É um filme lento com uma fotografia linda, que insere sutilmente a crueldade repugnante praticada por pessoas completamente normais em troca de uma boa vida, o que retrata bem o conceito de banalidade do mal.
O filme tem um início lento, mas logo o espectador é capaz de compreender a história, que conta muito mais o que poderia ter acontecido ao invés do que de fato aconteceu, contribuindo ainda mais para a carga emocional da história, que envolve traumas, luto e, principalmente, a solidão.
A cena final, em que eles são transformados em um ponto de luz, é o golpe mais sutil e mais devastador do filme. São duas almas solitárias que serão esquecidas entre tantas outras estrelas.
O protagonista lembra Tom Ripley em uma espécie de Teorema (1968) ao avesso. Realmente é difícil não associar Saltburn ao clássico italiano de Pasolini, apesar da trama ser mais próxima de algo como Parasita (2019).
Acredito que a “explicação” no final do filme foi desnecessária, pois as intenções do protagonista se tornam cada vez mais claras a partir dos 50 minutos de longa e o espectador é capaz de entender o que realmente se passou.
Além disso, ator merece um bom cachê, pois lamber um ralo, transar com a terra e dançar pelado não são para qualquer um.
O roteiro é bem construído, mas os diálogos e os cenários são irreais.
Aborda questões filosóficas, psicológicas e físicas em uma narrativa linear que consegue misturar presente e futuro e termina quebrando o que poderia ser um looping.
Charlotte Wells fez um excelente trabalho em seu primeiro longa-metragem, que mostra Calum sendo o melhor pai que poderia ser, frente a todas as adversidades.
A sutileza nas cenas e os planos-sequência o tornam especial.
Não sabemos sob quais condições ocorreu o acidente que causou a morte de Guillaume, nem como era o seu relacionamento com Tom (aberto, abusivo, já haviam se separado…?), o que poderia esclarecer a submissão do protagonista ao longo do filme.
Também não fica claro se Agathe é mãe ou madrasta de Francis, pois diversas vezes ele se refere a ela pelo seu nome.
A trama deixa claro que Francis é homofóbico e enrustido, o que justifica várias situações do longa, como as agressões, inventar que Sara é namorada do seu irmão, ser solteiro e a tensão sexual entre ele e Tom.
Segundo a mãe, Guillaume saiu de casa aos 16 anos, provavelmente após Francis agredir o rapaz com quem seu irmão dançava. Acredito que a fala do garoto insinuava que Guillaume havia dado em cima dele, motivando o ataque Francis, que também visava esconder a sua propriedade sexualidade.
Outro ponto a ser destacado é afastamento dos dois desde que ele saiu de casa, como demonstrado pelo fato de Tom não saber que Guillaume tinha um irmão e de Francis manter aquela foto na carteira, como uma recordação. De certa forma, o irmão mais novo se libertou, diferente de Francis, que permaneceu no vilarejo, preso em sua própria angústia.
Por fim, uma cena que me chamou a atenção no final do filme foi aquela em que as camas, que ficavam em lados opostos do quarto, aparecem juntas, e Tom está deitado na cama em que o Francis dormia, enquanto a cama dele está arrumada.
O filme é interessante, pois abrem-se portas na narrativa, fazendo com que o espectador crie expectativa por algo surpreendente, porém torna-se frustrante devido a sua falta de conclusão.
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Zona de Interesse
3.6 603 Assista AgoraÉ um filme lento com uma fotografia linda, que insere sutilmente a crueldade repugnante praticada por pessoas completamente normais em troca de uma boa vida, o que retrata bem o conceito de banalidade do mal.
Todos Nós Desconhecidos
3.8 189 Assista AgoraDevastador!
O filme tem um início lento, mas logo o espectador é capaz de compreender a história, que conta muito mais o que poderia ter acontecido ao invés do que de fato aconteceu, contribuindo ainda mais para a carga emocional da história, que envolve traumas, luto e, principalmente, a solidão.
A cena final, em que eles são transformados em um ponto de luz, é o golpe mais sutil e mais devastador do filme. São duas almas solitárias que serão esquecidas entre tantas outras estrelas.
Saltburn
3.5 862O filme parece ter a intenção de chocar, e só isso não é suficiente para se obter um bom resultado.
O protagonista lembra Tom Ripley em uma espécie de Teorema (1968) ao avesso. Realmente é difícil não associar Saltburn ao clássico italiano de Pasolini, apesar da trama ser mais próxima de algo como Parasita (2019).
Acredito que a “explicação” no final do filme foi desnecessária, pois as intenções do protagonista se tornam cada vez mais claras a partir dos 50 minutos de longa e o espectador é capaz de entender o que realmente se passou.
Além disso, ator merece um bom cachê, pois lamber um ralo, transar com a terra e dançar pelado não são para qualquer um.
O roteiro é bem construído, mas os diálogos e os cenários são irreais.
Mistérios da Carne
4.1 975Esse filme me surpreendeu positivamente, pois seguiu um rumo que eu não esperava.
Ele consegue abordar uma temática bastante sensível por meio de um roteiro muito bem construído.
Um Filho
3.3 76O filme tinha um potencial incrível, mas as atuações deixaram a desejar, talvez por uma falha na direção.
Ainda assim, é um filme que vale a pena assistir.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraSensacional!
Aborda questões filosóficas, psicológicas e físicas em uma narrativa linear que consegue misturar presente e futuro e termina quebrando o que poderia ser um looping.
Aftersun
4.1 711Charlotte Wells fez um excelente trabalho em seu primeiro longa-metragem, que mostra Calum sendo o melhor pai que poderia ser, frente a todas as adversidades.
A sutileza nas cenas e os planos-sequência o tornam especial.
É um filme lindo, apesar de devastador.
Tom na Fazenda
3.7 368 Assista AgoraTom na Fazenda é um longa sobre homofobia e deixa vários pontos em aberto.
Não sabemos sob quais condições ocorreu o acidente que causou a morte de Guillaume, nem como era o seu relacionamento com Tom (aberto, abusivo, já haviam se separado…?), o que poderia esclarecer a submissão do protagonista ao longo do filme.
Também não fica claro se Agathe é mãe ou madrasta de Francis, pois diversas vezes ele se refere a ela pelo seu nome.
A trama deixa claro que Francis é homofóbico e enrustido, o que justifica várias situações do longa, como as agressões, inventar que Sara é namorada do seu irmão, ser solteiro e a tensão sexual entre ele e Tom.
Segundo a mãe, Guillaume saiu de casa aos 16 anos, provavelmente após Francis agredir o rapaz com quem seu irmão dançava. Acredito que a fala do garoto insinuava que Guillaume havia dado em cima dele, motivando o ataque Francis, que também visava esconder a sua propriedade sexualidade.
Outro ponto a ser destacado é afastamento dos dois desde que ele saiu de casa, como demonstrado pelo fato de Tom não saber que Guillaume tinha um irmão e de Francis manter aquela foto na carteira, como uma recordação. De certa forma, o irmão mais novo se libertou, diferente de Francis, que permaneceu no vilarejo, preso em sua própria angústia.
Por fim, uma cena que me chamou a atenção no final do filme foi aquela em que as camas, que ficavam em lados opostos do quarto, aparecem juntas, e Tom está deitado na cama em que o Francis dormia, enquanto a cama dele está arrumada.
O filme é interessante, pois abrem-se portas na narrativa, fazendo com que o espectador crie expectativa por algo surpreendente, porém torna-se frustrante devido a sua falta de conclusão.