Sorceress, de 1982, dirigido pelo Jack Hill, o cara que fez Coffy e Foxy Brown, ultra clássicos do blaxploitation, além de ter dirigido outras pérolas como A Mulher Vespa e Sombras do Terror, por exemplo. Hill foi o cara que "descobriu" Pam Grier e Sid Haig.
A história do filme é centrada em duas irmãs gêmeas, filhas do feiticeiro Traigon. Ele fez um pacto com o deus Caligara, dizendo que faria um sacrifício de seu primogênito em troca dos maiores poderes para dominar o mundo. Acontece que a mãe das crianças não concordou e fugiu. Ao ser capturada, o feiticeiro descobre que são gêmeas e não sabe quem é a mais velha. Antes de morrer, a mãe entrega as crianças ao grande Krona, uma espécie de Jesus Cristo Raiden porrador, que por sua vez entrega elas pra um camponês, pra que sejam criadas por ele. Avisa que é muito importante que elas sejam criadas como meninos, pois assim o feiticeiro não terá como encontrá-las. Na cena seguinte, se passaram 20 anos e o feiticeiro encontrou elas. Morre a família, Krona aparece depois que todo mundo morreu (podia ter aparecido 5 minutos antes pra salvar a galera). Ele se sacrifica e passa o poder pras gêmeas, e do nada surge um guerreiro com um visual saído das capas de suplementos do D&D, que também DO NADA, jura protegê-las e ajudar em sua vingança. Aí que começa o filme, as aventuras do grupo em busca da retaliação contra o feiticeiro. Faz parte do grupo também um Fauno tarado com voz de ovelha que anda de cavalo e um príncipe bárbaro que não gosta de briga, mas é especialista em roubar no jogo de dados. As duas andam "disfarçadas" de homem pra ninguém saber que elas são as tais gêmeas que todo mundo procura. Mas puta merda, são duas coelhinhas da Playboy com um chapéu pra esconder os cabelos, e ninguém percebe. Elas foram criadas como homens, então elas, em uma profunda inocência, não sabem qual a diferença, elas acham que são homens. Em um momento, elas vão tomar banho e os companheiros de aventuras então descobrem que elas são mulheres. O guerreiro mais velho fica constrangido, abismado delas realmente não saberem a diferença entre homens e mulheres, nem de onde vem os bebês nem nada. E isso é uma coisa legal do filme, ele não se leva a sério, pelo menos não o tempo todo. E como coelhinhas da Playboy, tome peitos aparecendo volta e meia no filme.
Enfim, temos confrontos, hipnose, rainha traiçoeira, empalamento anal, guerreiros zumbis, lacaio macaco, raios de desenho animado, bonecões de espuma com movimentos limitados, cabeças flutuantes, leão voador, olhos brilhando e diversas coisas que criam um filme tosco mas que cumpre seu papel de diversão dentro do possível. É uma bosta mas é legal. O filme tem uns cortes absurdos, situações ridículas, atuação péssima e uma dublagem feita no pátio de casa. E a tal "feiticeira" do título simplesmente NÃO EXISTE.
É um filme com uma temática bem diferente do que o diretor estava acostumado. Fantasia medieval numa pegada Dungeons & Dragons. Roger Corman, o lendário produtor de cinema barato, abriu o olho com a produção de Conan (que saiu no mesmo ano) e percebeu uma possibilidade de surfar na mesma onda. Corman tinha na época um estúdio de efeitos especiais bem competente, e Hill então imaginou que poderia fazer um filme grandioso. Mas não foi bem assim.
