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Criador do site Saindo da Matrix. Curte o espiritual e o material (às vezes nos extremos). Viva Hypatia! Viva The Walking Dead!

Últimas opiniões enviadas

  • AcidZero

    Alicia Vikander. O que ela é? De onde veio? Do que se alimenta?

    A criatura surgiu assim do nada, com duas atuações monstruosas, numa delas eclipsando o ganhador do Oscar de 2015? Não me recordo de ter ficado encantado por um atriz assim tão rapidamente (Herm..., digo, Emma Watson levou mais de 2 anos pra isso) e confesso que só vi esse filme por ela. E não me arrependi, pois (além dela) é um bom filme. Pablo Vilaça desmerece a atuação de Eddie Redmayne, dizendo que é caricatural. Concordei com isso até a metade do filme, e eu passei um tempo desagradável imaginando o Stephen Hawkin vestido de mulher (porque era só o que eu via, quando ele fazia caras e bocas), e isso me tirou completamente do filme no início, até que eu me acostumei e me veio um pensamento: esta é a história de um homem não-afeminado que tem de aprender do zero todo o maneirismo e suavidade femininos, e o filme deixa isso bem claro. É ÓBVIO que a imitação (e a cena da cabine deixa isso mais claro ainda) vai ser tosca, exagerada (e eu senti que até mesmo o personagem sente isso e sofre) e confusa. Tanto isso é verdade que, mais próximo do final, a atuação é perfeitamente natural. Mais uma vez o ator está de parabéns, , mas calhou dele contracenar com a gigante Vikander, que tem nesse papel um "range emocional" que é perfeito pro Oscar, e se ela não ganhar (ela concorre por melhor atriz secundária, o que me faz pensar: quem é a atriz principal desse filme? Lili?) vai ser uma das maiores injustiças da Academia (uma entre várias, aliás, basta ver o Di Caprio).
    Fotografia lindíssima, encantadora, com vários ambientes, vários estilos, e cores pastel maravilhosas, e a Lili está iluminada (e colorida) de forma a se parecer com seus quadros. Pena que sequer está concorrendo ao Oscar (Mas não ia ganhar mesmo, porque o Lubezki vai levar).

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  • AcidZero

    Nunca entrei nem entendi o hype que fizeram na época com esse documentário. Nem sei porque.
    Acontece que esqueci tudo o que tinha lido ou ouvido a respeito, e só peguei pra ver porque o arquivo com o filme estava à mão. Foi a melhor coisa que podia ter acontecido, pois fui envolvido na trama que o diretor criou, descobrindo os acontecimentos na ordem em que ele quis, e fiquei completamente enredado e alucinado com essa história surreal, que mais parece uma fábula, um conto de fadas em estilo noir, algo que provavelmente nunca mais vai acontecer neste mundo (bem, talvez ainda possa ocorrer na Coréia do Norte, não sei).

    Enfim, o hype era merecido, esse é um estilo de filme/documentário que merece ser assistido e premiado. E não leia mais a respeito se você ainda não o fez.

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  • AcidZero

    Este é o melhor filme de ação dos últimos 15 anos. Está quase empatado com Gravidade e Avatar como uma das mais fantásticas experiências que um IMAX pode proporcionar. George Miller, 66 anos, não fez um filme pra telas pequenas. Ele é grandioso, maior e mais bizarro que a vida, maior que seus icônicos personagens e, talvez por isso mesmo, tenha desagradado alguns que queriam ver um show do Mad Max. Pra esses eu posso dizer que o diretor/escritor não os enganou: desde o segundo filme da trilogia original Mad Max se estabeleceu como um personagem secundário, um fio condutor para os acontecimentos e personagens desfilarem, e no fim ele saía da aventura da mesma forma que entrou, nem maior nem menor.

    A verdadeira estrela do filme é Imperator Furiosa, interpretada por Charlize Theron. Uma mulher forjada da mesma fibra de uma Sarah Connor ou da tenente Ripley. O encontro de Furiosa com Max é como o confronto de duas cobras, onde ambos se estudam durante muito tempo antes de dar um bote. E nisso a atuação de Tom Hardy é perfeita, pois ele é um ator que fala muito com os olhos e com o rosto. Charlize é também boa o suficiente pra equiparar-se nos silêncios e atuação corporal, mas brilha ainda mais nos (poucos) diálogos que tem no meio do filme.

    Muito se falou da polêmica de feminismo no filme, com a associação de homens héteros (?) "Men’s Rights Activists" querendo boicotar o filme porque Max é submisso à Furiosa. Grande besteira, mas o filme é assumidamente feminista, confirmado pelo diretor. Mas e daí? Avatar e Aliens também o são e não vimos reclamação alguma sobre issso (ao contrário, não conseguimos sequer imaginar os filmes sem elas). Mercenários 2 é um filme assumidamente de macho e é uma porcaria, e não por causa disso (o primeiro também exala testosterona e é muito melhor).

