Ótimo filme de ação raiz, com muita correria e tiroteios lembrando os bons filmes do gênero dos anos 90. O diretor Richard Donner (falecido em 2021) inclusive foi o responsável pela franquia "Máquina Mortífera".
Bruce Willis, mesmo já envelhecido, manda bem e dá conta do recado lembrando o saudoso "John McClane" em seus melhores momentos. O personagem é o tipo de anti-herói que busca alguma redenção após uma carreira corrupta na polícia, encontrando essa chance em uma improvável missão onde precisa conduzir uma testemunha com urgência ao tribunal, percorrendo 16 quadras.
Com uma boa direção, roteiro interessante e trama dinâmica o filme pode não ser brilhante mas atende às expectativas. E ainda hoje se destaca entre tantas produções de ação genéricas que são lançadas aos montes rotineiramente no mercado.
Filme mediano, vai agradar principalmente quem curte esse gênero de filmes sobre vigaristas, pôquer ou cassinos. Para os demais poderá parecer entediante.
Podemos citar como destaque algumas boas reviravoltas que acontecem pelo caminho, principalmente o surpreendente plot twist onde o telespectador se sente como um dos jogadores que foram tapeados. E esse deve ser mesmo o intuito principal de um filme sobre trapaças, deixar quem assiste meio perdido sobre o que está sendo mostrado e em qual dos personagens se deve ou não confiar.
Mas como o filme é curto, fica uma sensação de que 95 minutos foi pouco para se desenvolver melhor algumas tramas e deixar mais claros o envolvimento entre os personagens. Várias explicações são dadas apenas nos instantes finais do filme e de forma apressada.
De negativo também temos a Melanie Griffith desperdiçada num papel totalmente irrelevante. Por outro lado temos Sylvester Stallone que mesmo como um coadjuvante de luxo não compromete em seus 10 minutos de tela, interpretando uma mistura de gangster com trambiqueiro profissional.
Com seus altos e baixos é um filme interessante e no geral vale uma conferida, até por ser um dos mais obscuros da carreira do Sylvester Stallone.
Sempre foi um padrão da franquia os roteiros medíocres e diálogos constrangedores, mas pelo menos tinham o atrativo de satirizar os clichês dos filmes de ação e principalmente trazer atores renomados para o elenco.
Desta vez não teve nem isso pra salvar. O próprio Stallone que foi o idealizador do projeto parece ter se cansado da brincadeira, fazendo apenas uma ponta de coadjuvante no filme. Outros nomes famosos que marcaram presença desde o início da franquia tb abandonaram o barco, restando praticamente apenas o Statham pra passar vergonha sozinho.
Os efeitos visuais também decepcionam. Anteriormente haviam mais efeitos práticos agora praticamente só se vê um CGI bem vagabundo deixando evidente a queda de orçamento da produção.
No final só fica mistério do porque ainda insistem com isso...
P.s. Ganha 1 estrela só pela presença da deliciosa Megan Fox.
Continuação desnecessária e sem a mínima inspiração do famoso filme de 1999 com Matt Damon.
O filme não tem o mesmo charme nem as várias camadas psicológicas inteligentes que se viram antes, o personagem agora é um mero mercenário com motivações genéricas e desinteressantes que nem se comparam ao personagem complexo do Ripley anterior.
John Malkovich, quase como coadjuvante de luxo, até se esforça com sua versão mais tosca do Hannibal Lecter, mas infelizmente o roteiro medíocre que recebe não ajuda. Esse "retorno" de Ripley é quase uma ofensa para um dos personagens mais instigantes do cinema...
Apesar de não inovar, essa sequência consegue pelo menos dar uma continuação decente ao filme de 2018 ao acrescentar alguns novos elementos ao universo da franquia.
Neste ponto o enredo se esforça para trazer algum aprofundamento sobre a mitologia de Valak e ainda fornecer respostas sobre o passado e descendência da Irene, algo que havia ficado mal explicado no primeiro filme.
Por outro lado o filme pouco surpreende, perdendo em originalidade com a repetição da fórmula de uma nova relíquia imprestável que serve apenas para espantar provisoriamente o demônio. Resultando naquele desfecho pirotécnico e exagerado, basicamente reeditando o que foi visto anteriormente.
Esse é um dos filmes mais polêmicos da carreira do Ridley Scott que foi criticado e recebeu pedradas de todos os lados, sendo chamado até de antissemita. O filme chegou até a ser proibido no Egito e nos Emirados Árabes Unidos por "imprecisões históricas".
Como não se trata de um documentário, Ridley Scott realmente pode ter tomado algumas liberdades poéticas com relação ao material original. Mas ainda sim ele soube captar a essência da lenda e o resultado não é desrespeitoso, a menos que seja assistido por um bitolado religioso.
Além disso é difícil acusar um filme de imprecisão histórica quando a fonte é um livro que afirma que o Mar Vermelho foi aberto magicamente por uma divindade para poder ser atravessado por 400 mil fugitivos, ou que Moisés levou 40 anos para atravessar um deserto de apenas 200 quilômetros de extensão. O próprio Christian Bale alfinetou sobre o personagem que interpretou: "Acho que Moisés provavelmente era esquizofrênico e foi um dos indivíduos mais bárbaros sobre os quais já li em minha vida."
Na parte técnica Ridley Scott soube usar o orçamento de blockbuster que teve a disposição, os efeitos especiais são de alto nível com destaque para as sequências de batalhas e para o realismo nas cenas das pragas, sempre tentando (dentro do possível) trazer uma abordagem mais científica aos eventos. A ambientação do Egito antigo também é recriada com alto grau de realismo.
O ponto alto do filme foi a forma sarcástica da representação do deus judaico-cristão como uma criança pirracenta. O diretor, que é ateu declarado, soube captar com precisão a personalidade infantil da divindade que não sabe direito o que quer e nem se preocupa com coerência em suas decisões. Como por exemplo a parte onde Moisés questiona o onipotente do motivo de ele ter demorado 400 anos pra se incomodar com o sofrimento dos seus escolhidos, contradição que inclusive se repetiria mais tarde durante o holocausto. A parte onde deus usa sua ira contra para matar os filhos dos egípcios ao invés de eliminar o próprio faraó e seu exército também mostram o senso de humor macabro do todo-poderoso...
Enfim o filme é bom épico, mas deve ser assistido com o distanciamento necessário e com bom senso para não se misturar crenças pessoais com cinema, afinal essas mesmas pessoas não perderiam tempo criticando "Thor", "A Múmia", ou personagens de outras mitologias por "imprecisões históricas".
A premissa até que não é tão ruim e poderia render uma boa ficção científica mas o problema foi terem apostado em construir uma franquia sem estabelecer corretamente as bases da história.
Assim o filme ficou muito vazio, com um enredo sem conteúdo nem desenvolvimento suficientes. Apesar das várias boas cenas de ação e um CGI respeitável, apenas na reta final é que são dadas algumas respostas apressadas sobre o universo mitológico que inspirou o filme.
