A recriação da literatura para o cinema pode ser uma oportunidade de termos uma história completamente diferente da história do livro. Só de ter sido filmada já é diferente. Vou dar uma chance. Afinal, se enxergarmos essa adaptação como um texto NOVO, ele não pertence mais ao Paulo Coelho e, sim, ao diretor/roteirista que o adapta. Pensem um pouco em outras adaptações da literatura para o cinema. Ou vocês ainda querem/esperam "fidelidade"? O Daniel Filho virou para a jornalista e disse algo como: "Esse é o MEU Primo Basílio. Se você quiser o do Eça de Queiroz, vá ler o livro." Então, queridos. Vão ver o filme procurando pelo fantasma de Paulo Coelho ou vão curtir a viagem?
Concordo com a Nicole Prestes. Mas, gente, diretor só pode fazer as coisas de um jeito só, é? As cenas de sexo lembram demais o "My own private Idaho", o enquadramento, os freezings que pendem para a estática fotográfica, a beleza dos contrastes, aqui, bem mais maduros que em 1991. E, Nicole, quer coisa mais "pesada" que o povo na rua, lutando por seus direitos? Melhor que a cena do discurso, sobre o direito constitucional que nunca poderá ser apagado, não há; não importam os motivos pelos quais o Van Sant aceitou, o que fica aqui é um grande filme, com todo seu potencial anti-ignorância. Acho que temos aí uma metatextualidade forte com os filmes do diretor, mas também uma história muito oportuna para o momento em que vivemos agora. A luta, meus caros, a luta é o povo na rua: os gays conseguiram, as mulheres conseguiram, o que falta mais conseguirmos? É de se pensar.
original e essência já morreram faz tempo, hein? vamos reverter esse platonismo, meu povo. o filme é uma reescritura. a pergunta é: o que a reescritura, em suas peculiaridades técnicas, fez por você? é um filme só para quem leu os quadrinhos? eu não li. quero ler porque achei o filme excelente, especialmente o "solilóquio" do Dr. Manhatan. Não é todos os dias que temos a chance de ver/ouvir uma reflexão tão bela sobre a condição da existência sem precisarmos ler um livro. Alan Moore é um gênio e a direção de arte do filme caprichou demais essa cena, talvez mesmo elevando-a ao auge do potencial estético da cena.
muito genial. reflete a sociedade do espetáculo em que vivemos, mergulhada em escopofilia e ávida pela catástrofe AO VIVO. meninos e meninas, reflitam o filme como um sintoma vertiginoso do que vivemos hoje: acabou-se de vez a inocência, mas ainda nos entregamos ao poder das imagens e a tragédia vivida pelo "outro" nos proporciona uma catarse homérica. deixem de ser platônicos e pensem mais profundamente no texto e suas provocações. vamos, eu sei que vocês podem.
Veronika Decide Morrer
3.2 789Oi Nicole! Discordar é um dos exercícios fundamentais (e mais
ricos) da vida, não se desculpe nunca por isso.
Bem, eu li alguns livros do Paulo Coelho quando tinha 13, 14
anos, da mesma forma que lia Milan Kundera, Vinícius de Moraes e
Susan Sontag. Eu lia o que me caía nas mãos, com o olhar mais
curioso possível. Hoje, com 30 anos, bacharel em letras,
pesquisadora e mestranda em Tradução Intersemiótica com foco em
TV, cinema e literatura, tenho a grande oportunidade de
participar de infinitas trocas de idéias, discordantes,
adjacentes, coadjuvantes, etc. em toda sorte de seminário, curso,
comunidade. Já presenciei o admirável Milton Hatoun e o incrível
Silviano Santiago dizendo que os livros do Paulo não são
literatura (entre outras coisas), o que me parece um senso comum
entre os escritores prestigiados do nosso país. Eu não releria
nenhum livro do Paulo Coelho hoje, já sou uma leitora
profissional e acabaria perdendo meu tempo. Mas acho muito bom
ter essa bagagem, porque eu me sinto no direito "de causa" de
dizer que é ruim. Meu marido "não leu e não gosta". Mas ele não
leu. Então, do mesmo jeito que eu acho difícil assumir a opinião
de alguém sobre algo que eu não "li" (lembrando aqui que ler
extende-se para todos os tipos de texto, desde uma mancha no chão
à uma transmissão de rádio), prefiro eu mesma ter minha
experiência e falar sobre ela.
