Gostei muito principalmente por ter sido a obra que mais se aproximou de um live action de Cadillacs and dinosaurs, um game oitentista (se não me engano) da capcom. No entanto, infelizmente na última hora de filme, o roteiro acaba fazendo escolhas simplistas e equivocadas, não deixando o filme brilhar por completo. O roteiro poderia ter ousado mais, tirando o telespectador da zona de conforto. Eu pessoalmente, reconheço o valor do primeiro Jurassic Park, mais voltado para o sci-fi. Mas eu prefiro a saga Jurassic Worlds, pois são mais pipocão. Inclusive acho o Reino Ameaçado um filmaço subestimado. Mas enfim, entendo os que não gostaram, pois é um filme que trabalha numa zona de conforto. Eu saí bem feliz do cinema, mesmo um pouco decepcionado com o ato final.
É um filme ame ou odeie, e pelo visto o público em geral está indo mais para o ódio. Mas eu amei. O que mais gostei é que intencionalmente o roteiro vai na direção total oposta dos novos Halloween, se assume "cringe" (usando o termo de forma irônica mesmo, até tendo em vista as vítimas), resgata o protagonismo do assassino alçado aqui quase a uma condição de anti-herói, um vingador (e mais uma vez sendo irônico e fazendo um paralelo com super heróis ou vilões da marvel que sobrevivem a situações que um humano normalmente não sobreviveria), e indo numa direção totalmente contrária ao politicamente correto, que atualmente tende a empoderar as final girls, e as vítimas. Muito se reclama do roteiro aqui. Pessoalmente eu adorei o roteiro. Inclusive considero que a metalinguagem aqui funciona muito melhor do que no Pânico. Digo isso porque no Pânico enquanto as homenagens são feitas em sua maioria através de textos bem expositivos, com as personagens deixando bem claro o quê e onde estão homenageando, neste filme elas aparecem por breves diálogos (vide premonição por exemplo), ou através de reproduções de cenas (psicose, sexta-feira 13, o iluminado). O próprio Halloween é homenageado numa cena, e digo o original, já que o roteiro decide ir numa direção total oposta aos novos halloweens. Sua metalinguagem é tão boa que o filme se assume como um filme a ser cancelado pela atual geração (não contavam, no entanto, que a geração para a qual acreditavam estar fazendo o filme também o cancelariam, fato que pode ter várias explicações). Obviamente não sou o dono da verdade, às vezes é de fato um filme ruim, e não será o primeiro filme ruim que adoro. Mas acredito que até o pessoal da antiga está embebida nessa cultura das redes sociais, querem se sentir com razão, não querem estar do lado perdedor, admitir gostar de algo que os influencers não gostaram.
Um fato interessante é a utilização da sobrevivente do filme antigo. Muita gente viu como problema do roteiro. Para mim foi uma sacada genial. Pois vai totalmente ao oposto do que o Halloween fez. Ela inclusive não é a mesma pessoa. Se torna quase como uma caricatura da texana. Se assemelha mais aos membros da família Leatherface, do que a hippie de antigamente. Trancam as meninas no carro, assim como o xerife do remake e provocam uma confusão mental na cabeça do Leather. Você lembra de mim? Esbraveja na casa. Acredito ali que o assassino deve ter imaginado que se tratava de alguém da família, inclusive devido a forma como estava trajada, e a forma grosseira como o tratava. E por isso ele a ignora, e volta para terminar o seu trabalho. E aí, é um movimento meu, mas me passa a impressão de ser algo intencional do roteiro, que eles brincam com o inconsciente de Sally. Será que ela está ali de fato para matar o monstro que sempre a atormentou em seus pesadelos, ou para se juntar aos amigos? Será que ela acredita que deveria ter morrido naquele dia? Que não seria merecedora de ter sobrevivido? A protagonista que sobreviveu ao massacre na escola (uma das irmãs) expõe isso em uma cena. E Sally quando tranca as meninas no carro esbraveja. Ele está atrás de vocês. É ele não é? Parece na cena (e mais uma vez um movimento meu, mas que me fez conversar com esse roteiro) que ela está mordida de ciúmes. As meninas são o objeto de desejo do leatherface, e não ela. De fato, diferente de Jamie Lee Curtis, ela não é a protagonista deste filme. Ela é coisa do passado, somente mais uma vítima. Ela não é a final girl, e isso a deixa mordida.
Gosto também como eles tratam o Leatherface. O personagem, assim como Norman Bates foi inspirado no mesmo assassino. E ambos incorporam a mãe. Ali, ele não está simplesmente vingando a mãe. Está sim dando oportunidade a ela a se vingar. E ao mesmo tempo, nesse processo, devolve-lhe a vida. Mas claro é tudo fantasia de sua cabeça. Após a matança do ônibus ele precisa voltar para casa e a realidade é que sua mãe se foi. Quando Sally entra na casa, Leatherface está confrontando a solidão. Um detalhe interessante é que como Norman Bates, Leatherface não é um psicopata, mas um psicótico em surto. É uma pessoa mentalmente adoecida, possivelmente por passar por inúmeros abusos vivendo em uma família com vários psicopatas. E no lar com uma senhora atenciosa, aparentemente conseguiu levar uma vida sem surtos. O psicótico possui uma forma peculiar de se comunicar com a realidade, ele dá vazão aos seus desejos, traz eles para a realidade. Se vestir de mãe, em ambos os casos, é mantê-las vivas e presentes em suas vidas.
Gosto também de como o filme tratam os simbolismos e a comunicação em sí. A mesma bandeira pode ter inúmeros significados. Para um homem preto, a bandeira dos confederados pode simbolizar o histórico de racismo norte americano. Para uma senhora texana pode simbolizar o afeto de um ente querido. Da mesma forma quando ela diz que já cuidou de várias crianças pretas, ele fica muito ofendido. É de se imaginar as diversas situações discriminatórias pelo qual ele já passou, que o fez significar aquela frase de forma tão negativa. Mas não era intenção dela ofendê-lo. Acho essa discussão no filme bem válido. Julgamos hoje o próximo sem tentar de fato conhece-lo. Julgamos por uma palavra mal colocada, ou pelo visual que se apresenta. Nos comunicamos com o outro de forma rasa, superficial.
