Trata-se de um filme punitivista. Caso se passasse no Brasil, seria contra convenções e direitos básicos das crianças e adolescentes e de dispositivos como o ECA. Do começo ao fim, defende a premissa de que indivíduos de 13 anos podem responder por seus atos. E vai além: a punição aqui não é o cerceio da liberdade, mas o puro e simples olho por olho, dente por dente. A perda de um ente querido sendo punida com a perda de entes queridos. E o crime escolhido para convencer o telespectador é inerentemente datenista: a morte de uma menina, uma criança, filha da vingadora. "E se fosse sua filinha? E se fosse sua irmãzinhã?'' são os questionamentos levantados por aqueles que defendem que todo indivíduo tem completa responsabilidade por seus atos, os defensores da redução da maioridade penal, sempre buscando recursos excessivamente sensacionalistas, com apelo à emoção.
O que temos, no fim das contas, é uma propaganda. Diversos filmes já se utilizaram da temática da vingança, mas este se difere no momento em que escolhe uma adulta x adolescentes, sendo os últimos, os antagonistas. A partir desta escolha, o natural é a condução do espectador à satisfação com a punição dos perpetradores da primeira agressão. Um completo desserviço.
E, com um olhar ainda mais atento, é possível perceber que não foram somente os dois adolescentes os punidos nesta história. Quem acabou pagando com a vida foram suas mães. As ''mães geladeiras" que, negligentes (uma mulher que escolhe o trabalho em detrimento do filho, onde já se viu?), antipáticas, distantes, merecem mesmo é a morte, seguindo a lógica proposta.
Vejam Caché, do Haneke, pra ver o que é um filme de qualidade sobre vingança através da violência. Isso daqui é só autofelação visual pra adolescente edgy emocionado.
Eu sou um estudante de Psicologia quase formado e, confesso, já tive vontade de botar todo meu ódio pra fora em um dia de fúria.
Mas, por mais que quebrar tudo, xingar quem aparecer pela frente e dar murrinho na parede "alivie" o estresse, o efeito disso é momentâneo, não resolve um problema que possui raízes comportamentais muito mais profundas. E, felizmente, é essa a crítica que o filme segue do começo ao fim.
Fico triste de ler comentários de pessoas lamentando o filme ter seguido essa linha, inclusive culpabilizando a ex-companheira do Bill por ser "fraca demais e não saber lidar com o estresse do marido" (sim, eu li isso aqui nessa página). De fato, enquanto componentes do ambiente, todos temos de alguma forma a chance de ajudar alguém a manejar o comportamento agressivo, ou mesmo o extremo oposto disso, que é a falta de assertividade (muito bem retratada através do policial Prendergast). Mas, no final das contas, o único responsável pelo ato é aquele que o comete. E é engraçado como aqueles que vivem criticando os "direitos humanos" e a "proteção às vítimas da sociedade" não pensem duas vezes em sair em defesa de um arquétipo de cidadão de bem que, no fim das contas, não é lá tão bonzinho assim.
Bill não era racista, não era homofóbico, não era xenofóbico. Mas qual não foi a surpresa dele ao se ver sendo igualado a um neonazista? Nossas atitudes dizem tanto sobre nós quanto nossas crenças.
Fotografia e montagem inacreditáveis. A atuação do pequeno Olda igualmente incrível. Esse filme é fantástico, e eu me recuso a acreditar que seja um filme tão pouco conhecido. Isso se deve, em parte, ao afastamento dos países do leste em relação à Europa Central, mas definitivamente esse não deve ser o único motivo. Se por um lado é bastante frustrante saber que um filme desse dificilmente terá o alcance de um 400 Blows da vida, por outro, sinto-me extremamente motivado a continuar explorando a produção cinematográfica em busca de preciosidades como esta. Imensamente recompensador.