O roteiro foi escrito em uma semana. As gravações, que seriam nas Filipinas, mudaram pra Portugal. Mas lá não tinha nenhuma estrutura. Pensaram na Itália, mas no fim das contas filmaram no México. Entre os problemas, o depósito onde eram guardados os rolos de filme explodiu, perdendo parte do que estava sendo feito. Jack Hill queria que o papel do Fauno fosse para Sid Haig, mas Roger Corman não aceitou o salário. O produtor vinha entregando menos orçamento que o prometido para o filme. Quando o filme estava sendo finalizado, o produtor tirou o nome do diretor dos créditos. O filme acabou sendo um sucesso de bilheteria (teve um orçamento de 500 mil dólares e arrecadou 4 milhões!), e Corman inclusive produziu outros filmes na mesma linha depois. Foi o último filme que o diretor fez, e já se passaram quase 40 anos!
A Fortaleza Infernal (The Keep), de 1983. Foi uma escolha totalmente aleatória na hora de ver um filme. Conhecia o poster, mas não sabia de nada do filme. É bem interessante, mas em muitas partes parece corrido e sem explicações. E depois de ver o filme eu descobri que é exatamente isso que aconteceu depois da distribuidora cortar metade do tempo do filme. Dirigido pelo Michael Mann, que depois fez filmes como O Último dos Moicanos, Ali, Colateral e Inimigos Públicos. Dá pra ver que não é um sujeito aleatório na direção, é alguém com uma forte noção estética. No elenco, temos Ian McKellen (não precisa explicar quem é, né), Gabriel Byrne e Scott Glenn, entre outros nomes. Os efeitos especiais ficaram por conta Wally Veevers, que entre diversos filmes, foi o responsável pelos efeitos de Superman e 2001. A trilha sonora é da banda alemã Tangerine Dreams, que é bem conhecida como um dos expoentes do rock progressivo eletrônico, junto com o Kraftwerk. Ou seja, um filme com uma equipe bem acima da média.
A história é baseada em um livro de mesmo nome. Durante a Segunda Guerra Mundial, nos Cárpatos da Romênia, um pelotão nazista é designado para ocupar uma antiga fortaleza para estabelecer uma posição estratégica. O comandante nota que o local possui uma arquitetura peculiar, pois não parece ser feito para impedir que alguém entre, mas sim que saia. Há uma espécie de zelador do local, que não tem nenhuma explicação, só diz que mantém as coisas como são, pois sempre foi assim. Cruzes estão cravejadas nas paredes, o que acaba atraindo a atenção de soldados em busca de espólios. Ao retirar uma delas, abre-se uma passagem para o interior da fortaleza, liberando uma força sobrenatural e maligna que começa a eliminar os soldados um a um. Não demora muito para chegar reforço, no papel de um oficial da SS cruel, que começa a eliminar os moradores do vilarejo, acusando-os de conspirarem contra o exército e de serem responsáveis pelas mortes dos soldados. Inscrições surgem nas paredes, e o único que pode ajudar os nazistas a traduzir é um professor judeu que está sendo levado para um campo de concentração. Essa sinopse não acaba nunca né? Mas é isso mesmo, e ainda tem mais. Quando o tal ser é liberado, ao mesmo tempo um cara sente o que está acontecendo e começa a ir em direção ao forte.
O filme tem um visual bem interessante, com um trabalho de câmera e iluminação bons, se passando a maioria do tempo dentro da fortaleza, escura, com tons azulados. É legal como o bichão Molassar vai se formando aos poucos, mas ficou um pouco a desejar. Primeiro, ele é só uma nuvem de fumaça bem feitinha, depois é um humanoide sem pele, mas meio estranho, visivelmente de borracha. Por fim, ele parece um vilão dos Power Rangers ou uma versão mais barata do Apocalypse (do filme dos X-Men, que não é legal).
É bem possível perceber no filme que várias coisas ficam sem explicação, personagens desaparecem, etc. Aí que entra a história dos bastidores. O filme originalmente tinha 3 horas e meia! O estúdio mandou podar isso pra 1 hora e meia. METADE! Claro que é muita coisa, mas certamente teria tudo fazendo sentido, mostrando aos poucos o lugar sendo corrompido, as reais intenções do monstrão, explicaria quem é o estranho que vai em busca da fortaleza e a troco de quê ele e a filha do professor se apaixonaram... além de que o final era originalmente mais feliz também. Como merda pouca é bobagem, Veevers, o responsável pelos efeitos, morreu duas semanas depois de começar a pós-produção, deixando um monte de trabalho sem ser feito, e que ninguém sabia como ele ia fazer, já que o cara tinha tudo guardado na própria cachola. O diretor mesmo teve que fazer a finalização dos efeitos.
