Se vocês tiverem bastante paciência vão ler a resenha que fiz sobre a primeira temporada que, particularmente, me chamou bastante atenção. Mas nessa segunda temporada, os dramas da primeira simplesmente não foram resolvidos, algo que me fez avaliar tão mal a série. Temáticas importantes foram inseridas sem qualquer tipo de profundidade. Parece que houve uma preocupação tão grande com influenciar comportamentos, que a série se tornou superficial. Para destacar isso, podemos citar:
Estupro
A série não traz ações reativas sobre os casos de estupro. O depoimento de Jessica é vazio, tardio e não tem o apoio de provas, parece apenas mais um desabafo sem valor.
Bullyng
Simplesmente não existe motivos reais para que certas ações sejam tomadas, a obsessão pelo campeonato por parte dos atletas, parece tão pequeno e mal construído que não justifica as atitudes agressivas que eles tomam, principalmente em defesa de um Bryce que já não faz parte de nada daquilo a um tempo.
Influência de jogos eletrônicos sobre o comportamento
Essa foi uma das piores decisões que poderiam ter tomado. Mencionar essa influencia em um único episódio, é jogar uma discussão importante no lixo. É gastar balas em um alvo morto. Mas as coisas ainda podiam piorar. E falando em balas, vamos ao próximo tópico...
Falta de ações reativas ao bullyng e discussão rasa sobre o porte de armas
O pior episódio da temporada é sem dúvida o último. Tyler guardava armas em casa desde a primeira temporada, algo que não tem nenhuma abordagem direcionada, porém isso era um problema da primeira temporada e que poderia ser resolvido na segunda. Mas isso não aconteceu. Tyler continua a guardar armas em casa, os pais que já haviam sido alertados pelo vizinho, não parecem se importar muito, ou tão pouco procurar pelas armas do garoto. Tyler é
estuprado, violentamente, em uma cena completamente humilhante e forte. Tudo se encaminhava para uma tragédia. Tyler mataria os alunos que tinham ido ao baile. Isso tinha que acontecer, deveria acontecer! Para que pela primeira vez uma atitude trágica e reativa, que não o suicídio, pudesse ser vista
. Mas Tyler que já não tinha nada, nem mesmo sua dignidade, recua depois de escutar as palavras de Clay que nem mesmo seu amigo é. No máximo, um conhecido, que inclusive tinha lhe exposto a intimidade quando divulgou suas fotos, o que poderia pesar como mais um motivo para matar Clay antes mesmo que ele falasse os primeiros clichês.
Com medo de incentivar novos atiradores a série não se preocupou em incentivar estupradores.
Bryce ter sido solto é algo RELATIVAMENTE aceitável
. As provas de fato, eram insuficientes, e os depoimentos mas pareciam publicações do Facebook. Mas Tyler recuar de seu massacre foi algo inaceitável.
Infelizmente, pessoas matam pessoas todos os dias, é triste mas é verdade. Quando uma série se preocupa dessa forma e acha que pode influenciar tanto esse tipo de comportamento, seria melhor não tirar a ideia do papel. Muitos temas abordados ao mesmo tempo para única e exclusivamente não se aprofundar em nenhum deles. Espero que não produzam uma terceira temporada.
OBS: Eu não comentei sobre Hanna estar em todos os episódios, porque já é ridículo o suficiente sem explicação. Mas para não deixar esse ato falho passar em branco preciso dizer que parte da primeira temporada nos fazia ouvir a voz da Hanna e sentir nos flashs e memórias que ela não estaria mais ali. O suicídio, a morte é exatamente isso. Mas não se preocupem, ela, irritantemente, está em todos os episódios da segunda temporada.
Uma boa série. Tão interessante que merece uma resenha.
Temática: Ótima. Atual e que chama ainda mais atenção pela abordagem em torno das fitas, já que esse roteiro póstumo criado por Hannah é bastante chamativo.
Roteiro: Não li o livro que deu origem a série, mas sempre acho que o material audiovisual deve se sustentar sozinho, e no que diz respeito ao roteiro, a série falha em alguns momentos. A ordem das fitas deveria ser diferente, em alguns momentos todos os dramas de Hannah parecem iguais e previsíveis: decepções românticas. Por muito pouco não entedia o telespectador. Lembrando que não estou aqui questionado como uma potencial suicida se comporta, mas simplesmente analisando a montagem da série.
Edição: O ponto chave da série é a edição. A narração de Hannah em offs que acompanham o assustado Clay nos entrega a sensação de estar escutando as fitas como se fossemos um deles, principalmente quando ela não revela quem está na gravação. Os flashs que colocam Hannah dentro de cenários mesmo depois de sua morte, jogam com o fato de que ela realmente não vai mais estar lá, pode parecer óbvio, mas será que todos nós conhecemos a sensação de nunca mais ver alguém? Me senti questionando isso a cada um desses flashs.
