Minha filha de três anos – doutor, essa é a idade pra se ter. Sempre pensei que se pudesse voltar no tempo gostaria de ser adolescente mas você nunca é tão feliz como aos três anos de idade. Eu olho minha filha e é incrível. Outro dia ela estava olhando pela janela do carro por quinze minutos com um sorriso no rosto. Não aguentei e finalmente perguntei: “Alexandria, o que você tá pensando?” “Doce.” Doce, doce. Quando foi a última vez que você pode sonhar acordado com doce? Já teve aqueles momentos do dia que você podia preencher com doce? Não, você não pode, porque você é um adulto. Tem muitas outras coisas agora. “Ah, quem sou eu? Por que estou aqui? Eu sou gay? O que é esse caroço?” Não há espaço para doce.
Temporada mediana com alguns bons momentos. A trama sofre com a pouca experiência dos atores mirins, salvo o desenvolto Fred Savage. Alguns personagens avulsos e sem muito tempo de tela como Paul, que deveria ser o melhor amigo do protagonista mas é apresentado mais como um cachorrinho que segue Kevin pra todos os lugares.
A trilha sonora e o clima nostálgico é capaz de cativar o espectador, como quando Kevin relembra momentos divertidos com o pai ao som de Blackbird dos Beatles.
Após tantas bebedeiras e os excessos que marcaram as temporadas anteriores de Mad Men, a S06 surge como uma grande ressaca onde os personagens agora precisam encarar a realidade de seus vícios morais.
As relações de Don são tão absurdamente envenenadas por seu passado e mentiras que até mesmo quando decide por uma atitude altruísta seus atos acabam por machucar aqueles à sua volta.
Pouco a pouco o protagonista sente-se mais confortável em compartilhar sua vida, e a cena final é um tanto quanto otimista, a medida que ele entra em contato com seu passado espontaneamente e convida os filhos a fazerem parte disso; nas vezes em que isso aconteceu era pelo simples fato de estar encurralado, sem nenhuma opção. Estaria Don preparando-se para aceitar sua própria história e dar uma conclusão ao seu passado, evitando a dolorosa opção de recomeçar sozinho?
Confesso que a série me inspira uma relação de amor e ódio. A primeira temporada é entediante, o plot de Abigail Hobbs estende-se demasiadamente sem dar indícios de conclusão. Abigail que diga-se de passagem é uma personagem extremamente apática, em parte pela insossa atuação de Kacey Hols, que derramava litros de lágrimas em todas as cenas. A segunda temporada é brilhante, William Graham em pedaços e o embelezamento da morte. Cada assassinato era como uma obra de arte, é nessa temporada em que a qualidade técnica da série atinge o ápice, proporcionando ao espectador cenas bem orquestradas e assassinatos de rara beleza. E então surge a montanha-russa que é a terceira e última temporada.
Poderia resumir a S03 como um clássico exemplo de estilo sem substância. A primeira metade da temporada é recheada de inúteis cenas em câmera lenta com foque em água, comida ou algum outro elemento periférico, sem contar a horrorosa trilha sonora, uma mistura de Blue Man Group e esclerose múltipla. Os efeitos especiais não ficam atrás, completamente bizarros. A ruindade é tanta que conseguiram estragar uma cena lésbica. Esse é o nível. No que tange o enredo me limito a criticar a péssima resolução do irritante arco Verger, tudo foi resolvido em meros 10 minutos, capturando a fera e depois a soltando para fazer o trabalho sujo. Talvez uma simples consequência da baixa audiência.
O que salvou a S03 do completo desastre foi o arco do Dragão Vermelho, introduzindo um serial killer tão interessante quanto Hannibal, com um ritmo definido e que de fato leva a algum lugar. O final é surpreendente e muito bem executado. E nada de perder tempo com cenas desinteressantes de água ou sangue jorrando em câmera lenta em direção ao nada.
Particularmente o que me instigou na série foi o personagem de Hannibal, que não é uma força incontrolável como Francis Dolarhyde, ou um sádico ao estilo Verger tampouco traumatizado como Buffalo Bill. Hannibal nos atinge pelo uso da lógica em seus atos, como se o canibalismo fosse apenas um chamado da nossa própria natureza. Na sua condição de psiquiatra, ele nos pega desprevenidos com sua racionalidade e charmosa capacidade de persuasão. Hannibal Lecter prende nossa atenção ao mostrar que o profano, o macabro também pode ser belo e sofisticado.