Molassar pede ajuda ao professor Cuza para que ele leve um artefato para fora da fortaleza, assim poderia sair e aniquilar os nazistas. Aos poucos o vilarejo começa a ser tomado pelo mal, e o tal estranho, Glaeken, chega na fortaleza. Ainda não se sabe se esse personagem é uma espécie de avatar no vilão ou o que. Depois descobrimos que ele é um herói, mas fica tudo bem perdido.
No fim das contas é interessante mas entrega que é todo picotado, ficando um monte de coisa pro espectador ter que deduzir. O clima e a ambientação são massa. Vale a assistida, ainda mais sabendo de todos os problemas, como curiosidade.
Rodas de Fogo (ou Fogo Sobre Rodas), de 1985. Mais um clone de Mad Max filipino dirigido por Cirio Santiago. O filme tem uma hora e vinte, e a história tem tanta, mas tanta coisa empilhada. Em um futuro pós-apocalíptico, há diversos grupos que sobrevivem no deserto (é claro). Uma gangue de saqueadores quer conquistar todos. Durante uma incursão, eles sequestram a irmã do protagonista, Trace, que é um guerreiro das estradas, no maior estilo clichezão desse tipo de filme, solitário, de poucas palavras, todo vestido de couro preto, com seu carrão tunado, metralhadora e lança chamas. O namorado da guria, pra tentar se salvar, diz que está do lado dos caras, que quer entrar na gangue deles. O líder diz que somente se ele passar pela iniciação. A tal iniciação do cara é ser estuprado por todo mundo. Ele não passou, pelo jeito, porque nunca mais aparece. Arlie, a irmã do protagonista, vivida pela atriz Lynda Wiesmeier (que tinha sido Playmate da Playboy em 82), é então mantida em cativeiro e estuprada por toda a gangue diariamente. Enquanto isso, Trace tá dando banda pelo deserto e conhecendo pessoas aleatórias, e vai surgindo cada vez mais personagem que só deixa a história inchada sem adicionar muita coisa. Uma caçadora de recompensas que tem uma águia de estimação e vira par romântico do protagonista. Uma guria com cara de monga que consegue ler os pensamentos das pessoas. Um líder religioso que está construindo um foguete para ir para o paraíso. Anão mudo que entra pro grupo e não faz a menor diferença. Um bando de canibais que vive no subsolo, tem a pele e o cabelo brancos e agem como Jawas (inclusive falando como eles). Mendigos da Wasteland que vasculham os restos das batalhas. Soldados contratados como guarda-costas. Tudo em volta da história básica do cara indo resgatar a irmã. Uma coisa que tem nesse e que repete no Equalizer 2000: quando os membros da gangue do mal estão perseguindo alguém, eles saem dando risada, se empurrando, gritando "iiiirrrraa", como caipiras caçando. Temos os tradicionais carros e motos com um monte de espinhos. Aliás, como deviam ser baratos os carros nas Filipinas nos anos 80, porque tem muitos diferentes e a grande maioria é explodida (as vezes dá pra ver que é o mesmo carro ou moto sendo reutilizado). Até briga de espada rola. Claro que tem também armadura de equipamento de futebol americano. E aqui tem um belo arsenal, um monte de morteiros e canhões, com muita explosão o filme inteiro. Pra quem gosta de Mad Max e suas cópias baratas, recomendado.