Adoro também a forma como ele utiliza as vítimas. Essa geração é capaz de fazer milhões antes dos 30. Mas seriam capaz de sobreviver a um assassino como o Leatherface? Pois diferente do filme, que fugiu dos cinemas com medo de ser cancelado, indo parar no streamer, ferramenta da geração que critica, Leatherface não têm medo do cancelamento. E sem essa arma, qual eles utilizariam. Essa geração, que já viu de tudo nas redes sociais, conseguiriam escapar de uma situação real de perigo? Ou ficariam presos, sem saber para onde ir? Interessante o paralelo que podemos fazer entre as telas do celular e as janelas do ônibus. Ninguém teve coragem de pular o psicopata, ficaram tocando na tela (no caso as janelas), meio que esperando alguma resposta mágica que não veio. Um blackmirror às invertidas. E é ótimo que a final girl dessa geração não precise da carona de um hétero top caminhoneiro, já que ela tem o próprio carro automático.
Por fim é um filme que assim como evil dead remake, faz chover sangue (literalmente, tendo aqui a Sally como uma nuvem carregada talvez). Da mesma forma, os personagens nadam em sangue. Gosto muito da forma como o terceiro ato mais parece um pesadelo. Aqui as leis da física já não importam. O que vale é a vontade de matar e de sobreviver. Acho que é o momento do filme que mais gosto. Mas vi por vários comentários que quebrou a imersão de muita gente. Enfim, é um filme que gostei muito, mas que não acho que seja para todo mundo.
Dá para fazer uma análise psicanalítica bem legal sobre o filme. De certa forma é uma interpretação minha, e talvez nem seja a interpretação mais apropriada.
Muito interessante como é mostrado o desenvolvimento da protagonista. Narra a história de uma menina que cresce sem o afeto paterno. Em sua memória, apenas o acidente de carro foi capaz de despertar a atenção paterna para com ela. Foi o momento ápice da relação entre ela e o pai. Isso a faz venerar o carro. Carro que passa a ser um pouco ela também após o acidente, devido a placa de titânio. Essa veneração a leva a lugares predominantemente masculinos onde a mulher é objetificada, assim como os carros. Mas elas assumem um papel secundário. Os carros são protagonistas. Me faz pensar o quanto ela sente nesse momento parte dos veículos, capazes de despertar a atenção masculina. Ela só consegue essa atenção dos homens através da sexualização de seu corpo, mas nunca da forma que ela sempre buscou lá atrás como criança, um afeto acolhedor, protetor.
E aí vamos para a relação com o veículo. Acho bem provável que ela tenha sido estuprada. Ela recalca o estupro. O que ela lembra é mágico e libertador. A relação dela com o veículo, endeusado. O objeto de poder para ela, o falo, capaz de lhe conferir o poder da atenção masculina. Talvez nem tenha sido estupro, mas algo foi recalcado.
E aí vamos para a matança. Vemos a jovem inicialmente como uma psicopata. Mas é muito mais do que isso. Há uma tentativa de compreender aquele momento do acidente, tão traumático a ela. Claro, de uma maneira inconsciente. Ela repete o procedimento invasivo da cirurgia, mas nos outros. Tem fixação por objetos metálicos nos outros. Repetições que inconsciente procuram uma explicação sobre procedimento tão invasivo
E aí temos o outro protagonista. É muita coisa para comentar. Depois deixo mais um comentário sobre minhas impressões do filme.
Vi com toda a família e foi uma experiência ótima. É um filme claramente voltado para o público infantil com ótimos efeitos visuais, boas atuações e personagens cativantes. As crianças aqui de casa adoraram.
Tecnicamente achei um filme impecável. O diretor consegue criar imagens e cenas de um primor técnico que ao mesmo tempo espanta pela beleza do trabalho, quanto pela loucura e insanidade que me rememorou H. P. Lovercraft. Só que narrativamente confesso que tive um certo problema com o filme. É literalmente como acompanhar o dia a dia de dois bebados enlouquecendo. Achei enfadonho mesmo com os acontecimentos bizarros e as atuações dignas de oscar. É uma experiência, e por isso dei a nota máxima. Com certeza um dos melhores filmes do ano. Mas não é algo fácil de ser consumido. O que inclusive me faz perguntar se eu não prefiro algo mais banal e fácil de degustar.
Que animação linda, oscar merecidíssimo!! Sempre tive preconceito com o personagem Miles Morales, talvez por achar Peter Parker insubstituível. Mas aí vem essa animação corajosa e nos propõe esse salto de fé. E ao provar que podemos sim ter vários outros spiders, ainda engrandece a figura do Parker de tal forma que só posso dizer que essa é a melhor obra do homem aranha em recurso audiovisual.
Foi o filme que mais me divertiu esse ano. Algumas pessoas torcem o nariz para o filme pipoca, blackbuster. Eu acho geniais, pq conseguem dialogar de forma clara com diversos tipos de públicos, emulam vários gêneros, brincam com saudosismos e conversam com as novas gerações. Não devemos subestimar filmes bilionários. É claro que nem todos blackbusters funcionam. Porém Aquaman funcionou muito bem para mim. Nesse quesito me lembra o primeiro guardiões da Galáxia, meu filme favorito da Marvel. Hora parece que estou vendo um filme de herói, hora um filme de terror, e passa pelo estilo de aventura, sci fi, espacial, catástrofe, comédia... E funciona na totalidade. Adorei como é um filme aquático que funciona, e homenageia diversos filmes que utiliza da temática. Do cuidado com o personagem e de como adapta as hqs dos novos 52. De como homenageia inclusive os super amigos. São muitos e muitos acertos. Aliás de fato James Wan é um diretor extremamente talentoso, possuié um filme com vários momentos muito memoráveis.
Vi muita critica dizendo como o filme é raso, ao tratar da poluição aos oceanos. Mas não acho que essa seja a grande mensagem do filme. A mensagem está muito mais no muro cultural, da xenofobia, de como enxergamos o outro. E essa mensagem funciona tão bem no filme que muitos dos criticos realçaram o pezinho no brega. Legal como tudo no filme soa tão estranho para o público, tanto do figurino às escolhas musicais. Eu achei o visual maravilhoso, de como emula a vida aquática. As mulheres de Atlântida não usariam um top de oncinha, mas vestidos de escamas.