O que a princípio surgiu como uma das piores temporadas que vi, terminou deixando saudades e um gostinho de quero mais.
A qualidade da obra reside na simplicidade, na capacidade de fazer mais com o menos. Uma produção inteligente que aposta no desenvolvimento de personagens ao invés de plots mirabolantes, perseguições e tiroteios e efeitos especiais desnecessários. Isso dá uma noção de realidade muito grande à série.
Os personagens são os grandes motores da obra. O maior exemplo disso é a combativa Niska, uma sintética estrategicamente inserida num contexto onde relaciona-se com um idoso e uma criança, representando a sabedoria e curiosidade do homem, para assim ter sua perigosa visão separatista máquina/ser humano enfrentada.
A segunda temporada será ansiosamente aguardada. Grata surpresa!
Uma comédia que utiliza os mesmos elementos de tanta outras (relações familiares) de uma forma diferente, sendo a quebra da barreira entre personagem/espectador o grande diferencial, dando a oportunidade do público ser inserido diretamente na história.
A química entre os atores é sensacional, Jane Kaczmarek está incrível no papel da mãe autoritária Lois. É possível identificar-se com bastantes situações e mesmo com alguns personagens. Timing perfeito para o personagem Francis, que possui plot próprio utilizado de forma sensata, sem sobressair-se ou ofuscar-se.
Comédia sem piadas repetidas e chavões, que aposta no básico e acerta em cheio. Divertida, descompromissada e viciante.
Sensacional acompanhar o desenvolvimento de um chefe de duas famílias e entender quem é a figura carismática, sombria e perturbada de Tony Soprano. Uma atmosfera bem diferente das histórias de máfia habituais, extremamente dissertativa, afinal o telespectador tem o primeiro contato com o protagonista numa sala de terapia. Definitivamente um marco na tv mundial e exemplo a ser seguido.
Restam saudades de Tony de pijamas indo buscar jornal pela manhã, Silvio com sua imitação de Michael Corleone, Paulie e seu "he he" e estranhas superstições, Chris e seus acessos de raiva, e os xingamentos elaborados de tio Junior, entre outros.
Uma temporada irrepreensível. Percebe-se uma intensa exploração das personalidades e relações familiares entre os Sopranos, sobretudo Tony e seus filhos; Moltisanti finalmente subindo no mundo da máfia e encarando a responsabilidade de ser um chefe; insubordinação e descontentamento por parte de Ralphie e Jackie Junior; o conturbado envolvimento entre Dr. Melfi e seus pacientes; sem contar na personagem Gloria, que em poucos episódios foi capaz de reafirmar alguns pontos fundamentais na personalidade de Tony Soprano.
A sensação é de estarmos diante de um acontecimento cinematográfico por treze sensacionais episódios, resultado de uma inteligente produção, elenco competente e belíssima direção.
Bom saber que James Gandolfini tenha sido premiado com um Emmy naquele que considero meu episódio favorito da temporada "Amour Fou" (S03E12).
Uma tragédia de series finale. Um enredo que há algum tempo sinalizava uma condução indecisa trouxe desfechos miseráveis. Personagens pequenos eram mortos sem que você se importasse ou a própria morte deles causasse impacto na história, personagens outrora importantes descartados de qualquer maneira. Aliado a isso temos um time skip de sete anos, aproximadamente, onde o personagens mudam e você sequer compreende a mudança. Não que os produtores precisassem de várias temporadas para caracterizar seus personagens, mas não dá para levar a sério a brusca mudança no comportamento de Luciano, a ascensão de Benny Siegel que o telespectador nem lembra que existe mas surge como um palhacinho mafioso, é inconcebível ver Chalky completamente descaracterizado, é impossível sentir algo por Capone (digo isso pensando na cena entre ele e seu filho surdo, como se emocionar sendo que a relação deles nunca foi explorada, o filho teve um mínimo papel na história toda, sobretudo na última temporada?).
Creio que dois pontos foram capazes de prender minha atenção: os flashbacks de um jovem e ávido Nucky Thompson, irrepreensivelmente interpretado por Marc Pickering, e Michael Shannon, cuja intimidadora atuação foi capaz de sobrepujar a pífia trajetória de seu personagem nesta quinta temporada.
Bom, pelo menos não há mais estrago algum a ser feito.
