A série reúne dramalhão, casos extraconjugais, investigação policial e milhões de coincidências, coisas que, quase sempre, dão muito errado, mesmo. Mas, incrivelmente, o roteiro não perde a mão ao juntar tudo isso, e ao optar por narrativas de perspectivas diferentes, tem a oportunidade de variar na arte, na atuação e na direção. Cinco estrelas e um lugar no meu rol de referências audiovisuais.
Gostei da construção sociomaterial da série que expande ao caráter de culto a sociedade meritocrática, trazendo "processo" e "purificação" como rituais de sujeição. A maioria dos personagens ficam nos esteriótipos maniqueístas, alguns diálogos são bem fracos, excesso de explicações sobre o enredo que subestimam muito o público (mania cultivada pelos editais brasileiros, principalmente, de potencial de "vendagem" do cinema e séries). A direção de arte um pouco fraca, com uma estética que ainda insiste em exagerar nas referência de favelização. A fotografia tem momentos muito legais, com os desfoques e movimentos de câmera. E a estrutura da série é bacana: apresenta um personagem por episódio e consegue deixar muitos ganchos para outras temporadas. Com ressalvas, vale a pena.
A primeira temporada foi adensando ao poucos: talvez realmente a série precisasse navegar pelos personagens, por suas histórias para depois, afundar-nos nela. A segunda, sombria e mais intensa, tem a catarse na segunda metade dos episódios: é quando o projeto enfia as garras de vez. A terceira temporada é agoniante, com as oscilações entre silêncios pesados, batalhas narradas e heróis cadentes. Enfim, Black Sails, para além da boa construção de ambiências e da incorrigibilidade do anarquismo figurando como tema, tem na construção dos personagens, com suas virtudes fissuradas e deformidades em favor do coletivo, para mim, seu ponto mais alto.
A segunda temporada ganhou um peso maior. Sombria e arrastada. Apesar do uso frequente do flash back, o enredo se desloca, supera algumas narrativas comuns e lida de formas mais potentes com a natureza humana, principalmente, em na complexificação de alguns personagens. Ainda que eu não goste das cenas de batalha, há aquelas específicas que conseguem arranhar com aquela crueldade meio mítica ao modo usado em GoT.
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The Affair: Infidelidade (2ª Temporada)
4.3 82 Assista AgoraA série reúne dramalhão, casos extraconjugais, investigação policial e milhões de coincidências, coisas que, quase sempre, dão muito errado, mesmo. Mas, incrivelmente, o roteiro não perde a mão ao juntar tudo isso, e ao optar por narrativas de perspectivas diferentes, tem a oportunidade de variar na arte, na atuação e na direção. Cinco estrelas e um lugar no meu rol de referências audiovisuais.
3% (1ª Temporada)
3.6 772Gostei da construção sociomaterial da série que expande ao caráter de culto a sociedade meritocrática, trazendo "processo" e "purificação" como rituais de sujeição.
A maioria dos personagens ficam nos esteriótipos maniqueístas, alguns diálogos são bem fracos, excesso de explicações sobre o enredo que subestimam muito o público (mania cultivada pelos editais brasileiros, principalmente, de potencial de "vendagem" do cinema e séries). A direção de arte um pouco fraca, com uma estética que ainda insiste em exagerar nas referência de favelização. A fotografia tem momentos muito legais, com os desfoques e movimentos de câmera. E a estrutura da série é bacana: apresenta um personagem por episódio e consegue deixar muitos ganchos para outras temporadas. Com ressalvas, vale a pena.
Black Sails (3ª Temporada)
4.5 80 Assista AgoraA primeira temporada foi adensando ao poucos: talvez realmente a série precisasse navegar pelos personagens, por suas histórias para depois, afundar-nos nela. A segunda, sombria e mais intensa, tem a catarse na segunda metade dos episódios: é quando o projeto enfia as garras de vez. A terceira temporada é agoniante, com as oscilações entre silêncios pesados, batalhas narradas e heróis cadentes. Enfim, Black Sails, para além da boa construção de ambiências e da incorrigibilidade do anarquismo figurando como tema, tem na construção dos personagens, com suas virtudes fissuradas e deformidades em favor do coletivo, para mim, seu ponto mais alto.
Black Sails (2ª Temporada)
4.5 92 Assista AgoraA segunda temporada ganhou um peso maior. Sombria e arrastada. Apesar do uso frequente do flash back, o enredo se desloca, supera algumas narrativas comuns e lida de formas mais potentes com a natureza humana, principalmente, em na complexificação de alguns personagens. Ainda que eu não goste das cenas de batalha, há aquelas específicas que conseguem arranhar com aquela crueldade meio mítica ao modo usado em GoT.
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