Não há como negar que é um filme muito corajoso, pois a primeira hora vai na contramão do comercial. Dava para editar de forma mais ágil, tornando a primeira parte do filme mais digerível. Eu gostei, mas acredito que pode não funcionar para muitos. Porém se vc tiver paciência e aguardar, será recompensado com um dos filmes mais loucos do ano. E Cage, que atuação. É uma atuação visceral e extremamente esquizofrênica, mas que funciona muito bem nesse filme.
O interessante que a história fica na borda do sobrenatural, devido aos motoqueiros from hell. No entanto gostei muito da solução da droga pesada consumida, que o tornaram quase que forças da natureza. A convenção social deixa de fazer sentido, eles abraçam o lado animal, como um bando de lobos. Aliás, a solução do LSD poderoso é muito bom porque o filme abraça a loucura da droga, e ao longo do filme parece que você está vendo sob a ótica dos personagens. Como se a barreira entre o real e o ilusório se quebrasse. Todos os personagens estão tão loucos que não dá para ter certeza o que na jornada é real e o que é alucinação do LSD.
Gosto muito também de como o diretor resolve os riscos na jornada de vingança. Com certeza o risco real se encontra com os motoqueiros, e eles mesmos vacilam em algumas oportunidades. Há um respeito no bando com a figura do Cage, um reconhecimento de que ele também é um predador como eles, que sua humanidade se foi com Mandy. O segundo grupo no entanto não oferece tanto perigo na jornada da vingança. Porém fica claro o poder de ideologias e como podem ser perigosas nas mãos de pessoas fracas que sentem essa necessidade de se sentirem poderosas. O embate final é ótimo porque mostra como deplorável são algumas figuras colocadas em pedestrais, fruto de ideologias. E isso torna o filme extremamente atual.
Dizer que até agora, das adaptações de heróis do ano foi o que mais gostei. Acho que por diversos motivos. Gosto da escala do filme, tanto em relação ao local onde se passa (uma cidade), quanto no contexto da história. Me lembro das histórias curtas que costumava ler quando criança. Nem tudo precisava ser uma mega saga de dimensão mundial ou planetária. E algumas vezes eram essas histórias curtas as mais divertidas. Gosto da motivação da vilã (Aliás gostei de tudo nela, desde o design à interpretação, que remete inclusive aos vilões de super heróis de filmes anteriores à saga Marvel. Acho que talvez o filme tenha me pegado inclusive por esse saudosismo. Achei que ele tem uma pegada mais inocente, como filmes de heróis da antiga. Os vilões tem um ar meio caricato lembrando os de antigamente, seja através da cobiça ou da loucura. Várias referenças também a filmes de antigamente.
Gosto como é trabalhado nos dois filmes do homem formiga o conceito de herói. Hank Pym é muito mais herói que Tony Stark, e incrível como eles são opostos. Ele salva o mundo pq é o certo a fazer, não por ego. Aliás imagino o quanto a revelação da identidade do homem de ferro deve ter sido benéfica em termos de bilhões para a empresa Stark. Para Hank e Janet há uma doação real, e a noção dos riscos que envolve uma sofisticada tecnologia. Acho bem interessente coexistir nesse universo mentes tão divergentes, e também esse conceito de diferentes gerações. Lembrando que a forma de ver o mundo de Hank aproxima inclusive dos valores do Capitão, que é ainda outra geração anterior ao homem formiga original. Gosto também dessa visão de herói entre filho/a e pai/mãe, e como esse conceito de família é trabalhado no filme.
E é legal que é um filme onde não precisa ter mortes. Pode ser que alguém tenha morrido na perseguição dos carros, mas não é explícito. Pode ser que ninguém tenha morrido. Tem morte ao revisitar o nascer da vilã, e de como ela foi apropriada como objeto de espionagem, até para dar um viés obscuro ao personagem. Mas existe motivação maior do que querer existir? Não imagino uma. E gosto de sua atuação que beira à insanidade, lembrando um pouco até da mulher gato de Batman Returns. E tem o outro lado, do Sonny, que como um Luthor de antigamente, quer poder, e enxerga o dinheiro como meio mais fácil para alcançar esse objetivo.
Por fim a escala do filme. O objetivo é simples. Trazer mãe e esposa de volta para casa. E se passa numa única cidade, São Francisco. É uma história simples e bem resolvida. Ao mesmo tempo a escala é gigantesca porque o mundo quântico é quase um universo paralelo, quase inatingível. E com isso o filme constantemente brinca com dois diferentes universos. Acho por tudo isso um filme muito bem resolvido, acho que um dos filmes da Marvel que mais gostei, colocaria talvez num top 05.
The Den tenta inovar o gênero found footage. Tive a sensação que Zachary Donohue busca nos colocar na mesma posição de quem hackeia o computador de Elizabeth. O expectador passa a acompanhar todo o drama da protagonista através da sua vida online. E ela é tão antenada que sua vida online tem um peso enorme em sua vida. Quase sempre Elizabeth está em rede. E talvez a grande exposição seja o motivo do interesse de um psicopata que passa a assediá-la. Não demora para o assédio se tornar um jogo mortal para ela e para seus amigos e familiares. O filme inova num estilo hoje muito utilizado no gênero terror, e isso é bom. Parece que o expectador está do outro lado de um computador, quase que interagindo. E não apenas vendo um video obscuro. O diretor soube dosar a apresentação da personagem e a trama em sí de forma que o filme não fica massante. Infelizmente acho que o filme poderia ser mais ousado.
Quando falo em ousadia é que durante todo o filme fica claro que os assassinos tem total controle da situação. Dessa forma eles poderiam aparecer mais. No entanto durante todo o fime eles aparecem quase sempre de relance. Claro que de certa forma isso valoriza as aparições. Mas eu acho que ficaria mais legal se eles dessem a cara mesmo e tacassem o terror. Porém isso nem me incomoda muito.
O que de fato me incomodou e muito foi o final. Eu gostei do filme, achei ele legal. Mas até o momento em que ela foi capturada tava achando o filme muito bom. Não entendo como uma menina de 50kg, que não é atlética, pois ficava o tempo inteiro na net, consegue dar trabalho a vários assassinos, que até esse momento se mostravam extremamente profissionais. E aquelas tocas do final eram ridículas perante a máscara do assassino que sai à caça das vítimas na net. Me passou a impressão que na verdade o povo que tenta pegar a menina no prédio são associados no estilo "O Albergue", enquanto os profissionais mesmo ficam acompanhando tudo pelas cameras para evitar que a vítima escape.
