Camila

Comédia tranquilinha pra passar o tempo, nada demais, mas a aparição do Kiss sem dúvidas deixa o final sensacional ❤

O ponto positivo do filme sem dúvidas é a atuação da Ana e a produção do filme, ambas muito boas! Entretanto, é um filme maçante. Tudo é contado muito rápido e você se perde em meio a história, além do uso excessivo de cenas sexuais.

O ponto mais explícito do filme é mostrado desde o início com a abertura de um fragmento de Jó. É incitado desde o início o quanto o filme falará sobre referências religiosas. Mas vai além disso. É preciso parar, refletir e analisar atentamente o que cada cena tem a dizer. Falamos aqui sobre inocência, dualidade, remorso, amor, espiritualidade, entre outros. É claro que o filme como qualquer outra tem sua trama central focado em uma família, mas mesmo assim não é o foco. Após assistir pela primeira é possível formar uma opinião. Após ler referente, é possível ver além.
Há a necessidade em explicitar o quão são importantes as pequenas coisas como a grama molhada, o início de tudo. O filme estabelece preocupações referentes a diferença em "graça" e "natureza". Temos aqui a figura do pai que se estabelece como um figura autoritária e movida pela razão. Ao mesmo tempo que em temos a figura angelical da esposa.
Ainda temos também quase que como o principal o filho mais velho, este ressentido pelos tratos do pai, mesmo em vários momentos mostrando o quanto se importa e jamais deixando se tornar seu espelho. Mas o que conduz o filme são os olhos deste filho mais velho, e que fica mais explícito na projeção após perceber que a maior parte da projeção é mantida pela câmera baixa, mantendo a perspectiva infantil e suas descobertas como culpa, ciúme, sexualidade.
Ainda podemos comentar refente ao surgimento do universo, estabelecido como estrutura para dar universo a família - e toda humanidade - como um ponto minúsculo e solitário no universo tão vasto. O que exemplifica quando os personagens se referem a Deus e pode-se entender, por que haveria Ele de se importar com a morte de uma criança quando há bilhões de anos de história e evolução?
Ainda há imposto a figura do pai como Deus, que impõe dogmas, castiga, e ainda sim continuo manifestando afeto aos filhos. A mesma coisa acontece ao se falar da natureza, se mostrando impiedosa mas que se mostra muito mais generosa com um dinossauro. Por fim, mostra como cada detalhe, cada gota de chuva, cada sorriso, ajuda a moldar a história humana, o ser em si.