Raio X de qualquer um de nós: Nos recolher no conforto da solidão, que intitulamos orgulhosos de solitude; viver o egocentrismo de forma honrada no trabalho, intitulando orgulhosamente de dedicação; a falta de entrega a quem quer que seja, quando não conseguimos pensar em outra coisa senão nós mesmos; o anseio por reconhecimento, o desprezo pelo fogo que não nos atinge; a queimadura do ego pela falta de validação de nossa honrada dedicação; a frustração de não saber construir relações e nem mesmo sentir qualquer coisa. Sobre o idiota contemporâneo e sobre sentimentos profundos, Petzold tudo vê e tudo sabe. Haja fogo para queimar todas as aparências, revelando as essências.
Quem gostar desse filme, acredito que será pelas sacadinhas de 'esfregar na nossa cara as fragilidades da sociedade moderna'. Ok, eu tbm entendi os simbolismos. No entanto, para além de entender, achei o enredo didático demais. Se houvesse mais ação, mais caos e gore, e as sacadinhas ficassem numa camada mais sutil, penso que o filme teria ficado muito melhor.
Vejo bastante da teoria do filósofo e teólogo dinamarquês Søren Kierkegaard. Para ele as buscas de sentido da vida pelas pessoas são basicamente o prazer sensorial, a ética e o pertencimento religioso. Essas experiências exasperam, então a angústia e a falta de sentido da vida voltam sempre. Kierkegaard propõe como saída o salto de fé, uma fé num Deus superior às leis da natureza.
Neste filme, as diferenças existenciais são representadas pelos filhos do fazendeiro Morgen Borgen. De maneira geral a comunidade representa a fé moderna, que não acredita mais em milagres e se basta com a moralidade e o pertencimento religioso.
No final do filme, por meio do personagem Johannes e da criança, assistimos a experiência existencial do salto de fé, quando o homem abraça o absurdo.
Assim como na Paixão de Joana D'arc, vemos aqui uma excelente economia de diálogos, enquadramentos de câmera maravilhosos, e o enredo escalar um clímax estrondoso.
Gostei bastante da curva dramática do personagem principal, ilustrou perfeitamente desde a ilusão inicial de servir na guerra, passando pelo flagelo de estar de fato na guerra até o total apagamento do ser humano pelo coletivismo inerente de servir a uma batalha nacional. Diferente da proposta do Resgate do Soldado Ryan que exalta o heroísmo e o altruísmo dos soldados de guerra que 'se sacrificam no altar da liberdade', aqui a proposta é dissecar o ideal, o método, a logística da guerra e criticar abertamente, principalmente ao retratar o apagamento de vidas em toda sua crueza, dor , feiura, frieza, desalento , sem ligação a nenhuma beleza moral, e ao retratar os ideólogos da guerra como verdadeiros psicopatas que não ligam de dizimar milhões de vidas em troca do orgulho nacional.
Apesar do ritmo arrastado e do anticlimax, gostei muito da construção do personagem. O assassino é totalmente alinhado na estética e nos costumes com uma pessoa sensata e bem sucedida na vida, cuja profissão criminal é levada com frieza e seriedade, sem nenhum filtro moral ou metafísico, e sem até mesmo, maldade.. Just business. Esse verdadeiro estoicismo do mal dá grandeza ao personagem, que se sobressai no enredo morno.
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3.8 50Raio X de qualquer um de nós: Nos recolher no conforto da solidão, que intitulamos orgulhosos de solitude; viver o egocentrismo de forma honrada no trabalho, intitulando orgulhosamente de dedicação; a falta de entrega a quem quer que seja, quando não conseguimos pensar em outra coisa senão nós mesmos; o anseio por reconhecimento, o desprezo pelo fogo que não nos atinge; a queimadura do ego pela falta de validação de nossa honrada dedicação; a frustração de não saber construir relações e nem mesmo sentir qualquer coisa. Sobre o idiota contemporâneo e sobre sentimentos profundos, Petzold tudo vê e tudo sabe. Haja fogo para queimar todas as aparências, revelando as essências.
Alemanha, Ano Zero
4.3 92O mais terrível filme da trilogia da guerra de Rossellini.
O garoto protagonista lembra um pouco A Infância de Ivan, do Tarkovski
Paisà
4.0 41 Assista AgoraA verdade, apenas a verdade.
O Mundo Depois de Nós
3.2 883 Assista AgoraQuem gostar desse filme, acredito que será pelas sacadinhas de 'esfregar na nossa cara as fragilidades da sociedade moderna'. Ok, eu tbm entendi os simbolismos. No entanto, para além de entender, achei o enredo didático demais. Se houvesse mais ação, mais caos e gore, e as sacadinhas ficassem numa camada mais sutil, penso que o filme teria ficado muito melhor.
A Palavra
4.5 100Este filme fala sobre existencialismo e fé.
Vejo bastante da teoria do filósofo e teólogo dinamarquês Søren Kierkegaard. Para ele as buscas de sentido da vida pelas pessoas são basicamente o prazer sensorial, a ética e o pertencimento religioso. Essas experiências exasperam, então a angústia e a falta de sentido da vida voltam sempre. Kierkegaard propõe como saída o salto de fé, uma fé num Deus superior às leis da natureza.
Neste filme, as diferenças existenciais são representadas pelos filhos do fazendeiro Morgen Borgen. De maneira geral a comunidade representa a fé moderna, que não acredita mais em milagres e se basta com a moralidade e o pertencimento religioso.
No final do filme, por meio do personagem Johannes e da criança, assistimos a experiência existencial do salto de fé, quando o homem abraça o absurdo.
Assim como na Paixão de Joana D'arc, vemos aqui uma excelente economia de diálogos, enquadramentos de câmera maravilhosos, e o enredo escalar um clímax estrondoso.
Obra Prima.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraGostei bastante da curva dramática do personagem principal, ilustrou perfeitamente desde a ilusão inicial de servir na guerra, passando pelo flagelo de estar de fato na guerra até o total apagamento do ser humano pelo coletivismo inerente de servir a uma batalha nacional. Diferente da proposta do Resgate do Soldado Ryan que exalta o heroísmo e o altruísmo dos soldados de guerra que 'se sacrificam no altar da liberdade', aqui a proposta é dissecar o ideal, o método, a logística da guerra e criticar abertamente, principalmente ao retratar o apagamento de vidas em toda sua crueza, dor , feiura, frieza, desalento , sem ligação a nenhuma beleza moral, e ao retratar os ideólogos da guerra como verdadeiros psicopatas que não ligam de dizimar milhões de vidas em troca do orgulho nacional.
O Assassino
3.3 514Apesar do ritmo arrastado e do anticlimax, gostei muito da construção do personagem. O assassino é totalmente alinhado na estética e nos costumes com uma pessoa sensata e bem sucedida na vida, cuja profissão criminal é levada com frieza e seriedade, sem nenhum filtro moral ou metafísico, e sem até mesmo, maldade.. Just business. Esse verdadeiro estoicismo do mal dá grandeza ao personagem, que se sobressai no enredo morno.