Se acabasse no momento que os assassinos tentam pegar ela em casa daria 4 ou até 4,5 estrelas. Até esse momento gostei muito do filme. Essa cena inclusive para mim foi a melhor do filme. Mas aí o filme ficaria muito curto. Até por isso acho que deveria ter valorizado mais as ameaças.
Todo ano seleciono alguns filmes Concorrentes ao Oscar para assistir antes da premiação. Até para ter graça para assistir ao evento. Assim dá para torcer para aqueles filmes que mais agradaram. Dallas Buyers Club é um daqueles filmes em que não tem como não torcer. É um filme de extrema qualidade. As atuações são impecáveis. Matthew entrega uma das melhores atuações de 2013. O cara tá irreconhecível e aproveita ao máximo a riqueza do personagem. Jared e Jennifer tb mandam muito bem, apesar de que Matthew acaba roubando a cena. A direção tb é impecável, as cenas são bonitas e pessoais. Isso favoreceu muito as atuações. Outro fator muito positivo do filme é a história. É muito simples e ao mesmo tempo muito boa. A história de um homem que tenta sobreviver a uma doença tido na época como mortal e extremamente contagiosa. Hoje sabemos que o contágio envolve grupos de risco e que é facil tomar medidas preventivas. Mas na década de 80 o preconceito comia a solta. É interessante perceber como o personagem sai de sua zona de conforto e cai em um ambiente averso. Mais interessante ainda é ver Ron lucrando com sua tragédia e, naturalmente, acabar trocando o lucro por um ativismo que de tão natural e humano, muitas vezes, passa imperceptível.
Ron é um personagem muito interessante. O típico machão, cowboy que gostava de andar armado e frequentava boates. Fazia orgia com os amigos e dava golpes em rodeios. Ao contrair Aids percebe que seus amigos tb machões não o aceitam mais, pelo fato da doença ser vista na época como indícios de homossexualismo. E posteriormente pela experiência da doença, ele acaba fazendo amizades justamente com homossexuais em que a pouco tempo ele abominava. É um filme que apesar de ter uma crítica pesada ao controle médico legal da época (e consequentemente às corporações farmaceuticas), ele prefere trilhar para o lado humano, de que vida cada um só tem uma, e que todas fazem falta para alguém.
Considerado por muitos como a obra prima de Stuart Gordon. Prefiro From Beyond, mas re-animator é com certeza um dos clássicos de terror da década de 80. Assisti recentemente a versão extendida, e o bom da outra versão é que era mais agil, ia direto ao que importava. No entanto a versão extendida enriquece a história, dando mais nuances aos personagens. O grande ponto que torna re-animator único é a forma como o morto vivo é explorado. O debate aqui não é se ele vai caminhar ou correr. Não é o medo de se contaminar e se tornar um ser irracional. O medo não se trata de ser um contra uma horda, muito menos o fator de seu corpo estar apodrecendo. A volta à vida de algo que morreu é visto aqui como uma dádiva a ser buscada, a vitória sobre a morte. Temas como a ética também é abordado.
Um dos grandes méritos do filme são os personagens. West é uma espécie de dr. Frankstein, mas extremamente arrogante. Quer que o mundo veja o quão brilhante é. É viciado a buscar conhecimento a ponto de se viciar no seu reagente "para não perder tempo dormindo, desligando assim o cérebro). Dr. Hill, outro personagem marcante é uma espécie de mentalista capaz de manipular as pessoas ao seu redor (quase que uma hipnose).
A história é boa e prende a atenção. O primeiro momento não possui muitas cenas de terror, mas o final compensa com uma sucessão de bizarrices. Existem momentos épicos como o abuso da filha do reitor, feito por uma cabeça morta-viva, as vísceras do corpo que atacam west e o corpo sem cabeça que anda com uma cabeça falsa para dar uma disfarçada. Os efeitos especiais são bem feitos, ainda mais para a época, trazendo aquele charme trash da década de 80.
Infelizmente achei o final meio preguiçoso. Tb não gostei muito dos zumbis controlados por meio de procedimento de lobotomia. No entanto não prejudica a grandiosidade desse filme.
Revi recentemente. Passava muito na band, nas tardes do cine trash. Ambientado nos contos de H.P. Lovecraft e dirigido por Stuart Gordon (de re-animator), considero esse um dos grandes filmes de terror da década de 80. Isso devido a diversos fatores. Primeiramente a história é muito boa e bizarra.
O tema em questão: insanidade, criaturas, dimensão paralela é abordado de forma criativa pelo diretor. Depois não existe bem um mocinho ou mocinha. Todos estão sujeitos à insanidade (ou uma sanidade extrema)
Outro fator que funciona, e muito bem, é que não tem enrolação. O filme é curto, por volta de 85min. Então desde o início ja mostra a que veio. Pode incomodar alguns, os efeitos especiais, que são bem old school (eu prefiro assim, odeio cgi). No entanto para os amantes do terror da década de 80 acaba sendo mais um charme ao filme. O final acho outro ponto a favor do filme. A bizarrice do filme caminha numa crescente e as cenas finais são insanas.
Para mim foi o filme mais foda que eu vi em 2012. No entanto não sei se é um filme que vai agradar a galera, pq ele começa bem devagar. Até para deixar bem claro a natureza do protagonista, o que é muito importante para o desenvolvimento do filme. A trilha sonora é um charme a parte e tb pode ou não agradar.
Gostei bastante do filme. Com uma protagonista marcante, boas atuações e uma história bizarra. O filme começa muito bem, mas acho que perde um pouco o fôlego do meio para o final. Alguns momentos me lembrou um pouco alguns casos bizarros de Nip Tuck.
Esperava que a história ficasse ainda mais bizarra ao longo do filme, realçando a transformação da Mary num verdadeiro monstro. Esperava tb que os casos fossem ficar cada vez mais bizarros, mas acaba retrocedendo, mostrando modificações corporais mais populares. Porém não prejudica o filme
Acho que se o filme fosse mais hardcore, tivesse mais sangue e tal, iria ganhar mais ponto frente ao fãs do gênero, mas entendo que às vezes é melhor deixar a cena mais subentendido, como fizeram, do que gravar uma cena mal feita.
