Victor Az

Quando era criança eu queria ser astronauta.

Esse é um dos melhores filmes que assisti esse ano e um dos mais fiéis ao retratar os astronautas, acho que será um forte candidato ao Oscar. A direção do Alfonso Cuarón e a atuação da Sandra Bullock são ótimas. Cuarón, a partir de um roteiro simples, escrito por ele e por seu filho Jonás Cuarón, conseguiu realizar um trabalho excelente, usando praticamente apenas dois atores, George Clooney e Sandra Bullock. O filme mescla ação, drama e muito realismo, em algumas cenas o realismo chega a impressionar, o diretor brinca com as leis de Newton, nas sequências de destruição (um dos melhores usos que já fizeram do efeito 3D) não há som e nem explosões (como seriam se elas ocorressem no espaço). Além disso, algumas cenas são feitas com tamanha sensibilidade que chegam a ser poéticas: a câmera que se aproxima vagarosamente do rosto de um personagem até entrar no seu capacete e mostrar o vidro embaçando durante a respiração, a aurora boreal e o nascer do sol vistos do espaço, uma lágrima flutuando em baixa gravidade e a astronauta encolhida em posição fetal, são imagens que ficarão em minha memória por um bom tempo.

Depois que virei adulto e assisti a esse filme, a vontade de ser astronauta voltou.

Se um bom filme começa com uma boa história, esse já começou mal, pois não há uma história bem desenvolvida, o personagem principal não possui um objetivo bem definido. Vin Diesel disse que fez esse filme por causa dos fãs, acho que é por isso que o Riddick passa o filme inteiro mostrando o quanto é fodão, essa é uma das coisas que os fãs mais gostam no personagem. Porém apenas isso não é o suficiente para tornar o filme bom, no primeiro da série, Eclipse Mortal, o orçamento era pequeno mais havia uma ótima história, no segundo, A Batalha de Riddick, um grande orçamento e uma história grandiosa (e a Judi Dench pagando mico), nesse tentaram usar o melhor dos dois anteriores, um bom orçamento e uma história mais simples, acho que exageraram na simplicidade.
O roteiro é uma colcha de retalhos, um trapo da história do segundo filme e vários trapos do primeiro filme costurados com técnica de sobrevivência do John Rambo, os atores coadjuvantes são caricatos, parecem que só estão no filme para fazer rir ou morrer, o único que gostei de ver em cena foi a Katee Sackhoff, ela ficou bem no papel da Dahl, pena que foi mal utilizada, havia química entre ela e o Riddick isso poderia ser melhor explorado. Outra coisa mal desenvolvida é o final do filme, ele é anticlímax e a impressão que fica é que é que o roteiro foi escrito às pressas e apostando em uma continuação.

O filme não é assustador como eu imaginei que seria (ou talvez até seja, mas os adolescentes mal educados e barulhentos que estavam na mesma sessão que eu não me deixaram perceber), a história é bem batida: família muda-se para casa mal assombrada e passa a ser perseguida por fantasma. O grande mérito desse filme é a direção e os atores, eles conseguem trazer um pouco de qualidade ao mais do mesmo.