A série Fallout é muito bem-feita. Sobre isso, não há o que falar. Logo, se você gosta desta temática e ambientação, assista.
O gosto amargo que fica, para mim, tem a ver com a indústria do audiovisual que, no passado, não dava lá muito atenção para adaptar franquias baseadas em games ou quadrinhos. E, no caso das exceções, geralmente não havia um investimento tão grande. Hoje, com a crise de criatividade, não pensam duas vezes e saturam ambos: tanto no Cinema quanto nas séries de TV / streaming, numa fórmula fácil, previsível e que tira a diversidade de temas que existia outrora.
Voltando à série, sua fotografia, tomadas abertas e locações são impressionantes. Muitos frames soam como verdadeiros quadros ou wallpapers.
A fidelidade visual aos games (joguei apenas Fallout 3) é impressionante. Particularmente, acho que apenas a Power Armor deixou um pouco a desejar em seu design, soando muito simétrica (pelo que lembro, as ombreiras e peitoral eram maiores, dando maior imponência aos knights da Brotherhood of Steel.
Um ponto que incomoda muito é a mania que há nas produções estadunidenses de
insistir que personagens de capacete fechado mostrem seu rosto a todo momento. Seja de modo literal ou naquela visão interna estilo Homem de Ferro. Isso quebra muito a suspensão de descrença, ainda mais num contexto de perigo constante no qual os personagens estão inseridos. Vale aqui a comparação entre Juiz Dredd de Stallone e o de Karl Urban.
A linha narrativa é interessante. Particularmente, gostei de como ela se desenrola, alternando entre os três personagens principais, assim como o elo com o passado que um deles carrega. Contudo há uma possível falha de roteiro a respeito do personagem
Bert (originário da Vault 32), marido de Steph. Pelo contexto, dá a entender que ele estava na Vault 33 há menos de dois anos (chutaria um ano, no máximo). Desta forma, como ele não notou nada de errado com os visitantes (invasores) da Vault 32 quando Lucy se casa?
não vou dizer que estraga a experiência da série (não guardei nenhum hype ou expectativa), mas soa bem tosco e não muito verossímil. Vamos ver como será trabalhado e melhor esclarecido na segunda temporada.
De todo modo, uma ótima série. Algo que dificilmente veríamos fora do modelo de streaming. Para quem gosta majoritariamente destes tipos de adaptação, talvez estejamos na "Era de Ouro" delas. Mas sempre há o risco de uma saturação e perda de rumo, como aconteceu com os filmes de super-heróis. Sobretudo, pelo fato de que tudo é guiado pelo interesse de acionistas (lucro) e não necessariamente em entregar um bom conteúdo
Temporada bem doida. Depois que assisti o episódio The Car Pool Lane, por acaso, fui pesquisar sobre a série como um todo (pois nunca ouvi falar desta série no Brasil, nem pessoalmente, nem por indicações de blogs ou canais... só conhecia a música do meme e não fazia ideia que pertencia à série). Eis que vejo um vídeo de um canal brasileiro, recomendando a série e dando a informação que, justamente neste episódio, ela salvou um homem do corredor da morte. Isso mesmo: um homem acusado de um brutal assassinato foi preso injustamente e, no dia do crime, ele estava no estádio, assistindo ao jogo de baseball. Seu advogado pegou o arquivo bruto das gravações e conseguiu encontrar seu cliente nas arquibancadas. Isso o inocentou!
No mais, foi bem legal a construção da temporada, com várias "subtramas", não só o musical na broadway como também o presente de aniversário de 10 anos de casamento, hahaha.
Grata surpresa esta série. Que roteiro bem amarrado! Acho que o melhor episódio nesse sentido é o nono. Que maestria!
PS: Nunca tinha ouvido falar de Curb Your Enthusiasm, a decobri de forma bem inusitada: numa entrevista com a banda At The Gates, numa daquelas "bus tour invasion", a repórter vê o aparelho de TV e pergunta o que assistem, daí o baterista indica a série. Fiz bem em checar.
Se você espera ver nada menos que um tokusatsu extremamente fiel ao de 1987, com um monstro por episódio, transformação coreografada e terminando sempre com um rider kick ou rider punch, recomendo fortemente que você (re)assista... A série de 1987.
Agora, se você não encara a franquia de maneira dogmática e está disposto a fazer concessões, talvez seja uma grata surpresa como foi para mim.
Trata-se de uma comemoração de 50 anos da franquia Kamen Rider e de 35 anos de Kamen Rider Black (ou Black Kamen Rider, como ficou mais conhecido no Brasil). Mas a proposta aqui é um pouco diferente, menos episódios (10 contra 51), com maior duração (45 ao invés de 25 minutos) e o principal: narrativa e classificação etária diferentes.
A impressão é a de que Black Sun é voltada aos fãs da série de 1987, mas com a mentalidade e a maturidade que possuem agora em 2022 e não para jovens de 12 anos, como antes. Aliás, a série possui classificação +18. Isso fica bem claro com a violência explícita, o famoso "gore" dos filmes de trash e de horror. Assim como nos temas político-sociais discutidos.
É uma narrativa mais lenta, talvez até arrastada, que dá mais ênfase nas revelações a conta-gotas da trama do que pela ação. E talvez por isso, quando esta última vem à tona, cause tanto impacto. Há também o uso de, pelo menos, duas linhas temporais que remontam à vida pregressa de alguns personagens e organizações.
Também é notável como a série mostra as características positivas e negativas de cadaum dos personagens, fugindo do maniqueísmo batido, deixando claro que a classificação indicativa não se resume ao "gore".
No quesito referências, além daquelas da própria franquia (recomendo que não vejam trailers e afins, para não estragar ótimas surpresas), identifiquei também outras. Citarei apenas as obras para não dar spoiler de outros filmes, séries e livros:
- Corra; - Expresso do Amanhã; - Soylent Green; - Distrito 9; - Estação Perdido (China Méville); - entre outros.
Há também referências a eventos históricos, antigos e recentes.
Quanto aos efeitos visuais / especiais, talvez cause um certo estranhamento, principalmente nas fantasias e armaduras. Mas para quem consegue abstrair isso e encarar como algo mais representativo e menos "realista", irá tirar bom proveito. Os eventos e conflitos são bem pesados e deixam uma atmosfera bem tensa na maior parte do tempo (o que, para mim, não permitiu que a série caísse num tom de galhofa).
O que deixou a desejar mesmo foi a trilha sonora. O tema principal, repetido à exaustão, soa um tanto enjoativo. Já a sonoplastia, em que pese a falta de alguns efeitos marcantes como os da série antiga, traz a parte grotesca bem característica dos filmes de body horror, como aqueles do diretor David Cronenberg.
Vale destacar também o roteiro. Ainda que o enredo seja um tanto confuso, percebemos que várias pontas soltas vão sendo amarradas aos poucos. Valorizando tudo aquilo que é construído nas partes mais "arrastadas". É um recurso que estou mais acostumado a ver no Cinema, mas que irá presentear aqueles que prestam atenção nos detalhes mais sutis.
Minha intenção era assistir de forma mais espaçada. Mas os últimos episódios empolgam bastante. Para quem assistiu a série de 1987 e gosta de nostalgia, há uma bela homenagem que será facilmente reconhecida (fora os easter eggs espalhados).
Kamen Rider Black Sun é bem diferente de Kamen Rider Black em sua estrutura narrativa, mas é bem satisfatória para quem quer ver algo inovador e atual; não apenas um "fan service". Recomendo aos fãs de ficção científica com teor mais "biológico".
Uma das minhas séries favoritas, no rol das melhores que já vi. Uma pena que seja tão pouco conhecida e parece não estar em nenhum serviço de streaming. Se encontrar DVD/Blu-Ray, devo adquirir.
Hoje, lembrei dela ao ler comentários sobre o final do filme "Guerra ao Terror" (Hurtlocker) [não dar nenhum spoiler dele, podem ficar tranquilos]. Acho incrível como ambos são bem "parecidos", como se fosse um prisma diametralmente oposto. Parece-me que cada personagem tomou a mesma decisão, dentro do que era possível em sua realidade.
OK, gosto é algo BEM subjetivo, mas como é difícil encontrar algo que me desperte o mínimo de interesse nas grandes plataformas de streaming. Felizmente, de vez em quando, aparecem gratas surpresas como o filme "Vast of Night" e agora é a vez da série "Resident Alien". Se você é fã de Ficção Científica, vale a pena conferir!
Em meio a avalanche de adaptações de HQs com temática de super heróis, temos aqui uma ótima curadoria da arte sequencial. Um enredo bem envolvente, o qual me proporcionou algo raro: uma maratona. Algo que não fazia desde a primeira temporada de Stranger Things.