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Jurassic World: Domínio
2.8 545 Assista AgoraGostei muito principalmente por ter sido a obra que mais se aproximou de um live action de Cadillacs and dinosaurs, um game oitentista (se não me engano) da capcom. No entanto, infelizmente na última hora de filme, o roteiro acaba fazendo escolhas simplistas e equivocadas, não deixando o filme brilhar por completo. O roteiro poderia ter ousado mais, tirando o telespectador da zona de conforto. Eu pessoalmente, reconheço o valor do primeiro Jurassic Park, mais voltado para o sci-fi. Mas eu prefiro a saga Jurassic Worlds, pois são mais pipocão. Inclusive acho o Reino Ameaçado um filmaço subestimado. Mas enfim, entendo os que não gostaram, pois é um filme que trabalha numa zona de conforto. Eu saí bem feliz do cinema, mesmo um pouco decepcionado com o ato final.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraÉ um filme ame ou odeie, e pelo visto o público em geral está indo mais para o ódio. Mas eu amei. O que mais gostei é que intencionalmente o roteiro vai na direção total oposta dos novos Halloween, se assume "cringe" (usando o termo de forma irônica mesmo, até tendo em vista as vítimas), resgata o protagonismo do assassino alçado aqui quase a uma condição de anti-herói, um vingador (e mais uma vez sendo irônico e fazendo um paralelo com super heróis ou vilões da marvel que sobrevivem a situações que um humano normalmente não sobreviveria), e indo numa direção totalmente contrária ao politicamente correto, que atualmente tende a empoderar as final girls, e as vítimas.
Muito se reclama do roteiro aqui. Pessoalmente eu adorei o roteiro. Inclusive considero que a metalinguagem aqui funciona muito melhor do que no Pânico. Digo isso porque no Pânico enquanto as homenagens são feitas em sua maioria através de textos bem expositivos, com as personagens deixando bem claro o quê e onde estão homenageando, neste filme elas aparecem por breves diálogos (vide premonição por exemplo), ou através de reproduções de cenas (psicose, sexta-feira 13, o iluminado). O próprio Halloween é homenageado numa cena, e digo o original, já que o roteiro decide ir numa direção total oposta aos novos halloweens. Sua metalinguagem é tão boa que o filme se assume como um filme a ser cancelado pela atual geração (não contavam, no entanto, que a geração para a qual acreditavam estar fazendo o filme também o cancelariam, fato que pode ter várias explicações). Obviamente não sou o dono da verdade, às vezes é de fato um filme ruim, e não será o primeiro filme ruim que adoro. Mas acredito que até o pessoal da antiga está embebida nessa cultura das redes sociais, querem se sentir com razão, não querem estar do lado perdedor, admitir gostar de algo que os influencers não gostaram.
Um fato interessante é a utilização da sobrevivente do filme antigo. Muita gente viu como problema do roteiro. Para mim foi uma sacada genial. Pois vai totalmente ao oposto do que o Halloween fez. Ela inclusive não é a mesma pessoa. Se torna quase como uma caricatura da texana. Se assemelha mais aos membros da família Leatherface, do que a hippie de antigamente. Trancam as meninas no carro, assim como o xerife do remake e provocam uma confusão mental na cabeça do Leather. Você lembra de mim? Esbraveja na casa. Acredito ali que o assassino deve ter imaginado que se tratava de alguém da família, inclusive devido a forma como estava trajada, e a forma grosseira como o tratava. E por isso ele a ignora, e volta para terminar o seu trabalho. E aí, é um movimento meu, mas me passa a impressão de ser algo intencional do roteiro, que eles brincam com o inconsciente de Sally. Será que ela está ali de fato para matar o monstro que sempre a atormentou em seus pesadelos, ou para se juntar aos amigos? Será que ela acredita que deveria ter morrido naquele dia? Que não seria merecedora de ter sobrevivido? A protagonista que sobreviveu ao massacre na escola (uma das irmãs) expõe isso em uma cena. E Sally quando tranca as meninas no carro esbraveja. Ele está atrás de vocês. É ele não é? Parece na cena (e mais uma vez um movimento meu, mas que me fez conversar com esse roteiro) que ela está mordida de ciúmes. As meninas são o objeto de desejo do leatherface, e não ela. De fato, diferente de Jamie Lee Curtis, ela não é a protagonista deste filme. Ela é coisa do passado, somente mais uma vítima. Ela não é a final girl, e isso a deixa mordida.
Gosto também como eles tratam o Leatherface. O personagem, assim como Norman Bates foi inspirado no mesmo assassino. E ambos incorporam a mãe. Ali, ele não está simplesmente vingando a mãe. Está sim dando oportunidade a ela a se vingar. E ao mesmo tempo, nesse processo, devolve-lhe a vida. Mas claro é tudo fantasia de sua cabeça. Após a matança do ônibus ele precisa voltar para casa e a realidade é que sua mãe se foi. Quando Sally entra na casa, Leatherface está confrontando a solidão. Um detalhe interessante é que como Norman Bates, Leatherface não é um psicopata, mas um psicótico em surto. É uma pessoa mentalmente adoecida, possivelmente por passar por inúmeros abusos vivendo em uma família com vários psicopatas. E no lar com uma senhora atenciosa, aparentemente conseguiu levar uma vida sem surtos. O psicótico possui uma forma peculiar de se comunicar com a realidade, ele dá vazão aos seus desejos, traz eles para a realidade. Se vestir de mãe, em ambos os casos, é mantê-las vivas e presentes em suas vidas.
Gosto também de como o filme tratam os simbolismos e a comunicação em sí. A mesma bandeira pode ter inúmeros significados. Para um homem preto, a bandeira dos confederados pode simbolizar o histórico de racismo norte americano. Para uma senhora texana pode simbolizar o afeto de um ente querido. Da mesma forma quando ela diz que já cuidou de várias crianças pretas, ele fica muito ofendido. É de se imaginar as diversas situações discriminatórias pelo qual ele já passou, que o fez significar aquela frase de forma tão negativa. Mas não era intenção dela ofendê-lo. Acho essa discussão no filme bem válido. Julgamos hoje o próximo sem tentar de fato conhece-lo. Julgamos por uma palavra mal colocada, ou pelo visual que se apresenta. Nos comunicamos com o outro de forma rasa, superficial.