Essa foi o motivo do fracasso pois o que foi apresentado é muito pouco pra gerar um engajamento com o universo do jogo e pior ainda para motivar a criação de uma franquia inteira. A produção devia ter se dedicado mais nesse primeiro filme e deixado o público responder se as sequências seriam ou não viáveis.
Comédia romântica desajeitada, cheia de personagens caricatos e situações baseadas em estereótipos europeus cafonas. Só se salva a fotografia e locações francesas. De resto não diverte nem emociona é apenas constrangedor, chega até a dar saudades do Woody Allen...
Não é surpresa que o filme tenha sido uma bomba nas bilheterias, arrecadando US$ 42 milhões contra seu orçamento de US$ 35 milhões e resultando em uma perda de mais US$ 20 milhões para o estúdio.
Diante dessa experiência fracassada Ridley Scott entendeu o recado e logo aceitou que não levava jeito pra esse gênero. Tanto que nunca mais quis se arriscar fora de sua zona de conforto que são os épicos e dramas biográficos. Ainda bem, o cinema agradece!
Curiosidades: Ridley Scott era dono de uma casa na Provença e queria fazer um filme lá, para isso encomendou um livro para seu amigo pessoal Peter Mayle que pudesse servir como base para um roteiro de comédia romântica.
Como filme de ação o resultado é mediano, não é grande coisa mas dá pra assistir sem grandes expectativas ou exigências. O grande problema é que esse formato de filme de assaltos mirabolantes já tá saturado, dando uma sensação de que aquele tipo de história que já foi contada mais vezes do que deveria.
E as coisas pioram quando o roteiro não ajuda e neste caso a trama é tão genérica, artificial e esquecível que parece ter sido gerado pelo ChatGpt. Onde simplesmente pediram para gerar um filme no estilo "Missão Impossível" mas com uma pitada de NFT pra diferenciar...
Por enquanto o saldo da Netflix ainda está positivo, a maioria dos filmes produzidos tem um nível aceitável. Mas é bom ficarem atentos para que a quantidade não comece a afetar a qualidade das produções.
O filme começa bem se aproveitando da premissa instigante mas vai se perdendo ao longo do tempo, principalmente pela direção confusa do Sean Penn.
O desenvolvimento da trama parece desconectada em vários momentos. Quando o policial se aposenta ele logo passa a ter uma atitude negligente com relação ao caso, parecendo deixar de se importar com a "promessa", mesmo diante de indícios fortes que vão surgindo sobre o suspeito dos crimes. E nos momentos finais do filme a obsessão dele pelo assunto volta de uma forma repentina e implacável.
O desfecho que não leva a lugar nenhum é outro ponto fraco, pois quem morre no acidente não foi o pastor que era visto como principal suspeito até então. Tom Noonan que interpretou o pastor explica que por razões de orçamento e prazos o filme teve que ser encurtado: "havia quatro ou cinco cenas que eu ainda tinha que filmar, que eles nunca filmaram, elas explicariam quem eu sou naquele filme. Porque não sou o cara que matou as crianças. Não sou o cara mau no filme."
Essa falta de coesão no enredo causa um certo incômodo, mas não estraga completamente o filme. Jack Nicholson se vira com o que recebe e carrega o filme nas costas, interpretando mais um de seus personagens mentalmente perturbados, que sempre foram sua especialidade durante a carreira.
Bom drama de época com uma premissa muito instigante e original. Sendo talvez o único filme centrado nessa temática de duelos pela honra, mas apesar disso o conjunto da obra deixa a desejar.
Infelizmente o roteiro é superficial, não é apresentada uma motivação forte o suficiente para gerar toda a obsessiva sede de vingança que Feraud demonstra. Além disso falta mais substância aos personagens de Feraud e Armand d'Hubert, para embasar melhor a rixa entre os dois ou acrescentar mais elementos ao contexto da rivalidade.
O duelo de pistolas do desfecho é fraco e o mais sem graça do filme. Mas é interessante notar toda a dor que Feraud sente ao ser derrotado e saber que nunca mais poderia desafiar d'Hubert para um duelo, pois como foi poupado pelo rival ele deveria dali em diante "comportar-se como um homem morto". A expressão devastada de Feraud é simbólica, mostrando que naquele momento ele não havia perdido apenas um duelo, mas sim o principal objetivo de sua vida.
Apesar das falhas, Ridley Scott em início de carreira já consegue entregar um trabalho tecnicamente muito bem acabado, com destaque para a fotografia, coreografia precisa nos duelos de espadas e também na ambientação da França napoleônica do século 19 e todo seu contexto político.
Um drama bastante envolvente que soube retratar com o máximo realismo um tipo de crime sexual que, como fica evidente no próprio filme, nem sempre é tratado com a devida seriedade pelas autoridades.
Faturando o Oscar de Melhor Atriz, Jodie Foster tem aqui sua performance mais marcante da carreira, superando até mesmo "Silêncio dos Inocentes". A atriz vinha de um período de baixa na carreira e deu pra notar pela intensidade da atuação que ela apostou tudo nesse filme. Sua atuação chama a atenção não apenas pela polêmica cena de estupro mas por retratar de forma convincente todo o dano emocional que o crime causa na vítima.
A parte do tribunal também é muito bem executada, contando com uma atuação segura da Kelly McGillis. E mesmo longe do ideal o desfecho do caso pode ser considerado satisfatório, passando uma mensagem contundente contra a banalização do estupro a vítima deve ser sempre em todas as circunstâncias.
O filme é bom mas fica abaixo das expectativas. E mesmo com grandes nomes no elenco e na direção acabou fracassando nas bilheterias.
O contexto político/militar nigeriano é contado de forma genérica sem tanto aprofundamento, isso acaba prejudicando a criação de uma conexão dramática mais forte com o público, apesar das várias cenas revoltantes e violentas que são mostradas. Por outro lado, na parte de ação o resultado é melhor, principalmente na meia hora final quando o confronto final é estabelecido e os efeitos visuais se destacam.
O filme pode até ter boas intenções, mas por todas as questões sensíveis apresentadas é um tipo de produção que não seria bem vista atualmente, pois soa como uma propaganda patriota cafona. Mostrando americanos como salvadores brancos sempre dispostos a levar liberdade e justiça mundo afora, sem segundas intenções é claro...
E no final ainda fica a dúvida: o Bruce Willis desobedeceu às ordens e retornou por motivos humanitários ou apenas pra ter uma chance de pegar a doutora Lena depois da missão? A segunda opção parece mais provável.
Curiosidade: Em 2004, pouco após o fim das gravações Bruce Willis abriu um processo contra a produtora Revolution Studios. De acordo com os documentos, o ator revela que sofreu "lesões mentais e físicas substanciais" por ser atingido na testa por um projétil disparado pela equipe de efeitos especiais (o ferimento visto em cena era real). Especialistas dizem que isso pode ter desencadeado o quadro de demência fronto-temporal que o ator desenvolveu mais tarde.