Através de narrativa episódica e comicidade espontânea, "Kuuchuu Buranko" aborda problemas contemporâneos como stress, ansiedade, distanciamento e alienação sem cair no clichê, sendo prova de que é possível falar de situações complexas com leveza e senso de originalidade. Com prodigiosa animação experimental e comédia afiada, "Kuuchuu Buranko" é uma joia da animação japonesa que se opõe ao estilo em vigor da indústria de contar histórias e nega as convenções de comédia-apelativa-sexualizada-retardada.
Espere sair do senso comum ao embarcar nas estranhas aventuras do excêntrico Dr. Ibaru e seus complexados pacientes.
“Em toda era e em todo local, os feitos dos homens permanecem os mesmos.” É com essa premissa que LotGH, em forma de space opera, recria a luta da humanidade por igualdade e justiça através de duas sociedades em guerra afligidas por uma questão que inúmeros pensadores históricos tentaram responder: monarquia ou democracia?
Na centenária guerra entre o Império Galáctico e a Aliança dos Planetas Livres dois gênios surgem, Reinhard Von Lohengramm e Yang Wen-li, respectivamente. Com objetivos próprios porém semelhantes, enfrentam-se em batalhas épicas visando a completa instalação de um governo mais justo mas rejeitando veementemente a política rival. Reinhard, nascido em uma família aristocrática empobrecida, é um jovem ambicioso que jura vingança à opressora nobreza quando o pai aceita que sua irmã Annerose seja concubina do imperador em troca de dinheiro, desejoso em derrotar a dinastia Goldenbaum, alista-se na frota imperial afim de libertar sua irmã e conquistar o universo. Yang, por sua vez, quer ser um historiador e a única possibilidade é entrando no exército. Por ironia do destino, ele próprio está destinado a fazer parte da história. Defensor da ideia de que a pior democracia ainda é mais digna que a melhor ditadura, encontra-se em meio a manobras políticas enquanto precisa enfrentar um império com mais recursos e que conta com o assombroso talento de Reinhard. Yang ainda precisa encarar a responsabilidade de carregar nas costas as milhares de vidas sacrificadas. Os dois rivais serão mudados pela cruel realidade da guerra.
Por meio de diálogos inteligentes e estratagemas LotGH disseca as esperanças de pessoas em um mundo dominado pela guerra. Cada uma das personagens possui relevante papel na história como Kircheis, amigo de infância de Reinhard e único ser capaz de frear sua impetuosidade e arrogância; Oberstein, contrariado pela incompetência de seus superiores, que assume ares maquiavélicos ao ser o almirante disposto a sacrifícios para o melhor funcionamento da dinastia, mesmo que isso o faça alvo do ódio de seus companheiros; Mittermeyer, apelidado de “Lobo da Rajada de Vento” por sua furiosa mobilidade em campo de batalha, destemido, leal e justo almirante; Reuenthal, orgulhosa figura trágica e brilhante estrategista com tendências auto-destrutivas, salvo de si mesmo por seu único amigo Mittermeyer; Julian Minci, jovem responsável por organizar a vida do preguiçoso Wen-li, influenciado profundamente por Wen-li, sonha em seguir seus passos e tornar-se soldado mesmo que precise contrariar seu tutor; Job Truniht, o político inescrupuloso que para saciar seus interesses sugará tanto a Aliança quanto o Império.
Mas o que acontece quando homens nascidos na guerra encontram a paz, aceitarão o pacato futuro que os aguarda, encontrarão rivais à altura de seus clamores por glória, farão de seus companheiros esses rivais? Como as futuras gerações se lembrarão dos heróis do presente? Essas e outras perguntas são discutidas em LotGH, o mais ambicioso e melhor anime já criado.
Resultado da união de um dos diretores mais criativos e um dos mangakás mais inventivos da atualidade, "Ping Pong" subverte o padrão convencional da indústria no Japão, uma nova maneira de contar história, com traços inconvencionais e trilha sonora pulsante. Apostando na originalidade e menos na teatralidade acompanhamos uma obra única, o esporte que para muitos pode soar desinteressante, é dinâmico e enérgico. Abrindo mão do didatismo, o espectador é tragado pela incrível construção dos personagens, uma constante nas obras de Taiyou Matsumoto. É dada a oportunidade dos animes atingirem um diferente nível.
Não bastasse alguns furos no roteiro como a preocupação de Gus em contar que disparou contra Molly (algo que inevitavelmente seria descoberto através do exame de balística, e um plot rapidamente abandonado) temos um final onde Lester e Malvo morrem de maneira incrivelmente ridícula, como se, principalmente Malvo, anos depois dos acontecimentos envolvendo a mulher de Lester, retornasse à história apenas para que sua morte surpreendesse o público. A ironia que ditava os rumos da história no início se torna uma piada sem graça.