Um detalhe "bobo", mas que considero uma excelente amostra de bom roteiro:
Pizza! Ao longo dos episódios temos diálogos que vão construindo esse gancho: Darcy e seu colega de trabalho nas montanhas conversam sobre um restaurante que fechou. Falam de uma suposta traição entre o marido e mulher que tocavam o negócio e que um deles irá abrir uma Pizzaria. Depois, quando Harry se aproxima de Max questiona por que os humanos dobram a Pizza para comê-la. O garoto explica que é mais prático para comer e que, se não fizer isso, ela fica caindo. Finalmente, num momento mais dramático, quando Harry vai acionar o dispositivo de extinção da humanidade, ouve o anúncio da inauguração da pizzaria anteriormente mencionada! Qual não foi a minha satisfação ao prever e confirmar ele dobrando a pizza! :-) Depois, há um certo abuso e desgaste dessa referência, mas esses três pontos que citei convergem muito bem! Pode parecer besteira mas, para mim, foi o ponto mais alto da série! O qual me fez sentir que tais cenas e diálogos não estavam ali à toa.
Nem tudo são flores: há muitos pontos que considero dignos de crítica. Primeiro, o que chamo de "novelização" das séries. Isso é muito relativo, mas aqui acho que a exploração excessiva de dramas pessoais de vários (núcleos de) personagens soou como encheção de linguiça. Eles tomam muito tempo de tela, soam piegas e não são o suficiente para que eu me importe com eles. Acho que a temporada é muito curta para algo assim. Talvez funcionasse numa temporada de uns 20-24 episódios e olhe lá...
Segundo, (o excesso de) flashbacks. Acredito que na HQ tal recurso funcione melhor e contribua com a narrativa. Numa temporada de 10 episódios (que poderiam ser apenas seis!) tomam muito tempo e deixam a série arrastada, além de tirar a aura de mistério (algo que poderia ser revelado aos poucos, em novas temporadas).
Em suma, não sei se esses pontos negativos também estão na HQ, mas acho que faltou coragem de fazer algo mais de nicho (vale lembrar, a série é do canal "SyFy"... SciFi, entende?) e não gastar recursos tentando preencher requisitos de "série que agrada todos". O modelo de negócio dos streamings já mostrou que isso é possível.
Voltando aos elogios, a abertura possui algumas artes, com desenhos mostrando comportamentos adequados e inadequados (para seres humanos), trazendo situações hilárias da adaptação de Harry. Esse tipo de humor, no estilo tentativa e erro (como no filme Oldboy) poderia ter sido melhor explorado, gastando mais tempo nessa jornada de Harry ao invés de desperdiçá-lo com dramas batidos e clichês que vemos chegar a 1 quilômetro de distância. Isso contribui para ver as coisas do ponto de vista dele e refletir sobre nossas convenções sociais, seja para concordar ou para criticá-las.
O filme já trazia uma mensagem bem séria no final. Esta série veio reforçar isso e, para mim, está mais para um serviço de utilidade pública do que entretenimento.
Não sabia de certos detalhes da estratégia ardilosa de Trump. É incrível como o nosso presidente está usando a mesma tática: lançar desconfiança sobre o sistema de votação e já cantar a bola de que, se perder a próxima eleição, foi fraude.
Também pude notar como grandes emissoras do Brasil (em especial uma de rádio) atuam de forma semelhante (e absurda) por aqui também, dando visibilidade e credibilidade para teorias da conspiração.
Série "OK", legalzinha como um todo. Mas o episódio 2 é muito acima da média. Não só pelo Rafael Portugal, mas por todo elenco e roteiro, sem contar o final genial.
Sempre gostei de concept art futurista. A ideia de ver aquela imagem estática e tentar imaginar como seria aquele universo sempre me intrigou. Tales From The Loop materializou esse exercício mental.
Visualmente, muito bem feita, fazendo jus às paisagens do livro que lhe deu origem. O enredo, com episódios independentes e com pontos de intersecção, darão a chance (aos que se permitirem) de apreciar cada um deles com calma, assistindo um por dia.
Com isso, dando tempo necessário para contemplar, pensar e refletir. E, aí sim, talvez perceber o que a série nos ensina: que a única coisa constante na vida é a mudança. Seja ela climática, de amores, humores, saúde.
não o que aquela professora revelou ser, mas a forma como o fez.
Para quem gostou da série, seja pela temática, seja pela forma de construção dos episódios recomendo, respectivamente: o filme De Caso Com o Acaso (Sliding Doors, 1998) e a mini série Run (2013).
"Uma sociedade cresce bem quando homens velhos plantam árvores que vão criar uma sombra na qual eles nunca se sentarão".
Comecei a prestar atenção no trabalho de Ricky Gervais desde o filme "O Primeiro Mentiroso / A Invenção da Mentira". Virei fã dele depois de assistir Derek e, logo, resolvi revisitar The Office (britânico, é claro).
Confesso que não gostei tanto como as outras. Na verdade, achei mediana/regular. Mas deixo claro que, apesar das críticas a seguir, faço a ressalva que posso carecer de um componente que talvez provoque uma experiência bem diferente ao assistir: que eu sabia, não tenho e nunca tive depressão. Dito isto, vamos lá:
Senti falta de profundidade nos outros personagens. Senti falta de cenas que focassem mais neles. A impressão é de que todos servem apenas de "escada" para Tony (Gervais). Claro: há a possibilidade de ser proposital, no sentido de demonstrar como uma pessoa depressiva fica apática em relação ao que está a seu redor.
Outra coisa que me incomodou um pouco foi a repetição de alguns atores que estiveram em Derek, é um pouco difícil desvinculá-los e, comparado com a série anterior, não entregam mais na atuação.
Já quanto ao texto, por mais que os outros personagens não sejam tão envolventes, temos ótimas citações:
Na conversa com Anne: - Não estamos aqui só por nós, mas pelos outros também. - Não creio em Deus e nessas coisas. - Nem eu, um monte de bobeira. Tudo que temos é um ao outro. Temos que nos ajudar a passar pelas dificuldades até morrermos, até tudo acabar. Não tem por que sentirmos pena de nós mesmos e fazermos os outros infelizes. É melhor se matar se você se sente assim.
...
A prost... profissional do sexo: - Nem todos querem te avacalhar, Tony. A maioria das pessoas é boa. Elas só estão tendo um dia ruim. Às vezes elas não se adaptam ou estão ocupadas, tentando sobreviver. Coisas ruins acontecem com pessoas boas, coisas boas acontecem com pessoas más. E às vezes... não é culpa de ninguém.
E claro, a bela citação de Anne, com a qual abri este comentário.
Só estas duas conversão dão muito o que refletir e pensar. Quando uma pessoa está triste, mal-humorada cotidianamente, ela pode pensar que está afetando só a si, mas não: afeta a todos que estão a sua volta, inclusive aqueles outros que tem tantos ou mais problemas, mas que se doam para tentar ajudar.
Como diria Francis Bacon, em de seus ensaios (vou fazer paráfrase, não citação literal): A amizade corta pela metade os problemas e multiplica por dois as alegrias.
Quanto a frase da profissional, durante muito tempo tive esse pensamento de presumir que todos a minha volta estavam querendo tirar vantagem e via com desconfiança "supostos" atos de gentileza. Ou então não era muito tolerante com pessoas que faziam algo que me chateava. Mas eis a sabedoria da profissional ao dizer que tais coisas, muitas vezes não tem uma pessoa específica para culpar, simplesmente é algo que acontece. E se formos um pouco mais tolerantes, uma palavra de encorajamento, um incentivo podem salvar o dia daquela pessoa que já está quase jogando a toalha.
PS: Quanto ao nome da série, eu também não gostei. Mas para quê perder tempo com isso? Simplesmente podemos ignorá-lo. É isso que fiz, nas minhas notas aqui, omitindo o título em português. :-)
Pensei que já estava na terceira, hehe (acho que me confundo com a temporada em que ele aparece no Demolidor). Não assisti nem a primeira ainda... (e, olha quem está escrevendo!). Quando a Netflix resolve me dar um mês de graça de novo, quem sabe... por hora, vou ler algum encadernado que comprei em sebo e ainda não li, hahaha.
Caramba... sempre cito Prison Break como um dos poucos exemplos de séries americanas em que tiveram a coragem de colocar um ponto final, mesmo com "apenas" 4 temporadas. E com um final bem categórico e corajoso. 7 anos depois, vem alguém "exumar" a série... pode até vir a ser boa esta nova temporada, mas perdeu toda credibilidade :-(
Pelo que vi, a prisão agora é no Yemen. Se é para avacalhar, que façam então cada temporada na prisão de um país diferente. A próxima pode ser em Bangu ou no COMPAJ
Assisti a série quando estava sendo exibida nos EUA, uma pena que tenha sido cancelada! :-( Para quem gostou, recomendo uma leitura: As Cavernas de Aço (Isaac Asimov), acredito que a série se inspirou, em partes, nele. Li recentemente e deu vontade de reassistir a série, acabei de rever o primeiro episódio, 2 ou 3 anos depois, continua ótima!