Upei uma nova versão desse filme, sem o logo e as falhas que aparecem do meio pro final da versão anterior que postaram mais abaixo: https: //drive .google. com/file/d/1uwsrJFkufCavGrRosOmB2u98_I6FSSNo/view?usp=sharing (removam os espaços)
No começo de 2019, quando eu fazia estágio no fórum criminal da Barra Funda, minha supervisora, uma psicóloga, recebeu em atendimento uma moça que havia sido presa anteriormente por um furto de xampu e que, na prisão, perdeu a visão de um olho. Era justamente a moça retratada nesse documentário. Era um novo processo de furto e, como na situação relatada no documentário, ela claramente se encontrava em um estado de desorganização mental. Ao contrário do começo dos anos 2000, hoje existem as audiências de custódia, o que permitiu que ela pudesse aguardar o andamento do processo em liberdade. Foi encaminhada para a rede de serviços do município e não tivemos mais noticias dela. Como esse processo de 2019 não consta no site do Tribunal de Justiça, acredito que não teve andamento.
Quanto à "doutora" Patrícia Alvares Cruz, responsável pela manutenção da primeira prisão da moça, também tive a infelicidade de conhecer durante meu período de estágio. Não se difere muito do juiz desconectado da realidade entrevistado nesse documentário. Sensatez não é o forte dos dois.
O que eu mais achei interessante neste filme é o fato de que, depois dos dois acidentes, qualquer mínimo detalhe passou a ser ansiogênico. O manusear de um objeto cortante na colheita, o carinho na nova gata, esta passeando pela cama enquanto o casal dormia, o corte de madeiras... Incomoda também pensar que minimas frações de segundo podem desencadear mudanças significativas.
Em um minuto estou planejando viagens. No minuto seguinte, nada disso importa mais pois, veja só, acabei de acidentalmente matar meu gato. Ou então Em um minuto estou pegando frutas em uma árvore para diminuir aos poucos a ojeriza que meu companheiro passou a ter por mim. No minuto seguinte, isso se torna mais complicado pois, veja só, acabei de perder um olho.
Que experiência incrível foi ver esse filme ao ar livre no Auditório do Ibirapuera com orquestra acompanhando ao vivo! Quase cem anos se passaram e O Gabinete do Dr. Caligari continua sendo o cinema em essência.
É incrível o crescimento da personagem Diminga ao longo do filme. Você começa não dando nada por ela e no fim você já a considera uma mulher extremamente marcante. Méritos pra atuação sensacional de Bia Gomes.
Quando o cortejo fúnebre de Sabina passa no horizonte é impossível não lembrar da dança da morte de O Sétimo Selo. Ainda que a influência do cinema europeu sobre essa obra de Sanjinés não possa ser negada, o filme continua carregando uma identidade fundamentalmente latino-americana.
Eu não ficaria surpreso se descobrisse que a senhora que não gostava dos barulhos de panela passasse a ser ela mesma geradora deste tipo de ruído, lá em meados de 2015, 2016.
- Ele é desprezível. - Desprezível? Ele é um imbecil. Mas e daí? Não se julga um escritor pela sua vida. Você o julga pelo seu trabalho. Há um padrão moral diferente aqui. *Kevin Spacey aparece em cena*
Se fosse um filme atual, a gente poderia dizer que se trataria de uma referência de mau gosto. Mas como é um filme de 2003, é só a vida imitando a arte (e saindo em defesa do Kevin Spacey, mas aí já é um problema dela, não tenho nada haver com isso).
Mais uma vez vejo um filme com a Meryl Streep e mais uma vez ela sumiu em cena, dando lugar a sua personagem. É incrível como ela se renova a cada papel, nunca um personagem se assemelha a outro, são todos muito bem encenados, como é neste caso. O filme tinha também Spielberg na direção e Tom Hanks atuando, além de tratar de um tema extremamente relevante nos dias atuais: liberdade de imprensa. Mas infelizmente a história não engrena. Mesmo com uma ou outra frase marcante, o roteiro parece muito travado, quase um episódio qualquer de The Newsroom, só que sem nenhuma empolgação. Aliás, pensei ao longo do filme se o roteiro não cairia melhor nas mãos do Aaron Sorkin, mas depois que vi que ele roteirizou Jogos de Poder, que tem exatamente o mesmo clima que The Post, percebi que não seria a melhor ideia. No fim das contas, acho que o problema foi a ambientação na qual foi desenvolvida a crítica. Escolher Nixon e Guerra do Vietnã é chutar em cachorro morto, tem coisas muito mais contemporâneas e urgentes envolvendo o papel da imprensa, não falta material da Wikileaks para ser usado.