Equalizer 2000, de 1987, dirigido pela lenda Cirio Santiago. Daquelas bagaceiras feitas nas Filipinas. É um Mad Max de araque, barato e com uma história ruim. Num futuro pós guerra nuclear, o Alaska virou um deserto. Um grupo fascista ("Os Proprietários") comanda a região, lutando contra grupos de rebeldes e nativos por combustível e água. Os comandantes reclamam dos armamentos que possuem, dizendo que são ultrapassados. E aí entra a tal da Equalizer 2000, uma arma cheia de apetrechos que faz de tudo, nunca fica sem munição, atira mísseis, granadas e rojões e o escambau. Por sinal, fica subentendido que o nome é o da arma, já que ela nunca é chamada de nenhum nome no filme. Rola até briga por causa da arma. Foi desenvolvida por Slade, o protagonista do filme, que é um ex-Proprietário em busca de vingança, pois um dos comandantes do grupo assassinou seu pai e o deixou para morrer. O filme tem uma hora e meia, e desse tempo, deve ter pelo menos metade só de cenas de troca de tiro sem nenhuma fala ou nada acontecendo além de faíscas, explosões e péssimas atuações de morte. A mira de todo mundo, como sempre, é péssima. Como andar no deserto pós apocalíptico? Se tu for malhado, anda sem camiseta e com uma metralhadora pendurada, suando litros! A desidratação deve ser o maior perigo desse mundo, todo mundo passa o filme escorrendo suor. Karen, filha de um dos chefes rebeldes, vivida pela atriz Corrine Alphen, é uma proto-Furiosa. Rouba dos mercenários, mete bala na galera e não aceita desaforo. Acaba virando par romântico do Slade. Tosqueira exagerada, em alguns momentos maçante, e em outros bem divertida, com uma mega metralhadora que parece coisa que o Rob Liefeld criaria depois nos quadrinhos nos anos 90. Os carros são legais, cheios de coisas aleatórias soldadas. Índios disparando flechas contra metralhadoras, lança chamas tocando fogo na gurizada, explosões e tudo mais. Richard Norton, o ator principal, é um australiano que participou de um MONTE de tranqueiras maravilhosas dos anos 80, de coisas de kickboxing até ciborgues. E o massa é que ele participou do Mad Max de 2015!
The Phantom from 10,000 Leagues, de 1955, feito com baixíssimo orçamento pra ser lançado em sessão dupla com outra produção tosca. Feito apenas um ano após o clássico O Monstro da Lagoa Negra e meses após sua sequência, pegou o embalo apresentando uma criatura aquática. Em 1955 o mundo estava na chamada Era Atômica, em que tudo envolvia o enriquecimento de materiais nucleares para geração de energia e armas (afinal, era a Guerra Fria!), e com isso, também surgiam os temores que envolviam a radiação. A trama do filme envolve um cientista nuclear oceanógrafo que fez uma nova descoberta atômica, e que desconfia de todos, inclusive de seus ajudantes, que realmente querem roubar a descoberta. O filme é muito levado com lances de espionagem. Temos também um cientista que quer descobrir o que está acontecendo nos ataques a barcos e mergulhadores que vêm acontecendo na região, e pra completar, um agente federal que também investiga as mortes. O tal monstro já aparece na primeira cena do filme. Uma fantasia tosca, com olhos esbugalhados e nenhum movimento além dos braços. Com tempo livre, cola escolar, muito papel higiênico e duas bolas de ping-pong qualquer um consegue fazer aquela fantasia (e isso é muito massa). Ele é diferente do que está desenhado no poster. é como uma versão completamente deteriorada daquele. Imaginem gravar cenas submersas utilizando uma roupa que não poderia ser molhada. Como curiosidade, o papel do monstro foi feito por Norma Hanson, uma especialista em mergulho com escafandro da época. O pescador é morto e tanto seu corpo quanto seu barco sofrem terríveis queimaduras pela radiação. Com esse início, parece que vamos ver muitos ataques, ação e talvez até uma caça ao monstro, mas na verdade temos um filme extremamente enfadonho, com quase uma hora e meia de pura conversa. O bichão aparece em umas três ou quatro cenas ao longo de todo o filme. O tal "fantasma" do título não faz sentido. As tais dez mil léguas também não existem, já que o monstro foi criado a meio metro da praia por causa do material radioativo saído do laboratório. Podreira braba que é um forte sonífero.
