. Léa Alves da Silva é um furacão!
"Quando eu morrer, me abrirão e verão "perdedor" tatuado no meu coração" George Dyer
Se a intenção de Maybury era mostrar uma relação tóxica e problemática, o filme acertou. É bem angustiante o caso de Bacon e seu amante, ainda que alguns pontos do filme soaram bem confusos. Derek Jacobi está magnífico como Francis Bacon
Roteiro poderoso por diversos motivos: além de ser atualíssimo no que diz respeito a traições, execuções e organizações dentro do sistema, ainda flerta com temas filosóficos como a morte, a redenção e o inferno. Sem contar na pontualidade do assunto: Imagina , uma parte pequena da Rússia, arrependida e pedindo perdão?
Anos antes de explodir com "Speak no Evil", Christian Tafdrup trouxe esse roteiro que nos deixou pensativos: afinal, mesmo que você tenha tido uma vida feliz e realizada junto com alguém, valeria a pena voltar e viver tudo novamente? Grata descoberta!
O Anjo da Noite
3.7 28Isso aqui pode ter inspirado muitos outros filmes que vieram depois. O Inquilino, Quando um estranho chama, Halloween e vários outros!
Um Olhar a Cada Dia
4.4 25"No princípio, Deus criou a jornada, então veio a dúvida e a nostalgia"
Onírica
3.8 3"Nós não morremos de repente, mas avançamos para ela em pequenos degraus, morremos todos os dias.
Todos os dias, um pouco da nossa vida é tirada de nós e mesmo que estamos crescendo, nossa vida está em decadência.
Perdemos a infância, a adolescência, e depois a juventude. Incluindo ontem, todo o tempo passado é tempo perdido, até o dia em que vivemos é compartilhado entre nós e a morte.
Chegamos a morte, mas foi um longo caminho até ela"
Sêneca
O luto, a arte, e as formas de sobrevivência. Lech Majeswski sabe muito bem trabalhar os assuntos ao redor de seu personagem.
Édes Anna
3.8 6Tem vidas que nasceram pra isso.
Um Amor
3.7 2É um filme tão estranho, que chega a causar uma ligeira repulsa, mas tem tanto pulso de psicanálise na personalidade de Laia Costa que é preciso arrastar os tabus para os cantos para encarar a personagem, sem fazer apontamentos.
Além da sexualidade proposta, há algo fora de sintonia nela que me fez lembrar de um outro filme, (Movimento Browniano, com a Sandra Huller) é essa válvula desregulada na nova rotina da personagem, que talvez não saiba o que esteja acontecendo, pode ser vista em diversos momentos de sua chegada; seja em sua casa alugada se deteriorando em infiltrações, seja o plano dela mesma escalando uma árvore seca, ela observando a vida aparentemente perfeita de seus novos vizinhos, ou cuidando de um animal doente, deixado em suas mãos.
Há muitas lacunas que Isabel Coixet (que diretora fantástica!) mais expõe do que fecha e isso talvez seja do livro que ainda não tive o prazer de ler.
Me causou um monte de reações, algumas adversas, mas apenas por provocá-las, já merece uma atenção muito especial, inclusive aquele final que vou levar na memória por um bom tempo.
Ervas Secas
3.9 10Não há dúvidas que Nuri Bilge Ceylan faz cinema de verdade, com obras maduras e que vão resistir ao tempo.
O diretor esmiúça aqui, assuntos importantes sobre a vida, a alienação, e o interior das pessoas com temas que podem viajar de um continente a outro sem perder um fio de efeito.
É sobre raízes e infiltrações da alma. E são esses os filmes que sempre nos lembraremos daqui a dez, quinze, vinte anos.
E sobre o discurso final: aquilo veio da alma de alguém que sabe falar da alma
Uncle Cyril
3.9 2A insanidade como pleito hereditário.
Você Não Estará Só
3.6 123 Assista AgoraA crença, a mitologia, o cristianismo são levados a ferro e a fogo nesse filme.