Temporada que pode muito bem ser considerada decepcionante. Do ponto de vista técnico é inegável a qualidade da série, mas a história caminhava de lugar nenhum para nenhum lugar. Qual a grande história dessa temporada? Não houve. Houve excesso de sub-plot, e, por vezes, acontecimentos no mínimo desnecessários.
Variando entre a rivalidade de Ragnar e Rollo, as traições de Jarl Borg, o apatismo de Aslaug, a estupidez de Siggy, a fixação por Wessex, a relação infantil e avulsa de Bjorn e Porunn, as incertezas pouco exploradas de Athelstan, a vontade de dar papel maior a Floki e o antagonismo de Horik, embarcamos numa viagem sem rumo aparente.
Aslaug foi uma ridícula introdução. Afastando Ragnar de sua família, mostrou-se limitada a parir e praguejar. E nem teve peso, dado ao fato de que Lagertha, desnecessariamente diminuída grande parte da temporada, e Bjorn tornaram-se um arremedo de família com Ragnar. Previsível e desconfortante.
Wessex se demonstrou infrutífera, era cobiçada e esquecida na mesma medida muitas vezes. Um objetivo resultante num adendo que levou a parcerias incomuns e tomadas de decisões precipitadas e egoístas.
Bjorn e Porunn não há muito o que falar, é reflexo da superficialidade do casal. Uma relação pouco aproveitável, resultando numa "luta" sem fundamento algum. As vezes senti que a temporada pouco tinha a dizer, e o fato de terem tempo para introduzir essa estranha relação é um perfeito exemplo disso.
As dúvidas de Athelstan deveriam ser melhor exploradas.
Ele descobrira o mundo, bebera, comera, vivera com outros povos. Mas serviu apenas de ornamento para Ecbert, que em muitos momentos o tratava com imenso apreço e em outros, como nos últimos episódios, o deixou retornar para casa calmamente, como se Athelstan estivesse de intercâmbio em Wessex.
Em nenhum momento Floki demonstrou insatisfação para com Ragnar. Então sabe que terá um filho e começa a falar coisas estranhas, parte para opiniões críticas às pessoas ao seu redor com pitadas de maquiavelismo. Siggy oscilava entre ansiar por Rollo e o planejamento de ideias estúpidas. Resultado: num último episódio com reviravoltas que deveriam ter fundamento nos episódios anteriores mas não teve, muito pela falta de objetivo da temporada, Floki e Siggy aparecem ao lado de Ragnar como bastiões da lealdade. Se o egoísmo dos dois era real, pq o final quase glorificante? Se desde o início era uma teia de mentiras tecida para que Horik sucumbisse, então as dúvidas mostradas ao longo da temporada são dispensáveis. Qualquer que seja a pergunta, a resposta será insuficiente.
Definitivamente não sei o que esperar da terceira temporada. Tampouco sei se isso é bom ou ruim.
Os episódios são todos iguais, seguem sempre o mesmo ritmo. Cada episódio dura um pouco mais de uma hora, e só o que se vê é Ray fazendo piada e os soldados inconformados com a incompetência de seus comandantes. Dificilmente sai disso. Uma pena.
Esse quarto episódio foi um dos mais tensos que tive o prazer de acompanhar em séries. Uma história instigante que te leva para uma viagem pelo lado sombrio do homem.
Dr. Katz, Terapeuta Profissional
4.1 4Minha filha de três anos – doutor, essa é a idade pra se ter. Sempre pensei que se pudesse voltar no tempo gostaria de ser adolescente mas você nunca é tão feliz como aos três anos de idade. Eu olho minha filha e é incrível. Outro dia ela estava olhando pela janela do carro por quinze minutos com um sorriso no rosto. Não aguentei e finalmente perguntei: “Alexandria, o que você tá pensando?” “Doce.” Doce, doce. Quando foi a última vez que você pode sonhar acordado com doce? Já teve aqueles momentos do dia que você podia preencher com doce? Não, você não pode, porque você é um adulto. Tem muitas outras coisas agora. “Ah, quem sou eu? Por que estou aqui? Eu sou gay? O que é esse caroço?” Não há espaço para doce.