Loucuragem tipicamente japonesa. Hentai Kamen é baseado em um mangá de mesmo nome, do início dos anos 90. A história é sobre um estudante mongolão que se apaixona por uma colega nova. Ao tentar impedir um assalto em que a guria é feita de refém, veste uma calcinha como máscara e descobre que tem super-poderes, herdados do DNA pervertido da mãe. Se transforma então no Hentai Kamen, o vigilante mascarado e extremamente ridículo. Um cara bombado de meia arrastão e uma cueca no estilo Borat que só cobre o saco e o pau (quando mais a virilha estiver sob pressão, maiores os poderes). A partir daí é pancadaria com voadora de bola, ticada na cara e poses ridículas. O exagero das cenas é muito engraçado. O filme se resume a isso, com algumas variações de personagens bizarros surgindo, inclusive um falso Hentai Kamen, que se passa pelo herói. Ao longo do filme o herói fica em dúvida quanto ao seu poder, tentando negar o quão pervertido é, para conseguir conquistar a garotinha. Giro escrotal, tirolesa de bunda, chave de bola, close de bunda... Culminando em um robô gigante e um duelo de saco! O filme é insano, bizarro, doente e muito divertido.
O Massacre (Nail Gun Massacre), slasher TOSCO de 1985. O filme começa com uma cena de uns pedreiros estuprando uma mulher. Logo em seguida, já corta pro primeiro assassinato. Alguém vestido com uma roupa camuflada, com um capacete de moto e uma pistola de pregos de pressão. E o filme todo é isso, cenas e mais cenas desse assassino (ou assassina?) matando pessoas de forma aleatória com a pistola de prego. O som do filme é horrível, não dá pra escutar o que as pessoas falam, e o assassino tem uma voz distorcida cheia de efeitos, que também atrapalha pra entender o que diz (já que a única legenda disponível foi tirada da unha encravada, de tão ruim que é... o texto é simplesmente inventado!). Sempre que mata alguém, o maluco ainda faz piadinhas e solta uma gargalhada forçada. Roteiro que só se faz entender no final do filme, atuações amadoras do pior naipe possível, cadáveres visivelmente respirando, litros de sangue e muitas tetas. Isso tudo é ingrediente pra algo muito divertido, mas nesse caso aqui, o filme não anda pra lugar nenhum, não tem progressão, só fica se repetindo. É ruim, mas ruim, que passa do "tão ruim que é bom" e volta a ser ruim de novo.
Belzebuth, filme mexicano de 2017 que tem no elenco o Tobin Bell, o Jigsaw de Jogos Mortais. O filme tem um tom sério e a história é sobre uma série de assassinatos de crianças, que até o Vaticano começa a investigar. Um padre excomungado (o Jigsaw) é o suspeito, mas ao mesmo tempo pode ser quem evita que algo pior aconteça. A trama na primeira metade desenvolve legal, com suspense e pitadas de sobrenatural, mas quando chega mais pro final tem um monte de sangue digital tosco, exorcismo clichê e algumas atitudes que não fazem muito sentido. Todo mundo fala inglês? Diabo encarnado na pedra?! No fim das contas não é um baita de um filme, mas também não é nenhuma bomba, vale a assistida. O que tem de diferente é que não é o Anticristo vindo ao mundo, como já foi feito muitas vezes, dessa vez é Jesus mexicano. Uma coisa legal do filme: não tem nenhum galã nem parzinho romântico. A dupla de policiais mexicanos, por exemplo, tem a maior pinta de tiozão bolicheiro pançudo.