A primeira parte bem pra baixo e a segunda, dando uma certa levantada no moral, até que, no final... Melhor cena sem dúvidas, é quando foca no presente aberto no taxi, com o desenho e a frase. Me fez lembrar muito de Jerry Maguire.
Esta série é muito subestimada ou, até mesmo, "mal entendida". Vai muito além da comédia, chegando no terreno do drama.
Já passei dos 30 e entendo perfeitamente essas "crises" que misturam carreira, estudos, vida pessoal etc. Já trabalhei em um escritório de uma multinacional e posso dizer: a série reflete exatamente a realidade desses locais!
Assistindo pela segunda vez (após a minha passagem por esse escritório) fiquei perplexo com a semelhança do que vivi e o que é mostrado na série!
Com a crise já rolando no ano passado, presenciei a demissão do gerente do escritório.
Ele era do tipo que gostava de ficar brincando (não tanto) e sempre que alguém brincava com ele, não gostava e ficava sério. Quando foi demitido, teve a mesma negação... bizarro, o cara vivia em função da empresa, não conseguiu "desligar". Não tinha endereço de e-mail ou número de celular pessoais, teve que chamar o cara de TI para ajudar a exportar todos os seus contatos, pois iria devolver o celular da empresa (o único que possuía!)
Ricky Gervais é o cara! Confesso que não curti tanto da primeira vez que assisti a primeira temporada. Mas depois de ver outras séries britânicas, entre elas, Derek (também de Gervais) pude apreciar melhor.
Acho que a nossa idade também afeta a percepção. Já passei dos 30 e entendo perfeitamente essas "crises" que misturam carreira, estudos, vida pessoal etc. Já trabalhei em um escritório de uma multinacional e posso dizer: a série reflete exatamente a realidade desses locais!
Assistindo pela segunda vez (após a minha passagem por esse escritório) fiquei perplexo com a semelhança do que vivi e o que é mostrado na série! Quanto as comparações. Não assisti a versão Americana. De qualquer forma, acho que todos devem respeito a série original britânica, se não fosse ela, não haveria a outra. E deixo meus agradecimentos aos britânicos, por saberem dizer "adeus" e valorizarem meu tempo (2 temporadas + 1 especial de natal X 9 temporadas...)
Achei a temporada inferior às outras. Porém, já não é mais possível ter o efeito surpresa, ineditismo que tivemos antes. Apesar disso, continua sendo uma ótima série.
Dica: para quem ainda não viu ou não assistiu todos episódios e quiser terminar a temporada em alto nível, deixe para assistir o episódio
Duas coisas me chamaram a atenção neste episódio: a crítica à tecnologia e ao ser humano. A primeira, na forma da Obsolescência Programada e como o excesso de recursos pode ir na contramão do objetivo pelos quais foram criados. O carro antigo, pelo que entendi, já se tratava de um veículo autônomo. Mas por estar configurado com o idioma em russo, Lacie não conseguiu alterar a linguagem do menu e programá-lo (algo que fez recordar de vários casos que presenciei de vídeo games que eram ligados em TV Full HD e, depois, ao serem ligados de volta a uma TV 720p, não davam imagem, pois ficavam com a última configuração de vídeo, causando grande transtorno...). Sobre a Obsolescência programada, o plug de abastecimento incompatível com seu carro. Acompanho os aparelhos eletrônicos desde os anos 90 e vejo a salada que são os plugues: redondos, achatados, com dois pinos, três pinos, dois pinos chatos e um redondo, três pinos redondos... Quantas vezes somos surpreendidos por um plug/tomada que não é compatível como nosso novo aparelho?
A segunda coisa que me chamou atenção foi o comportamento humano em sociedade. Sou um dos críticos das redes sociais, acho sim que são carregadas de superficialidade, muito voltadas ao ego etc. Mas o final do episódio me fez enxergar, o que talvez seja óbvio, mas de um ponto de vista bem interessante: que essa negatividade, falsidade, jogo de aparências etc. estão presentes muito antes da internet existir. Já temos presentes em nossa sociedade os Likes, estrelinhas e compartilhar de outras formas. É muito comum ver pessoas elogiando outras, puxando o saco, somente para conseguir uma promoção no trabalho ou conseguir entrar num círculo social. O que não falar do famoso "networking"? E quantos não ficam assistindo séries, novelas, futebol (mesmo sem gostar) só para se "enturmar", estar incluído nas conversas do momento?
Esse episódio, com certeza, deve ter outros significados e mensagens que não captei. Mas o que me chamou atenção foi o fato do cara viajar o mundo inteiro, mas sempre tirando selfies, registrando tudo. A impressão que fica é que, para determinadas pessoas, se você for a algum lugar, fizer algo incrível, mas não tiver um registro é como se não o tivesse feito, como se não tivesse relevância. E a cicatriz no braço, causada pelo chifrada do touro, mostra também que certas pessoas consideram mais importante ter o registro, uma história para contar depois, do que vivenciar e aproveitar a experiência daquele momento.
E, claro: mostra o quanto as pessoas colocam sempre o prazer antes do esforço. O Bônus antes do Ônus. Todos querem as vantagens, mas não querem as desvantagens inerentes de certas práticas. Ele topa entrar na simulação, levar sustos etc. Mas crente de que não corre risco algum de morrer.
Este, com certeza, é o episódio mais forte. Sobretudo, por jamais revelar quem está puxando os cordéis. E, nele, não há nenhuma extrapolação de tecnologia: celulares, notebooks, drones etc. Vale lembrar aquela selfie de Zuckenberg tirou e, ao fundo, seu notebook com silvertape na câmera e microfone.
Talvez o único episódio mais singelo e positivo. O achei bem arrastado e, não fosse a ambientação dos anos 80, seria difícil manter o interesse. Levanta sutilmente a questão da eutanásia e o direito de morrer de forma digna. Para quem gosta de games, recomendo dar uma checada num jogo chamado "To The Moon", bem simples e extremamente curto (que quase não é um jogo, mais como se fosse um filme interativo).
Bem arrastado, não muito empolgante, mas com bons efeitos visuais e uma temática militar que agrada os fãs de FPS. É um bom exemplo de mensagem que ficou bem acima da obra em si. Basicamente, mostra, de forma metafórica, como desumanizamos nossos inimigos. A partir do momento em que vemos um traço étnico, sabemos da ideologia política que a pessoa segue, orientação sexual etc. Me recordo do filme "A Vida É Bela", em que um médico do campo de concentração, examina bem de perto um judeu que conhecia de longa data, mas pelo contexto, por ser um judeu, era visto apenas como "mais um", como um animal, fazendo com que não o reconhecesse mais. Algo semelhante ao fenômeno que temos com os garis, por exemplo.
Realmente, os três últimos episódios foram bem arrastados. E estes dois últimos, além disso, parecem flertar com uma narrativa mais popular, de ação / thriller. Me lembrou um pouco a ideia de Jogos Mortais, The Dark Knight (cena do barco), Seven etc. Foi um bom episódio, mas soou como outro filme ou outra série, não me pareceu muito com um episódio de Black Mirror. Como possui 1h29m, passaria despercebido como um filme legalzinho qualquer.
No primeiro episódio, quando Joan morre, tem aquela cena em que Derek, já sabendo, pede para se despedir dela. Pela força do hábito, ele ameaça bater à porta e, logo, se dá conta que não faz sentido fazer isso. É um gesto sútil, mas carregado de humanidade que, em meio a uma cena triste, sempre me arranca um sorriso!
Os tempos mudam, as coisas evoluem, é claro. Mas a falta de referência e facilidade criaram uma geração "mimada". A janela de tempo entre uma série ser lançada nos EUA e chegar no Brasil era bem mais longa, meses, anos. E, mesmo assim, os episódios eram exibidos um a um. Hoje, a Netflix traz a comodidade de lançar a série já com todos os episódios disponíveis e tem gente que ainda reclama do tempo de espera para a próxima temporada. Uma sugestão: enquanto a próxima temporada não sai, assistam os filmes e séries ou leiam os livros que inspiraram os autores. Tem muita coisa boa que já está pronta, só esperando ser descoberta.
