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Últimas opiniões enviadas

  • Maycon

    O filme dialoga bastante com um artigo recém publicado chamado ´´A “LITERATURA NECESSÁRIA” COMO CATEGORIA ESTÉTICA´´. No texto o autor, Antonio Barros de Brito Junior, nos fala no como essa frase, "um obra necessária", é uma tentativa do sujeito de enxertar a arte em uma categoria produtiva na sociedade.

    Seguinte: Arte não é útil. É prazer. E no sistema em que estamos ela não é produtiva de verdade. Usa-se o ´´necessário´´ como forma de dizer ´´mas esse aqui é importante, esse aqui é útil´´. E como uma personagem no filme disse, não se fala que o livro é bem escrito, pq isso não importa, a qualidade dele não importa, por que o que se quer é submetê-lo (o livro) às normas do mercado. Como o artigo diz, ´´exigir da arte um caráter utilitário, que a aproxime da realidade das funções sociais e cognitivas típicas da sociedade administrada do capitalismo, é sujeitá-la ao mesmo tipo de domínio que a mercadoria e a divisão do trabalho exercem sobre a vida; quanto ao artista, é limitá-lo, por assim dizer, a seu papel de agente produtor, nos limites da demanda do mercado, submetendo-o ao capital´´. E não é que essa é a história do filme? Um homem que perde se autonomia e se vende para o mercado, primeiro como comédia, depois como tragédia.

    Conceito muito interessante. Críticas pertinentes. Ótima comédia. O filme se perde, contudo, no drama familiar. Todo o seguimento do Alzheimer da mãe, por exemplo, parece algo deslocado da trama principal, e nunca se conecta de verdade com os temas da história, servindo apenas como muleta narrativa que se prolonga além da conta. O romance, mesmo com um final interessante, não tem muito desenvolvimento ao longo da obra. E o plot da empregada podia só não existir, pois apesar de leve e bonitinho, não acrescenta muito a ideia central e o que traz de conflito pro protagonista é algo que o plot do irmão e da mãe já trouxeram. Enfim, é um bom filme que poderia ter sido excelente, o que é frustrante. Ainda assim vale pelo humor e pela crítica social.

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  • Maycon

    Brett Haley, o diretor, me surpreendeu nos primeiros minutos de filme. A surpresa não veio pelo como ele usa a câmera (um uso bem genérico, com movimentos leves e muito de plano e contra plano), nem no como ele dirige os atores (não sou um grande entendedor de atuação, mas achei todos inconstantes: hora ótimos, hora atrapalhava na imersão da obra), muito menos na composição de cena. A surpresa veio na escolha da trilha sonora.

    A obra começa com um uso diegético de trilha (tem uma musica tocando no fone de ouvido e nós ouvimos ela; qd o personagem tira esse fone, a diegese passa para o som da madrugada). Esse uso se replica várias vezes até a metade da obra. Tem muito silêncio na primeira metade. E momentos como esse traçavam uma atmosfera que eu estava adorando. Era uma escolha simples, mas que logo me encheu de alegria. Demonstraria, no mínimo, um cuidado na hora de inserir uma trilha. E, no máximo, traria uma narrativa somente em sons diegético, o que para o tom da história (já sou familiar com ela pelo livro) só iria acrescentar ao clima.

    Na segunda metade, aquela trilha emocionante não parava de tocar. NÃO PARAVA. A impressão que deu era que o filme estava implorando para que eu chorasse. E isso foi um dos elementos que me tirou da história. Não precisava forçar a barra. Eu já entendi que eles se amam. Eu já entendi que é pras lágrimas caírem de mim. CALMA FILME.

    Em termos de roteiro: é curioso no como ele é tão inconstante quanto na atuação dos personagens. Existem diálogos um tanto vergonhosos. Um bom tanto, na verdade. O Finch falando que a Violet brilha é um deles. O Finch fazendo perguntas abrangentes e quase filosóficas são outras. Existem, também, situações em que os personagens nos falam suas dores e emoções e... é, não funciona tão bem. O ideal, talvez, seria nos mostrar essas dores.

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    Não fala que o Finch sofre por conta da figura paterna, nos mostre ele sofrendo com isso.

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    O monólogo da Violet sobre o acidente é outro momento assim (o monólogo final dela, alias, é péssimo; a obra precisava dar a sua mensagem e além de fazer isso usando a história, faz a personagem explicar tudo pra quem tá assistindo... é fraco, e me tratou feito idiota).

    CONTUDO, o roteiro também tem seus pontos positivos. Gosto da sutileza que deram para o drama do Finch, por exemplo (não acho que essa seja a melhor palavra, mas, sei lá, achei sensível a maneira com que fizeram isso).
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    Ele querer se matar é pq ele se vê espelhado no pai. E agr q ele está amando, isso pesa mt, pois ele não quer ter um futuro onde ele se descontrola e bate na Violet. Tudo isso não é dito, vejo só. Não precisa dizer. Ta na tela. A gente entende, porra!