Agora, como pesquisadora curiosa, fica a minha pergunta para você
e para os demais: e se você visse o filme sem saber que é uma
obra adaptada de Paulo Coelho e GOSTASSE? Você deixaria de gostar
por causa disso? Ficaria com vergonha, se sentiria roubada e
traída pelo "sistema"? Heuheuheuhuehueh!
Recomendo então uma outra adaptação: "A insustentável leveza do
ser", do livro homônimo de Milan Kundera. Eu te garanto uma
coisa: não precisa ler o livro nem saber quem é Milan Kundera
para se surpreender com esse drama.
Um grande beijo e continuemos trocando idéias!
Carol
Veronika Decide Morrer
3.2 789A recriação da literatura para o cinema pode ser uma oportunidade de termos uma história completamente diferente da história do livro. Só de ter sido filmada já é diferente. Vou dar uma chance. Afinal, se enxergarmos essa adaptação como um texto NOVO, ele não pertence mais ao Paulo Coelho e, sim, ao diretor/roteirista que o adapta. Pensem um pouco em outras adaptações da literatura para o cinema. Ou vocês ainda querem/esperam "fidelidade"? O Daniel Filho virou para a jornalista e disse algo como: "Esse é o MEU Primo Basílio. Se você quiser o do Eça de Queiroz, vá ler o livro." Então, queridos. Vão ver o filme procurando pelo fantasma de Paulo Coelho ou vão curtir a viagem?
Edukators: Os Educadores
4.1 663delicioso.
Adeus, Lenin!
4.2 1,1K Assista Agoraapaixonante.
Sideways - Entre Umas e Outras
3.6 263 Assista Agoraa cena da porrada. a melhor que já vi.
Buena Vida Delivery
3.9 10Fiquei dias pensando. Uma história de crise e revolução, com uma reviravolta surpreendente.
A Volta de Roxy Carmichael
3.2 25esse filme é lindo, lindo.
Dogma
3.5 324grande surpresa.
Match Point - Jogo Perigoso
2.5 19 Assista Agoragente, o nome tá errado, hein.
Milk: A Voz da Igualdade
4.1 878Concordo com a Nicole Prestes. Mas, gente, diretor só pode fazer as coisas de um jeito só, é? As cenas de sexo lembram demais o "My own private Idaho", o enquadramento, os freezings que pendem para a estática fotográfica, a beleza dos contrastes, aqui, bem mais maduros que em 1991. E, Nicole, quer coisa mais "pesada" que o povo na rua, lutando por seus direitos? Melhor que a cena do discurso, sobre o direito constitucional que nunca poderá ser apagado, não há; não importam os motivos pelos quais o Van Sant aceitou, o que fica aqui é um grande filme, com todo seu potencial anti-ignorância. Acho que temos aí uma metatextualidade forte com os filmes do diretor, mas também uma história muito oportuna para o momento em que vivemos agora. A luta, meus caros, a luta é o povo na rua: os gays conseguiram, as mulheres conseguiram, o que falta mais conseguirmos? É de se pensar.
Milk: A Voz da Igualdade
4.1 878tem que ser muito bom para não ficar artificial. Sean Penn é campeão.
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista Agoraoriginal e essência já morreram faz tempo, hein? vamos reverter esse platonismo, meu povo. o filme é uma reescritura. a pergunta é: o que a reescritura, em suas peculiaridades técnicas, fez por você? é um filme só para quem leu os quadrinhos? eu não li. quero ler porque achei o filme excelente, especialmente o "solilóquio" do Dr. Manhatan. Não é todos os dias que temos a chance de ver/ouvir uma reflexão tão bela sobre a condição da existência sem precisarmos ler um livro. Alan Moore é um gênio e a direção de arte do filme caprichou demais essa cena, talvez mesmo elevando-a ao auge do potencial estético da cena.
Cloverfield: Monstro
3.2 1,4K Assista Agoramuito genial. reflete a sociedade do espetáculo em que vivemos, mergulhada em escopofilia e ávida pela catástrofe AO VIVO. meninos e meninas, reflitam o filme como um sintoma vertiginoso do que vivemos hoje: acabou-se de vez a inocência, mas ainda nos entregamos ao poder das imagens e a tragédia vivida pelo "outro" nos proporciona uma catarse homérica. deixem de ser platônicos e pensem mais profundamente no texto e suas provocações. vamos, eu sei que vocês podem.