"Nine" apresenta desde o título, uma clara referência ao clássico "Oito e Meio" de Fellini. Tudo parece apontar para um possível remake, uma adaptação da narrativa de apoio para o gênero musical. Desde o nome do protagonista - Guido - e sua esposa - Luisa - e o tema do cineasta cuja crise existencial afeta o campo da inspiração criativa, à quasi reprodução de cenas ou sequências do original. Mas logo deriva para uma proposta centrada no espetáculo, que perde em conteúdo crítico, espírito criativo e centra-se na fácil e comestível faceta dos dramas amorosos vividos pelos personagens. Rodeado de belas mulheres, Guido se consome em paixão e esvazia-se no campo produtivo. O filme que oferta um elenco invejável, com atuações louváveis e performances dignas da Brodway, peca em conteúdo narrativo e autoral se analisado para além do seu propósito. "Nine" se coloca, antes de tudo, como uma bela - e merecida - homenagem ao cinema italiano aqui encarnado na figura de Frederico Fellini, uma manifestação de gratidão do cinema americano, que tanto bebeu nesta e em outras tantas fontes para alimentar-nos com sua fábrica de sonhos e Dolce Vitas...
"Amarcord", esse panóplio de recordações de Fellini nos fala de um mundo encantado. Distante do brilho e do glamour hollywoodiano, o encanto provém da simplicidade poética da vida, das narrativas e memórias dos pequenos vilarejos, seus personagens, seus mitos... Aqui o banal, o feio, o estranho, o louco, o grotesco, encontram espaço e se preenchem de afeto, pois nos falam do movimento da vida. O universo onírico de Fellini fala da história e dos feitos institucionais como o regime fascista, o catolicismo, e a cultura italiana através da trajetória da gente comum, com suas tramas prosaicas, e miudezas, suas virtudes e pequenas maldades. Fala de gente que sonha, e de um cinema que faz sonhar nos olhos de quem o vê...
Belíssimo!!! Assistir a "Nós que nos Amávamos Tanto" é como folhear um álbum de retratos, recordar tantas e tantas imagens inesquecíveis, que repousam silenciosas nos corredores da memória. De repente, como sonhos antigos, ganham cheiro, cor, vida...Os olhos brilham perante a tela porque trazem o sabor das utopias perdidas: o amor romântico, o glamour do cinema, a revolução, a fraternidade, a inocência... São apostas de um povo, de um país, mas também de vidas que, cada uma ao seu modo, partilharam desse processo de encantamento e desencantamento do mundo. O filme comporta cenas antológicas que nos falam da história da Itália e do cinema, com aparições únicas como as dos cineastas Frederico Fellini, Vitorio de Sicca, ou ainda do ator Marcelo Mastroiani! Elenco brilhante e cenas inesquecíveis! Um ode à amizade e ao amor em todas as suas formas, mas um especial brinde ao cinema como manifestação da sensibilidade e criatividade humana, porque viver e sonhar sempre valem à pena!!!
"A Pele que Habito" desenvolve uma narrativa ágil e instigante que conduz o espectador por caminhos tortuosos de uma trama que oscila entre a ficção científica, o thriller, o drama e a comédia. É essencialmente um filme de autor, que carrega a assinatura de Almodóvar, ao revelar a reincidência de suas obsessões pelo tema da sexualidade, a eterna busca pela identidade, e o questionamento ético. Seus personagens são ambivalentes e muito impressionantes. Ao re-atualizar figuras míticas como a do Frankestein, Fausto, ou O Médico-Monstro, o filme questiona os limites entre ciência e ética, natureza e cultura, mas também entre amor, desejo e obsessão (loucura), essência e aparência, e põe a discussão acerca da identidade e sexualidade no cerne da complexa relação entre corpo e psiquê. O questionamento ético comporta uma dimensão abrangente...os personagens se deparam constantemente com o tema da justiça e com a dimensão perversa da vingança. Apesar das pequenas brechas e exageros que conferem um tom de (proposital) inverossimilhança à narrativa, o roteiro é incrívelmente bem construído! Nas mãos de outros resvalaria facilmente para o trash... Imperdível!!!