Não sabia muito sobre esta série, vi o poster e sabia que iria estrear em breve. Vi comentários sobre as notas altas nas avaliações e o pessoal fazendo um baita estardalhaço. Assisti a série e, desculpem, mas sinceramente eu
Acordei tarde, perdendo a hora do meu "1º turno" de estudos. Como sou muito sistemático, pensei "vou assistir um ou dois episódios desta série aqui e, depois do almoço, começo a estudar". Comecei a assistir o primeiro episódio por volta das 11:30... entre pausas para comer e ir ao banheiro, termino de assistir o oitavo e último episódio a meia-noite!!! Simplesmente, não consegui parar. Para vocês terem uma ideia, depois das 22:00, comecei a sentir dor de cabeça e fiquei com náusea, por conta de alguma coisa que comi e não caiu bem. Acho que a qualquer momento eu ia "chamar o Hugo", mas a vontade de terminar era tanta, não consegui sossegar até terminar! E, vejam bem, sou fã do Justiceiro (Punisher), levei vários meses para assistir a segunda temporada do Demolidor, porque não queria "gastar" (assistir) todos episódios de uma vez e consegui fazer isso sem muito esforço. Mas Stranger Things realmente prende o espectador!
Primeiramente, série ambientada nos anos 80 (década da qual sou fã) e, além disso, se passa no ano que nasci. Trilha sonora com The Clash e trilha incidental com aqueles sintetizadores característicos, me conquistou!
As semelhanças com filmes como Conta Comigo (a amizade), E.T. (o lance do RPG, Dungeons & Dragons, as bicicletas e, até mesmo, eles vestindo "Onze" com roupas femininas para disfarçá-la etc.
Gostei do fato de ser algo "sobrenatural", porém mais voltado para ficção científica, com esse lance de fenda temporal/dimensional (ver Stephen King Fenda no Tempo, O Nevoeiro, jogo Half-Life). Deu uma lógica bacana. Apesar dos episódios chegarem a quase uma hora de duração, não foram cansativos de se assistir, não notei encheção de linguiça e os fatos foram revelados aos poucos, de forma que deixam o espectador satisfeito com o episódio assistido e ansioso pelo próximo.
O Roteiro me pareceu muito bem amarrado, sem deixar muitas pontas soltas e sem mostrar detalhes desnecessários. "Tudo" que foi mostrado, era relevante em algum momento da série. Quanto aos efeitos visuais/efeitos especiais, achei ótimos. Me incomodei apenas com eles em algumas partes, como aquela em que Mike e puxado no ar no penhasco e aquele tiroteio na escola (quando mostra os militares atirando, com um fundo branco e luzes piscando, ficou meio estranho.
Os personagens foram excelentes. No começo, peguei uma raiva daquele Dustin, por causa do jeito que ele falava, mas depois percebi que era por causa dos dentes ausentes e, olha só, ele passou a ser um dos meus personagens favoritos. Também gostei muito de como usaram o Steve no final. Pensei que seguiria o clichê de "se arrepender e virar boi de piranha", se sacrificando para salvar a mocinha no final. E, "mano": que presença de espírito e agilidade do Steve para pular aquela armadilha de urso, sendo avisado em cima da hora, tudo escuro e tal, hahaha.
Assisti poucas séries e filmes originais da Netflix. Até então, minha favorita era Derek. São propostas e formatos diferentes, inclusive em questões orçamentárias. Mas sem dúvida, a mais bem feita é Stranger Things. Apesar de estar confirmada a próxima temporada, vejo um bom modelo que poderiam investir mais: o de mini-séries com alto nível de produção.
O único motivo de começar a assistir essa série foi o anúncio de que a segunda temporada teria o Justiceiro. Como eram poucos episódios e tinha cerca de 1 mês até a estreia, resolvi assistir a primeira e já emendar na segunda. Fiz isso e não me arrependi, achei a primeira temporada fodástica. Aquela roupa preta do Demolidor ficou animal! E o curioso é que é igual a roupa ridícula de um filme antigo mas, paradoxalmente, ficou excelente! Já da roupa vermelha não gostei (só achei bacana os braceletes que ele usa no final da primeira temporada), achei que ficou parecendo um Power Ranger!
No final, acabei não curtindo muito. Ficou bem aquém da primeira temporada, esta praticamente impecável. No começo, nos primeiros episódios com o Justiceiro detonando tudo foi foda! (é preciso pontuar que esse Justiceiro está muito chorão. Ok, é ainda fase de origem dele, mas convenhamos que todos os papéis que esse ator está pegando estão ficando estigmatizados por serem de "chorões", vide TWD e o filme Sicario). Mas depois que ele saiu de cena e entrou a Elektra, foi um porre! Ela me lembra aquelas adolescentes de 15 anos "rebeldes" clichê de filme americano, que se acha "A" adulta e foge de casa.
Claro que ele voltou depois e tivemos outras cenas bacanas. Mas o grande problema (e não achem que estou levando em conta só o Justiceiro, por ser fã) é que quiseram desenvolver dois grandes personagens novos numa mesma temporada, talvez por acharem que não conseguiriam fazer uma terceira, sei lá.
Mas o fato é que são personagens com tramas totalmente diferentes. Enquanto o Justiceiro está numa realidade bem tangível metendo bala em todo mundo, a trama da Elektra envolve coisas mais místicas, sobrenaturais, mais brigas com ninjas e tal. Não dá liga. E acho que foi exatamente por isso que não deixaram eles aparecerem juntos em tela (ou estou enganado?). Podem reparar, parecia que estávamos acompanhando aqueles quadrinhos de um personagem com duas histórias em cada edição e, a cada mês, vamos acompanhando o arco, o andamento de cada uma.
Na minha opinião, deveriam ter trabalhado só com o Justiceiro e Rei do Crime (Fisk) nesta segunda temporada. No final, poderia ter um gancho para Terceira temporada, com Elektra e Stick. Este último, aliás, um personagem foda. Desta forma, poderiam trabalhar melhor essa história mais ocultista, mística, ninjas e tal.
Achei que essa trama do "Tentáculo" deixou a série extremamente arrastada, tenho a impressão que se tudo fosse mais ágil a temporada não precisaria de metade dos episódios para desenrolar tudo.
Por último, mas não menos importante: Que merda essa Karen Page! De vítima a Secretária-Paralegal. E depois ataca de jornalista, tomando o lugar do cara mais foda da redação do dia para noite? Se achei a personagem da Elektra um saco, a Karen não fica muito atrás. A personagem enfermeira da Rosario Dawson foi muito mal aproveitada, essa sim tinha um peso.
Enfim, achei que a série teve bons episódios, mas acho que foram metade deles. A outra metade foi muita encheção de linguiça para arrastar durante mais episódios, uma trama muito confusa que, mesmo com todos esses episódios, não conseguiram desenvolver direito.
Podem acertar a mão na próxima, mas a primeira, continua sendo praticamente impecável (que foda aquela história dos irmãos russos e aquela "parceria" no final!). Nessa temporada, nas partes de diálogo entre Demolidor e Elektra os diálogos são previsíveis, eu consegui completar vários brincando, parecia até que eu já tinha assistido antes... "Isso é o que eu sou" ... "Essa é a lista, qual deles você vai querer?" = "Todos eles!" Dá até vergonha alheia!
Estranhei o estilo da animação, parece ser mal feito, mas é um tanto diferente do que estamos acostumados a ver. Como obra independente, acho que vai de fraco a mediano. Mas pela contribuição para o universo de Halo fora dos games e dos livros, é altamente recomendável para os fãs.
Mas nada de expectativas muito altas: pelo que pesquisei, a animação é uma adaptação do livro The Fall of Reach. Em vista de que nunca o traduziram oficialmente para o português do Brasil, vale muito a pena assistir para entender melhor como os Spartans surgiram.
Aqui vemos quem é o Master Chief, o John ou número 117. Porém, vemos sua infância e adolescência, depois que ele envelhece, não mostra mais o rosto (estilo o Youtuber Zangado, hehehe).
Ainda quero ler o livro algum dia, dizem que o melhor dos livros do universo Halo.
Fallout (1ª Temporada)
4.2 217A série Fallout é muito bem-feita. Sobre isso, não há o que falar. Logo, se você gosta desta temática e ambientação, assista.
O gosto amargo que fica, para mim, tem a ver com a indústria do audiovisual que, no passado, não dava lá muito atenção para adaptar franquias baseadas em games ou quadrinhos. E, no caso das exceções, geralmente não havia um investimento tão grande. Hoje, com a crise de criatividade, não pensam duas vezes e saturam ambos: tanto no Cinema quanto nas séries de TV / streaming, numa fórmula fácil, previsível e que tira a diversidade de temas que existia outrora.
Voltando à série, sua fotografia, tomadas abertas e locações são impressionantes. Muitos frames soam como verdadeiros quadros ou wallpapers.
A fidelidade visual aos games (joguei apenas Fallout 3) é impressionante. Particularmente, acho que apenas a Power Armor deixou um pouco a desejar em seu design, soando muito simétrica (pelo que lembro, as ombreiras e peitoral eram maiores, dando maior imponência aos knights da Brotherhood of Steel.