Esse é talvez o pior filme sobre invasão alienígenas já feito na história. O roteiro é tão tosco que parece que foi gerado pelo ChatGPT, com os alienígenas menos inteligentes do universo tomando as decisões mais estúpidas possíveis para tentar dominar o planeta. Entre elas recrutar um exército infanto-juvenil pra resolver as coisas...
Pra completar o desastre ainda temos protagonistas sem carisma e romances adolescentes no estilo "Crepúsculo" jogados aleatoriamente na trama. O único ponto mais criativo, que se salva no meio de tantas bobagens, é o plot twist onde os ETs revelam a estratégia de usar humanos contra humanos para "limpar" o planeta.
E o mais espantoso é perceber o otimismo dos produtores, que tinham absoluta certeza que essa porcaria faria sucesso. Tanto que deixaram o final indefinido apostando tudo em futuras continuações...
Um filme que tem seus altos e baixos, não é totalmente descartável mas fica distante da obra prima superestimada por muitos.
A parte cômica ironizando o mundo perfeito na Barbieland é bastante criativa, comparando o modo de vida dos bonecos são estereotipados ao estilo da vida real. Neste ponto a produção ainda consegue passar uma crítica eficiente sobre como os brinquedos estimulam a busca por um modelo inalcançável de perfeição.
Quando a Barbie é expulsa da Barbieland e tenta se adaptar ao mundo dos humanos o filme também se mostra inspirado com boas sacadas sobre diferenças de visão de mundo e principalmente pela presença do Ryan Gosling que mesmo sendo escalado para um personagem acéfalo e vazio, feito sob medida para tentar desprezar e ridicularizar a figura masculina, ainda consegue roubar a cena em várias situações.
Mas a partir dai o filme vai se perdendo, especialmente quando se tenta fazer a crítica ao machismo/patriarcado da sociedade com os executivos da Mattel, e naquela "guerrinha" boba entre bonecos e bonecas. Neste ponto a trama vai ficando mais incoerente e o roteiro vai ficando cada vez mais previsível e estereotipado. A inteligência do humor também vai decaindo e perdendo sutileza ao se aproximar cada vez mais do "pastelão".
É uma pena que tenham desperdiçado uma boa ideia pelo desespero de lacração a qualquer custo. Um dia as diretoras feministas vão cair na real e entender que para construir personagens femininas fortes não é obrigatório colocar personagens masculinos acéfalos ao lado. Essa é uma abordagem preguiçosa e pouco eficaz que só serve para arrancar likes de militontas feministas, nada além...
Mas mesmo cheio de falhas não é uma perda de tempo total. Algumas críticas sobre estereótipos e falta de diversidade são realmente válidas e a indústria dos brinquedos parece atenta a essa necessidade de se adaptar aos novos públicos.
Em 2001 o mundo cibernético e a própria internet eram novidades e ainda vistos quase como ficção científica pelo público. Então era possível fazer esse tipo de filme onde hackers super dotados eram capazes de causar todo tipo de estrago digitando alguns comandos esquisitos num teclado.
Atualmente isso parece absurdo e até meio cômico, mas na época o público aceitava numa boa e se divertia com esse tipo bobagens. Mas mesmo visto hoje o filme permanece divertido se relevarmos o contexto extravagante e o título em português meio sem lógica.
O elenco é excelente. Os vilões do John Travolta são sempre carismáticos e o Hugh Jackman com a Halle Barry em início de carreira também dão conta do recado. Halle Berry recebeu S$ 500 mil extras só pra aparecer fazendo topless e disse que aceitou para superar o medo de aparecer nua na tela.
A qualidade dos efeitos visuais tem seus altos e baixos. Por um lado os efeitos práticos das perseguições e explosões são incríveis como por exemplo a inacreditável sequência final do ônibus suspenso (custou sozinha impressionantes US$15 milhões). Mas infelizmente quando entra o CGI os resultados decepcionam...
O desfecho é sarcástico e brinca com as ideias citadas no início do filme sobre finais felizes e se o criminoso deveria sempre morrer por uma questão de moralidade. Uma curiosidade mórbida é que o lançamento do filme foi apenas 3 meses antes do famoso atentado de 11 de setembro. E o filme cita não apenas ataques terroristas como meios de vigilância digital e retaliação contra os terroristas.
Será que se a tal "Black Cell" do Travolta realmente existisse Bin Laden teria desanimado do atentado? Já imaginaram uma continuação desse filme com o Travolta indo atrás do Bin Laden? Seria simplesmente especular ver a ficção se misturando com a realidade!
Boa sequência, não inova tanta mas pelo menos não desrespeita o legado deixado pelo seu antecessor. Para manter uma conexão coerente entre as duas histórias a produção acerta em trazer de volta o assistente da polícia que ajudou nas investigações no primeiro filme.
Além disso há um aprofundamento com relação à mitologia da entidade Bughuul, trazendo mais detalhes sobre suas origens e como se espalhou a partir da Noruega. Os novos vídeos caseiros continuam sinistros com novas variações de assassinatos. E como diferencial, desta vez temos um vilão da vida real para competir com a criatura sanguinária.
A produção não é tão ruim e traz alguns bons elementos, mas infelizmente perde em originalidade e não consegue assustar mais que o primeiro, que também tinha mais espaço para reviravoltas imprevistas.
A última cena deixa claro que a história permanece em aberto. Pois como o irmão sobrevivente também teve contato com a entidade então a maldição permanecerá ativa na próxima residência para onde a família se mudou.
Apesar do poster cafona e enganoso é um filme que tem suas qualidades e merecia mais reconhecimento.
A história é bem interessante, baseada num suposto projeto militar envolvendo simuladores, radiação e macacos. Mesmo que não seja baseada em fatos reais, ninguém duvidaria que pudesse ser. Afinal os militares sempre demonstraram serem capazes de colocar em prática projetos ainda mais bizarros que este na vida real.
Apesar do Matthew Broderick não convencer muito como piloto da força aérea (parece uma versão do Ferris Bueller com uniforme), sua simpática interação com os macacos é suficiente pra fazer o filme funcionar. O chimpanzé Virgil também chama a atenção, muitas vezes dando a impressão de que ele realmente se conectou ao seu personagem e tinha algum algum entendimento sobre o que estava rolando. As cenas em que ele controla o simulador de avião são impressionantes.
O desfecho também é muito consistente, pois apesar da fuga dos macacos parecer mirabolante ela é totalmente plausível dentro do enredo e ainda acrescenta o toque emocional que o filme precisava.
"Um piloto humano reagiria de forma diferente, porque um piloto humano saberia que iria morrer."
Curiosidade: Apesar do filme fazer uma crítica contra o abuso de animais, mais tarde os próprios produtores foram acusados de maus tratos com os macacos durante a produção do filme.