O Sacrifício (The Wicker Man) de 2006. Remake do clássico de 1973 que é uma desgraça sem alma. Aqui o Nicolas Cage faz o papel do policial que chega na ilha com o culto pagão, mas tem toda uma bobagem de pano de fundo com um acidente que ele fica remoendo o filme todo e tendo flashbacks que não acrescentam em nada. Toda aquela aura de mistério e construção de suspense que tinham no original não acontece aqui. Até o motivo dele ter ido investigar o desaparecimento de uma criança é besta, motivado por uma misteriosa carta de uma ex-noiva. A ilha tem uma sociedade matriarcal em que os homens são praticamente escravos para procriação. Não há mais toda aquela força nos rituais, cantorias e tudo mais que era presente no original. Toda a nudez e menção a sexo e fertilidade é cortada. Tem até briga nesse filme, numa tentativa de "modernizar" e colocar uns sopapos aqui e ali. Também fica completamente de fora toda a discussão religiosa que é bem forte no original. A figura que antes era interpretada pelo Christopher Lee, agora não tem a mesma força, nem a mesma desenvoltura, nem parece ter a mesma importância naquela ilha. A atuação de Nicolas Cage, como sempre, é caricata, exagerada e ruim, chegando a culminar no clássico da tosqueira "NOT THE BEES!". Enfim, completamente descartável, não merece nenhuma atenção.
O Homem de Palha (The Wicker Man) de 1973. Filme GENIAL que eu realmente não sei qual o motivo de nunca ter assistido antes. Em um documentário sobre o filme, em 2001, Christopher Lee disse que foi o melhor filme que ele já tinha feito. E é o CHRISTOPHER LEE! A trama do filme envolve um policial ultra cristão conservador que chega em uma ilha onde as pessoas vivem de maneira "diferente", seguindo uma religião pagã totalmente conectada com a natureza, a fertilidade e o amor livre. Além disso, todo ano, no início da primavera, acontece um festival com oferendas à deusa dos pomares e à ilha, para que as colheitas sejam fartas. O policial investiga o desaparecimento de uma criança, e o clima de suspense e intriga aumenta a cada momento, criando um baita de um clima muito massa, com todo mundo parecendo saber de alguma coisa. O filme tem uma pegada musical bem forte, com diversos momentos levados por cantoria, mas que não destoam nem viram situações isoladas, são músicas totalmente integradas no que está acontecendo, como a galera cantando no bar, ou durante a procissão do festival. Foge do que era tradicional da época nos filmes britânicos de terror, voltados pra seres sobrenaturais, com violência e sangue, muitos deles com o próprio Christopher Lee. Aqui temos uma ilha ensolarada com plantações, flores, frutas e danças. O filme apresenta diversas cenas de nudez, mas isso nunca é feito de forma gratuita e apelativa, fazendo muito sentido nos ritos e cultura da seita que lá habita. Daria pra falar muito sobre os embates religiosos e como um cristão conservador enche o saco de algo que ele não esteja de acordo (e que atual isso, né). Assistam essa pérola, um dos melhores filmes que vi nos últimos anos, com uma progressão de tensão boa demais. É inclusive considerado o "Cidadão Kane dos filmes de terror" (pra mim é mais suspense que terror mesmo, mas isso é detalhe que não faz nem diferença).
Tosqueira braba nesse terceiro lançamento de uma franquia que não tinha nem porque ser franquia. Filme feito direto pra TV com baixo orçamento que encerra o ciclo. Depois ainda veio uma série, mas mudou a história e o ator. Aqui temo Mark Singer com 50 anos, ajudante que um ano depois foi a Sonya Blade e tem o Casper Van Dien como um rei mais surfista que o Beastmaster um ano antes do seu papel mais conhecido, como protagonista do excelente Tropas Estelares. Até o Tony Todd aparece nessa tranqueira no papel de Seth, o braço direito do rei que tinha sido vivido pelo sogro do Príncipe em Nova York no primeiro filme. Não temos nada remanescente do segundo filme e aquela bicheira de viagem no tempo, aqui é uma "volta às origens" fantasia medieval pura, espada e magia. E pra variar, da-lhe magia, e mais uma vez um vilão bruxo do mal. Ruh, a pantera negra... quer dizer, o tigre... opa, peraí, nesse filme agora é um LEÃO! Fechando com chave de ouro, um demônio saído do inferno pra dominar o universo que parece na verdade ter saído dum pântano radioativo da Família Dinossauro!
