Fico imaginando as pessoas dizendo "Olha aquele cara jogando o papelzinho no lixo! Mas que clichê!". Ele deveria fazer o quê? Jogar no chão? Com o cinema é a mesma coisa: muitas fórmulas são repetitivas, não por falta de criatividade, mas simplesmente porque fazem aquilo que é certo - e isso não é defeito. Daí vem algum maluco e produz um filme sem pé e sem cabeça e já aparece uma legião de pseudointelectuais dizendo que é uma obra-prima (Isso me lembra a roupa nova do imperador...). Há uma supervalorização da forma em detrimento do conteúdo. Um bom filme deve começar sempre por uma boa história, bons atores e um roteiro inteligível, porque a arte só se concretiza no outro. Se a história for manjada, não faz mal. Vejam o caso do Chaves! Sempre as mesmas piadas, sempre a mesma fórmula, as mesmas falas - e ninguém ousa dizer que é clichê... Fazer um filme que ninguém entende não tem nada a ver com genialidade, porque a arte não pode ser um monólogo. Talvez clichê, mesmo, seja o desejo de parecer diferentão, simplesmente por ser incapaz de fazer o básico.