Fernando Miranda

O garoto que interpreta Cyril é fantástico: sua atuação me deixou extasiado. Nós as vezes subestimamos os atores mirins, e nessa película Thomas Doret expressa raiva, desolação, medo e carinhos genuínos ao contracenar com Cécile de France (Além da Vida, Mesrine). Jérémie Renier (Desejo e Reparação, O Silêncio de Lorna) mais uma vez está excelente no papel do pai, tétrico, inabalável, inescrupuloso, e de alguma forma este personagem se assemelha ao papel que desempenhou em “A Criança”: o de pai desalmado. O primeiro se redime, o segundo se acovarda. A direção dos Irmãos Dardene (Rosetta, O Silêncio de Lorna) é como sempre ótima, achei o desfecho lindo e simples, bastante altruísta e inusitado. Ficamos pensando se faríamos o mesmo no lugar do garoto. Bem à moda do cinema verdade francês.

Fiz uma resenha, fiquem à vontade! (:

Porque ver filmes sobre política? Qual o peso de um filme com este para o brasileiro? Há espaço para reflexão aqui perante a este enredo genuínamente yankee? Sim. Direção pulso-firme de Clooney. Ryan Gosling é o futuro, torçam o nariz. O ator esteve estonteante. Pode parecer impressão, mas há algo de Sidney Lumet nesta película. Influência, mr. Clooney?

Aula de direção do Lumet. E eu que havia me impressionado com "Antes que o diabo...". Cheio de particularidades, roteiro impecável, adaptações de peças de teatro devem ser complexas, mas o que vi foi a fina linha que separa as duas mídias, um ecrã brilhante, porque eu realmente me senti dentro da sala de julgamento, sofrendo, especulando, e gesticulando como um dos doze. Perfeito. Recomendo!