Fiquei impactada positivamente. Para além da genialidade da mensagem crítica, construída pela entrelaçamento da ficção com o tema, tão importante quanto urgente, achei de uma beleza e de uma sensibilidade - que só os artistas têm! - a relação ambivalente armada na ideia de reparação,
Achei genial este filme. Triste e bonito como a vida. Como certos amores, a ideia de guerra fria no filme é construída tanto no plano mais macro em que se desenrola a história dos protagonistas (de seu país, dos países em que vão se encontrando e de uma parcela da história do século XX), como também em sua relação pessoal, no relacionamento amoroso propriamente dito: há uma entrega e uma resistência, há dor e prazer na companhia e na ausência. Há uma complexidade que vai sendo construída diante dos nossos olhos no aspecto mais formal do filme (fotografia, enquadramento) e que se dá também na elaboração das personagens: Wiktor como, talvez, representante de uma visão de mundo que ruiu com a guerra e com a nova configuração mundial que se lhe desenha e, Zula, talvez, como a inconstância e a incerteza do novo que fez e faz ruir o mundo de Wiktor.
(no fim, não aprendemos nada sobre o que se passava no país naqueles anos, o porquê dos ataques e a ligação entre os ataques, o cara que fala ao telefone no começo, mata o fotógrafo e aparece como integrante do partido político ao final)
nem para o desenvolvimento da personagem, da relação dela com o pai (que aparentemente era a ideia).
A impressão que fica é que o diretor - que também é roteirista e adaptou uma história familiar para conceber o filme - força certas lacunas na tentativa de ser hermético, lírico, cinematofráfico rs sei lá mas não consegue se desvencilhar do melodrama cafona. desculpem, a expectativa tava alta demais e eu achei ruim demais da gota rs
Que filme ruim! Talvez eu tenha criado muita expectativa por haver viajado a San Pedro muito recentemente. Daniel é um ótimo ator, inclusive se sai bem apesar da língua estrangeira.. mas esse roteiro é muito fraco, esbarra no clichê. Embora no início se mostrasse um filme interessante, o desenvolvimento é arrastado e faz perder a intrigante relação entre vida e arte/realidade e ficção. A narração em voz off que simula a voz do narrador da história que o personagem está escrevendo - ou seja, é âmbito de roteiro - soa brega - de fato, algumas frases são péssimas - e empobrece o desenvolvimento/aprofundamento da personalidades dos personagens. O não dito pode funcionar esteticamente muito melhor que o excesso - que, no caso deste filme [e diria também do gênero policial], nem combina com a paisagem árida do deserto atacamenho. Para quem quiser conhecer mais sobre o lugar recomendo o belíssimo documentário do diretor Patricio Guzmán chamado Nostalgia de la luz.
[/spoiler] Um road movie - quase sem road explícita rs - o que acaba evidenciando seu caráter de viagem simbólica para dentro, no caso da personagem de Elizabeth. Ao final, ela tem a impressão de haver mudado em relação àquela que, no início, precisava das tortas de mirtilo (metaforicamente um prato de diálogo que a alimentasse), mas, se vemos atentamente seu deslocamento de NY - interior - NY, perceberemos que seu nome nos uniformes de garçonete vai mudando conforme ela se muda de cidade/estado. Digamos que todo road movie propõe uma mudança literal no espaço que simboliza outra interna nas personagens a partir de iniciações e aprendizados. Mas como existem poucos exemplos desse tipo com protagonistas femininas, fiquei especialmente tocada pelas mudanças de Elizabeth, como também com a atuação da Norah.
Que filme, gente. À parte a emblemática frase que fecha o filme "Morra para se libertar" que, num mesmo tempo, choca e concentra a maneira como vivem muitas mulheres, gostei demais da relação metafórica entre a situação da protagonista e o barquinho de papel que a diretora construiu. Ambos parecem reunir a pureza e a inocência da infância, têm materiais precários para cumprir seu objetivo, além de precisarem lutar para ultrapassar os (não só simbólicos) obstáculos pelo caminho/rio.
