Através de slides, como se emulasse projeto científico – de modo que as informações se revestem com o discurso da verdade -, Cédric Villain nos bombardeia com clichês e estereótipos sobre chineses (em particular) e asiáticos: eles têm pele amarela, olhos puxados e cabelos longos; usam chapéus, consomem arroz e escrevem na vertical; criaram o papel, a imprensa e os fogos de artifício; invadiram o Tibete e massacraram estudantes; são mestres nas artes marciais.
Mon Chinois critica o discurso eurocêntrico, branco e ocidental (o narrador utiliza o possessivo “meu”, e a própria língua francesa, para se apoderar de seu objeto de estudo – os chineses), que se mantém nas superfícies, que se baseia em preconceitos arraigados.
Para Villain, se vistos como estereótipos, chineses – ou quaisquer povos ou culturas – não passam de fantasmas, completos desconhecidos.