A comédia é um remake meia boca do filme "Do Que as Mulheres Gostam" com Mel Gibson e Helen Hunt, lançado em 2000.
O filme é chato, com uma narrativa repetitiva, piadas de gosto duvidoso e críticas rasas. Não chega nem perto do filme do Mel Gibson que é mais criativo, mostrar o lado masculino sofrendo a transformação é muito mais interessante e rende situações mais engraçadas do que quando se vê o contrário.
E por incrível que parece as críticas ao sistema corporativo machista é muito mais eficiente no filme do Mel Gibson do que nesse protagonizado pela mulher. Isso mostra bem a falta de propósito desse remake, que além de não divertir tanto, também acaba não prestando nem como crítica.
Usando algumas referências e personagens essa sequência conseguiu preservar a essência do original, sem parecer uma repetição desnecessária.
Emily Blunt não deixa a desejar na nova versão da Mary Poppins, resgatando a personalidade forte e severa da personagem interpretada antes por Julie Andrews. Muitos atores que participaram do filme original fazem pontas nessa versão, o que aumenta a nostalgia para quem assiste. Pena que a própria Julie Andrews tenha recusado o convite, pois teria dado um fechamento especial a esse ciclo.
Na parte cenográfica a direção também faz um ótimo trabalho na construção da ambientação de época dos anos 30, com bom uso dos efeitos em computação gráfica que trouxeram ao filme a atmosfera mágica que a história precisava. Tudo isso sem se afastar do conceito visual do filme antigo.
Pelo lado negativo existe um excesso de musicais, que apesar de terem conexão com a história e estarem bem dublados, se tornam cansativos depois de um tempo e tiram o ritmo da história. Mas nem isso não estraga tanto a experiência, no geral é uma continuação que cumpre com excelência sua proposta e vai comover especialmente quem já conhecia o original.
O conceito do filme é legal, lembra bastante os filmes do Hitchcock com muita correria, caos, assassinatos e enigmas que vão se revelando ao longo da história.
Porém o roteiro peca por ter várias conveniências que não se justificam. Como um criminoso que se infiltra no horário de almoço na sede da CIA pra receber ligações ou como Peter Joshua consegue se infiltrar entre os bandidos sem que isso fique esclarecido na trama. As partes mais cômicas da trama também parecem deslocadas e não surtem o efeito desejado, como a cena do chuveiro que chega a ser patética.
Outro ponto negativo é que apesar da boa química entre Grant e Hepburn a diferença de idade entre eles (25 anos) causa um certo estranhamento no desenvolvimento do romance.
No geral o filme se mostra um bom passatempo. Principalmente pelo estilo que mistura espionagem, comédia romântica e uma "caça ao tesouro" cheia de pistas falsas e reviravoltas. Tem seus bons momentos mas não chega a ser memorável...
Ótimo terror, que soube utilizar a fórmula batida das "casas assombradas" de uma maneira eficiente pra produzir alguns bons sustos e principalmente manter o suspense até os últimos momentos.
A premissa é intrigante, girando em torno de uma antiga entidade pagã babilônica chamada Bughuul, que matava famílias inteiras e levava um de seus filhos para consumir lentamente sua alma. Essa divindade funciona como se fosse uma releitura do clássico "Bogeyman" que sempre fez parte da cultura popular, tirando o sono de muita criança.
Mas o ponto que merece mais elogios são as reviravoltas finais. Ao contrário de muitos filmes de terror que decepcionam na conclusão, este filme consegue fechar a história de forma coerente e satisfatória. Além disso consegue sustentar o mistério até os últimos instantes, antes de revelar como funciona a participação das crianças nos assassinatos e o que mantêm "corrente" da maldição em atividade.
E o melhor é que a história não parece esgotada no final. Se trabalhada com criatividade a mitologia do Bughuul ainda poderia render boas continuações.
Curiosidade: Um estudo de 2020 conduzido pela Broadband Choices elegeu "A Entidade" como o filme mais assustador já feito. O estudo testou 50 filmes de terror de maior audiência já feitos com base na recepção em sites como IMDB, Rotten Tomatoes e Reddit, medindo os batimentos cardíacos dos participantes enquanto assistiam aos filmes. O batimento cardíaco médio em repouso dos participantes foi de 65 batimentos por minuto, mas saltou para uma média de 86 BPM enquanto assistiam ao filme, um aumento de 32% e o mais alto entre todos os filmes testados.
O diferencial desse documentário para a maioria é que o personagem principal admite sem constrangimentos os crimes e ainda se gaba e zomba das vítimas/otários que caíram na arapuca.
O amadorismo como o golpe foi arquitetado e operado deixa claro que a ganância das vítimas é o que facilita a execução de qualquer esquema financeiro. E o mais interessante é que apesar desses tipos de variações das pirâmides já serem bem conhecidas, elas ainda vão continuar funcionando por muito tempo, separando os trouxas gananciosos do seu dinheiro. Lembrando muito a recente moda dos NFTs que fez muita gente rir e chorar...
Mas esse é um tipo de vítima que não merece qualquer empatia ou solidariedade, gente assim tem que se ferrar mesmo. E no final Ray Trapani ainda nos deixa a amarga lição de que muitas vezes o crime compensa SIM!
Bom trabalho do Ben Affleck como diretor. Não é um filme impecável mas chama a atenção por abordar algumas questões éticas que independente do ponto de vista, sempre geram discussões válidas.
Pena a trama tenha uma falha grave de roteiro. Na parte em que é sugerido que o traficante Cheese tinha sequestrado a menina sem sequer ter pedido um resgate, deixou óbvio que ele não era o sequestrador e tudo era apenas um blefe para tentar recuperar o dinheiro roubado.
Essa falha acaba comprometendo todo o restante, indicando um previsível final feliz para o filme com a localização da menina viva no fim, só restando saber exatamente como isso seria feito. E no desfecho quando todo o esquema do sequestro da menina é revelado, a questão passa a ser até que ponto "os fins justificam os meios" e se a vida menina poderia ser beneficiada dali por diante, ao ser deixada com uma família mais estruturada.
Isso coloca o espectador diante de dilemas morais sobre o até que ponto a ética deve ser relativizada e em vários momentos durante o filme, quem assiste se pergunta o que faria se estivesse naquela situação. E justamente por provocar esses tipos de reflexões e pelo plot twist moralmente ambíguo é que o filme se destaca e merece elogios.
16 Quadras
3.4 328 Assista AgoraÓtimo filme de ação raiz, com muita correria e tiroteios lembrando os bons filmes do gênero dos anos 90. O diretor Richard Donner (falecido em 2021) inclusive foi o responsável pela franquia "Máquina Mortífera".
Bruce Willis, mesmo já envelhecido, manda bem e dá conta do recado lembrando o saudoso "John McClane" em seus melhores momentos. O personagem é o tipo de anti-herói que busca alguma redenção após uma carreira corrupta na polícia, encontrando essa chance em uma improvável missão onde precisa conduzir uma testemunha com urgência ao tribunal, percorrendo 16 quadras.