Suspeito, do interior da minha ignorância de leiga, de cinéfila sem conhecimento específico, que cinema não seja só forma, só técnica. Fotografia e imagem bonitas não garantem um filme. O que significa, na prática, um filme lírico? Isto também não é garantia de bom texto final. Uma colagem de diálogos nonsenses, vozes falando frases bregas em off - piores que as de livros de autoajuda - não implicam uma reflexão sobre relacionamentos contemporâneos ou sobre a própria contemporaneidade. A crítica ou a reflexão são uma construção: parte dela se encarrega o emissor da mensagem; a outra acaba por conta do receptor.. Enfim, a mim não encanta, muito menos provoca algum tipo de criticidade. Ao contrário, me faz achar que o diretor encontrou uma fórmula fácil pela qual passar seja lá qual for sua mensagem. Talvez isso seja mais pós-moderno do que a crítica que muitos vêem em seus filmes. Se se queria uma experiência sensorial, ele poderia ter filmado as sempre mesmas imagens de natureza com a trilha.. sem atores - já que nem todos aparentam ser aproveitados nessa collage que parece querer criticar a "pós-modernidade" usando, para isso, o que seria mais característico dela. Um detalhe que me incomoda profundamente é, ainda, a fixação por personagens que circulam em casarões e festas absurdas, tudo imenso e cheio de riqueza para, de maneira super clichê, contrastar com o aspecto humano empobrecido e vazio. (cavaleiro de copas idem)
(Pena maior, pra mim, é a subutilização da - rainha do universo - Cate Blanchett..)
Alguém disse que a Cate Blanchett não está bem no papel porque está velha (???) E outro que o Russel está gordo (af).. Decerto que bombado ninguém era na idade média, quando se morria de fome e de doenças, hoje facilmente curáveis. Enfim.. Não curto muito este tipo de filme, não vibro com batalhas e tal, mas acho que devem haver outros pontos mais relevantes para serem criticados e apreciados - como muitos indicaram aqui. [Kiridxs, Cate Blanchett podia fazer o Robin se ela quisesse! Ela é a dona da porra toda! Rs]
Um filme super sensível, bonito e com ótimas atuações (Cámara es estupendo!). Não consigo deixar de pensar que, enquanto arte, sendo um filme, uma de suas mensagens é a de que a arte pode não mudar concretamente as coisas do mundo, mas é produto da mesma faísca que impulsiona o melhor dos seres humanos. Em outras palavras, este filme não é só uma possível homenagem a J. Lennon ou aos Beatles, mas à arte em suas múltiplas facetas.
Gente, não é uma aula completa e incrível de linguística, porque trabalha com um assunto bem simples da linguagem, só que não é de conhecimento das pessoas em geral: arbitrariedade dos signos linguísticos. Mas trata de um tema básico que acho que nunca antes foi pensado quase como centro do filme, o que é bacana. O que me incomodou não foi isso, mas o fato de que a linguista não passa a dominar a "linguagem" (um dos equívocos do filme, porque ela aprende, na verdade, a escrita deles e uma das coisas que se conhece no filme é justamente a arbitrariedade do signo: som e escrita não tem uma relação de essência, por isso cada língua tem vocábulos diferentes pra cada coisa do mundo, e jeitos diferentes de pronunciar os mesmos símbolos) porque é especialista em linguagem. O filme dá a entender que a personagem consegue compreender o que eles escrevem e a concepção de mundo deles que se reflete na escrita ("circular", outro equívoco) deles porque é mulher, e depois mãe.. a própria ideia de que mulheres trabalham melhor com a linguagem e os homens com ciência dura já deveria ter sido desconstruída há tempos..
Tudo bem, tudo bem, vamos continuar
3.5 1https://vimeo.com/211644594
A Antena
4.1 79 Assista AgoraFiquei impactada positivamente. Para além da genialidade da mensagem crítica, construída pela entrelaçamento da ficção com o tema, tão importante quanto urgente, achei de uma beleza e de uma sensibilidade - que só os artistas têm! - a relação ambivalente armada na ideia de reparação,
condensada na personagem do pai da Ana.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraAchei genial este filme. Triste e bonito como a vida.