Um ponto que incomoda muito é a mania que há nas produções estadunidenses de
insistir que personagens de capacete fechado mostrem seu rosto a todo momento. Seja de modo literal ou naquela visão interna estilo Homem de Ferro. Isso quebra muito a suspensão de descrença, ainda mais num contexto de perigo constante no qual os personagens estão inseridos. Vale aqui a comparação entre Juiz Dredd de Stallone e o de Karl Urban.
A linha narrativa é interessante. Particularmente, gostei de como ela se desenrola, alternando entre os três personagens principais, assim como o elo com o passado que um deles carrega. Contudo há uma possível falha de roteiro a respeito do personagem
Bert (originário da Vault 32), marido de Steph. Pelo contexto, dá a entender que ele estava na Vault 33 há menos de dois anos (chutaria um ano, no máximo). Desta forma, como ele não notou nada de errado com os visitantes (invasores) da Vault 32 quando Lucy se casa?
Quanto ao final
não vou dizer que estraga a experiência da série (não guardei nenhum hype ou expectativa), mas soa bem tosco e não muito verossímil. Vamos ver como será trabalhado e melhor esclarecido na segunda temporada.
De todo modo, uma ótima série. Algo que dificilmente veríamos fora do modelo de streaming. Para quem gosta majoritariamente destes tipos de adaptação, talvez estejamos na "Era de Ouro" delas. Mas sempre há o risco de uma saturação e perda de rumo, como aconteceu com os filmes de super-heróis. Sobretudo, pelo fato de que tudo é guiado pelo interesse de acionistas (lucro) e não necessariamente em entregar um bom conteúdo
Segura a Onda (4ª Temporada)
4.4 17 Assista AgoraTemporada bem doida. Depois que assisti o episódio The Car Pool Lane, por acaso, fui pesquisar sobre a série como um todo (pois nunca ouvi falar desta série no Brasil, nem pessoalmente, nem por indicações de blogs ou canais... só conhecia a música do meme e não fazia ideia que pertencia à série). Eis que vejo um vídeo de um canal brasileiro, recomendando a série e dando a informação que, justamente neste episódio, ela salvou um homem do corredor da morte. Isso mesmo: um homem acusado de um brutal assassinato foi preso injustamente e, no dia do crime, ele estava no estádio, assistindo ao jogo de baseball. Seu advogado pegou o arquivo bruto das gravações e conseguiu encontrar seu cliente nas arquibancadas. Isso o inocentou!
No mais, foi bem legal a construção da temporada, com várias "subtramas", não só o musical na broadway como também o presente de aniversário de 10 anos de casamento, hahaha.
Segura a Onda (1ª Temporada)
4.3 46 Assista AgoraGrata surpresa esta série. Que roteiro bem amarrado! Acho que o melhor episódio nesse sentido é o nono. Que maestria!
PS: Nunca tinha ouvido falar de Curb Your Enthusiasm, a decobri de forma bem inusitada: numa entrevista com a banda At The Gates, numa daquelas "bus tour invasion", a repórter vê o aparelho de TV e pergunta o que assistem, daí o baterista indica a série. Fiz bem em checar.
Kamen Rider Black Sun
3.4 16 Assista AgoraSe você espera ver nada menos que um tokusatsu extremamente fiel ao de 1987, com um monstro por episódio, transformação coreografada e terminando sempre com um rider kick ou rider punch, recomendo fortemente que você (re)assista... A série de 1987.
Agora, se você não encara a franquia de maneira dogmática e está disposto a fazer concessões, talvez seja uma grata surpresa como foi para mim.
Trata-se de uma comemoração de 50 anos da franquia Kamen Rider e de 35 anos de Kamen Rider Black (ou Black Kamen Rider, como ficou mais conhecido no Brasil). Mas a proposta aqui é um pouco diferente, menos episódios (10 contra 51), com maior duração (45 ao invés de 25 minutos) e o principal: narrativa e classificação etária diferentes.
A impressão é a de que Black Sun é voltada aos fãs da série de 1987, mas com a mentalidade e a maturidade que possuem agora em 2022 e não para jovens de 12 anos, como antes. Aliás, a série possui classificação +18. Isso fica bem claro com a violência explícita, o famoso "gore" dos filmes de trash e de horror. Assim como nos temas político-sociais discutidos.
É uma narrativa mais lenta, talvez até arrastada, que dá mais ênfase nas revelações a conta-gotas da trama do que pela ação. E talvez por isso, quando esta última vem à tona, cause tanto impacto. Há também o uso de, pelo menos, duas linhas temporais que remontam à vida pregressa de alguns personagens e organizações.
Também é notável como a série mostra as características positivas e negativas de cadaum dos personagens, fugindo do maniqueísmo batido, deixando claro que a classificação indicativa não se resume ao "gore".
No quesito referências, além daquelas da própria franquia (recomendo que não vejam trailers e afins, para não estragar ótimas surpresas), identifiquei também outras. Citarei apenas as obras para não dar spoiler de outros filmes, séries e livros:
- Corra;
- Expresso do Amanhã;
- Soylent Green;
- Distrito 9;
- Estação Perdido (China Méville);
- entre outros.
Há também referências a eventos históricos, antigos e recentes.
Quanto aos efeitos visuais / especiais, talvez cause um certo estranhamento, principalmente nas fantasias e armaduras. Mas para quem consegue abstrair isso e encarar como algo mais representativo e menos "realista", irá tirar bom proveito. Os eventos e conflitos são bem pesados e deixam uma atmosfera bem tensa na maior parte do tempo (o que, para mim, não permitiu que a série caísse num tom de galhofa).
O que deixou a desejar mesmo foi a trilha sonora. O tema principal, repetido à exaustão, soa um tanto enjoativo. Já a sonoplastia, em que pese a falta de alguns efeitos marcantes como os da série antiga, traz a parte grotesca bem característica dos filmes de body horror, como aqueles do diretor David Cronenberg.
Vale destacar também o roteiro. Ainda que o enredo seja um tanto confuso, percebemos que várias pontas soltas vão sendo amarradas aos poucos. Valorizando tudo aquilo que é construído nas partes mais "arrastadas". É um recurso que estou mais acostumado a ver no Cinema, mas que irá presentear aqueles que prestam atenção nos detalhes mais sutis.
Minha intenção era assistir de forma mais espaçada. Mas os últimos episódios empolgam bastante. Para quem assistiu a série de 1987 e gosta de nostalgia, há uma bela homenagem que será facilmente reconhecida (fora os easter eggs espalhados).
Kamen Rider Black Sun é bem diferente de Kamen Rider Black em sua estrutura narrativa, mas é bem satisfatória para quem quer ver algo inovador e atual; não apenas um "fan service". Recomendo aos fãs de ficção científica com teor mais "biológico".
Life on Mars - UK (2ª Temporada)
4.6 13Uma das minhas séries favoritas, no rol das melhores que já vi. Uma pena que seja tão pouco conhecida e parece não estar em nenhum serviço de streaming. Se encontrar DVD/Blu-Ray, devo adquirir.
Hoje, lembrei dela ao ler comentários sobre o final do filme "Guerra ao Terror" (Hurtlocker) [não dar nenhum spoiler dele, podem ficar tranquilos]. Acho incrível como ambos são bem "parecidos", como se fosse um prisma diametralmente oposto. Parece-me que cada personagem tomou a mesma decisão, dentro do que era possível em sua realidade.
Resident Alien (1ª Temporada)
4.0 24É disso que estou falando, empresas de streaming!
OK, gosto é algo BEM subjetivo, mas como é difícil encontrar algo que me desperte o mínimo de interesse nas grandes plataformas de streaming. Felizmente, de vez em quando, aparecem gratas surpresas como o filme "Vast of Night" e agora é a vez da série "Resident Alien". Se você é fã de Ficção Científica, vale a pena conferir!
Em meio a avalanche de adaptações de HQs com temática de super heróis, temos aqui uma ótima curadoria da arte sequencial. Um enredo bem envolvente, o qual me proporcionou algo raro: uma maratona. Algo que não fazia desde a primeira temporada de Stranger Things.
Um detalhe "bobo", mas que considero uma excelente amostra de bom roteiro:
Pizza! Ao longo dos episódios temos diálogos que vão construindo esse gancho: Darcy e seu colega de trabalho nas montanhas conversam sobre um restaurante que fechou. Falam de uma suposta traição entre o marido e mulher que tocavam o negócio e que um deles irá abrir uma Pizzaria. Depois, quando Harry se aproxima de Max questiona por que os humanos dobram a Pizza para comê-la. O garoto explica que é mais prático para comer e que, se não fizer isso, ela fica caindo. Finalmente, num momento mais dramático, quando Harry vai acionar o dispositivo de extinção da humanidade, ouve o anúncio da inauguração da pizzaria anteriormente mencionada! Qual não foi a minha satisfação ao prever e confirmar ele dobrando a pizza! :-) Depois, há um certo abuso e desgaste dessa referência, mas esses três pontos que citei convergem muito bem! Pode parecer besteira mas, para mim, foi o ponto mais alto da série! O qual me fez sentir que tais cenas e diálogos não estavam ali à toa.