Anos Incríveis (1ª Temporada)
4.6 230Temporada mediana com alguns bons momentos. A trama sofre com a pouca experiência dos atores mirins, salvo o desenvolto Fred Savage. Alguns personagens avulsos e sem muito tempo de tela como Paul, que deveria ser o melhor amigo do protagonista mas é apresentado mais como um cachorrinho que segue Kevin pra todos os lugares.
A trilha sonora e o clima nostálgico é capaz de cativar o espectador, como quando Kevin relembra momentos divertidos com o pai ao som de Blackbird dos Beatles.
Mad Men (6ª Temporada)
4.5 165 Assista AgoraApós tantas bebedeiras e os excessos que marcaram as temporadas anteriores de Mad Men, a S06 surge como uma grande ressaca onde os personagens agora precisam encarar a realidade de seus vícios morais.
As relações de Don são tão absurdamente envenenadas por seu passado e mentiras que até mesmo quando decide por uma atitude altruísta seus atos acabam por machucar aqueles à sua volta.
Pouco a pouco o protagonista sente-se mais confortável em compartilhar sua vida, e a cena final é um tanto quanto otimista, a medida que ele entra em contato com seu passado espontaneamente e convida os filhos a fazerem parte disso; nas vezes em que isso aconteceu era pelo simples fato de estar encurralado, sem nenhuma opção. Estaria Don preparando-se para aceitar sua própria história e dar uma conclusão ao seu passado, evitando a dolorosa opção de recomeçar sozinho?
Hannibal (3ª Temporada)
4.3 766 Assista AgoraConfesso que a série me inspira uma relação de amor e ódio. A primeira temporada é entediante, o plot de Abigail Hobbs estende-se demasiadamente sem dar indícios de conclusão. Abigail que diga-se de passagem é uma personagem extremamente apática, em parte pela insossa atuação de Kacey Hols, que derramava litros de lágrimas em todas as cenas. A segunda temporada é brilhante, William Graham em pedaços e o embelezamento da morte. Cada assassinato era como uma obra de arte, é nessa temporada em que a qualidade técnica da série atinge o ápice, proporcionando ao espectador cenas bem orquestradas e assassinatos de rara beleza. E então surge a montanha-russa que é a terceira e última temporada.
Poderia resumir a S03 como um clássico exemplo de estilo sem substância. A primeira metade da temporada é recheada de inúteis cenas em câmera lenta com foque em água, comida ou algum outro elemento periférico, sem contar a horrorosa trilha sonora, uma mistura de Blue Man Group e esclerose múltipla. Os efeitos especiais não ficam atrás, completamente bizarros. A ruindade é tanta que conseguiram estragar uma cena lésbica. Esse é o nível. No que tange o enredo me limito a criticar a péssima resolução do irritante arco Verger, tudo foi resolvido em meros 10 minutos, capturando a fera e depois a soltando para fazer o trabalho sujo. Talvez uma simples consequência da baixa audiência.
O que salvou a S03 do completo desastre foi o arco do Dragão Vermelho, introduzindo um serial killer tão interessante quanto Hannibal, com um ritmo definido e que de fato leva a algum lugar. O final é surpreendente e muito bem executado. E nada de perder tempo com cenas desinteressantes de água ou sangue jorrando em câmera lenta em direção ao nada.
Particularmente o que me instigou na série foi o personagem de Hannibal, que não é uma força incontrolável como Francis Dolarhyde, ou um sádico ao estilo Verger tampouco traumatizado como Buffalo Bill. Hannibal nos atinge pelo uso da lógica em seus atos, como se o canibalismo fosse apenas um chamado da nossa própria natureza. Na sua condição de psiquiatra, ele nos pega desprevenidos com sua racionalidade e charmosa capacidade de persuasão. Hannibal Lecter prende nossa atenção ao mostrar que o profano, o macabro também pode ser belo e sofisticado.
O que a princípio surgiu como uma das piores temporadas que vi, terminou deixando saudades e um gostinho de quero mais.
Humans (1ª Temporada)
4.2 100A qualidade da obra reside na simplicidade, na capacidade de fazer mais com o menos. Uma produção inteligente que aposta no desenvolvimento de personagens ao invés de plots mirabolantes, perseguições e tiroteios e efeitos especiais desnecessários. Isso dá uma noção de realidade muito grande à série.
Os personagens são os grandes motores da obra. O maior exemplo disso é a combativa Niska, uma sintética estrategicamente inserida num contexto onde relaciona-se com um idoso e uma criança, representando a sabedoria e curiosidade do homem, para assim ter sua perigosa visão separatista máquina/ser humano enfrentada.