Adoro também a forma como ele utiliza as vítimas. Essa geração é capaz de fazer milhões antes dos 30. Mas seriam capaz de sobreviver a um assassino como o Leatherface? Pois diferente do filme, que fugiu dos cinemas com medo de ser cancelado, indo parar no streamer, ferramenta da geração que critica, Leatherface não têm medo do cancelamento. E sem essa arma, qual eles utilizariam. Essa geração, que já viu de tudo nas redes sociais, conseguiriam escapar de uma situação real de perigo? Ou ficariam presos, sem saber para onde ir? Interessante o paralelo que podemos fazer entre as telas do celular e as janelas do ônibus. Ninguém teve coragem de pular o psicopata, ficaram tocando na tela (no caso as janelas), meio que esperando alguma resposta mágica que não veio. Um blackmirror às invertidas. E é ótimo que a final girl dessa geração não precise da carona de um hétero top caminhoneiro, já que ela tem o próprio carro automático.
Por fim é um filme que assim como evil dead remake, faz chover sangue (literalmente, tendo aqui a Sally como uma nuvem carregada talvez). Da mesma forma, os personagens nadam em sangue. Gosto muito da forma como o terceiro ato mais parece um pesadelo. Aqui as leis da física já não importam. O que vale é a vontade de matar e de sobreviver. Acho que é o momento do filme que mais gosto. Mas vi por vários comentários que quebrou a imersão de muita gente. Enfim, é um filme que gostei muito, mas que não acho que seja para todo mundo.
Titane
3.5 390 Assista AgoraDá para fazer uma análise psicanalítica bem legal sobre o filme. De certa forma é uma interpretação minha, e talvez nem seja a interpretação mais apropriada.
Muito interessante como é mostrado o desenvolvimento da protagonista. Narra a história de uma menina que cresce sem o afeto paterno. Em sua memória, apenas o acidente de carro foi capaz de despertar a atenção paterna para com ela. Foi o momento ápice da relação entre ela e o pai. Isso a faz venerar o carro. Carro que passa a ser um pouco ela também após o acidente, devido a placa de titânio. Essa veneração a leva a lugares predominantemente masculinos onde a mulher é objetificada, assim como os carros. Mas elas assumem um papel secundário. Os carros são protagonistas. Me faz pensar o quanto ela sente nesse momento parte dos veículos, capazes de despertar a atenção masculina. Ela só consegue essa atenção dos homens através da sexualização de seu corpo, mas nunca da forma que ela sempre buscou lá atrás como criança, um afeto acolhedor, protetor.
E aí vamos para a relação com o veículo. Acho bem provável que ela tenha sido estuprada. Ela recalca o estupro. O que ela lembra é mágico e libertador. A relação dela com o veículo, endeusado. O objeto de poder para ela, o falo, capaz de lhe conferir o poder da atenção masculina. Talvez nem tenha sido estupro, mas algo foi recalcado.
E aí vamos para a matança. Vemos a jovem inicialmente como uma psicopata. Mas é muito mais do que isso. Há uma tentativa de compreender aquele momento do acidente, tão traumático a ela. Claro, de uma maneira inconsciente. Ela repete o procedimento invasivo da cirurgia, mas nos outros. Tem fixação por objetos metálicos nos outros. Repetições que inconsciente procuram uma explicação sobre procedimento tão
invasivo
E aí temos o outro protagonista. É muita coisa para comentar. Depois deixo mais um comentário sobre minhas impressões do filme.
Dolittle
2.9 221 Assista AgoraVi com toda a família e foi uma experiência ótima. É um filme claramente voltado para o público infantil com ótimos efeitos visuais, boas atuações e personagens cativantes. As crianças aqui de casa adoraram.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraTecnicamente achei um filme impecável. O diretor consegue criar imagens e cenas de um primor técnico que ao mesmo tempo espanta pela beleza do trabalho, quanto pela loucura e insanidade que me rememorou H. P. Lovercraft. Só que narrativamente confesso que tive um certo problema com o filme. É literalmente como acompanhar o dia a dia de dois bebados enlouquecendo. Achei enfadonho mesmo com os acontecimentos bizarros e as atuações dignas de oscar. É uma experiência, e por isso dei a nota máxima. Com certeza um dos melhores filmes do ano. Mas não é algo fácil de ser consumido. O que inclusive me faz perguntar se eu não prefiro algo mais banal e fácil de degustar.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraQue animação linda, oscar merecidíssimo!! Sempre tive preconceito com o personagem Miles Morales, talvez por achar Peter Parker insubstituível. Mas aí vem essa animação corajosa e nos propõe esse salto de fé. E ao provar que podemos sim ter vários outros spiders, ainda engrandece a figura do Parker de tal forma que só posso dizer que essa é a melhor obra do homem aranha em recurso audiovisual.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraFoi o filme que mais me divertiu esse ano. Algumas pessoas torcem o nariz para o filme pipoca, blackbuster. Eu acho geniais, pq conseguem dialogar de forma clara com diversos tipos de públicos, emulam vários gêneros, brincam com saudosismos e conversam com as novas gerações. Não devemos subestimar filmes bilionários. É claro que nem todos blackbusters funcionam. Porém Aquaman funcionou muito bem para mim. Nesse quesito me lembra o primeiro guardiões da Galáxia, meu filme favorito da Marvel. Hora parece que estou vendo um filme de herói, hora um filme de terror, e passa pelo estilo de aventura, sci fi, espacial, catástrofe, comédia... E funciona na totalidade. Adorei como é um filme aquático que funciona, e homenageia diversos filmes que utiliza da temática. Do cuidado com o personagem e de como adapta as hqs dos novos 52. De como homenageia inclusive os super amigos. São muitos e muitos acertos. Aliás de fato James Wan é um diretor extremamente talentoso, possuié um filme com vários momentos muito memoráveis.
Vi muita critica dizendo como o filme é raso, ao tratar da poluição aos oceanos. Mas não acho que essa seja a grande mensagem do filme. A mensagem está muito mais no muro cultural, da xenofobia, de como enxergamos o outro. E essa mensagem funciona tão bem no filme que muitos dos criticos realçaram o pezinho no brega. Legal como tudo no filme soa tão estranho para o público, tanto do figurino às escolhas musicais. Eu achei o visual maravilhoso, de como emula a vida aquática. As mulheres de Atlântida não usariam um top de oncinha, mas vestidos de escamas.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraNão há como negar que é um filme muito corajoso, pois a primeira hora vai na contramão do comercial. Dava para editar de forma mais ágil, tornando a primeira parte do filme mais digerível. Eu gostei, mas acredito que pode não funcionar para muitos. Porém se vc tiver paciência e aguardar, será recompensado com um dos filmes mais loucos do ano. E Cage, que atuação. É uma atuação visceral e extremamente esquizofrênica, mas que funciona muito bem nesse filme.