Nem tudo são flores: há muitos pontos que considero dignos de crítica. Primeiro, o que chamo de "novelização" das séries. Isso é muito relativo, mas aqui acho que a exploração excessiva de dramas pessoais de vários (núcleos de) personagens soou como encheção de linguiça. Eles tomam muito tempo de tela, soam piegas e não são o suficiente para que eu me importe com eles. Acho que a temporada é muito curta para algo assim. Talvez funcionasse numa temporada de uns 20-24 episódios e olhe lá...
Segundo, (o excesso de) flashbacks. Acredito que na HQ tal recurso funcione melhor e contribua com a narrativa. Numa temporada de 10 episódios (que poderiam ser apenas seis!) tomam muito tempo e deixam a série arrastada, além de tirar a aura de mistério (algo que poderia ser revelado aos poucos, em novas temporadas).
Em suma, não sei se esses pontos negativos também estão na HQ, mas acho que faltou coragem de fazer algo mais de nicho (vale lembrar, a série é do canal "SyFy"... SciFi, entende?) e não gastar recursos tentando preencher requisitos de "série que agrada todos". O modelo de negócio dos streamings já mostrou que isso é possível.
Voltando aos elogios, a abertura possui algumas artes, com desenhos mostrando comportamentos adequados e inadequados (para seres humanos), trazendo situações hilárias da adaptação de Harry. Esse tipo de humor, no estilo tentativa e erro (como no filme Oldboy) poderia ter sido melhor explorado, gastando mais tempo nessa jornada de Harry ao invés de desperdiçá-lo com dramas batidos e clichês que vemos chegar a 1 quilômetro de distância. Isso contribui para ver as coisas do ponto de vista dele e refletir sobre nossas convenções sociais, seja para concordar ou para criticá-las.
Outro ponto hilário é
o embate entre Harry e Max, principalmente a cena na clínica, em que Max fica sem anestesia e pede para receber mais pontos ainda do que deveria! :-)
Lockdown Americano & Desbancando Borat
3.0 11O filme já trazia uma mensagem bem séria no final. Esta série veio reforçar isso e, para mim, está mais para um serviço de utilidade pública do que entretenimento.
Não sabia de certos detalhes da estratégia ardilosa de Trump. É incrível como o nosso presidente está usando a mesma tática: lançar desconfiança sobre o sistema de votação e já cantar a bola de que, se perder a próxima eleição, foi fraude.
Também pude notar como grandes emissoras do Brasil (em especial uma de rádio) atuam de forma semelhante (e absurda) por aqui também, dando visibilidade e credibilidade para teorias da conspiração.
5X Comédia (1ª Temporada)
2.8 63Série "OK", legalzinha como um todo. Mas o episódio 2 é muito acima da média. Não só pelo Rafael Portugal, mas por todo elenco e roteiro, sem contar o final genial.
Contos do Loop (1ª Temporada)
4.3 218 Assista AgoraSempre gostei de concept art futurista. A ideia de ver aquela imagem estática e tentar imaginar como seria aquele universo sempre me intrigou. Tales From The Loop materializou esse exercício mental.
Visualmente, muito bem feita, fazendo jus às paisagens do livro que lhe deu origem. O enredo, com episódios independentes e com pontos de intersecção, darão a chance (aos que se permitirem) de apreciar cada um deles com calma, assistindo um por dia.
Com isso, dando tempo necessário para contemplar, pensar e refletir. E, aí sim, talvez perceber o que a série nos ensina: que a única coisa constante na vida é a mudança. Seja ela climática, de amores, humores, saúde.
A única coisa que quebrou um pouco a sutileza foi
não o que aquela professora revelou ser, mas a forma como o fez.
Para quem gostou da série, seja pela temática, seja pela forma de construção dos episódios recomendo, respectivamente: o filme De Caso Com o Acaso (Sliding Doors, 1998) e a mini série Run (2013).
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (1ª Temporada)
4.2 183 Assista Agora"Uma sociedade cresce bem quando homens velhos plantam árvores que vão criar uma sombra na qual eles nunca se sentarão".
Comecei a prestar atenção no trabalho de Ricky Gervais desde o filme "O Primeiro Mentiroso / A Invenção da Mentira". Virei fã dele depois de assistir Derek e, logo, resolvi revisitar The Office (britânico, é claro).
Confesso que não gostei tanto como as outras. Na verdade, achei mediana/regular. Mas deixo claro que, apesar das críticas a seguir, faço a ressalva que posso carecer de um componente que talvez provoque uma experiência bem diferente ao assistir: que eu sabia, não tenho e nunca tive depressão. Dito isto, vamos lá:
Senti falta de profundidade nos outros personagens. Senti falta de cenas que focassem mais neles. A impressão é de que todos servem apenas de "escada" para Tony (Gervais). Claro: há a possibilidade de ser proposital, no sentido de demonstrar como uma pessoa depressiva fica apática em relação ao que está a seu redor.
Outra coisa que me incomodou um pouco foi a repetição de alguns atores que estiveram em Derek, é um pouco difícil desvinculá-los e, comparado com a série anterior, não entregam mais na atuação.
Já quanto ao texto, por mais que os outros personagens não sejam tão envolventes, temos ótimas citações:
Na conversa com Anne:
- Não estamos aqui só por nós, mas pelos outros também.
- Não creio em Deus e nessas coisas.
- Nem eu, um monte de bobeira. Tudo que temos é um ao outro. Temos que nos ajudar a passar pelas dificuldades até morrermos, até tudo acabar. Não tem por que sentirmos pena de nós mesmos e fazermos os outros infelizes. É melhor se matar se você se sente assim.
...
A prost... profissional do sexo:
- Nem todos querem te avacalhar, Tony. A maioria das pessoas é boa. Elas só estão tendo um dia ruim. Às vezes elas não se adaptam ou estão ocupadas, tentando sobreviver. Coisas ruins acontecem com pessoas boas, coisas boas acontecem com pessoas más. E às vezes... não é culpa de ninguém.
E claro, a bela citação de Anne, com a qual abri este comentário.
Só estas duas conversão dão muito o que refletir e pensar. Quando uma pessoa está triste, mal-humorada cotidianamente, ela pode pensar que está afetando só a si, mas não: afeta a todos que estão a sua volta, inclusive aqueles outros que tem tantos ou mais problemas, mas que se doam para tentar ajudar.
Como diria Francis Bacon, em de seus ensaios (vou fazer paráfrase, não citação literal): A amizade corta pela metade os problemas e multiplica por dois as alegrias.
Quanto a frase da profissional, durante muito tempo tive esse pensamento de presumir que todos a minha volta estavam querendo tirar vantagem e via com desconfiança "supostos" atos de gentileza. Ou então não era muito tolerante com pessoas que faziam algo que me chateava. Mas eis a sabedoria da profissional ao dizer que tais coisas, muitas vezes não tem uma pessoa específica para culpar, simplesmente é algo que acontece. E se formos um pouco mais tolerantes, uma palavra de encorajamento, um incentivo podem salvar o dia daquela pessoa que já está quase jogando a toalha.
PS: Quanto ao nome da série, eu também não gostei. Mas para quê perder tempo com isso? Simplesmente podemos ignorá-lo. É isso que fiz, nas minhas notas aqui, omitindo o título em português. :-)
O Justiceiro (2ª Temporada)
3.8 261 Assista AgoraPensei que já estava na terceira, hehe (acho que me confundo com a temporada em que ele aparece no Demolidor). Não assisti nem a primeira ainda... (e, olha quem está escrevendo!). Quando a Netflix resolve me dar um mês de graça de novo, quem sabe... por hora, vou ler algum encadernado que comprei em sebo e ainda não li, hahaha.
O Justiceiro (1ª Temporada)
4.2 569Olha só. Já saiu mesmo! 9 meses sem Netflix :-( Contenção de gastos. Se alguém me der um voucher, tento assistir nas férias! :-)
Prison Break (5ª Temporada)
3.7 300 Assista AgoraCaramba... sempre cito Prison Break como um dos poucos exemplos de séries americanas em que tiveram a coragem de colocar um ponto final, mesmo com "apenas" 4 temporadas. E com um final bem categórico e corajoso. 7 anos depois, vem alguém "exumar" a série... pode até vir a ser boa esta nova temporada, mas perdeu toda credibilidade :-(
Pelo que vi, a prisão agora é no Yemen. Se é para avacalhar, que façam então cada temporada na prisão de um país diferente. A próxima pode ser em Bangu ou no COMPAJ
Almost Human (1ª temporada)
3.8 100Assisti a série quando estava sendo exibida nos EUA, uma pena que tenha sido cancelada! :-( Para quem gostou, recomendo uma leitura: As Cavernas de Aço (Isaac Asimov), acredito que a série se inspirou, em partes, nele. Li recentemente e deu vontade de reassistir a série, acabei de rever o primeiro episódio, 2 ou 3 anos depois, continua ótima!