Como certos amores, a ideia de guerra fria no filme é construída tanto no plano mais macro em que se desenrola a história dos protagonistas (de seu país, dos países em que vão se encontrando e de uma parcela da história do século XX), como também em sua relação pessoal, no relacionamento amoroso propriamente dito: há uma entrega e uma resistência, há dor e prazer na companhia e na ausência. Há uma complexidade que vai sendo construída diante dos nossos olhos no aspecto mais formal do filme (fotografia, enquadramento) e que se dá também na elaboração das personagens: Wiktor como, talvez, representante de uma visão de mundo que ruiu com a guerra e com a nova configuração mundial que se lhe desenha e, Zula, talvez, como a inconstância e a incerteza do novo que fez e faz ruir o mundo de Wiktor.
Joanna Kulig: que mulher!
Septiembre, un Llanto en Silencio
2.5 8eu não curti porque achei brega demais. as músicas, as letras das músicas, muitos dos diálogos e a maneira como a história se dá
(o envolvimento da protagonista com o cara mais velho ao som de músicas breguíssimas.. socorro!)
podia ser filme bacaninha, mas degringolou para uma história clichê e hiperdramática que não deu espaço nem para o pano de fundo político
(no fim, não aprendemos nada sobre o que se passava no país naqueles anos, o porquê dos ataques e a ligação entre os ataques, o cara que fala ao telefone no começo, mata o fotógrafo e aparece como integrante do partido político ao final)
A impressão que fica é que o diretor - que também é roteirista e adaptou uma história familiar para conceber o filme - força certas lacunas na tentativa de ser hermético, lírico, cinematofráfico rs sei lá mas não consegue se desvencilhar do melodrama cafona. desculpem, a expectativa tava alta demais e eu achei ruim demais da gota rs
Romance Policial
2.7 19Que filme ruim! Talvez eu tenha criado muita expectativa por haver viajado a San Pedro muito recentemente.
Daniel é um ótimo ator, inclusive se sai bem apesar da língua estrangeira.. mas esse roteiro é muito fraco, esbarra no clichê. Embora no início se mostrasse um filme interessante, o desenvolvimento é arrastado e faz perder a intrigante relação entre vida e arte/realidade e ficção. A narração em voz off que simula a voz do narrador da história que o personagem está escrevendo - ou seja, é âmbito de roteiro - soa brega - de fato, algumas frases são péssimas - e empobrece o desenvolvimento/aprofundamento da personalidades dos personagens. O não dito pode funcionar esteticamente muito melhor que o excesso - que, no caso deste filme [e diria também do gênero policial], nem combina com a paisagem árida do deserto atacamenho.
Para quem quiser conhecer mais sobre o lugar recomendo o belíssimo documentário do diretor Patricio Guzmán chamado Nostalgia de la luz.
[spoiler][/spoiler]
Dor e Glória
4.2 619 Assista Agoraatenta
Um Beijo Roubado
3.5 606 Assista Agora[/spoiler] Um road movie - quase sem road explícita rs - o que acaba evidenciando seu caráter de viagem simbólica para dentro, no caso da personagem de Elizabeth. Ao final, ela tem a impressão de haver mudado em relação àquela que, no início, precisava das tortas de mirtilo (metaforicamente um prato de diálogo que a alimentasse), mas, se vemos atentamente seu deslocamento de NY - interior - NY, perceberemos que seu nome nos uniformes de garçonete vai mudando conforme ela se muda de cidade/estado. Digamos que todo road movie propõe uma mudança literal no espaço que simboliza outra interna nas personagens a partir de iniciações e aprendizados. Mas como existem poucos exemplos desse tipo com protagonistas femininas, fiquei especialmente tocada pelas mudanças de Elizabeth, como também com a atuação da Norah.
[spoiler]
[spoiler][/spoiler]
E Buda Desabou de Vergonha
4.4 76Que filme, gente. À parte a emblemática frase que fecha o filme "Morra para se libertar" que, num mesmo tempo, choca e concentra a maneira como vivem muitas mulheres, gostei demais da relação metafórica entre a situação da protagonista e o barquinho de papel que a diretora construiu. Ambos parecem reunir a pureza e a inocência da infância, têm materiais precários para cumprir seu objetivo, além de precisarem lutar para ultrapassar os (não só simbólicos) obstáculos pelo caminho/rio.
E Agora, Aonde Vamos?
4.2 144O futuro é feminista!
Romance do Vaqueiro Voador
3.4 1Alguém sabe onde encontrar? Há tempos procuro e não encontro nem para comprar. Vi uma vez no cinema do Sesc e achei sensacional.