Com uma boa direção, roteiro interessante e trama dinâmica o filme pode não ser brilhante mas atende às expectativas. E ainda hoje se destaca entre tantas produções de ação genéricas que são lançadas aos montes rotineiramente no mercado.
Shade: Nos Bastidores do Jogo
3.2 32Filme mediano, vai agradar principalmente quem curte esse gênero de filmes sobre vigaristas, pôquer ou cassinos. Para os demais poderá parecer entediante.
Podemos citar como destaque algumas boas reviravoltas que acontecem pelo caminho, principalmente o surpreendente plot twist onde o telespectador se sente como um dos jogadores que foram tapeados. E esse deve ser mesmo o intuito principal de um filme sobre trapaças, deixar quem assiste meio perdido sobre o que está sendo mostrado e em qual dos personagens se deve ou não confiar.
Mas como o filme é curto, fica uma sensação de que 95 minutos foi pouco para se desenvolver melhor algumas tramas e deixar mais claros o envolvimento entre os personagens. Várias explicações são dadas apenas nos instantes finais do filme e de forma apressada.
De negativo também temos a Melanie Griffith desperdiçada num papel totalmente irrelevante. Por outro lado temos Sylvester Stallone que mesmo como um coadjuvante de luxo não compromete em seus 10 minutos de tela, interpretando uma mistura de gangster com trambiqueiro profissional.
Com seus altos e baixos é um filme interessante e no geral vale uma conferida, até por ser um dos mais obscuros da carreira do Sylvester Stallone.
Os Mercenários 4
2.4 151 Assista AgoraSempre foi um padrão da franquia os roteiros medíocres e diálogos constrangedores, mas pelo menos tinham o atrativo de satirizar os clichês dos filmes de ação e principalmente trazer atores renomados para o elenco.
Desta vez não teve nem isso pra salvar. O próprio Stallone que foi o idealizador do projeto parece ter se cansado da brincadeira, fazendo apenas uma ponta de coadjuvante no filme. Outros nomes famosos que marcaram presença desde o início da franquia tb abandonaram o barco, restando praticamente apenas o Statham pra passar vergonha sozinho.
Os efeitos visuais também decepcionam. Anteriormente haviam mais efeitos práticos agora praticamente só se vê um CGI bem vagabundo deixando evidente a queda de orçamento da produção.
No final só fica mistério do porque ainda insistem com isso...
P.s. Ganha 1 estrela só pela presença da deliciosa Megan Fox.
O Retorno do Talentoso Ripley
3.1 63 Assista AgoraContinuação desnecessária e sem a mínima inspiração do famoso filme de 1999 com Matt Damon.
O filme não tem o mesmo charme nem as várias camadas psicológicas inteligentes que se viram antes, o personagem agora é um mero mercenário com motivações genéricas e desinteressantes que nem se comparam ao personagem complexo do Ripley anterior.
John Malkovich, quase como coadjuvante de luxo, até se esforça com sua versão mais tosca do Hannibal Lecter, mas infelizmente o roteiro medíocre que recebe não ajuda. Esse "retorno" de Ripley é quase uma ofensa para um dos personagens mais instigantes do cinema...
A Freira 2
2.6 425 Assista AgoraApesar de não inovar, essa sequência consegue pelo menos dar uma continuação decente ao filme de 2018 ao acrescentar alguns novos elementos ao universo da franquia.
Neste ponto o enredo se esforça para trazer algum aprofundamento sobre a mitologia de Valak e ainda fornecer respostas sobre o passado e descendência da Irene, algo que havia ficado mal explicado no primeiro filme.
Por outro lado o filme pouco surpreende, perdendo em originalidade com a repetição da fórmula de uma nova relíquia imprestável que serve apenas para espantar provisoriamente o demônio. Resultando naquele desfecho pirotécnico e exagerado, basicamente reeditando o que foi visto anteriormente.
Êxodo: Deuses e Reis
3.1 1,2K Assista AgoraEsse é um dos filmes mais polêmicos da carreira do Ridley Scott que foi criticado e recebeu pedradas de todos os lados, sendo chamado até de antissemita. O filme chegou até a ser proibido no Egito e nos Emirados Árabes Unidos por "imprecisões históricas".
Como não se trata de um documentário, Ridley Scott realmente pode ter tomado algumas liberdades poéticas com relação ao material original.
Mas ainda sim ele soube captar a essência da lenda e o resultado não é desrespeitoso, a menos que seja assistido por um bitolado religioso.
Além disso é difícil acusar um filme de imprecisão histórica quando a fonte é um livro que afirma que o Mar Vermelho foi aberto magicamente por uma divindade para poder ser atravessado por 400 mil fugitivos, ou que Moisés levou 40 anos para atravessar um deserto de apenas 200 quilômetros de extensão. O próprio Christian Bale alfinetou sobre o personagem que interpretou: "Acho que Moisés provavelmente era esquizofrênico e foi um dos indivíduos mais bárbaros sobre os quais já li em minha vida."
Na parte técnica Ridley Scott soube usar o orçamento de blockbuster que teve a disposição, os efeitos especiais são de alto nível com destaque para as sequências de batalhas e para o realismo nas cenas das pragas, sempre tentando (dentro do possível) trazer uma abordagem mais científica aos eventos. A ambientação do Egito antigo também é recriada com alto grau de realismo.
O ponto alto do filme foi a forma sarcástica da representação do deus judaico-cristão como uma criança pirracenta. O diretor, que é ateu declarado, soube captar com precisão a personalidade infantil da divindade que não sabe direito o que quer e nem se preocupa com coerência em suas decisões. Como por exemplo a parte onde Moisés questiona o onipotente do motivo de ele ter demorado 400 anos pra se incomodar com o sofrimento dos seus escolhidos, contradição que inclusive se repetiria mais tarde durante o holocausto. A parte onde deus usa sua ira contra para matar os filhos dos egípcios ao invés de eliminar o próprio faraó e seu exército também mostram o senso de humor macabro do todo-poderoso...
Enfim o filme é bom épico, mas deve ser assistido com o distanciamento necessário e com bom senso para não se misturar crenças pessoais com cinema, afinal essas mesmas pessoas não perderiam tempo criticando "Thor", "A Múmia", ou personagens de outras mitologias por "imprecisões históricas".
Monster Hunter
2.4 408 Assista AgoraA premissa até que não é tão ruim e poderia render uma boa ficção científica mas o problema foi terem apostado em construir uma franquia sem estabelecer corretamente as bases da história.
Assim o filme ficou muito vazio, com um enredo sem conteúdo nem desenvolvimento suficientes. Apesar das várias boas cenas de ação e um CGI respeitável, apenas na reta final é que são dadas algumas respostas apressadas sobre o universo mitológico que inspirou o filme.