The Office UK (Especial de Natal)
4.3 35Este especial fechou com chave de ouro! Dosou tudo na medida certa!
A primeira parte bem pra baixo e a segunda, dando uma certa levantada no moral, até que, no final... Melhor cena sem dúvidas, é quando foca no presente aberto no taxi, com o desenho e a frase. Me fez lembrar muito de Jerry Maguire.
Esta série é muito subestimada ou, até mesmo, "mal entendida". Vai muito além da comédia, chegando no terreno do drama.
The Office UK (2ª Temporada)
4.2 38Já passei dos 30 e entendo perfeitamente essas "crises" que misturam carreira, estudos, vida pessoal etc. Já trabalhei em um escritório de uma multinacional e posso dizer: a série reflete exatamente a realidade desses locais!
Assistindo pela segunda vez (após a minha passagem por esse escritório) fiquei perplexo com a semelhança do que vivi e o que é mostrado na série!
Com a crise já rolando no ano passado, presenciei a demissão do gerente do escritório.
Ele era do tipo que gostava de ficar brincando (não tanto) e sempre que alguém brincava com ele, não gostava e ficava sério. Quando foi demitido, teve a mesma negação... bizarro, o cara vivia em função da empresa, não conseguiu "desligar". Não tinha endereço de e-mail ou número de celular pessoais, teve que chamar o cara de TI para ajudar a exportar todos os seus contatos, pois iria devolver o celular da empresa (o único que possuía!)
The Office UK (1ª Temporada)
4.0 86Ricky Gervais é o cara! Confesso que não curti tanto da primeira vez que assisti a primeira temporada. Mas depois de ver outras séries britânicas, entre elas, Derek (também de Gervais) pude apreciar melhor.
Acho que a nossa idade também afeta a percepção. Já passei dos 30 e entendo perfeitamente essas "crises" que misturam carreira, estudos, vida pessoal etc. Já trabalhei em um escritório de uma multinacional e posso dizer: a série reflete exatamente a realidade desses locais!
Assistindo pela segunda vez (após a minha passagem por esse escritório) fiquei perplexo com a semelhança do que vivi e o que é mostrado na série! Quanto as comparações. Não assisti a versão Americana. De qualquer forma, acho que todos devem respeito a série original britânica, se não fosse ela, não haveria a outra. E deixo meus agradecimentos aos britânicos, por saberem dizer "adeus" e valorizarem meu tempo (2 temporadas + 1 especial de natal X 9 temporadas...)
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraAchei a temporada inferior às outras. Porém, já não é mais possível ter o efeito surpresa, ineditismo que tivemos antes. Apesar disso, continua sendo uma ótima série.
Dica: para quem ainda não viu ou não assistiu todos episódios e quiser terminar a temporada em alto nível, deixe para assistir o episódio
3
Ep. 1 Queda Livre (Nosedive)
Duas coisas me chamaram a atenção neste episódio: a crítica à tecnologia e ao ser humano. A primeira, na forma da Obsolescência Programada e como o excesso de recursos pode ir na contramão do objetivo pelos quais foram criados. O carro antigo, pelo que entendi, já se tratava de um veículo autônomo. Mas por estar configurado com o idioma em russo, Lacie não conseguiu alterar a linguagem do menu e programá-lo (algo que fez recordar de vários casos que presenciei de vídeo games que eram ligados em TV Full HD e, depois, ao serem ligados de volta a uma TV 720p, não davam imagem, pois ficavam com a última configuração de vídeo, causando grande transtorno...). Sobre a Obsolescência programada, o plug de abastecimento incompatível com seu carro. Acompanho os aparelhos eletrônicos desde os anos 90 e vejo a salada que são os plugues: redondos, achatados, com dois pinos, três pinos, dois pinos chatos e um redondo, três pinos redondos... Quantas vezes somos surpreendidos por um plug/tomada que não é compatível como nosso novo aparelho?
A segunda coisa que me chamou atenção foi o comportamento humano em sociedade. Sou um dos críticos das redes sociais, acho sim que são carregadas de superficialidade, muito voltadas ao ego etc. Mas o final do episódio me fez enxergar, o que talvez seja óbvio, mas de um ponto de vista bem interessante: que essa negatividade, falsidade, jogo de aparências etc. estão presentes muito antes da internet existir. Já temos presentes em nossa sociedade os Likes, estrelinhas e compartilhar de outras formas. É muito comum ver pessoas elogiando outras, puxando o saco, somente para conseguir uma promoção no trabalho ou conseguir entrar num círculo social. O que não falar do famoso "networking"? E quantos não ficam assistindo séries, novelas, futebol (mesmo sem gostar) só para se "enturmar", estar incluído nas conversas do momento?
Ep. 2 Versão de testes (Playtest)
Esse episódio, com certeza, deve ter outros significados e mensagens que não captei. Mas o que me chamou atenção foi o fato do cara viajar o mundo inteiro, mas sempre tirando selfies, registrando tudo. A impressão que fica é que, para determinadas pessoas, se você for a algum lugar, fizer algo incrível, mas não tiver um registro é como se não o tivesse feito, como se não tivesse relevância. E a cicatriz no braço, causada pelo chifrada do touro, mostra também que certas pessoas consideram mais importante ter o registro, uma história para contar depois, do que vivenciar e aproveitar a experiência daquele momento.
E, claro: mostra o quanto as pessoas colocam sempre o prazer antes do esforço. O Bônus antes do Ônus. Todos querem as vantagens, mas não querem as desvantagens inerentes de certas práticas. Ele topa entrar na simulação, levar sustos etc. Mas crente de que não corre risco algum de morrer.
Ep. 3 Manda quem pode (Shut Up and Dance)
Este, com certeza, é o episódio mais forte. Sobretudo, por jamais revelar quem está puxando os cordéis. E, nele, não há nenhuma extrapolação de tecnologia: celulares, notebooks, drones etc. Vale lembrar aquela selfie de Zuckenberg tirou e, ao fundo, seu notebook com silvertape na câmera e microfone.
Ep. 4 San Junipero
Talvez o único episódio mais singelo e positivo. O achei bem arrastado e, não fosse a ambientação dos anos 80, seria difícil manter o interesse. Levanta sutilmente a questão da eutanásia e o direito de morrer de forma digna. Para quem gosta de games, recomendo dar uma checada num jogo chamado "To The Moon", bem simples e extremamente curto (que quase não é um jogo, mais como se fosse um filme interativo).
Ep. 5 Engenharia Reversa (Men Against Fire)
Bem arrastado, não muito empolgante, mas com bons efeitos visuais e uma temática militar que agrada os fãs de FPS. É um bom exemplo de mensagem que ficou bem acima da obra em si. Basicamente, mostra, de forma metafórica, como desumanizamos nossos inimigos. A partir do momento em que vemos um traço étnico, sabemos da ideologia política que a pessoa segue, orientação sexual etc. Me recordo do filme "A Vida É Bela", em que um médico do campo de concentração, examina bem de perto um judeu que conhecia de longa data, mas pelo contexto, por ser um judeu, era visto apenas como "mais um", como um animal, fazendo com que não o reconhecesse mais. Algo semelhante ao fenômeno que temos com os garis, por exemplo.
Ep. 6 Odiados pela nação (Hated in the Nation)
Realmente, os três últimos episódios foram bem arrastados. E estes dois últimos, além disso, parecem flertar com uma narrativa mais popular, de ação / thriller. Me lembrou um pouco a ideia de Jogos Mortais, The Dark Knight (cena do barco), Seven etc. Foi um bom episódio, mas soou como outro filme ou outra série, não me pareceu muito com um episódio de Black Mirror. Como possui 1h29m, passaria despercebido como um filme legalzinho qualquer.
Derek (1ª Temporada)
4.5 103Toda vez que revejo alguns episódios, me sinto mais humano.
No primeiro episódio, quando Joan morre, tem aquela cena em que Derek, já sabendo, pede para se despedir dela. Pela força do hábito, ele ameaça bater à porta e, logo, se dá conta que não faz sentido fazer isso. É um gesto sútil, mas carregado de humanidade que, em meio a uma cena triste, sempre me arranca um sorriso!