Manifesto
3.7 116 Assista AgoraSerá quem vem Oscar pra ela?
Cate, eu escolhi te amar!
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraSuspeito, do interior da minha ignorância de leiga, de cinéfila sem conhecimento específico, que cinema não seja só forma, só técnica. Fotografia e imagem bonitas não garantem um filme. O que significa, na prática, um filme lírico? Isto também não é garantia de bom texto final.
Uma colagem de diálogos nonsenses, vozes falando frases bregas em off - piores que as de livros de autoajuda - não implicam uma reflexão sobre relacionamentos contemporâneos ou sobre a própria contemporaneidade. A crítica ou a reflexão são uma construção: parte dela se encarrega o emissor da mensagem; a outra acaba por conta do receptor.. Enfim, a mim não encanta, muito menos provoca algum tipo de criticidade. Ao contrário, me faz achar que o diretor encontrou uma fórmula fácil pela qual passar seja lá qual for sua mensagem. Talvez isso seja mais pós-moderno do que a crítica que muitos vêem em seus filmes.
Se se queria uma experiência sensorial, ele poderia ter filmado as sempre mesmas imagens de natureza com a trilha.. sem atores - já que nem todos aparentam ser aproveitados nessa collage que parece querer criticar a "pós-modernidade" usando, para isso, o que seria mais característico dela.
Um detalhe que me incomoda profundamente é, ainda, a fixação por personagens que circulam em casarões e festas absurdas, tudo imenso e cheio de riqueza para, de maneira super clichê, contrastar com o aspecto humano empobrecido e vazio. (cavaleiro de copas idem)
(Pena maior, pra mim, é a subutilização da - rainha do universo - Cate Blanchett..)
Robin Hood
3.4 1,0K Assista AgoraAlguém disse que a Cate Blanchett não está bem no papel porque está velha (???) E outro que o Russel está gordo (af).. Decerto que bombado ninguém era na idade média, quando se morria de fome e de doenças, hoje facilmente curáveis. Enfim..
Não curto muito este tipo de filme, não vibro com batalhas e tal, mas acho que devem haver outros pontos mais relevantes para serem criticados e apreciados - como muitos indicaram aqui.
[Kiridxs, Cate Blanchett podia fazer o Robin se ela quisesse! Ela é a dona da porra toda! Rs]
Viver é Fácil Com os Olhos Fechados
3.8 102 Assista AgoraUm filme super sensível, bonito e com ótimas atuações (Cámara es estupendo!). Não consigo deixar de pensar que, enquanto arte, sendo um filme, uma de suas mensagens é a de que a arte pode não mudar concretamente as coisas do mundo, mas é produto da mesma faísca que impulsiona o melhor dos seres humanos. Em outras palavras, este filme não é só uma possível homenagem a J. Lennon ou aos Beatles, mas à arte em suas múltiplas facetas.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraQue filme, amigos!!
Conspiração e Poder
3.7 108 Assista AgoraCate, eu escolhi te amar!!
A Jovem Rainha
3.4 94 Assista AgoraCristina rainha, esse filme nadinha
The Butterfly's Dream
3.8 32Que filme bonito, meus amigos.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraGente, não é uma aula completa e incrível de linguística, porque trabalha com um assunto bem simples da linguagem, só que não é de conhecimento das pessoas em geral: arbitrariedade dos signos linguísticos. Mas trata de um tema básico que acho que nunca antes foi pensado quase como centro do filme, o que é bacana.
O que me incomodou não foi isso, mas o fato de que a linguista não passa a dominar a "linguagem" (um dos equívocos do filme, porque ela aprende, na verdade, a escrita deles e uma das coisas que se conhece no filme é justamente a arbitrariedade do signo: som e escrita não tem uma relação de essência, por isso cada língua tem vocábulos diferentes pra cada coisa do mundo, e jeitos diferentes de pronunciar os mesmos símbolos) porque é especialista em linguagem. O filme dá a entender que a personagem consegue compreender o que eles escrevem e a concepção de mundo deles que se reflete na escrita ("circular", outro equívoco) deles porque é mulher, e depois mãe.. a própria ideia de que mulheres trabalham melhor com a linguagem e os homens com ciência dura já deveria ter sido desconstruída há tempos..