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Nine
3.0 859 Assista Agora"Nine" apresenta desde o título, uma clara referência ao clássico "Oito e Meio" de Fellini. Tudo parece apontar para um possível remake, uma adaptação da narrativa de apoio para o gênero musical. Desde o nome do protagonista - Guido - e sua esposa - Luisa - e o tema do cineasta cuja crise existencial afeta o campo da inspiração criativa, à quasi reprodução de cenas ou sequências do original. Mas logo deriva para uma proposta centrada no espetáculo, que perde em conteúdo crítico, espírito criativo e centra-se na fácil e comestível faceta dos dramas amorosos vividos pelos personagens. Rodeado de belas mulheres, Guido se consome em paixão e esvazia-se no campo produtivo. O filme que oferta um elenco invejável, com atuações louváveis e performances dignas da Brodway, peca em conteúdo narrativo e autoral se analisado para além do seu propósito. "Nine" se coloca, antes de tudo, como uma bela - e merecida - homenagem ao cinema italiano aqui encarnado na figura de Frederico Fellini, uma manifestação de gratidão do cinema americano, que tanto bebeu nesta e em outras tantas fontes para alimentar-nos com sua fábrica de sonhos e Dolce Vitas...
E à metade restante daqueles Oito e Meio se acrescenta então um clamor de boas novas: "the show most go on"...
Amarcord
4.2 177 Assista Agora"Amarcord", esse panóplio de recordações de Fellini nos fala de um mundo encantado. Distante do brilho e do glamour hollywoodiano, o encanto provém da simplicidade poética da vida, das narrativas e memórias dos pequenos vilarejos, seus personagens, seus mitos... Aqui o banal, o feio, o estranho, o louco, o grotesco, encontram espaço e se preenchem de afeto, pois nos falam do movimento da vida. O universo onírico de Fellini fala da história e dos feitos institucionais como o regime fascista, o catolicismo, e a cultura italiana através da trajetória da gente comum, com suas tramas prosaicas, e miudezas, suas virtudes e pequenas maldades. Fala de gente que sonha, e de um cinema que faz sonhar nos olhos de quem o vê...
Nós que nos Amávamos Tanto
4.4 79Belíssimo!!! Assistir a "Nós que nos Amávamos Tanto" é como folhear um álbum de retratos, recordar tantas e tantas imagens inesquecíveis, que repousam silenciosas nos corredores da memória. De repente, como sonhos antigos, ganham cheiro, cor, vida...Os olhos brilham perante a tela porque trazem o sabor das utopias perdidas: o amor romântico, o glamour do cinema, a revolução, a fraternidade, a inocência... São apostas de um povo, de um país, mas também de vidas que, cada uma ao seu modo, partilharam desse processo de encantamento e desencantamento do mundo. O filme comporta cenas antológicas que nos falam da história da Itália e do cinema, com aparições únicas como as dos cineastas Frederico Fellini, Vitorio de Sicca, ou ainda do ator Marcelo Mastroiani! Elenco brilhante e cenas inesquecíveis! Um ode à amizade e ao amor em todas as suas formas, mas um especial brinde ao cinema como manifestação da sensibilidade e criatividade humana, porque viver e sonhar sempre valem à pena!!!
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista Agora"A Pele que Habito" desenvolve uma narrativa ágil e instigante que conduz o espectador por caminhos tortuosos de uma trama que oscila entre a ficção científica, o thriller, o drama e a comédia. É essencialmente um filme de autor, que carrega a assinatura de Almodóvar, ao revelar a reincidência de suas obsessões pelo tema da sexualidade, a eterna busca pela identidade, e o questionamento ético. Seus personagens são ambivalentes e muito impressionantes. Ao re-atualizar figuras míticas como a do Frankestein, Fausto, ou O Médico-Monstro, o filme questiona os limites entre ciência e ética, natureza e cultura, mas também entre amor, desejo e obsessão (loucura), essência e aparência, e põe a discussão acerca da identidade e sexualidade no cerne da complexa relação entre corpo e psiquê. O questionamento ético comporta uma dimensão abrangente...os personagens se deparam constantemente com o tema da justiça e com a dimensão perversa da vingança. Apesar das pequenas brechas e exageros que conferem um tom de (proposital) inverossimilhança à narrativa, o roteiro é incrívelmente bem construído! Nas mãos de outros resvalaria facilmente para o trash... Imperdível!!!