O interessante que a história fica na borda do sobrenatural, devido aos motoqueiros from hell. No entanto gostei muito da solução da droga pesada consumida, que o tornaram quase que forças da natureza. A convenção social deixa de fazer sentido, eles abraçam o lado animal, como um bando de lobos. Aliás, a solução do LSD poderoso é muito bom porque o filme abraça a loucura da droga, e ao longo do filme parece que você está vendo sob a ótica dos personagens. Como se a barreira entre o real e o ilusório se quebrasse. Todos os personagens estão tão loucos que não dá para ter certeza o que na jornada é real e o que é alucinação do LSD.
Gosto muito também de como o diretor resolve os riscos na jornada de vingança. Com certeza o risco real se encontra com os motoqueiros, e eles mesmos vacilam em algumas oportunidades. Há um respeito no bando com a figura do Cage, um reconhecimento de que ele também é um predador como eles, que sua humanidade se foi com Mandy. O segundo grupo no entanto não oferece tanto perigo na jornada da vingança. Porém fica claro o poder de ideologias e como podem ser perigosas nas mãos de pessoas fracas que sentem essa necessidade de se sentirem poderosas. O embate final é ótimo porque mostra como deplorável são algumas figuras colocadas em pedestrais, fruto de ideologias. E isso torna o filme extremamente atual.
Homem-Formiga e a Vespa
3.6 988 Assista AgoraDizer que até agora, das adaptações de heróis do ano foi o que mais gostei. Acho que por diversos motivos. Gosto da escala do filme, tanto em relação ao local onde se passa (uma cidade), quanto no contexto da história. Me lembro das histórias curtas que costumava ler quando criança. Nem tudo precisava ser uma mega saga de dimensão mundial ou planetária. E algumas vezes eram essas histórias curtas as mais divertidas. Gosto da motivação da vilã (Aliás gostei de tudo nela, desde o design à interpretação, que remete inclusive aos vilões de super heróis de filmes anteriores à saga Marvel. Acho que talvez o filme tenha me pegado inclusive por esse saudosismo. Achei que ele tem uma pegada mais inocente, como filmes de heróis da antiga. Os vilões tem um ar meio caricato lembrando os de antigamente, seja através da cobiça ou da loucura. Várias referenças também a filmes de antigamente.
Gosto como é trabalhado nos dois filmes do homem formiga o conceito de herói. Hank Pym é muito mais herói que Tony Stark, e incrível como eles são opostos. Ele salva o mundo pq é o certo a fazer, não por ego. Aliás imagino o quanto a revelação da identidade do homem de ferro deve ter sido benéfica em termos de bilhões para a empresa Stark. Para Hank e Janet há uma doação real, e a noção dos riscos que envolve uma sofisticada tecnologia. Acho bem interessente coexistir nesse universo mentes tão divergentes, e também esse conceito de diferentes gerações. Lembrando que a forma de ver o mundo de Hank aproxima inclusive dos valores do Capitão, que é ainda outra geração anterior ao homem formiga original. Gosto também dessa visão de herói entre filho/a e pai/mãe, e como esse conceito de família é trabalhado no filme.
E é legal que é um filme onde não precisa ter mortes. Pode ser que alguém tenha morrido na perseguição dos carros, mas não é explícito. Pode ser que ninguém tenha morrido. Tem morte ao revisitar o nascer da vilã, e de como ela foi apropriada como objeto de espionagem, até para dar um viés obscuro ao personagem. Mas existe motivação maior do que querer existir? Não imagino uma. E gosto de sua atuação que beira à insanidade, lembrando um pouco até da mulher gato de Batman Returns. E tem o outro lado, do Sonny, que como um Luthor de antigamente, quer poder, e enxerga o dinheiro como meio mais fácil para alcançar esse objetivo.
Por fim a escala do filme. O objetivo é simples. Trazer mãe e esposa de volta para casa. E se passa numa única cidade, São Francisco. É uma história simples e bem resolvida. Ao mesmo tempo a escala é gigantesca porque o mundo quântico é quase um universo paralelo, quase inatingível. E com isso o filme constantemente brinca com dois diferentes universos. Acho por tudo isso um filme muito bem resolvido, acho que um dos filmes da Marvel que mais gostei, colocaria talvez num top 05.
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Os Estranhos: Caçada Noturna
2.6 523 Assista AgoraComo gatos se divertindo...
Mas, diferente do primeiro filme, tá mais para um Tom e Jerry. :P
Clausura
3.4 317The Den tenta inovar o gênero found footage. Tive a sensação que Zachary Donohue busca nos colocar na mesma posição de quem hackeia o computador de Elizabeth. O expectador passa a acompanhar todo o drama da protagonista através da sua vida online. E ela é tão antenada que sua vida online tem um peso enorme em sua vida. Quase sempre Elizabeth está em rede. E talvez a grande exposição seja o motivo do interesse de um psicopata que passa a assediá-la. Não demora para o assédio se tornar um jogo mortal para ela e para seus amigos e familiares.
O filme inova num estilo hoje muito utilizado no gênero terror, e isso é bom. Parece que o expectador está do outro lado de um computador, quase que interagindo. E não apenas vendo um video obscuro. O diretor soube dosar a apresentação da personagem e a trama em sí de forma que o filme não fica massante. Infelizmente acho que o filme poderia ser mais ousado.
Quando falo em ousadia é que durante todo o filme fica claro que os assassinos tem total controle da situação. Dessa forma eles poderiam aparecer mais. No entanto durante todo o fime eles aparecem quase sempre de relance. Claro que de certa forma isso valoriza as aparições. Mas eu acho que ficaria mais legal se eles dessem a cara mesmo e tacassem o terror. Porém isso nem me incomoda muito.