A segunda temporada será ansiosamente aguardada. Grata surpresa!
Malcolm (1ª Temporada)
4.2 128 Assista AgoraUma comédia que utiliza os mesmos elementos de tanta outras (relações familiares) de uma forma diferente, sendo a quebra da barreira entre personagem/espectador o grande diferencial, dando a oportunidade do público ser inserido diretamente na história.
A química entre os atores é sensacional, Jane Kaczmarek está incrível no papel da mãe autoritária Lois. É possível identificar-se com bastantes situações e mesmo com alguns personagens. Timing perfeito para o personagem Francis, que possui plot próprio utilizado de forma sensata, sem sobressair-se ou ofuscar-se.
Comédia sem piadas repetidas e chavões, que aposta no básico e acerta em cheio. Divertida, descompromissada e viciante.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 308 Assista AgoraSensacional acompanhar o desenvolvimento de um chefe de duas famílias e entender quem é a figura carismática, sombria e perturbada de Tony Soprano. Uma atmosfera bem diferente das histórias de máfia habituais, extremamente dissertativa, afinal o telespectador tem o primeiro contato com o protagonista numa sala de terapia. Definitivamente um marco na tv mundial e exemplo a ser seguido.
Restam saudades de Tony de pijamas indo buscar jornal pela manhã, Silvio com sua imitação de Michael Corleone, Paulie e seu "he he" e estranhas superstições, Chris e seus acessos de raiva, e os xingamentos elaborados de tio Junior, entre outros.
" -Fuck you, Santa.
-Ooooooooooooooooh."
Família Soprano (3ª Temporada)
4.6 139 Assista AgoraUma temporada irrepreensível. Percebe-se uma intensa exploração das personalidades e relações familiares entre os Sopranos, sobretudo Tony e seus filhos; Moltisanti finalmente subindo no mundo da máfia e encarando a responsabilidade de ser um chefe; insubordinação e descontentamento por parte de Ralphie e Jackie Junior; o conturbado envolvimento entre Dr. Melfi e seus pacientes; sem contar na personagem Gloria, que em poucos episódios foi capaz de reafirmar alguns pontos fundamentais na personalidade de Tony Soprano.
A sensação é de estarmos diante de um acontecimento cinematográfico por treze sensacionais episódios, resultado de uma inteligente produção, elenco competente e belíssima direção.
Bom saber que James Gandolfini tenha sido premiado com um Emmy naquele que considero meu episódio favorito da temporada "Amour Fou" (S03E12).
Boardwalk Empire - O Império do Contrabando (5ª Temporada)
4.3 74 Assista AgoraUma tragédia de series finale. Um enredo que há algum tempo sinalizava uma condução indecisa trouxe desfechos miseráveis. Personagens pequenos eram mortos sem que você se importasse ou a própria morte deles causasse impacto na história, personagens outrora importantes descartados de qualquer maneira. Aliado a isso temos um time skip de sete anos, aproximadamente, onde o personagens mudam e você sequer compreende a mudança. Não que os produtores precisassem de várias temporadas para caracterizar seus personagens, mas não dá para levar a sério a brusca mudança no comportamento de Luciano, a ascensão de Benny Siegel que o telespectador nem lembra que existe mas surge como um palhacinho mafioso, é inconcebível ver Chalky completamente descaracterizado, é impossível sentir algo por Capone (digo isso pensando na cena entre ele e seu filho surdo, como se emocionar sendo que a relação deles nunca foi explorada, o filho teve um mínimo papel na história toda, sobretudo na última temporada?).
Creio que dois pontos foram capazes de prender minha atenção: os flashbacks de um jovem e ávido Nucky Thompson, irrepreensivelmente interpretado por Marc Pickering, e Michael Shannon, cuja intimidadora atuação foi capaz de sobrepujar a pífia trajetória de seu personagem nesta quinta temporada.
Bom, pelo menos não há mais estrago algum a ser feito.
Macross 7
3.8 4A merda mais merda que saiu do Japão.
Kuchu Buranko
4.5 3Através de narrativa episódica e comicidade espontânea, "Kuuchuu Buranko" aborda problemas contemporâneos como stress, ansiedade, distanciamento e alienação sem cair no clichê, sendo prova de que é possível falar de situações complexas com leveza e senso de originalidade. Com prodigiosa animação experimental e comédia afiada, "Kuuchuu Buranko" é uma joia da animação japonesa que se opõe ao estilo em vigor da indústria de contar histórias e nega as convenções de comédia-apelativa-sexualizada-retardada.
