Bruno Cerqueira

Será possivel falar algo desse filme sem cometer alguma falácia?
Eu o colocaria no pedestal de " veja a todo o custo" junto com o Poderoso Chefão, ambos são longos para o padrão de filme que normalmentes temos, mas vale cada segundo.
Um dos pontos principais do filme é quebra da idealização do samurai,aquela idéia de homem fechado, as vezes frio e calculista some na medida em que,não de modo explicito, pequenos sofrimentos dessa vida são mostrados e ignorados logo em seguida, sendo que certas questões ficam em aberto; outro ponto a ser levado em conta se trata no campo histórico,há uma impressão de utopismo na própria relação que se da entre os camponeses e os samurais,durante o filme se pode notar um crescente ideal patriacar,todavia o final pode ser visto de muitas maneiras; so o que não maleável é a grandiosidade da obra.

Um clássico,lembro-me de ter visto pela primeira vez quando tinha uns 8 anos?
De qualquer maneira ... não se parece com aqueles filmes que você tem certeza do que acontecerá, talvez esse seja o ponto do filme -algo semelhante acontece em tubarão- com aquele clima sombrio, agonizante e tenso; claro que os efeitos não são os melhores se comparados com os de hoje, porém isso não deixa o filme menor,mas quem sabe talvez até maior.

Para aqueles que acham que um filme "mudo" não pode passar toda a emoção de um com sonoro.... essa é a prova de que estão errados; como sempre Charlin nos faz esquecer do mundo e entrar em sua realidade, em que um simples " vagabundo" pode ser livre,amar, ser feliz e viver a vida como se a felicidade fosse a única coisa em jogo.
O filme é recheado de pequenas mensagens, algo comum em seus filmes,mas algumas vezes meio utópico? bem, isso já cabe a cada um.
Talvez aquilo que mais me chamou a atenção,no aspecto técnico,foi a qualidade das técnicas de filmagem, não há de se negar que você nunca verá o ator, mas o diretor, o figurinista, em suma, toda a alma do filme ... na figura de Charles Chaplin.