Essa foi o motivo do fracasso pois o que foi apresentado é muito pouco pra gerar um engajamento com o universo do jogo e pior ainda para motivar a criação de uma franquia inteira. A produção devia ter se dedicado mais nesse primeiro filme e deixado o público responder se as sequências seriam ou não viáveis.
Um Bom Ano
3.5 328 Assista AgoraComédia romântica desajeitada, cheia de personagens caricatos e situações baseadas em estereótipos europeus cafonas. Só se salva a fotografia e locações francesas. De resto não diverte nem emociona é apenas constrangedor, chega até a dar saudades do Woody Allen...
Não é surpresa que o filme tenha sido uma bomba nas bilheterias, arrecadando US$ 42 milhões contra seu orçamento de US$ 35 milhões e resultando em uma perda de mais US$ 20 milhões para o estúdio.
Diante dessa experiência fracassada Ridley Scott entendeu o recado e logo aceitou que não levava jeito pra esse gênero. Tanto que nunca mais quis se arriscar fora de sua zona de conforto que são os épicos e dramas biográficos. Ainda bem, o cinema agradece!
Curiosidades: Ridley Scott era dono de uma casa na Provença e queria fazer um filme lá, para isso encomendou um livro para seu amigo pessoal Peter Mayle que pudesse servir como base para um roteiro de comédia romântica.
Lift: Roubo nas Alturas
2.8 86 Assista AgoraComo filme de ação o resultado é mediano, não é grande coisa mas dá pra assistir sem grandes expectativas ou exigências. O grande problema é que esse formato de filme de assaltos mirabolantes já tá saturado, dando uma sensação de que aquele tipo de história que já foi contada mais vezes do que deveria.
E as coisas pioram quando o roteiro não ajuda e neste caso a trama é tão genérica, artificial e esquecível que parece ter sido gerado pelo ChatGpt. Onde simplesmente pediram para gerar um filme no estilo "Missão Impossível" mas com uma pitada de NFT pra diferenciar...
Por enquanto o saldo da Netflix ainda está positivo, a maioria dos filmes produzidos tem um nível aceitável. Mas é bom ficarem atentos para que a quantidade não comece a afetar a qualidade das produções.
A Promessa
3.3 162 Assista AgoraO filme começa bem se aproveitando da premissa instigante mas vai se perdendo ao longo do tempo, principalmente pela direção confusa do Sean Penn.
O desenvolvimento da trama parece desconectada em vários momentos. Quando o policial se aposenta ele logo passa a ter uma atitude negligente com relação ao caso, parecendo deixar de se importar com a "promessa", mesmo diante de indícios fortes que vão surgindo sobre o suspeito dos crimes. E nos momentos finais do filme a obsessão dele pelo assunto volta de uma forma repentina e implacável.
O desfecho que não leva a lugar nenhum é outro ponto fraco, pois quem morre no acidente não foi o pastor que era visto como principal suspeito até então. Tom Noonan que interpretou o pastor explica que por razões de orçamento e prazos o filme teve que ser encurtado: "havia quatro ou cinco cenas que eu ainda tinha que filmar, que eles nunca filmaram, elas explicariam quem eu sou naquele filme. Porque não sou o cara que matou as crianças. Não sou o cara mau no filme."
Essa falta de coesão no enredo causa um certo incômodo, mas não estraga completamente o filme. Jack Nicholson se vira com o que recebe e carrega o filme nas costas, interpretando mais um de seus personagens mentalmente perturbados, que sempre foram sua especialidade durante a carreira.
Os Duelistas
3.8 56 Assista AgoraBom drama de época com uma premissa muito instigante e original. Sendo talvez o único filme centrado nessa temática de duelos pela honra, mas apesar disso o conjunto da obra deixa a desejar.
Infelizmente o roteiro é superficial, não é apresentada uma motivação forte o suficiente para gerar toda a obsessiva sede de vingança que Feraud demonstra. Além disso falta mais substância aos personagens de Feraud e Armand d'Hubert, para embasar melhor a rixa entre os dois ou acrescentar mais elementos ao contexto da rivalidade.
O duelo de pistolas do desfecho é fraco e o mais sem graça do filme. Mas é interessante notar toda a dor que Feraud sente ao ser derrotado e saber que nunca mais poderia desafiar d'Hubert para um duelo, pois como foi poupado pelo rival ele deveria dali em diante "comportar-se como um homem morto". A expressão devastada de Feraud é simbólica, mostrando que naquele momento ele não havia perdido apenas um duelo, mas sim o principal objetivo de sua vida.
Apesar das falhas, Ridley Scott em início de carreira já consegue entregar um trabalho tecnicamente muito bem acabado, com destaque para a fotografia, coreografia precisa nos duelos de espadas e também na ambientação da França napoleônica do século 19 e todo seu contexto político.
Acusados
3.9 202 Assista AgoraUm drama bastante envolvente que soube retratar com o máximo realismo um tipo de crime sexual que, como fica evidente no próprio filme, nem sempre é tratado com a devida seriedade pelas autoridades.
Faturando o Oscar de Melhor Atriz, Jodie Foster tem aqui sua performance mais marcante da carreira, superando até mesmo "Silêncio dos Inocentes". A atriz vinha de um período de baixa na carreira e deu pra notar pela intensidade da atuação que ela apostou tudo nesse filme. Sua atuação chama a atenção não apenas pela polêmica cena de estupro mas por retratar de forma convincente todo o dano emocional que o crime causa na vítima.
A parte do tribunal também é muito bem executada, contando com uma atuação segura da Kelly McGillis. E mesmo longe do ideal o desfecho do caso pode ser considerado satisfatório, passando uma mensagem contundente contra a banalização do estupro a vítima deve ser sempre em todas as circunstâncias.
Lágrimas do Sol
3.7 348 Assista AgoraO filme é bom mas fica abaixo das expectativas. E mesmo com grandes nomes no elenco e na direção acabou fracassando nas bilheterias.
O contexto político/militar nigeriano é contado de forma genérica sem tanto aprofundamento, isso acaba prejudicando a criação de uma conexão dramática mais forte com o público, apesar das várias cenas revoltantes e violentas que são mostradas. Por outro lado, na parte de ação o resultado é melhor, principalmente na meia hora final quando o confronto final é estabelecido e os efeitos visuais se destacam.
O filme pode até ter boas intenções, mas por todas as questões sensíveis apresentadas é um tipo de produção que não seria bem vista atualmente, pois soa como uma propaganda patriota cafona. Mostrando americanos como salvadores brancos sempre dispostos a levar liberdade e justiça mundo afora, sem segundas intenções é claro...
E no final ainda fica a dúvida: o Bruce Willis desobedeceu às ordens e retornou por motivos humanitários ou apenas pra ter uma chance de pegar a doutora Lena depois da missão? A segunda opção parece mais provável.