O que de fato me incomodou e muito foi o final. Eu gostei do filme, achei ele legal. Mas até o momento em que ela foi capturada tava achando o filme muito bom. Não entendo como uma menina de 50kg, que não é atlética, pois ficava o tempo inteiro na net, consegue dar trabalho a vários assassinos, que até esse momento se mostravam extremamente profissionais. E aquelas tocas do final eram ridículas perante a máscara do assassino que sai à caça das vítimas na net. Me passou a impressão que na verdade o povo que tenta pegar a menina no prédio são associados no estilo "O Albergue", enquanto os profissionais mesmo ficam acompanhando tudo pelas cameras para evitar que a vítima escape.
Se acabasse no momento que os assassinos tentam pegar ela em casa daria 4 ou até 4,5 estrelas. Até esse momento gostei muito do filme. Essa cena inclusive para mim foi a melhor do filme. Mas aí o filme ficaria muito curto. Até por isso acho que deveria ter valorizado mais as ameaças.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraTodo ano seleciono alguns filmes Concorrentes ao Oscar para assistir antes da premiação. Até para ter graça para assistir ao evento. Assim dá para torcer para aqueles filmes que mais agradaram. Dallas Buyers Club é um daqueles filmes em que não tem como não torcer. É um filme de extrema qualidade. As atuações são impecáveis. Matthew entrega uma das melhores atuações de 2013. O cara tá irreconhecível e aproveita ao máximo a riqueza do personagem. Jared e Jennifer tb mandam muito bem, apesar de que Matthew acaba roubando a cena. A direção tb é impecável, as cenas são bonitas e pessoais. Isso favoreceu muito as atuações.
Outro fator muito positivo do filme é a história. É muito simples e ao mesmo tempo muito boa. A história de um homem que tenta sobreviver a uma doença tido na época como mortal e extremamente contagiosa. Hoje sabemos que o contágio envolve grupos de risco e que é facil tomar medidas preventivas. Mas na década de 80 o preconceito comia a solta. É interessante perceber como o personagem sai de sua zona de conforto e cai em um ambiente averso. Mais interessante ainda é ver Ron lucrando com sua tragédia e, naturalmente, acabar trocando o lucro por um ativismo que de tão natural e humano, muitas vezes, passa imperceptível.
Ron é um personagem muito interessante. O típico machão, cowboy que gostava de andar armado e frequentava boates. Fazia orgia com os amigos e dava golpes em rodeios. Ao contrair Aids percebe que seus amigos tb machões não o aceitam mais, pelo fato da doença ser vista na época como indícios de homossexualismo. E posteriormente pela experiência da doença, ele acaba fazendo amizades justamente com homossexuais em que a pouco tempo ele abominava. É um filme que apesar de ter uma crítica pesada ao controle médico legal da época (e consequentemente às corporações farmaceuticas), ele prefere trilhar para o lado humano, de que vida cada um só tem uma, e que todas fazem falta para alguém.
A Hora dos Mortos-Vivos
3.8 354Considerado por muitos como a obra prima de Stuart Gordon. Prefiro From Beyond, mas re-animator é com certeza um dos clássicos de terror da década de 80. Assisti recentemente a versão extendida, e o bom da outra versão é que era mais agil, ia direto ao que importava. No entanto a versão extendida enriquece a história, dando mais nuances aos personagens.
O grande ponto que torna re-animator único é a forma como o morto vivo é explorado. O debate aqui não é se ele vai caminhar ou correr. Não é o medo de se contaminar e se tornar um ser irracional. O medo não se trata de ser um contra uma horda, muito menos o fator de seu corpo estar apodrecendo. A volta à vida de algo que morreu é visto aqui como uma dádiva a ser buscada, a vitória sobre a morte. Temas como a ética também é abordado.
Um dos grandes méritos do filme são os personagens. West é uma espécie de dr. Frankstein, mas extremamente arrogante. Quer que o mundo veja o quão brilhante é. É viciado a buscar conhecimento a ponto de se viciar no seu reagente "para não perder tempo dormindo, desligando assim o cérebro). Dr. Hill, outro personagem marcante é uma espécie de mentalista capaz de manipular as pessoas ao seu redor (quase que uma hipnose).
A história é boa e prende a atenção. O primeiro momento não possui muitas cenas de terror, mas o final compensa com uma sucessão de bizarrices. Existem momentos épicos como o abuso da filha do reitor, feito por uma cabeça morta-viva, as vísceras do corpo que atacam west e o corpo sem cabeça que anda com uma cabeça falsa para dar uma disfarçada. Os efeitos especiais são bem feitos, ainda mais para a época, trazendo aquele charme trash da década de 80.
Infelizmente achei o final meio preguiçoso. Tb não gostei muito dos zumbis controlados por meio de procedimento de lobotomia. No entanto não prejudica a grandiosidade desse filme.
Do Além
3.6 156Revi recentemente. Passava muito na band, nas tardes do cine trash. Ambientado nos contos de H.P. Lovecraft e dirigido por Stuart Gordon (de re-animator), considero esse um dos grandes filmes de terror da década de 80. Isso devido a diversos fatores. Primeiramente a história é muito boa e bizarra.
O tema em questão: insanidade, criaturas, dimensão paralela é abordado de forma criativa pelo diretor. Depois não existe bem um mocinho ou mocinha. Todos estão sujeitos à insanidade (ou uma sanidade extrema)
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraPara mim foi o filme mais foda que eu vi em 2012. No entanto não sei se é um filme que vai agradar a galera, pq ele começa bem devagar. Até para deixar bem claro a natureza do protagonista, o que é muito importante para o desenvolvimento do filme. A trilha sonora é um charme a parte e tb pode ou não agradar.
American Mary
3.4 277Gostei bastante do filme. Com uma protagonista marcante, boas atuações e uma história bizarra. O filme começa muito bem, mas acho que perde um pouco o fôlego do meio para o final. Alguns momentos me lembrou um pouco alguns casos bizarros de Nip Tuck.
Esperava que a história ficasse ainda mais bizarra ao longo do filme, realçando a transformação da Mary num verdadeiro monstro. Esperava tb que os casos fossem ficar cada vez mais bizarros, mas acaba retrocedendo, mostrando modificações corporais mais populares. Porém não prejudica o filme
Acho que se o filme fosse mais hardcore, tivesse mais sangue e tal, iria ganhar mais ponto frente ao fãs do gênero, mas entendo que às vezes é melhor deixar a cena mais subentendido, como fizeram, do que gravar uma cena mal feita.