Todo ano a mesma história: Oscar valoriza um filme totalmente fora da zona de conforto do grande público e o pessoal cai em cima, sempre com argumentos pouco elaborados, julgando o filme por aquilo que esperavam dele (e de uma premiação que, sempre bom lembrar, é mais comercial do que artística) e não por aquilo que o filme de fato é.
no decorrer do filme eu ia achando que "a última gargalhada" seria aquela que a vizinhança daria antes de ser brutalmente assassinada pelo velho, depois deste ter sido objeto de chacota e humilhação.
Uma estranha coincidência eu ter assistido a este filme no dia em que Zygmunt Bauman morreu, acabo recapitulando tudo na minha cabeça pela ótica da liquidez das relações humanas. Me envolvo bastante com filmes que optam por usar essa análise (talvez não intencional) se apoiando na relação entre mães, pais e filhos. Nesse caso em específico, me envolvi mais do que o normal, muito pela duração do filme, que é (e não deveria deixar de ser) longa. Nunca vou entender as pessoas sugerindo quanto tempo deveria ser decepado da história como se a pessoa por trás de tudo não tivesse nenhum critério ou forte ligação com a própria obra. Aquarius seria meu filme preferido nas premiações do começo do ano, mas na impossibilidade dele competir, acabo encontrando em Toni Erdmann um ótimo substituto.
Não sei se foi porque ele, ao mesmo tempo em que romantizou, desmantelou a imagem de uma ideologia com a qual simpatizo (e que nem sempre acredito). Não sei se foi porque mostrou os pontos fracos de uma ideologia com a qual antagonizo, em um momento da vida em que sou bastante confrontado com novos ideais e perspectivas de mundo. Não sei se foi pela linda relação familiar retratada. Não sei se foi pelas metáforas e singularidades. Possivelmente por um desses pontos, ou por um pouco de cada um, chorei igual uma criança nos minutos finais. Penso que quando cai uma quantidade significativa de lágrimas dos meus olhos enquanto vejo um filme que não é exatamente triste, ele se torna um dos meus favoritos da vida. Foi o caso de Adeus, Lenin. E com sobras.
Match Point é bom e o Woody Allen tem todo o mérito da direção, mas pera lá, Crime e Castigo? É completamente impossível dissossiar esse filme de O Talentoso Ripley, de onde a trama foi copiada com uma mudança aqui e outra ali. Até procurei saber se era algum remake do livro ou do filme de 99, mas não achei nada. Além disso, não vejo nenhuma intenção do Allen de criar uma intertextualidade com a obra do Dostoiévski, ainda que a sensação de acompanhar o Chris tenha sido a mesma que tive com Raskolnikov.
Se eu soubesse que a trilha sonora seria tão boa não teria demorado tanto pra ver esse filme. Mas daí que tocou Regina Spektor e The Smiths, e eu fiquei o restante inteiro do filme esperando tocar Joy Division depois que vi a camiseta de Unknown Pleasures. Não aconteceu. Frustado estou.
Logo que vi esse cartaz, pensei: "alguém vai morrer". Dito e feito. Fiquei o filme todo esperando pelo desfecho trágico, que aconteceu depois do ótimo desenvolvimento da personalidade das duas personagens principais.
Uma pena que esse filme não seja tão conhecido quanto A Noviça Rebelde, que também é um bom filme.
Confissões
4.2 855Você é um bolsonarista e curtiu esse filme? Esperado, pode seguir scrollando a página.
É um progressista e curtiu o filme? Há uma contradição aqui, e eu vou dizer o porquê.
Trata-se de um filme punitivista. Caso se passasse no Brasil, seria contra convenções e direitos básicos das crianças e adolescentes e de dispositivos como o ECA. Do começo ao fim, defende a premissa de que indivíduos de 13 anos podem responder por seus atos. E vai além: a punição aqui não é o cerceio da liberdade, mas o puro e simples olho por olho, dente por dente. A perda de um ente querido sendo punida com a perda de entes queridos. E o crime escolhido para convencer o telespectador é inerentemente datenista: a morte de uma menina, uma criança, filha da vingadora. "E se fosse sua filinha? E se fosse sua irmãzinhã?'' são os questionamentos levantados por aqueles que defendem que todo indivíduo tem completa responsabilidade por seus atos, os defensores da redução da maioridade penal, sempre buscando recursos excessivamente sensacionalistas, com apelo à emoção.