Espere sair do senso comum ao embarcar nas estranhas aventuras do excêntrico Dr. Ibaru e seus complexados pacientes.
Legend of the Galactic Heroes
4.8 22 Assista Agora“Em toda era e em todo local, os feitos dos homens permanecem os mesmos.” É com essa premissa que LotGH, em forma de space opera, recria a luta da humanidade por igualdade e justiça através de duas sociedades em guerra afligidas por uma questão que inúmeros pensadores históricos tentaram responder: monarquia ou democracia?
Na centenária guerra entre o Império Galáctico e a Aliança dos Planetas Livres dois gênios surgem, Reinhard Von Lohengramm e Yang Wen-li, respectivamente. Com objetivos próprios porém semelhantes, enfrentam-se em batalhas épicas visando a completa instalação de um governo mais justo mas rejeitando veementemente a política rival. Reinhard, nascido em uma família aristocrática empobrecida, é um jovem ambicioso que jura vingança à opressora nobreza quando o pai aceita que sua irmã Annerose seja concubina do imperador em troca de dinheiro, desejoso em derrotar a dinastia Goldenbaum, alista-se na frota imperial afim de libertar sua irmã e conquistar o universo. Yang, por sua vez, quer ser um historiador e a única possibilidade é entrando no exército. Por ironia do destino, ele próprio está destinado a fazer parte da história. Defensor da ideia de que a pior democracia ainda é mais digna que a melhor ditadura, encontra-se em meio a manobras políticas enquanto precisa enfrentar um império com mais recursos e que conta com o assombroso talento de Reinhard. Yang ainda precisa encarar a responsabilidade de carregar nas costas as milhares de vidas sacrificadas. Os dois rivais serão mudados pela cruel realidade da guerra.
Por meio de diálogos inteligentes e estratagemas LotGH disseca as esperanças de pessoas em um mundo dominado pela guerra. Cada uma das personagens possui relevante papel na história como Kircheis, amigo de infância de Reinhard e único ser capaz de frear sua impetuosidade e arrogância; Oberstein, contrariado pela incompetência de seus superiores, que assume ares maquiavélicos ao ser o almirante disposto a sacrifícios para o melhor funcionamento da dinastia, mesmo que isso o faça alvo do ódio de seus companheiros; Mittermeyer, apelidado de “Lobo da Rajada de Vento” por sua furiosa mobilidade em campo de batalha, destemido, leal e justo almirante; Reuenthal, orgulhosa figura trágica e brilhante estrategista com tendências auto-destrutivas, salvo de si mesmo por seu único amigo Mittermeyer; Julian Minci, jovem responsável por organizar a vida do preguiçoso Wen-li, influenciado profundamente por Wen-li, sonha em seguir seus passos e tornar-se soldado mesmo que precise contrariar seu tutor; Job Truniht, o político inescrupuloso que para saciar seus interesses sugará tanto a Aliança quanto o Império.
Mas o que acontece quando homens nascidos na guerra encontram a paz, aceitarão o pacato futuro que os aguarda, encontrarão rivais à altura de seus clamores por glória, farão de seus companheiros esses rivais? Como as futuras gerações se lembrarão dos heróis do presente? Essas e outras perguntas são discutidas em LotGH, o mais ambicioso e melhor anime já criado.
Space Runaway Ideon
3.6 2Evangelion tem que baixar a cabeça e pedir benção a Ideon.
Ping Pong The Animation
4.6 17Resultado da união de um dos diretores mais criativos e um dos mangakás mais inventivos da atualidade, "Ping Pong" subverte o padrão convencional da indústria no Japão, uma nova maneira de contar história, com traços inconvencionais e trilha sonora pulsante. Apostando na originalidade e menos na teatralidade acompanhamos uma obra única, o esporte que para muitos pode soar desinteressante, é dinâmico e enérgico. Abrindo mão do didatismo, o espectador é tragado pela incrível construção dos personagens, uma constante nas obras de Taiyou Matsumoto. É dada a oportunidade dos animes atingirem um diferente nível.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511A história toma um um rumo decepcionante.
Não bastasse alguns furos no roteiro como a preocupação de Gus em contar que disparou contra Molly (algo que inevitavelmente seria descoberto através do exame de balística, e um plot rapidamente abandonado) temos um final onde Lester e Malvo morrem de maneira incrivelmente ridícula, como se, principalmente Malvo, anos depois dos acontecimentos envolvendo a mulher de Lester, retornasse à história apenas para que sua morte surpreendesse o público. A ironia que ditava os rumos da história no início se torna uma piada sem graça.
