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Guerra Civil
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É um filme leve. Não assista com olhar crítico de esperar algo que seja rebuscado ou extremamente complexo, porque não é, e esse talvez seja o grande mérito dessa obra. O diretor provavelmente quis resgatar aquele gostinho de infância tão querido que tínhamos ao assistir Sessão da Tarde, ao ver filmes como Escola de Rock e similares. Com um apelo mais pop e trap do que rock, o filme é uma nova roupagem de tramas sobre show de talentos, dessa vez usando linguagens atuais: reality shows, autotune/trap, beatmaker e tudo que diz respeito à geração de 2000 pra cá, o que faz todo sentido pelo público alvo e traz um frescor ao gênero de filmes sobre 'rockstar'.
As atuações são em sua maioria muito verossímeis e gostosas de assistir, são espontâneas e o roteiro em si é bem escrito, sem deixar muitas pontas soltas.
O ponto forte do filme são piadas leves e pra todas as idades, como por exemplo a piada (que aparece no trailer) sobre Kal estar comendo pão com garfo e faca. Dinucci é o personagem mais carismático dessa trama e embora Kal não seja o 'mocinho', se considerarmos que Maia é a protagonista, ele é tão carismático e bem trabalhado como moço simples que está em busca dos sonhos, que a gente passa a torcer por ele, que com certeza formaria um casal muito mais agradável e com química do que o par original de Maia.
Único defeito do filme se resume às cenas do 'tio', que parece ser algum tipo de limitação técnica do ator, cuja expressão e tom de voz se resume em caras e bocas de tristeza e solenidade.
Não parece que a sobrinha dele está para ir a um reality, parece que ele vai ao enterro ou que ela está em estado terminal. Além disso, como ele apareceu do nada na cena do contrato a tempo de deter o Romi, o jurado mau caráter e dono de um selo?
É melhor ignorar esse personagem e se divertir de coração aberto com tudo que o filme tem de bom.
Dito isto, o 'tio' ficou bem apagado diante de tantas atuações boas, e como é apenas um ator mediano em meio a um roteiro e elenco de qualidade, não tira o mérito principal do filme que é entreter.
Menções honrosas para a Rebeca, Mascka e Joni, que não apenas entregaram qualidade de atuação, mas também de voz.
Recomendo demais como filme familiar, e nossa, só Deus sabe o quanto a gente precisa de mais filmes familiares, sem apelo sexual ou qualquer tipo de indelicadeza e cena imprópria para crianças e idosos. Espero que mais filmes assim sejam feitos pelo diretor, que entrega uma fotografia linda e digna de produções internacionais.
Últimos recados
- Nenhum recado para Cristian Delgado Arantes.
Atuação do Wagner Moura foi a melhor em todo o filme. Kirsten Durst fazendo novamente um papel de mulher traumatizada em que cara blasé e pouca expressão são requeridos, sendo compatível com a técnica dela.
O filme não tem como premissa apresentar um roteiro. Se existe um roteiro, é escrito em uma folha só, limitado aos poucos diálogos, intensos e tensos que o filme apresenta.
O maior destaque para além de Moura, são as cenas de ação, muito mais intensas, cruas e viscerais do que os filmes de Hollywood costumam apresentar, sendo, por isso, justa a classificação de 18 anos.
No final das contas, morrem personagens importantes e o ponto de vista cru de um jornalista de guerra é apresentado. Faltou ao menos uma explicação inicial do motivo da guerra civil e de uma visão de quem era o presidente, seja para gerar identificação, seja para justificar a guerra.