O que temos, no fim das contas, é uma propaganda. Diversos filmes já se utilizaram da temática da vingança, mas este se difere no momento em que escolhe uma adulta x adolescentes, sendo os últimos, os antagonistas. A partir desta escolha, o natural é a condução do espectador à satisfação com a punição dos perpetradores da primeira agressão. Um completo desserviço.
E, com um olhar ainda mais atento, é possível perceber que não foram somente os dois adolescentes os punidos nesta história. Quem acabou pagando com a vida foram suas mães. As ''mães geladeiras" que, negligentes (uma mulher que escolhe o trabalho em detrimento do filho, onde já se viu?), antipáticas, distantes, merecem mesmo é a morte, seguindo a lógica proposta.
O que se salva é a fotografia.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraFalam que asiáticos são todos iguais mas eu passei o filme todo achando que
a menina que morre no começo do filme era a Jay, e que uma hora ou outra ela ia desistir e acabar "se deixando ser morta".
The Class
4.1 177Vejam Caché, do Haneke, pra ver o que é um filme de qualidade sobre vingança através da violência.
Isso daqui é só autofelação visual pra adolescente edgy emocionado.
Um Dia de Fúria
3.9 895 Assista AgoraEu sou um estudante de Psicologia quase formado e, confesso, já tive vontade de botar todo meu ódio pra fora em um dia de fúria.
Mas, por mais que quebrar tudo, xingar quem aparecer pela frente e dar murrinho na parede "alivie" o estresse, o efeito disso é momentâneo, não resolve um problema que possui raízes comportamentais muito mais profundas. E, felizmente, é essa a crítica que o filme segue do começo ao fim.
Fico triste de ler comentários de pessoas lamentando o filme ter seguido essa linha, inclusive culpabilizando a ex-companheira do Bill por ser "fraca demais e não saber lidar com o estresse do marido" (sim, eu li isso aqui nessa página). De fato, enquanto componentes do ambiente, todos temos de alguma forma a chance de ajudar alguém a manejar o comportamento agressivo, ou mesmo o extremo oposto disso, que é a falta de assertividade (muito bem retratada através do policial Prendergast). Mas, no final das contas, o único responsável pelo ato é aquele que o comete. E é engraçado como aqueles que vivem criticando os "direitos humanos" e a "proteção às vítimas da sociedade" não pensem duas vezes em sair em defesa de um arquétipo de cidadão de bem que, no fim das contas, não é lá tão bonzinho assim.
Bill não era racista, não era homofóbico, não era xenofóbico. Mas qual não foi a surpresa dele ao se ver sendo igualado a um neonazista? Nossas atitudes dizem tanto sobre nós quanto nossas crenças.
Filme excelente.
Viva a República
4.1 3Fotografia e montagem inacreditáveis. A atuação do pequeno Olda igualmente incrível. Esse filme é fantástico, e eu me recuso a acreditar que seja um filme tão pouco conhecido. Isso se deve, em parte, ao afastamento dos países do leste em relação à Europa Central, mas definitivamente esse não deve ser o único motivo.
Se por um lado é bastante frustrante saber que um filme desse dificilmente terá o alcance de um 400 Blows da vida, por outro, sinto-me extremamente motivado a continuar explorando a produção cinematográfica em busca de preciosidades como esta. Imensamente recompensador.
O Beijo no Asfalto
4.1 95Upei uma nova versão desse filme, sem o logo e as falhas que aparecem do meio pro final da versão anterior que postaram mais abaixo: https: //drive .google. com/file/d/1uwsrJFkufCavGrRosOmB2u98_I6FSSNo/view?usp=sharing (removam os espaços)
Bagatela
4.4 16No começo de 2019, quando eu fazia estágio no fórum criminal da Barra Funda, minha supervisora, uma psicóloga, recebeu em atendimento uma moça que havia sido presa anteriormente por um furto de xampu e que, na prisão, perdeu a visão de um olho. Era justamente a moça retratada nesse documentário. Era um novo processo de furto e, como na situação relatada no documentário, ela claramente se encontrava em um estado de desorganização mental. Ao contrário do começo dos anos 2000, hoje existem as audiências de custódia, o que permitiu que ela pudesse aguardar o andamento do processo em liberdade. Foi encaminhada para a rede de serviços do município e não tivemos mais noticias dela. Como esse processo de 2019 não consta no site do Tribunal de Justiça, acredito que não teve andamento.
