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Maria Della Costa

Nomes Alternativos: Gentile Maria Marchioro

52Número de Fãs

Nascimento: 1 de Janeiro de 1926 (89 years)

Falecimento: 24 de Janeiro de 2015

Flores da Cunha, Rio Grande do Sul - Brasil

Gentile Maria Marchioro Della Costa, filha de imigrantes italianos, nasce no dia 1 de janeiro de 1926, na cidade de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, estuda em colégio de freiras, quando é descoberta na rua pelo jornalista Justino Martins, e vai parar na capa da Revista Globo. Orientada pelo produtor e primeiro marido Fernando de Barros, vai morar no Rio de Janeiro e estreia como show-girl no Cassino Copacabana, a seguir tornando-se modelo da tradicional Casa Canadá, onde conquista o título de “Primeira Manequim do País”. Em 1944, estreia no teatro em A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, a convite de Bibi Ferreira.
Vai em seguida para Portugal, onde estuda arte dramática com a atriz Palmira Bastos, no Conservatório de Lisboa, residindo nesse país por três anos em companhia de seu marido. De volta ao Brasil, é contratada pelo grupo Os Comediantes. Dirigida por Ziembinski, começa a brilhar em espetáculos que marcam a cena brasileira, como: Rainha Morta, de Henry de Montherlant (1946), peça na qual conhece seu segundo marido, o ator Sandro Polloni, sobrinho da atriz Itália Fausta. Seguem-se Terras do sem Fim, de Jorge Amado; Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues; e Não Sou Eu, de Edgard da Rocha Miranda – todas montagens realizadas em 1947. Com Sandro, funda em 1948 o Teatro Popular de Arte, que inicia suas atividades no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, com a peça Anjo Negro, de Nelson Rodrigues.
Em 1954 inauguram sua própria casa de espetáculos, o Teatro Maria Della Costa. O teatro é projetado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e torna-se, então, um dos mais modernos espaços cênicos de São Paulo. Para a estreia é convidado o italiano Gianni Ratto, que dirige O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh. No papel de Joana D’Arc, tem desempenho de forte empatia com a plateia, emociona público e crítica e a peça torna-se um dos pontos altos de sua carreira. Ao seu lado aparecem Sérgio Britto, Fernanda Montenegro, Eugênio Kusnet, Wanda Kosmo e Manoel Carlos, hoje o famoso autor de telenovelas.
Sandro Polloni cria um repertório considerado um dos melhores do teatro brasileiro, trazendo para a cena autores como Máximo Gorki, Tennessee Williams, Georges Feydeau, Jean Paul Sartre, Jorge Andrade, Carlo Goldoni e Bertolt Brecht. Montagens importantes fazem parte deste repertório: Tobacco Road, de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948); A Prostituta Respeitosa, de Sartre (1948); Com a Pulga Atrás da Orelha, de Feydeau (1955); A Moratória, de Jorge Andrade (1955); Rosa Tatuada, de Tennessee Williams (1956); A Alma Boa de Setsuan, de Brecht (1958), entre outros. Em sua fase áurea a companhia chega a manter 40 atores em cena.
Seguem para a Europa e excursionam por Portugal, Espanha e Itália. O espetáculo Gimba – Presidente dos Valentes, de Gianfrancesco Guarnieri, com direção do estreante Flávio Rangel, representa o Brasil, em 1960, no Festival do Teatro das Nações, na França, onde é premiado. Em Roma, obtêm êxito total no Teatro Quirino. Fazem excursões em caráter de estudo, visitam Alemanha, China e Rússia. Em 1963 ficam 45 dias com casas lotadas em Buenos Aires, onde se apresentam no Teatro Astral com Pindura saia, de Graça Mello. No mesmo ano inauguram o Teatro Leopoldina, em Porto Alegre.
Arthur Miller
Ao visitar Nova York conhece o autor Arthur Miller e dele traz, para comemorar os dez anos de seu teatro (1964), a famosa peça Depois da Queda. Texto autobiográfico, cuja ação se passa na mente de Quentin (Paulo Autran), a peça faz uma autoanálise do seu comportamento, o dos amigos e o das três mulheres com quem viveu: uma intelectual interpretada por Márcia Real, uma jornalista vivida por Teresa Austregésilo e uma artista, Maggie, inspirada em Marilyn Monroe, que foi casada com Miller, papel entregue à Maria Della Costa. Dirigida mais uma vez por Flávio Rangel, seu desempenho como Maggie/Monroe é aclamado por público e crítica, e sua presença magnetizante em cena assemelha-se à imagem glamourosa e sofrida da personagem real. Com o mesmo diretor faz também os espetáculos Homens de Papel, de Plínio Marcos (1967), e Tudo no Jardim, de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema, trabalha em diversos filmes, como O Cavalo 13 (1946) e O Malandro e a Grã-fina (1947), ambos sob a direção de Luiz de Barros. Com Fernando de Barros roda Inocência (1949); Caminhos do Sul (1949), ao lado de Tônia Carrero; e Moral em Concordata (1959). É dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado Areião (1952), produção da Maristela Filmes.
Em televisão, participa de poucos trabalhos, mas com notoriedade. Na inovadora novela Beto Rockfeller, TV Tupi, 1968, é Maitê, uma grã-fina solitária que é seduzida pelo famoso bicão, protagonista interpretado por Luiz Gustavo. Na TV Globo, atua em Estúpido Cupido (1976) e Te contei? (1978). No SBT, aparece em participação especial no primeiro capítulo de Brasileiras e Brasileiros (1990), a convite de Walter Avancini. No cinema esteve no documentário ''A Mochila do Mascate'' de (2005).
Sempre admirada por sua beleza, é retratada por célebres artistas, como o escultor Brecheret e os pintores Di Cavalcanti e Djanira. Em 2002 é homenageada pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural.
Em seus últimos anos de vida, residia no município fluminense de Parati, onde administrava seu hotel.
Faleceu aos 89 anos de idade, vítima de edema pulmonar agudo.
A alta classe e a elegância natural que sempre qualificaram os seus desempenhos deixaram uma marca indelével: trata-se de uma das grandes damas da história do teatro brasileiro.

Cônjuge: Sandro Polloni (desde 1946), Fernando de Barros (de 1941 a 1945)

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