#Alive (2020), filme sul-coreano de zumbis com um enredo nada original. Um mongolão tenta sobreviver preso dentro de casa, se refugiando em um mundo tomado por zumbis repentinamente. Tenta apelar pra um viés mais dramático, mas fica no meio termo de tudo. A ideia lembrou bastante o "A Noite Devorou o Mundo", que por sinal é muito melhor. O protagonista de #Alive é um completo idiota que estranhamente não tem comida em casa desde o primeiro dia de quarentena mas consegue sobreviver por um mês (?!). O celular tem a melhor bateria também, porque a eletricidade cai, mas isso nunca vira problema. Nem barba cresce no sujeito. Fora outros clichês bem previsíveis já vistos em diversos outros filmes e um final batido e sem graça. Esperava mais. Tecnicamente é ok. Não é de todo ruim, mas tem tantos outros filmes de zumbi que são muito melhores, tanto os mais sérios e melancólicos quanto os mais podrões e divertidos.
O Portal do Tempo, de 1991 (Beastmaster 2: Through the Portal of Time), dirigido pelo Sylvio Tabet, produtor executivo do primeiro filme (e da série que teve depois) em sua única tentativa em roteirizar e dirigir um filme em toda a carreira. Pelo menos isso foi um acerto, de nunca mais ter tentado. Que filme vergonhoso. Mas dependendo do estado de espírito, é daqueles que chegam a ser tão ridículos que podem ser divertidos, de tão, mas TÃO RUIM que é. Mais uma vez temos um bruxo poderoso do mal, Arklon, que com a ajuda de uma bruxa, abre um portal para um mundo paralelo: Los Angeles no início dos anos 90. Já seria o suficiente pra ser uma merda, mas tem mais. A ideia dele é roubar uma bomba atômica. Dar vai atrás e o filme vira um pastelão, com os vilões indo provar roupas, cenas de destruição embaladas por tango, policiais atrapalhados (um deles é o James Avery, o Tio Phill de Um Maluco no Pedaço), mocinha ajudante que pode virar par romântico e mais um monte de idiotice. Os animais são teoricamente os mesmos, mas dessa vez o tigre não é preto, tem a pelagem normal. Naquelas famosas coincidências do cinema, temos uma tia do protagonista que vira um monstro, além de outros laços de sangue que fazem parte da trama. Pra fechar com chave de ouro, ainda temos aquele maluco que sempre faz umas pontas em filmes de baixo orçamento, que parece ter saído da Família Dinossauro sem precisar usar maquiagem, o Michael Berryman, em uma cena final em que as pessoas estão cultuando um carro deixado no mundo fantástico e começa a tocar música. "ROCK & ROLL"
Beastmaster, ou no Brasil, O Príncipe Guerreiro. Filme oitentista de espada e magia dirigido pelo Don Coscarelli, famoso pela franquia Fantasma (o do Tall Man, não o baseado nos quadrinhos, com o Billy Zane). Passava seguido na TV nas tardes da década de 90, depois nunca mais ouvi falar. O tal mestre das feras, que é o protagonista, consegue se comunicar com os animais, e tem alguns como companhia. Dois furões, que são sua destreza, um tigre (todo preto) que é sua força e uma águia (que eu lembrava que era um falcão) que são seus olhos (como ele mesmo diz). Nisso entra uma história de mago louco, sacrifícios ritualísticos e bruxas baratuxas. Em alguns momentos divertido, em outros chato, consegue entreter. Marc Singer de bunda de fora girando espadinha com aquela cara de 50 anos e chorando porque foi chamado de aberração hahahahaha Depois ainda teve duas continuações bizonhas e uma série de TV.