Curiosidade: Em 2004, pouco após o fim das gravações Bruce Willis abriu um processo contra a produtora Revolution Studios. De acordo com os documentos, o ator revela que sofreu "lesões mentais e físicas substanciais" por ser atingido na testa por um projétil disparado pela equipe de efeitos especiais (o ferimento visto em cena era real). Especialistas dizem que isso pode ter desencadeado o quadro de demência fronto-temporal que o ator desenvolveu mais tarde.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraEsse é talvez o pior filme sobre invasão alienígenas já feito na história. O roteiro é tão tosco que parece que foi gerado pelo ChatGPT, com os alienígenas menos inteligentes do universo tomando as decisões mais estúpidas possíveis para tentar dominar o planeta. Entre elas recrutar um exército infanto-juvenil pra resolver as coisas...
Pra completar o desastre ainda temos protagonistas sem carisma e romances adolescentes no estilo "Crepúsculo" jogados aleatoriamente na trama. O único ponto mais criativo, que se salva no meio de tantas bobagens, é o plot twist onde os ETs revelam a estratégia de usar humanos contra humanos para "limpar" o planeta.
E o mais espantoso é perceber o otimismo dos produtores, que tinham absoluta certeza que essa porcaria faria sucesso. Tanto que deixaram o final indefinido apostando tudo em futuras continuações...
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraUm filme que tem seus altos e baixos, não é totalmente descartável mas fica distante da obra prima superestimada por muitos.
A parte cômica ironizando o mundo perfeito na Barbieland é bastante criativa, comparando o modo de vida dos bonecos são estereotipados ao estilo da vida real. Neste ponto a produção ainda consegue passar uma crítica eficiente sobre como os brinquedos estimulam a busca por um modelo inalcançável de perfeição.
Quando a Barbie é expulsa da Barbieland e tenta se adaptar ao mundo dos humanos o filme também se mostra inspirado com boas sacadas sobre diferenças de visão de mundo e principalmente pela presença do Ryan Gosling que mesmo sendo escalado para um personagem acéfalo e vazio, feito sob medida para tentar desprezar e ridicularizar a figura masculina, ainda consegue roubar a cena em várias situações.
Mas a partir dai o filme vai se perdendo, especialmente quando se tenta fazer a crítica ao machismo/patriarcado da sociedade com os executivos da Mattel, e naquela "guerrinha" boba entre bonecos e bonecas. Neste ponto a trama vai ficando mais incoerente e o roteiro vai ficando cada vez mais previsível e estereotipado. A inteligência do humor também vai decaindo e perdendo sutileza ao se aproximar cada vez mais do "pastelão".
É uma pena que tenham desperdiçado uma boa ideia pelo desespero de lacração a qualquer custo. Um dia as diretoras feministas vão cair na real e entender que para construir personagens femininas fortes não é obrigatório colocar personagens masculinos acéfalos ao lado. Essa é uma abordagem preguiçosa e pouco eficaz que só serve para arrancar likes de militontas feministas, nada além...
Mas mesmo cheio de falhas não é uma perda de tempo total. Algumas críticas sobre estereótipos e falta de diversidade são realmente válidas e a indústria dos brinquedos parece atenta a essa necessidade de se adaptar aos novos públicos.
A Senha: Swordfish
3.2 252 Assista AgoraEm 2001 o mundo cibernético e a própria internet eram novidades e ainda vistos quase como ficção científica pelo público. Então era possível fazer esse tipo de filme onde hackers super dotados eram capazes de causar todo tipo de estrago digitando alguns comandos esquisitos num teclado.
Atualmente isso parece absurdo e até meio cômico, mas na época o público aceitava numa boa e se divertia com esse tipo bobagens. Mas mesmo visto hoje o filme permanece divertido se relevarmos o contexto extravagante e o título em português meio sem lógica.
O elenco é excelente. Os vilões do John Travolta são sempre carismáticos e o Hugh Jackman com a Halle Barry em início de carreira também dão conta do recado. Halle Berry recebeu S$ 500 mil extras só pra aparecer fazendo topless e disse que aceitou para superar o medo de aparecer nua na tela.
A qualidade dos efeitos visuais tem seus altos e baixos. Por um lado os efeitos práticos das perseguições e explosões são incríveis como por exemplo a inacreditável sequência final do ônibus suspenso (custou sozinha impressionantes US$15 milhões). Mas infelizmente quando entra o CGI os resultados decepcionam...
O desfecho é sarcástico e brinca com as ideias citadas no início do filme sobre finais felizes e se o criminoso deveria sempre morrer por uma questão de moralidade. Uma curiosidade mórbida é que o lançamento do filme foi apenas 3 meses antes do famoso atentado de 11 de setembro. E o filme cita não apenas ataques terroristas como meios de vigilância digital e retaliação contra os terroristas.
Será que se a tal "Black Cell" do Travolta realmente existisse Bin Laden teria desanimado do atentado? Já imaginaram uma continuação desse filme com o Travolta indo atrás do Bin Laden? Seria simplesmente especular ver a ficção se misturando com a realidade!
A Entidade 2
2.7 569 Assista AgoraBoa sequência, não inova tanta mas pelo menos não desrespeita o legado deixado pelo seu antecessor. Para manter uma conexão coerente entre as duas histórias a produção acerta em trazer de volta o assistente da polícia que ajudou nas investigações no primeiro filme.
Além disso há um aprofundamento com relação à mitologia da entidade Bughuul, trazendo mais detalhes sobre suas origens e como se espalhou a partir da Noruega. Os novos vídeos caseiros continuam sinistros com novas variações de assassinatos. E como diferencial, desta vez temos um vilão da vida real para competir com a criatura sanguinária.
A produção não é tão ruim e traz alguns bons elementos, mas infelizmente perde em originalidade e não consegue assustar mais que o primeiro, que também tinha mais espaço para reviravoltas imprevistas.
A última cena deixa claro que a história permanece em aberto. Pois como o irmão sobrevivente também teve contato com a entidade então a maldição permanecerá ativa na próxima residência para onde a família se mudou.
Projeto Secreto, Macacos
3.0 47Apesar do poster cafona e enganoso é um filme que tem suas qualidades e merecia mais reconhecimento.
A história é bem interessante, baseada num suposto projeto militar envolvendo simuladores, radiação e macacos. Mesmo que não seja baseada em fatos reais, ninguém duvidaria que pudesse ser. Afinal os militares sempre demonstraram serem capazes de colocar em prática projetos ainda mais bizarros que este na vida real.
Apesar do Matthew Broderick não convencer muito como piloto da força aérea (parece uma versão do Ferris Bueller com uniforme), sua simpática interação com os macacos é suficiente pra fazer o filme funcionar. O chimpanzé Virgil também chama a atenção, muitas vezes dando a impressão de que ele realmente se conectou ao seu personagem e tinha algum algum entendimento sobre o que estava rolando. As cenas em que ele controla o simulador de avião são impressionantes.
O desfecho também é muito consistente, pois apesar da fuga dos macacos parecer mirabolante ela é totalmente plausível dentro do enredo e ainda acrescenta o toque emocional que o filme precisava.