    George Miller dá uma aula de como fazer um filme de ação, humilhando a meninada de Hollywood e mesmo gente da sua geração. Seria preciso uns 3 Spielbergs na direção só pra fazer aquelas cenas finais! A quantidade de cenas é impressionante, cobrindo toda a ação, mas nada disso iria funcionar se não existisse uma edição no mesmo nível de genialidade. E a quem o diretor confiou esse trabalho desgraçadamente épico? À sua própria esposa. E quem pensa que ele usou a figura da esposa pra poder editar ele mesmo está muito enganado. Ela trabalhou dia e noite enquanto ele filmava no deserto da África do Sul. George filmou 480 horas e deu tudo isso pra ela editar. E quando ela perguntou: "por que eu?" ele respondeu "porque se eu der isso a um cara ele vai fazer um filme de ação qualquer".

    Isso nos leva à próxima crítica feita ao filme: Alguns pensam que ele não tem história, que é só ação, mas o diretor George Miller é um perito em contar uma história através da ação, e isso é o domínio perfeito da linguagem cinematográfica, não menos. Ele confessa que foi muito influenciado pelo cinema mudo, daí sua técnica apurada. O diretor é genial em passar as mensagens através do visual, sem uma linha sequer de diálogo.

    Em Fury Road ele está não só mostrando e aprofundando o mundo que vimos em Mad Max 2 (e uma elaborada crítica a nossa própria sociedade), como está pela primeira vez nos inserindo nele, tamanha a insanidade da direção/edição/som, que nos coloca não como testemunhas confortáveis, mas como participantes da ação. E como participantes não precisamos de explicações, apenas vemos o que está ao nosso redor com a naturalidade que DEVE ser exigida por quem está inserido em um mundo onde a loucura é a regra.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Como o filme é explicado através do visual, ele carrega em si uma grande dose de simbolismo. A tribo dos War Boys, por exemplo, segue fanaticamente o líder Immortan Joe de forma religiosa. Essa religião é como um retorno às religiões primordiais: patriarcal, e como os antigos romanos ou vikings venera aquilo que lhe cerca ou ajuda a sobreviver (no caso, os carros); como é uma sociedade guerreira, crê em um paraíso para os melhores guerreiros (Valhalla) e reencarnação ("eu vivo, eu morro, eu vivo novamente"). As frases são repetidas mecanicamente, indicando o grau de lavagem cerebral daqueles garotos. O líder supremo controla um recurso natural precioso (água) e reparte um mínimo com o povo, através de um duto que derrama um pouco de água em cima das pedras (uma bela e sutil cena que mostra o desperdício, a esterilidade do lugar e a falta de uma vontade de doar realmente) e que ainda pode ser interpretado como uma ejaculação fora (Bukake anyone?). Essa última interpretação, embora pareça forçada, dentro DESTE filme faz sentido, pois ele faz esse paralelo de sociedade patriarcal versus matriarcado muito claramente. O leite materno, por exemplo, é negado aos bebês para benefício da elite do lugar, que usa as mulheres como vacas leiteiras ou parideiras.

    Nesta sociedade uma mulher se destacou: Imperator Furiosa, que é imensamente respeitada por todos. O filme não conta sua história (a não ser que ela foi raptada quando criança pelo Immortan Joe), o que é interessante, pois ficamos curiosos a respeito da personagem e podemos assim imaginar qualquer coisa pra perda do braço, pra suas motivações, etc. Ao vermos essa mulher ter um lugar de destaque nessa sociedade imediatamente imaginamos que ela deva ser "badass", e assim o filme segue maravilhosamente sem explicações desnecessárias e sem subestimar a inteligência da platéia.

    Mad Max também aparece como badass ao matar e comer o lagarto. Mas numa virada inesperada de eventos ele vira uma presa fácil para os War Boys. E assim se inicia uma perseguição de 20 minutos de tirar o fôlego, como se o diretor quisesse dizer "bom dia, bem-vindos ao meu mundo, isso foi só um aquecimento, agora vamos começar de fato". Só vi isso duas vezes no cinema: Soldado Ryan e Gravidade, e ambos foram experiências inesquecíveis, então façam um favor a vocês mesmo(a)s e assistam Mad Max Fury Road na maior tela que puderem.