Atuações: São, de forma geral, boas. Não vi ninguém que destoasse ou incomodasse a harmonia dos envolvidos. E se tivesse que destacar alguém, seria Alisha Boe, que viveu Jessica Davis na série. Centrada, com momentos dramáticos bem explorados, ela conseguiu vender com maestria os problemas de sua personagem.
Sobre influenciar ou não comportamentos suicidas: Não podemos ter certeza sobre isso. A série inteira é sobre não ter certeza sobre em que ponto as coisas se tornam insuportáveis para certas pessoas. Hannah buscou ajuda nas entrelinhas de seus diálogos com o conselheiro como o que chamou de "última chance a vida", e não conseguiu. Mas essa é a perspectiva de Hannah, talvez ela tenho dado diversos sinais do que sentia, mas nem todas as pessoas são assim. O garoto Justin, vive um inferno em casa, tem problemas com a mãe, sofre com a falta de uma figura paterna que, por vezes, se confunde com o amigo Bryce, usa drogas e mesmo assim, e em nenhum momento ele é entendido como um potencial suicida. Afinal, ele não faz "drama", como Hannah. Então, acho que não podemos simplesmente decretar que a série influencia ou não estes comportamentos. O suicídio acontece em segundos, mas o sofrimento de alguém é algo que pode ter durado anos, meses e dias. No fim, fica a mensagem de Clay que diz que "nós precisamos melhorar". Dar mais atenção aos outros, tentar identificar sinais, mas ainda sim, a busca pelo íntimo de cada um é bastante difícil. Mas o principal, é bem simples, não sejamos "babacas", uns com os outros.
PONTO MÁXIMO DA SÉRIE: A primeira história na fita da festa de Jessica. Tudo é interessante nesse episódio, tanto em aspectos técnicos como nos significados abordados.
PONTO BAIXO DA SÉRIE: O arrasto dos cinco primeiro episódios que poderia ser facilmente resolvido com uma troca na ordem das fitas, isso realmente me incomodou.
Indispensável para quem gosta do gênero. Mesmo com baixo orçamento conseguiram entregar uma história, que tinha tudo para ser repetitiva, em um ângulo surpreendente e ainda não antes explorado.
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13 Reasons Why (2ª Temporada)
3.2 587 Assista AgoraSe vocês tiverem bastante paciência vão ler a resenha que fiz sobre a primeira temporada que, particularmente, me chamou bastante atenção. Mas nessa segunda temporada, os dramas da primeira simplesmente não foram resolvidos, algo que me fez avaliar tão mal a série. Temáticas importantes foram inseridas sem qualquer tipo de profundidade. Parece que houve uma preocupação tão grande com influenciar comportamentos, que a série se tornou superficial. Para destacar isso, podemos citar:
Estupro
A série não traz ações reativas sobre os casos de estupro. O depoimento de Jessica é vazio, tardio e não tem o apoio de provas, parece apenas mais um desabafo sem valor.
Bullyng
Simplesmente não existe motivos reais para que certas ações sejam tomadas, a obsessão pelo campeonato por parte dos atletas, parece tão pequeno e mal construído que não justifica as atitudes agressivas que eles tomam, principalmente em defesa de um Bryce que já não faz parte de nada daquilo a um tempo.
Influência de jogos eletrônicos sobre o comportamento
Essa foi uma das piores decisões que poderiam ter tomado. Mencionar essa influencia em um único episódio, é jogar uma discussão importante no lixo. É gastar balas em um alvo morto. Mas as coisas ainda podiam piorar. E falando em balas, vamos ao próximo tópico...
Falta de ações reativas ao bullyng e discussão rasa sobre o porte de armas
O pior episódio da temporada é sem dúvida o último. Tyler guardava armas em casa desde a primeira temporada, algo que não tem nenhuma abordagem direcionada, porém isso era um problema da primeira temporada e que poderia ser resolvido na segunda. Mas isso não aconteceu. Tyler continua a guardar armas em casa, os pais que já haviam sido alertados pelo vizinho, não parecem se importar muito, ou tão pouco procurar pelas armas do garoto. Tyler é
estuprado, violentamente, em uma cena completamente humilhante e forte. Tudo se encaminhava para uma tragédia. Tyler mataria os alunos que tinham ido ao baile. Isso tinha que acontecer, deveria acontecer! Para que pela primeira vez uma atitude trágica e reativa, que não o suicídio, pudesse ser vista
Com medo de incentivar novos atiradores a série não se preocupou em incentivar estupradores.