"Um piloto humano reagiria de forma diferente, porque um piloto humano saberia que iria morrer."
Curiosidade: Apesar do filme fazer uma crítica contra o abuso de animais, mais tarde os próprios produtores foram acusados de maus tratos com os macacos durante a produção do filme.
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Do Que os Homens Gostam
2.9 115 Assista AgoraA comédia é um remake meia boca do filme "Do Que as Mulheres Gostam" com Mel Gibson e Helen Hunt, lançado em 2000.
O filme é chato, com uma narrativa repetitiva, piadas de gosto duvidoso e críticas rasas. Não chega nem perto do filme do Mel Gibson que é mais criativo, mostrar o lado masculino sofrendo a transformação é muito mais interessante e rende situações mais engraçadas do que quando se vê o contrário.
E por incrível que parece as críticas ao sistema corporativo machista é muito mais eficiente no filme do Mel Gibson do que nesse protagonizado pela mulher. Isso mostra bem a falta de propósito desse remake, que além de não divertir tanto, também acaba não prestando nem como crítica.
O Retorno de Mary Poppins
3.5 343 Assista AgoraUsando algumas referências e personagens essa sequência conseguiu preservar a essência do original, sem parecer uma repetição desnecessária.
Emily Blunt não deixa a desejar na nova versão da Mary Poppins, resgatando a personalidade forte e severa da personagem interpretada antes por Julie Andrews. Muitos atores que participaram do filme original fazem pontas nessa versão, o que aumenta a nostalgia para quem assiste. Pena que a própria Julie Andrews tenha recusado o convite, pois teria dado um fechamento especial a esse ciclo.
Na parte cenográfica a direção também faz um ótimo trabalho na construção da ambientação de época dos anos 30, com bom uso dos efeitos em computação gráfica que trouxeram ao filme a atmosfera mágica que a história precisava. Tudo isso sem se afastar do conceito visual do filme antigo.
Pelo lado negativo existe um excesso de musicais, que apesar de terem conexão com a história e estarem bem dublados, se tornam cansativos depois de um tempo e tiram o ritmo da história. Mas nem isso não estraga tanto a experiência, no geral é uma continuação que cumpre com excelência sua proposta e vai comover especialmente quem já conhecia o original.
Charada
4.1 297 Assista AgoraO conceito do filme é legal, lembra bastante os filmes do Hitchcock com muita correria, caos, assassinatos e enigmas que vão se revelando ao longo da história.
Porém o roteiro peca por ter várias conveniências que não se justificam. Como um criminoso que se infiltra no horário de almoço na sede da CIA pra receber ligações ou como Peter Joshua consegue se infiltrar entre os bandidos sem que isso fique esclarecido na trama. As partes mais cômicas da trama também parecem deslocadas e não surtem o efeito desejado, como a cena do chuveiro que chega a ser patética.
Outro ponto negativo é que apesar da boa química entre Grant e Hepburn a diferença de idade entre eles (25 anos) causa um certo estranhamento no desenvolvimento do romance.
No geral o filme se mostra um bom passatempo. Principalmente pelo estilo que mistura espionagem, comédia romântica e uma "caça ao tesouro" cheia de pistas falsas e reviravoltas. Tem seus bons momentos mas não chega a ser memorável...
A Entidade
3.2 2,3K Assista AgoraÓtimo terror, que soube utilizar a fórmula batida das "casas assombradas" de uma maneira eficiente pra produzir alguns bons sustos e principalmente manter o suspense até os últimos momentos.
A premissa é intrigante, girando em torno de uma antiga entidade pagã babilônica chamada Bughuul, que matava famílias inteiras e levava um de seus filhos para consumir lentamente sua alma. Essa divindade funciona como se fosse uma releitura do clássico "Bogeyman" que sempre fez parte da cultura popular, tirando o sono de muita criança.
Mas o ponto que merece mais elogios são as reviravoltas finais. Ao contrário de muitos filmes de terror que decepcionam na conclusão, este filme consegue fechar a história de forma coerente e satisfatória. Além disso consegue sustentar o mistério até os últimos instantes, antes de revelar como funciona a participação das crianças nos assassinatos e o que mantêm "corrente" da maldição em atividade.
E o melhor é que a história não parece esgotada no final. Se trabalhada com criatividade a mitologia do Bughuul ainda poderia render boas continuações.
Curiosidade: Um estudo de 2020 conduzido pela Broadband Choices elegeu "A Entidade" como o filme mais assustador já feito. O estudo testou 50 filmes de terror de maior audiência já feitos com base na recepção em sites como IMDB, Rotten Tomatoes e Reddit, medindo os batimentos cardíacos dos participantes enquanto assistiam aos filmes. O batimento cardíaco médio em repouso dos participantes foi de 65 batimentos por minuto, mas saltou para uma média de 86 BPM enquanto assistiam ao filme, um aumento de 32% e o mais alto entre todos os filmes testados.
Criptofraude
2.8 9O diferencial desse documentário para a maioria é que o personagem principal admite sem constrangimentos os crimes e ainda se gaba e zomba das vítimas/otários que caíram na arapuca.
O amadorismo como o golpe foi arquitetado e operado deixa claro que a ganância das vítimas é o que facilita a execução de qualquer esquema financeiro. E o mais interessante é que apesar desses tipos de variações das pirâmides já serem bem conhecidas, elas ainda vão continuar funcionando por muito tempo, separando os trouxas gananciosos do seu dinheiro. Lembrando muito a recente moda dos NFTs que fez muita gente rir e chorar...
Mas esse é um tipo de vítima que não merece qualquer empatia ou solidariedade, gente assim tem que se ferrar mesmo. E no final Ray Trapani ainda nos deixa a amarga lição de que muitas vezes o crime compensa SIM!
Medo da Verdade
3.7 460 Assista AgoraBom trabalho do Ben Affleck como diretor. Não é um filme impecável mas chama a atenção por abordar algumas questões éticas que independente do ponto de vista, sempre geram discussões válidas.
Pena a trama tenha uma falha grave de roteiro. Na parte em que é sugerido que o traficante Cheese tinha sequestrado a menina sem sequer ter pedido um resgate, deixou óbvio que ele não era o sequestrador e tudo era apenas um blefe para tentar recuperar o dinheiro roubado.
Essa falha acaba comprometendo todo o restante, indicando um previsível final feliz para o filme com a localização da menina viva no fim, só restando saber exatamente como isso seria feito. E no desfecho quando todo o esquema do sequestro da menina é revelado, a questão passa a ser até que ponto "os fins justificam os meios" e se a vida menina poderia ser beneficiada dali por diante, ao ser deixada com uma família mais estruturada.
Isso coloca o espectador diante de dilemas morais sobre o até que ponto a ética deve ser relativizada e em vários momentos durante o filme, quem assiste se pergunta o que faria se estivesse naquela situação. E justamente por provocar esses tipos de reflexões e pelo plot twist moralmente ambíguo é que o filme se destaca e merece elogios.