    Depois temos a cena onde somos apresentados às mulheres de Immortan Joe se banhando: parece um comercial de Victoria Secret ou mesmo um soft porn. Não por acaso: essa é a forma como aquelas personagens eram usadas, e a forma como aquele mundo as via, idealizadas e sexualizadas. Max provavelmente as vê assim por alguns minutos, mas ele é um sobrevivente antes de tudo, tem moral pra não tirar proveito das pessoas e mais na frente vemos que ele sabe dos perigos e armadilhas de se deixar levar pela sexualidade irrefreada neste mundo. Imediatamente ele identifica o perigo em Furiosa e a desarma como pode. Num curto espaço de tempo vemos que ela é equivalente a Mad Max em força, agilidade, inteligência, perigo e - novamente sem muitos diálogos - eles percebem que é mais interessante se aliarem contra o inimigo em comum.

    O personagem do War Boy "Kami crazy" (referência óbvia aos kamikazes) é quase um alívio cômico, mas sem ser idiota. Nas cenas de ação do começo testemunhamos o sacrifício de um guerreiro de sua tribo e vemos que o nível de tolerância para com o fracasso é baixíssimo entre eles. Isso vai definir e embasar as ações desse personagem por todo o filme.
    É com ele que constatamos uma outra forma de poder do feminino: o poder do acolhimento, da transformação do homem. Através do carinho a ruiva consegue tornar o inimigo em aliado. Interessante notar também como o caminhão das mulheres é um caminhão de leite: esse grupo está não só negando o alimento aos homens como é quase um oásis móvel de leite, combustível e água no meio do deserto.
    Ainda assim elas não sabem pra onde ir. Perseguem um sonho, uma esperança. Quando a realidade as alcança (através primeiro do contato com uma "súcubus", que usa a sexualidade como arma pra conseguir sua presa, e depois com a sabedoria das mais velhas) elas se desesperam ao ponto de seguirem para a morte no meio do nada. Aí que entra pela primeira vez a verdadeira força do Mad Max na trama, um aspecto "masculino" (que não deixa de estar nas mulheres, mas é tradicionalmente associado ao homem; Yang, ativo) que em vez de acolher ou contornar o problema diz "vamos voltar, vamos enfrentar o problema de frente ou morrer tentando" que, não por acaso, tem um quê da filosofia dos War Boys de ir pro tudo-ou-nada.

    Não canso de frisar o quanto os personagens são memoráveis: as velhinhas motoqueiras, o cara com balas nos dentes, o anão com um fortão (uma referência ao - ou mesmo os próprios - Master Blaster do Mad Max 2), e uma senhora com sementes (mais uma referência ao feminino, que carrega a vida com ela, além da mais óbvia, que é a mulher grávida carregando um filho saudável) que parece uma versão live-action da pirata do filme Laputa, de Hayao Miyazaki.
    Destaque para o desenho de produção, onde cada roupa e máquina reflete um estilo e uma necessidade de vida: temos a tribo dos carros porco-espinho, os os motoqueiros vivendo nas montanhas, os carros dos War Boys com âncoras pra fazer outros carros pararem e pêndulos para invadi-los.

    A fotografia fugiu da tendência de retratar um mundo pós-apocalíptico com cores desbotadas e resolveu fazer exatamente o contrário, com cores fora da realidade. Mas só isso não faz uma boa fotografia, e o testemunho de que ela é boa mesmo é que o diretor quer lançar uma versão do filme em blu-ray em preto e branco, apenas com a trilha sonora. Os enquadramentos realmente brilham em P&B, um testemunho da maestria do diretor e da técnica do fotógrafo John Seale (70 anos!).

    Mad Max Fury Road é filme pra se ver e rever e ser comentado por muito tempo. Longa vida ao diretor George Miller e que ele possa nos brindar com mais filmes da série antes dele ir todo cromado e brilhante para o Valhalla.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Bruno Buch
    Bruno Buch

    Retiro o que disse sobre o Jabor ser o melhor jornalista do Brasil. O Jabor é o segundo melhor, o melhor mesmo é o Luiz Carlos Prates do SBT, que coincidentemente também é ateu, olha só.

    Se está se referindo as recentes manifestações de rua, o Jabor, assim como o Prates, interpretaram corretamente. O povo tem todo o direto de sair as ruas protestar, mas somente aqueles que cumprem o seu dever como estudante e trabalhador. Se quer sair protestar nas ruas, primeiro tem que mostrar as notas e a carteira de trabalho. Primeiro os deveres, depois os direitos.

    E parabéns pra vc que acredita na existência de espíritos, materialização de energia e outras besteiras inacreditáveis. O que tem que ser ensinado as pessoas é o ceticismo, juntamente como o ensino de ciência, não dessa besteira chamada religião.

  • Rafaela Souza
    Rafaela Souza

    Olá, leio seu site "Saindo da Matrix" e gosto muito do que leio... obrigada pela materialização de energias.

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