    Por fim, é... não tenho outras grandes impressões. É um filme legal, mas que poderia ser muito melhor. E isso é o mais frustrante sobre ele.

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  • Maycon

    Quando assisti Em Chamas, fiquei fascinado por tudo envolta daquela obra. Não conhecia nenhum trabalho do diretor, e logo fui atras do que ele tinha feito. E então eu chego a Green Fish, seu primeiro longa. E... bem... Lee Chang-dong mudou bastante seu estilo nessas ultimas duas décadas.

    Green Fish tem uma direção curiosa. Por um lado muitas escolhas nesse âmbito tem uma certa energia fremente, uma identidade própria e se nota a ambição que o diretor possui. Um exemplo que ele faz umas vezes é de nos fixar em um plano, fazer a câmera caminhar para outro (acompanhando um objeto, ou coisa assim) e voltar para o plano inicial com uma nova identidade (seja um novo personagem nele, ou até mesmo um personagem mais perto da câmera). Esse exemplo serve para nos dar um paralelo sobre a relação do que a câmera acompanha e as imagens do primeiro plano, o que traz um significado simbólico interessante. Ele também usa muito a imagem de espelhos e reflexos, que sempre são colocadas em personagens que estão passando por um conflito com algum outro que está no plano (ou na cena descrita). Muitas vezes esses personagens tem algo a esconder, ou estão em um momento de desolação emocional, e o espelho está lá para demonstrar a mascara que eles colocam em si, para que o arredor não note o desastre interno que eles carregam. Dois exemplos que veem a cabeça são:

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    Quando a Shim Hye está passando maquiagem, e a câmera é colocada sobre o seu ombro, mas vemos o espelho da maquiagem refletindo sua expressão. E de fundo você vê os dois personagens que ela tem atrito (o protagonista e o ''mafioso''). Outro exemplo é quando o protagonista mata o rival do seu chefe. É uma cena agitada, que mostra a desespero do protagonista de sair daquela situação, de limpar o sangue, de não deixar vestígio algum, mas, então, a câmera congela (faz movimentos mais leves, no caso) um rapaz bêbado sai de um dos box do banheiro, e, enquanto esse rapaz saí, a câmera nos leva até o protagonista ao lado de um espelho, paralisado e assustado, se escondendo de um fator externo. O reflexo esconde os sentimentos do protagonista, e quando o rapaz saí, o protagonista volta a se agitar e então corta. Um terceiro exemplo ocorre momentos antes dessa cena, onde o personagem principal encara o chefe pelo espelho. O espelho, nesse caso, demonstra sua verdadeira intenção, mas, novamente, esconde isso pro externo, até finalmente o assassinato acontecer.

    Por outro lado, essa energia na direção não deixa com que o filme respire em alguns momentos em que ele se privilegiaria disso. Algumas tomadas podiam ter sido mais estendidas, alguns momentos podiam ter sido revestidos por uma camada de silêncio maior, para fazer com que o momento se torne um momento, e não só mais uma cena no compilado de outras muitas.

    Além disso, alguns momentos narrativos simplesmente não são tão bem montados. Acho pobre, por exemplo,

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    quando você tem uma cena do chefe punindo um rapaz por ter tido um caso com a mulher de um dos seus amigos pessoais, e na próxima cena você tem o protagonista começando a ter um caso mais sério com a mulher que o chefe gosta.

    Inclusive, a relação entre o protagonista e a personagem da Shim Hye, que ao meu ver é um dos pontos mais importante da obra, deixa a desejar. Por um lado eu vejo o desequilíbrio emocional da Shim sendo refletido nessa vontade dela de ter uma relação verdadeira, mas, por outro, a obra não me vende de que a relação entre os dois era, de fato, verdadeira. E, assim, dá para entender a situação da Shim. É algo até desesperador ver esse desejo dela pelo protagonista. Mas, o protagonista, em si, não tem muitos motivos pra tudo isso. Digo, o motivo que é colocado é que... bem... ele quer beijar ela por que nunca beijou uma mulher antes? Não, pera, ele nunca beijou uma mulher que amasse, antes. Mas ele ama a Shim? Desde quando? Ta, mas, então, se ele segue tão fielmente o chefe, por que se relacionar com a garota? Ele queria ter a experiência de ser parecido com o chefe? Se for isso, nunca foi dramatizado. Bem... não existe motivação no protagonista para esse lado da história. Ao menos, não uma motivação convincente o suficiente.

    No fim, Green Fish é uma obra interessante, com uma certa ambição e energia. Mas narrativamente é inconstante, um dos lados importantes da história não é tão bem aproveitado, e a direção tem seus deslizes. Eu consegui apreciar a história, mas sinto que poderia ter sido melhor contada. Não é dos melhores do diretor, mas não é de se jogar fora!

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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