Quanto à "doutora" Patrícia Alvares Cruz, responsável pela manutenção da primeira prisão da moça, também tive a infelicidade de conhecer durante meu período de estágio. Não se difere muito do juiz desconectado da realidade entrevistado nesse documentário. Sensatez não é o forte dos dois.
Tomcat
3.0 23O que eu mais achei interessante neste filme é o fato de que, depois dos dois acidentes, qualquer mínimo detalhe passou a ser ansiogênico. O manusear de um objeto cortante na colheita, o carinho na nova gata, esta passeando pela cama enquanto o casal dormia, o corte de madeiras...
Incomoda também pensar que minimas frações de segundo podem desencadear mudanças significativas.
Em um minuto estou planejando viagens. No minuto seguinte, nada disso importa mais pois, veja só, acabei de acidentalmente matar meu gato.
Ou então
Em um minuto estou pegando frutas em uma árvore para diminuir aos poucos a ojeriza que meu companheiro passou a ter por mim. No minuto seguinte, isso se torna mais complicado pois, veja só, acabei de perder um olho.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraQue experiência incrível foi ver esse filme ao ar livre no Auditório do Ibirapuera com orquestra acompanhando ao vivo! Quase cem anos se passaram e O Gabinete do Dr. Caligari continua sendo o cinema em essência.
Mortu Nega
4.0 3É incrível o crescimento da personagem Diminga ao longo do filme. Você começa não dando nada por ela e no fim você já a considera uma mulher extremamente marcante. Méritos pra atuação sensacional de Bia Gomes.
Encontrei o torrent + legenda no Making Off
Ukamau
4.0 4Quando o cortejo fúnebre de Sabina passa no horizonte é impossível não lembrar da dança da morte de O Sétimo Selo. Ainda que a influência do cinema europeu sobre essa obra de Sanjinés não possa ser negada, o filme continua carregando uma identidade fundamentalmente latino-americana.
Custódia
4.2 157 Assista AgoraPosso estar me empolgando muito, mas:
esse filme é aquilo que O Iluminado, do Kubrick, pretendeu ser. E se saiu muito melhor.
Só o tic tac do relógio dirá se eu estou sendo exagerado.
Ratatouille
3.9 1,3K Assista AgoraMasterChef Amadores
MasterChef Profissionais
MasterChef Junior
No aguardo de MasterChef Ratos
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraEu não ficaria surpreso se descobrisse que a senhora que não gostava dos barulhos de panela passasse a ser ela mesma geradora deste tipo de ruído, lá em meados de 2015, 2016.
O Mundo de Leland
3.9 119- Ele é desprezível.
- Desprezível? Ele é um imbecil. Mas e daí? Não se julga um escritor pela sua vida. Você o julga pelo seu trabalho. Há um padrão moral diferente aqui.
*Kevin Spacey aparece em cena*
Se fosse um filme atual, a gente poderia dizer que se trataria de uma referência de mau gosto. Mas como é um filme de 2003, é só a vida imitando a arte (e saindo em defesa do Kevin Spacey, mas aí já é um problema dela, não tenho nada haver com isso).
The Post: A Guerra Secreta
3.5 607 Assista AgoraMais uma vez vejo um filme com a Meryl Streep e mais uma vez ela sumiu em cena, dando lugar a sua personagem. É incrível como ela se renova a cada papel, nunca um personagem se assemelha a outro, são todos muito bem encenados, como é neste caso.
O filme tinha também Spielberg na direção e Tom Hanks atuando, além de tratar de um tema extremamente relevante nos dias atuais: liberdade de imprensa. Mas infelizmente a história não engrena. Mesmo com uma ou outra frase marcante, o roteiro parece muito travado, quase um episódio qualquer de The Newsroom, só que sem nenhuma empolgação.
Aliás, pensei ao longo do filme se o roteiro não cairia melhor nas mãos do Aaron Sorkin, mas depois que vi que ele roteirizou Jogos de Poder, que tem exatamente o mesmo clima que The Post, percebi que não seria a melhor ideia.