Bryce ter sido solto é algo RELATIVAMENTE aceitável
Infelizmente, pessoas matam pessoas todos os dias, é triste mas é verdade. Quando uma série se preocupa dessa forma e acha que pode influenciar tanto esse tipo de comportamento, seria melhor não tirar a ideia do papel. Muitos temas abordados ao mesmo tempo para única e exclusivamente não se aprofundar em nenhum deles. Espero que não produzam uma terceira temporada.
OBS: Eu não comentei sobre Hanna estar em todos os episódios, porque já é ridículo o suficiente sem explicação. Mas para não deixar esse ato falho passar em branco preciso dizer que parte da primeira temporada nos fazia ouvir a voz da Hanna e sentir nos flashs e memórias que ela não estaria mais ali. O suicídio, a morte é exatamente isso. Mas não se preocupem, ela, irritantemente, está em todos os episódios da segunda temporada.
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraUma boa série. Tão interessante que merece uma resenha.
Temática: Ótima. Atual e que chama ainda mais atenção pela abordagem em torno das fitas, já que esse roteiro póstumo criado por Hannah é bastante chamativo.
Roteiro: Não li o livro que deu origem a série, mas sempre acho que o material audiovisual deve se sustentar sozinho, e no que diz respeito ao roteiro, a série falha em alguns momentos. A ordem das fitas deveria ser diferente, em alguns momentos todos os dramas de Hannah parecem iguais e previsíveis: decepções românticas. Por muito pouco não entedia o telespectador. Lembrando que não estou aqui questionado como uma potencial suicida se comporta, mas simplesmente analisando a montagem da série.
Edição: O ponto chave da série é a edição. A narração de Hannah em offs que acompanham o assustado Clay nos entrega a sensação de estar escutando as fitas como se fossemos um deles, principalmente quando ela não revela quem está na gravação. Os flashs que colocam Hannah dentro de cenários mesmo depois de sua morte, jogam com o fato de que ela realmente não vai mais estar lá, pode parecer óbvio, mas será que todos nós conhecemos a sensação de nunca mais ver alguém? Me senti questionando isso a cada um desses flashs.
Atuações: São, de forma geral, boas. Não vi ninguém que destoasse ou incomodasse a harmonia dos envolvidos. E se tivesse que destacar alguém, seria Alisha Boe, que viveu Jessica Davis na série. Centrada, com momentos dramáticos bem explorados, ela conseguiu vender com maestria os problemas de sua personagem.
Sobre influenciar ou não comportamentos suicidas: Não podemos ter certeza sobre isso. A série inteira é sobre não ter certeza sobre em que ponto as coisas se tornam insuportáveis para certas pessoas. Hannah buscou ajuda nas entrelinhas de seus diálogos com o conselheiro como o que chamou de "última chance a vida", e não conseguiu. Mas essa é a perspectiva de Hannah, talvez ela tenho dado diversos sinais do que sentia, mas nem todas as pessoas são assim. O garoto Justin, vive um inferno em casa, tem problemas com a mãe, sofre com a falta de uma figura paterna que, por vezes, se confunde com o amigo Bryce, usa drogas e mesmo assim, e em nenhum momento ele é entendido como um potencial suicida. Afinal, ele não faz "drama", como Hannah. Então, acho que não podemos simplesmente decretar que a série influencia ou não estes comportamentos. O suicídio acontece em segundos, mas o sofrimento de alguém é algo que pode ter durado anos, meses e dias. No fim, fica a mensagem de Clay que diz que "nós precisamos melhorar". Dar mais atenção aos outros, tentar identificar sinais, mas ainda sim, a busca pelo íntimo de cada um é bastante difícil. Mas o principal, é bem simples, não sejamos "babacas", uns com os outros.
PONTO MÁXIMO DA SÉRIE: A primeira história na fita da festa de Jessica. Tudo é interessante nesse episódio, tanto em aspectos técnicos como nos significados abordados.
PONTO BAIXO DA SÉRIE: O arrasto dos cinco primeiro episódios que poderia ser facilmente resolvido com uma troca na ordem das fitas, isso realmente me incomodou.
OBS:
O personagem mais carismático da série, morre. Todos somos Jeff. haha
Ash vs Evil Dead (2ª Temporada)
4.2 188 Assista AgoraNão tão boa como a primeira, mas tem o melhor episódio de toda a série. Vale a pena!
Rick and Morty (1ª Temporada)
4.5 414 Assista AgoraNão existe um episódio ruim nesta primeira temporada. Humor forte, direto, nada de enrolação. Simplesmente eletrizante.
Dead Set
3.8 178Indispensável para quem gosta do gênero. Mesmo com baixo orçamento conseguiram entregar uma história, que tinha tudo para ser repetitiva, em um ângulo surpreendente e ainda não antes explorado.