filme me parece uma colisão entre a masculinidade como tema e o território do desejo enquanto uma problemática para a mesma, fluem daí várias complexidades e proibições. não consigo pensar no farol sem dissocia-lo d'um símbolo fálico nesse contexto. muito louco como pattinson e dafoe vão se consumindo durante o filme e muitas linhas vão se borrando - raiva & admiração. repulsa & tesão. juventude & velhice. dominação & subserviência. verdade & mentira. o eu & o outro. querer ser ou destruir? - me fez pensar sobre como esse arquétipo viril é aprendido e replicado de forma compulsiva, autocorrosiva e violenta. não ironicamente os únicos momentos de vulnerabilidade e comunicação são possíveis apenas através do álcool e depois abruptamente interrompidos. no meio disso tudo sonhos, lendas, maldições e segredos se embaralham e dão ao filme uma dimensão densa e sombria que me preendeu nos detalhes. tudo tão escandaloso e simples. ritmo teatral. obra absurda!
impossível não traçar paralelos com a bruxa. tom, tommy, thomas, thomasin. a obsessão imagética pelo trabalho braçal em ambos. seus personagens pouco a pouco sendo corrompidos pela loucura, o desejo e suas próprias mitologias. o grande universo desconhecido das florestas e dos mares. o campo esotérico e místico que o tempo todo sobrevoa ambas histórias. puts, lindimais.
por fim, o tom de te(n)são me lembrou vagamente "tom na fazendo" do dolan.
minha sensação foi de assistir um conto de fadas dos irmãos grimm com vontadezinhas de horror e gore. arriscaria dizer, também, que é um filme sobre amadurecimento e encontrar um lugar para pertencer apesar de todas as alegorias religiosas.
solve et coagula? destruir pra construir? talvez, não sei.
o directors cut foi um pouco cansativo em alguns momentos mas veria dnv. não me pegou tanto quanto "hereditário", ainda assim, direção e atuações deslumbrantes. destaco tbm a sensação de ser um intruso do início ao fim.
Não sei exatamente o que pensar. Acho que existiam maneiras mais interessantes de desenvolver o desfecho, sinto que o roteiro se perde no ato final e vai pelo caminho mais óbvio. Ainda assim, toda condução construída é forte, densa e tem seus momentos "poéticos". O filme te amarra pela curiosidade e aflição, mas não vai muito alem disso.
Existe toda uma tensão sexual sádica (ou não, talvez eu seja louco?????) que fascina (acho que sou louco mesmo) e perturba. As propostas visuais me deixaram sem ar, trilha e atuações impecáveis mas o final preguiçoso decepciona, não corresponde ao potencial do filme.
É hipnótico, sensorial e se utiliza de simbolismos sem dó. A atmosfera é delicada e sombria em níveis absurdos, se desenvolve de maneira dramática e poderosa. Primeiro filme de Park Chan Wook que assisto e estou apaixonado!
O Farol
3.8 1,6K Assista Agorafilme me parece uma colisão entre a masculinidade como tema e o território do desejo enquanto uma problemática para a mesma, fluem daí várias complexidades e proibições. não consigo pensar no farol sem dissocia-lo d'um símbolo fálico nesse contexto. muito louco como pattinson e dafoe vão se consumindo durante o filme e muitas linhas vão se borrando - raiva & admiração. repulsa & tesão. juventude & velhice. dominação & subserviência. verdade & mentira. o eu & o outro. querer ser ou destruir? - me fez pensar sobre como esse arquétipo viril é aprendido e replicado de forma compulsiva, autocorrosiva e violenta. não ironicamente os únicos momentos de vulnerabilidade e comunicação são possíveis apenas através do álcool e depois abruptamente interrompidos. no meio disso tudo sonhos, lendas, maldições e segredos se embaralham e dão ao filme uma dimensão densa e sombria que me preendeu nos detalhes. tudo tão escandaloso e simples. ritmo teatral. obra absurda!
Esperma, Álcool e Gritaria, fim.
impossível não traçar paralelos com a bruxa. tom, tommy, thomas, thomasin. a obsessão imagética pelo trabalho braçal em ambos. seus personagens pouco a pouco sendo corrompidos pela loucura, o desejo e suas próprias mitologias. o grande universo desconhecido das florestas e dos mares. o campo esotérico e místico que o tempo todo sobrevoa ambas histórias. puts, lindimais.
por fim, o tom de te(n)são me lembrou vagamente "tom na fazendo" do dolan.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista Agoraminha sensação foi de assistir um conto de fadas dos irmãos grimm com vontadezinhas de horror e gore. arriscaria dizer, também, que é um filme sobre amadurecimento e encontrar um lugar para pertencer apesar de todas as alegorias religiosas.
solve et coagula? destruir pra construir? talvez, não sei.
o directors cut foi um pouco cansativo em alguns momentos mas veria dnv. não me pegou tanto quanto "hereditário", ainda assim, direção e atuações deslumbrantes. destaco tbm a sensação de ser um intruso do início ao fim.
Tom na Fazenda
3.7 368 Assista AgoraNão sei exatamente o que pensar.
Acho que existiam maneiras mais interessantes de desenvolver o desfecho, sinto que o roteiro se perde no ato final e vai pelo caminho mais óbvio. Ainda assim, toda condução construída é forte, densa e tem seus momentos "poéticos". O filme te amarra pela curiosidade e aflição, mas não vai muito alem disso.
Existe toda uma tensão sexual sádica (ou não, talvez eu seja louco?????) que fascina (acho que sou louco mesmo) e perturba. As propostas visuais me deixaram sem ar, trilha e atuações impecáveis mas o final preguiçoso decepciona, não corresponde ao potencial do filme.
Segredos de Sangue
3.5 1,2K Assista AgoraÉ hipnótico, sensorial e se utiliza de simbolismos sem dó. A atmosfera é delicada e sombria em níveis absurdos, se desenvolve de maneira dramática e poderosa. Primeiro filme de Park Chan Wook que assisto e estou apaixonado!