No fim das contas, acho que o problema foi a ambientação na qual foi desenvolvida a crítica. Escolher Nixon e Guerra do Vietnã é chutar em cachorro morto, tem coisas muito mais contemporâneas e urgentes envolvendo o papel da imprensa, não falta material da Wikileaks para ser usado.
Trama Fantasma
3.7 805 Assista AgoraTodo ano a mesma história: Oscar valoriza um filme totalmente fora da zona de conforto do grande público e o pessoal cai em cima, sempre com argumentos pouco elaborados, julgando o filme por aquilo que esperavam dele (e de uma premiação que, sempre bom lembrar, é mais comercial do que artística) e não por aquilo que o filme de fato é.
A Última Gargalhada
4.2 104 Assista AgoraConfesso que prefiro meu final alternativo:
no decorrer do filme eu ia achando que "a última gargalhada" seria aquela que a vizinhança daria antes de ser brutalmente assassinada pelo velho, depois deste ter sido objeto de chacota e humilhação.
As Faces de Toni Erdmann
3.8 257 Assista AgoraUma estranha coincidência eu ter assistido a este filme no dia em que Zygmunt Bauman morreu, acabo recapitulando tudo na minha cabeça pela ótica da liquidez das relações humanas. Me envolvo bastante com filmes que optam por usar essa análise (talvez não intencional) se apoiando na relação entre mães, pais e filhos. Nesse caso em específico, me envolvi mais do que o normal, muito pela duração do filme, que é (e não deveria deixar de ser) longa. Nunca vou entender as pessoas sugerindo quanto tempo deveria ser decepado da história como se a pessoa por trás de tudo não tivesse nenhum critério ou forte ligação com a própria obra.
Aquarius seria meu filme preferido nas premiações do começo do ano, mas na impossibilidade dele competir, acabo encontrando em Toni Erdmann um ótimo substituto.
Adeus, Lenin!
4.2 1,1K Assista AgoraNão sei se foi porque ele, ao mesmo tempo em que romantizou, desmantelou a imagem de uma ideologia com a qual simpatizo (e que nem sempre acredito). Não sei se foi porque mostrou os pontos fracos de uma ideologia com a qual antagonizo, em um momento da vida em que sou bastante confrontado com novos ideais e perspectivas de mundo. Não sei se foi pela linda relação familiar retratada. Não sei se foi pelas metáforas e singularidades. Possivelmente por um desses pontos, ou por um pouco de cada um, chorei igual uma criança nos minutos finais. Penso que quando cai uma quantidade significativa de lágrimas dos meus olhos enquanto vejo um filme que não é exatamente triste, ele se torna um dos meus favoritos da vida. Foi o caso de Adeus, Lenin. E com sobras.
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraOra ora temos vários xeroque rolmes aki.
Ponto Final: Match Point
3.9 1,4K Assista AgoraMatch Point é bom e o Woody Allen tem todo o mérito da direção, mas pera lá, Crime e Castigo? É completamente impossível dissossiar esse filme de O Talentoso Ripley, de onde a trama foi copiada com uma mudança aqui e outra ali. Até procurei saber se era algum remake do livro ou do filme de 99, mas não achei nada.
Além disso, não vejo nenhuma intenção do Allen de criar uma intertextualidade com a obra do Dostoiévski, ainda que a sensação de acompanhar o Chris tenha sido a mesma que tive com Raskolnikov.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraSe eu soubesse que a trilha sonora seria tão boa não teria demorado tanto pra ver esse filme.
Mas daí que tocou Regina Spektor e The Smiths, e eu fiquei o restante inteiro do filme esperando tocar Joy Division depois que vi a camiseta de Unknown Pleasures. Não aconteceu. Frustado estou.
Narciso Negro
4.0 80 Assista AgoraLogo que vi esse cartaz, pensei: "alguém vai morrer". Dito e feito. Fiquei o filme todo esperando pelo desfecho trágico, que aconteceu depois do ótimo desenvolvimento da personalidade das duas personagens principais.
Uma pena que esse filme não seja tão conhecido quanto A Noviça Rebelde, que também é um bom filme.