Desde cedo, Marian Kovacs aprendeu que não é fácil ser cigano na Tchecoslováquia. Em 1975, aos três anos de idade, foi retirado da companhia da família, considerada pelas autoridades como incapaz de fornecer-lhe uma educação 'convencional'. Vítima de uma política radical de assimilação, o menino foi colocado num orfanato. Incapaz de falar o idioma tcheco e sem noções sobre higiene, é discriminado de imediato. Punido, espancado, explorado, inicia sua ronda de instituição em instituição, passando por uma escola para deficientes mentais e, depois, um reformatório. A eventual confiança numa monitora é fonte de uma nova decepção para Marian. Ele acaba ferindo a mulher e sendo conduzido a uma prisão. Aos 22 anos, ele nunca foi capaz de desenvolver um único vínculo afetivo duradouro.