Mas engana-se quem pensa ser esse um filme de horror, apesar de também ser. É que Você não estará só, se destaca muito mais por sua carga pesada de existencialismo, quando a personagem passa a tomar o corpo de outras pessoas e passa a enxergar a vida pelos olhos deles. Para quem tem esse faro diferente, o filme pode ser excelente e por diversos motivos e sentimentos que suscitam dentro da gente.
Propriedade
3.7 56 Assista AgoraA terra deu, a terra come.
Femina
3.0 1Mais conhecido por suas distopias pessimistas sobre o fim da humanidade, Piotr Szulkin rodou esse Femina em 1991, sobre uma mulher retornando a suas raízes, após a morte de sua possessiva mãe. É bem diferente dos demais filmes que compõe seu currículo, (na verdade a história é bem sem importância) ainda assim tem inúmeras referências na tela, além de um belo apuro visual e sonoro
Casamento Silencioso
4.1 120Triste, engraçado, mágico e tragicômico.
A cena que dá nome ao título desse filme, que depois descobri tratar -se de uma história real é excelente, divina e engraçada - a melhor do filme inteiro.
A Sindicalista
3.6 9 Assista AgoraIsabelle Huppert já interpretou tantas mulheres complexas e perturbadas
[/spoiler] que por um momento, pensei que ela estava mesmo inventando a história toda
[spoiler]
Barreira
3.7 2"Em dez anos vocês se encontrarão para ver quem comprou mais coisas. Essa será sua biografia!
Em dez anos vocês chegarão onde estou agora, então, estou me poupando de dez anos de desilusão gradual, rendição de ambição, de ideais"
Casa Izabel
3.4 3A estética Albert Serra me hipnotizou, mas o filme estava indo bem até a metade depois se perdeu. No entanto, salvei a obra por conta de sua originalidade.
Ato Final
3.7 22 Assista AgoraO primeiro amor
O primeiro encontro
O Primeiro feminicídio
Dias Perfeitos
4.2 210 Assista AgoraA rotina tem seu brilho, seu valor, a rotina tem seu encanto.
Sleep
3.5 9Terminei o filme sem saber em quem acreditar
[/spoiler] Estava quase acreditando que o marido estava mesmo possuído mas no final tive uma leve impressão que a mulher estava ficando louca. Algo entre depressão pós parto e pura esquizofrenia mesmo
[spoiler]
Mato Seco em Chamas
3.7 23 Assista AgoraSe os diretores fossem direto ao ponto do que pretendia expôr, sem se exceder por longos takes sem acréscimo nenhum para a história, o filme teria uma levada mais interessante do que os 152 minutos dele que se em dado momento, se arrasta.
Portanto as personagens do filme são excelentes, melhor do que a própria história que a revelaram. Léa Alves da Silva é um furacão!
Love Is the Devil: Study for a Portrait of Francis …
3.2 25"Quando eu morrer, me abrirão e verão "perdedor" tatuado no meu coração"
George Dyer
Se a intenção de Maybury era mostrar uma relação tóxica e problemática, o filme acertou. É bem angustiante o caso de Bacon e seu amante, ainda que alguns pontos do filme soaram bem confusos. Derek Jacobi está magnífico como Francis Bacon
A Fuga do Capitão Volkonogov
3.4 2Roteiro poderoso por diversos motivos: além de ser atualíssimo no que diz respeito a traições, execuções e organizações dentro do sistema, ainda flerta com temas filosóficos como a morte, a redenção e o inferno. Sem contar na pontualidade do assunto: Imagina , uma parte pequena da Rússia, arrependida e pedindo perdão?
Parents
3.4 9 Assista AgoraAnos antes de explodir com "Speak no Evil", Christian Tafdrup trouxe esse roteiro que nos deixou pensativos: afinal, mesmo que você tenha tido uma vida feliz e realizada junto com alguém, valeria a pena voltar e viver tudo novamente?
Grata descoberta!
A Sala dos Professores
3.9 133A última cena é incrível! INCRÍVEL!
Tempo Esgotado
3.8 2É como um castelo de cartas. No primeiro movimento, tudo pode ruir.
Fechar os Olhos
4.3 15O cinema como terapia de cura!
Valeu a espera. Victor Erice nos brindou com um dos filmes mais lindos e balsâmicos do Cinema.