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KOs tempos mudam, as coisas evoluem, é claro. Mas a falta de referência e facilidade criaram uma geração "mimada". A janela de tempo entre uma série ser lançada nos EUA e chegar no Brasil era bem mais longa, meses, anos. E, mesmo assim, os episódios eram exibidos um a um. Hoje, a Netflix traz a comodidade de lançar a série já com todos os episódios disponíveis e tem gente que ainda reclama do tempo de espera para a próxima temporada. Uma sugestão: enquanto a próxima temporada não sai, assistam os filmes e séries ou leiam os livros que inspiraram os autores. Tem muita coisa boa que já está pronta, só esperando ser descoberta.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraNão sabia muito sobre esta série, vi o poster e sabia que iria estrear em breve. Vi comentários sobre as notas altas nas avaliações e o pessoal fazendo um baita estardalhaço. Assisti a série e, desculpem, mas sinceramente eu
TENHO QUE CONCORDAR QUE É TUDO ISSO MESMO! :-P
Acordei tarde, perdendo a hora do meu "1º turno" de estudos. Como sou muito sistemático, pensei "vou assistir um ou dois episódios desta série aqui e, depois do almoço, começo a estudar". Comecei a assistir o primeiro episódio por volta das 11:30... entre pausas para comer e ir ao banheiro, termino de assistir o oitavo e último episódio a meia-noite!!! Simplesmente, não consegui parar. Para vocês terem uma ideia, depois das 22:00, comecei a sentir dor de cabeça e fiquei com náusea, por conta de alguma coisa que comi e não caiu bem. Acho que a qualquer momento eu ia "chamar o Hugo", mas a vontade de terminar era tanta, não consegui sossegar até terminar! E, vejam bem, sou fã do Justiceiro (Punisher), levei vários meses para assistir a segunda temporada do Demolidor, porque não queria "gastar" (assistir) todos episódios de uma vez e consegui fazer isso sem muito esforço. Mas Stranger Things realmente prende o espectador!
Primeiramente, série ambientada nos anos 80 (década da qual sou fã) e, além disso, se passa no ano que nasci. Trilha sonora com The Clash e trilha incidental com aqueles sintetizadores característicos, me conquistou!
As semelhanças com filmes como Conta Comigo (a amizade), E.T. (o lance do RPG, Dungeons & Dragons, as bicicletas e, até mesmo, eles vestindo "Onze" com roupas femininas para disfarçá-la etc.
Gostei do fato de ser algo "sobrenatural", porém mais voltado para ficção científica, com esse lance de fenda temporal/dimensional (ver Stephen King Fenda no Tempo, O Nevoeiro, jogo Half-Life). Deu uma lógica bacana. Apesar dos episódios chegarem a quase uma hora de duração, não foram cansativos de se assistir, não notei encheção de linguiça e os fatos foram revelados aos poucos, de forma que deixam o espectador satisfeito com o episódio assistido e ansioso pelo próximo.
O Roteiro me pareceu muito bem amarrado, sem deixar muitas pontas soltas e sem mostrar detalhes desnecessários. "Tudo" que foi mostrado, era relevante em algum momento da série. Quanto aos efeitos visuais/efeitos especiais, achei ótimos. Me incomodei apenas com eles em algumas partes, como aquela em que Mike e puxado no ar no penhasco e aquele tiroteio na escola (quando mostra os militares atirando, com um fundo branco e luzes piscando, ficou meio estranho.
Os personagens foram excelentes. No começo, peguei uma raiva daquele Dustin, por causa do jeito que ele falava, mas depois percebi que era por causa dos dentes ausentes e, olha só, ele passou a ser um dos meus personagens favoritos. Também gostei muito de como usaram o Steve no final. Pensei que seguiria o clichê de "se arrepender e virar boi de piranha", se sacrificando para salvar a mocinha no final. E, "mano": que presença de espírito e agilidade do Steve para pular aquela armadilha de urso, sendo avisado em cima da hora, tudo escuro e tal, hahaha.
Assisti poucas séries e filmes originais da Netflix. Até então, minha favorita era Derek. São propostas e formatos diferentes, inclusive em questões orçamentárias. Mas sem dúvida, a mais bem feita é Stranger Things. Apesar de estar confirmada a próxima temporada, vejo um bom modelo que poderiam investir mais: o de mini-séries com alto nível de produção.
Demolidor (2ª Temporada)
4.3 967 Assista AgoraO único motivo de começar a assistir essa série foi o anúncio de que a segunda temporada teria o Justiceiro. Como eram poucos episódios e tinha cerca de 1 mês até a estreia, resolvi assistir a primeira e já emendar na segunda. Fiz isso e não me arrependi, achei a primeira temporada fodástica. Aquela roupa preta do Demolidor ficou animal! E o curioso é que é igual a roupa ridícula de um filme antigo mas, paradoxalmente, ficou excelente! Já da roupa vermelha não gostei (só achei bacana os braceletes que ele usa no final da primeira temporada), achei que ficou parecendo um Power Ranger!
Agora, vamos falar da Segunda Temporada:
No final, acabei não curtindo muito. Ficou bem aquém da primeira temporada, esta praticamente impecável. No começo, nos primeiros episódios com o Justiceiro detonando tudo foi foda! (é preciso pontuar que esse Justiceiro está muito chorão. Ok, é ainda fase de origem dele, mas convenhamos que todos os papéis que esse ator está pegando estão ficando estigmatizados por serem de "chorões", vide TWD e o filme Sicario). Mas depois que ele saiu de cena e entrou a Elektra, foi um porre! Ela me lembra aquelas adolescentes de 15 anos "rebeldes" clichê de filme americano, que se acha "A" adulta e foge de casa.
Claro que ele voltou depois e tivemos outras cenas bacanas. Mas o grande problema (e não achem que estou levando em conta só o Justiceiro, por ser fã) é que quiseram desenvolver dois grandes personagens novos numa mesma temporada, talvez por acharem que não conseguiriam fazer uma terceira, sei lá.
Mas o fato é que são personagens com tramas totalmente diferentes. Enquanto o Justiceiro está numa realidade bem tangível metendo bala em todo mundo, a trama da Elektra envolve coisas mais místicas, sobrenaturais, mais brigas com ninjas e tal. Não dá liga. E acho que foi exatamente por isso que não deixaram eles aparecerem juntos em tela (ou estou enganado?). Podem reparar, parecia que estávamos acompanhando aqueles quadrinhos de um personagem com duas histórias em cada edição e, a cada mês, vamos acompanhando o arco, o andamento de cada uma.
Na minha opinião, deveriam ter trabalhado só com o Justiceiro e Rei do Crime (Fisk) nesta segunda temporada. No final, poderia ter um gancho para Terceira temporada, com Elektra e Stick. Este último, aliás, um personagem foda. Desta forma, poderiam trabalhar melhor essa história mais ocultista, mística, ninjas e tal.
Achei que essa trama do "Tentáculo" deixou a série extremamente arrastada, tenho a impressão que se tudo fosse mais ágil a temporada não precisaria de metade dos episódios para desenrolar tudo.
Por último, mas não menos importante: Que merda essa Karen Page! De vítima a Secretária-Paralegal. E depois ataca de jornalista, tomando o lugar do cara mais foda da redação do dia para noite? Se achei a personagem da Elektra um saco, a Karen não fica muito atrás. A personagem enfermeira da Rosario Dawson foi muito mal aproveitada, essa sim tinha um peso.
Enfim, achei que a série teve bons episódios, mas acho que foram metade deles. A outra metade foi muita encheção de linguiça para arrastar durante mais episódios, uma trama muito confusa que, mesmo com todos esses episódios, não conseguiram desenvolver direito.
Podem acertar a mão na próxima, mas a primeira, continua sendo praticamente impecável (que foda aquela história dos irmãos russos e aquela "parceria" no final!). Nessa temporada, nas partes de diálogo entre Demolidor e Elektra os diálogos são previsíveis, eu consegui completar vários brincando, parecia até que eu já tinha assistido antes... "Isso é o que eu sou" ... "Essa é a lista, qual deles você vai querer?" = "Todos eles!" Dá até vergonha alheia!
Halo - The Fall of Reach
2.9 13Estranhei o estilo da animação, parece ser mal feito, mas é um tanto diferente do que estamos acostumados a ver. Como obra independente, acho que vai de fraco a mediano. Mas pela contribuição para o universo de Halo fora dos games e dos livros, é altamente recomendável para os fãs.
Mas nada de expectativas muito altas: pelo que pesquisei, a animação é uma adaptação do livro The Fall of Reach. Em vista de que nunca o traduziram oficialmente para o português do Brasil, vale muito a pena assistir para entender melhor como os Spartans surgiram.
Aqui vemos quem é o Master Chief, o John ou número 117. Porém, vemos sua infância e adolescência, depois que ele envelhece, não mostra mais o rosto (estilo o Youtuber Zangado, hehehe).
Ainda quero ler o livro algum dia, dizem que o melhor dos livros do universo Halo.
Demolidor (2ª Temporada)
4.3 967 Assista AgoraAcho que vou gostar disso! :-)
Vou começar a assistir a primeira temporada para ir aquecendo!