Vikings (2ª Temporada)
4.5 559 Assista AgoraTemporada que pode muito bem ser considerada decepcionante. Do ponto de vista técnico é inegável a qualidade da série, mas a história caminhava de lugar nenhum para nenhum lugar. Qual a grande história dessa temporada? Não houve. Houve excesso de sub-plot, e, por vezes, acontecimentos no mínimo desnecessários.
Variando entre a rivalidade de Ragnar e Rollo, as traições de Jarl Borg, o apatismo de Aslaug, a estupidez de Siggy, a fixação por Wessex, a relação infantil e avulsa de Bjorn e Porunn, as incertezas pouco exploradas de Athelstan, a vontade de dar papel maior a Floki e o antagonismo de Horik, embarcamos numa viagem sem rumo aparente.
Aslaug foi uma ridícula introdução. Afastando Ragnar de sua família, mostrou-se limitada a parir e praguejar. E nem teve peso, dado ao fato de que Lagertha, desnecessariamente diminuída grande parte da temporada, e Bjorn tornaram-se um arremedo de família com Ragnar. Previsível e desconfortante.
Wessex se demonstrou infrutífera, era cobiçada e esquecida na mesma medida muitas vezes. Um objetivo resultante num adendo que levou a parcerias incomuns e tomadas de decisões precipitadas e egoístas.
Bjorn e Porunn não há muito o que falar, é reflexo da superficialidade do casal. Uma relação pouco aproveitável, resultando numa "luta" sem fundamento algum. As vezes senti que a temporada pouco tinha a dizer, e o fato de terem tempo para introduzir essa estranha relação é um perfeito exemplo disso.
As dúvidas de Athelstan deveriam ser melhor exploradas.
Ele descobrira o mundo, bebera, comera, vivera com outros povos. Mas serviu apenas de ornamento para Ecbert, que em muitos momentos o tratava com imenso apreço e em outros, como nos últimos episódios, o deixou retornar para casa calmamente, como se Athelstan estivesse de intercâmbio em Wessex.
Floki foi desapontante, tal qual Siggy.
Em nenhum momento Floki demonstrou insatisfação para com Ragnar. Então sabe que terá um filho e começa a falar coisas estranhas, parte para opiniões críticas às pessoas ao seu redor com pitadas de maquiavelismo. Siggy oscilava entre ansiar por Rollo e o planejamento de ideias estúpidas. Resultado: num último episódio com reviravoltas que deveriam ter fundamento nos episódios anteriores mas não teve, muito pela falta de objetivo da temporada, Floki e Siggy aparecem ao lado de Ragnar como bastiões da lealdade. Se o egoísmo dos dois era real, pq o final quase glorificante? Se desde o início era uma teia de mentiras tecida para que Horik sucumbisse, então as dúvidas mostradas ao longo da temporada são dispensáveis. Qualquer que seja a pergunta, a resposta será insuficiente.
Definitivamente não sei o que esperar da terceira temporada. Tampouco sei se isso é bom ou ruim.
Kill La Kill
4.1 67História fraca, personagens rasos, e uma reviravolta à la Guerra nas Estrelas.
Quebradeira sem sentido com uma boa trilha sonora.
Luther (1ª Temporada)
4.4 81Uma montanha-russa de emoções e imprevisibilidade. Capaz de te tirar o fôlego com uma facilidade poucas vezes vista. Idris Elba sensacional!
Anos Incríveis (1ª Temporada)
4.6 230Se alguém souber um torrent legendado da série manda aqui, por favor.
Anos Incríveis (6ª Temporada)
4.6 75Alguém sabe um torrent legendado da série? Agradecido.
The Booth at the End
4.5 16Interessante acompanhar uma história que te prenda apenas precisando de uma mesa de lanchonete. A proposta é muito boa.
Generation Kill (1ª Temporada)
4.2 29Os episódios são todos iguais, seguem sempre o mesmo ritmo. Cada episódio dura um pouco mais de uma hora, e só o que se vê é Ray fazendo piada e os soldados inconformados com a incompetência de seus comandantes. Dificilmente sai disso. Uma pena.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraEsse quarto episódio foi um dos mais tensos que tive o prazer de acompanhar em séries. Uma história instigante que te leva para uma viagem pelo lado sombrio do homem.
Beck
4.5 49Fulllllllll moooooooooooooon swaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaays (8)