Esse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.
Muito cuidado com aqueles que damos visualizações e fama.
Provavelmente uma das adaptações mais aguardadas dos últimos anos. História muito interessante, batalhas insanas e animação muito bem feita. Tudo em Solo Leveling funcionou sem nenhum problema, e fiquei bastante feliz com o resultado.
Esse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.