O filme tem um clima tenso e mesmo a gente já sabendo desde a primeira cena como ele vai terminar, alguns acontecimentos no meio da trama são bem inesperados. Lógico que é exagerada a maneira que uma criança lida com uma gangue nazi e tal, mas do jeito que foi apresentado, dá pra aceitar. Ao longo do filme, o gore vai aumentando e ficando cada vez melhor. Tem bastante sangue escorrendo. Sobre a história mesmo, fica completamente aberta, pronta pra uma possível sequência com muita possibilidades diferentes. E por fim, acho muito massa ver atores que só fazem um tipo de papel saindo totalmente daquela zona de conforto. Gordinho segurança de shopping como um nazista psicopata ficou massa!
Os trabalhos do diretor nessa franquia são bem inconstantes. O primeiro filme é excelente, essa animação mais ou menos e o Peninsula é fraco. Aqui a gente tem o início dos ataques como pano de fundo de uma história dramática (como todos na franquia). A animação é ok, o problema são os personagens mesmo que não cativam muito. O que parece mais humano é o pai. Enfim, tá aí pra ser assistido, mas é bem dispensável.
Fechando a trilogia clássica da Cannon sobre ninjas, que não são sequência, mas é como um "ninjaverso", histórias quaisquer com ninjas. Como os anteriores, também produção Golan-Globus, e com o mesmo diretor do anterior, Sam Firstenberg. O roteiro é de James R. Silke, o mesmo cara que escreveu A Vingança do Ninja (o filme anterior), e depois ainda escreveu Ninja Americano, As Minas do Rei Salomão e Os Bárbaros, todos mega clássicos da produtora. Sho Kosugi mais uma vez faz parte do elenco, mas aqui ele aparece bem menos que no segundo. Ainda assim, o personagem é essencial na história. Dessa vez o filme embarca em uma viagem sobrenatural, com uma mistureba de ninjas, poltergeist, exorcismo e até Flashdance! Por conta de tudo isso, é o menos "sério" dos três, mas tem suas boas doses de diversão. TEM UM NINJA QUE VIRA UMA BROCA E ENTRA NO CHÃO. FIM.
O segundo da trilogia clássica de ninjas da Cannon, tosqueira de alto nível (ou seja, uma bosta tão ruim que é divertido). Produção Golan-Globus mais uma vez, mas direção por conta do Sam Firstenberg (que depois dirigiu outras pérolas como Ninja A Dominação e American Ninja). Sho Kosugi, que interpretou o ninja malvado no primeiro filme agora é Cho, o protagonista (sem qualquer tipo de expressão ou sentimento). A história do filme é tão, mas tão besta que é melhor até ignorar e prestar atenção na porradaria. Pra ter uma ideia, no início do filme, a família do protagonista é morta no Japão e só sobrevive o filho que é bebê ainda. Ele decide ir pros EUA abrir uma galeria de arte, e na sequência o filho já tem uns 8 anos de idade! E a história parece ter passado umas semanas ou meses, mas o piá já é grande! A criança inclusive é porradeira também (e o guri é filho de verdade do ator principal). Tem uma parte que tem um capanga que é um índio, e pra mostrar que o cara é uma porra de um índio, ele tem cabelinho do índio Chiquinha, bota de couro, colete com franjinhas e usa umas machadinhas! Numa cena de porradaria uma velha sai dando pirueta no melhor estilo Daiane dos Santos. Ninja perseguindo uma criança e não se mete em lugares onde não passa, mas que claramente passaria sem nenhum esforço. Hipnose ninja! Tapão na cara de criança. Manequim tirado do nada. Braço robótico. Cusparada ninja. Kombi de marginal. Sangue jorrando. AAAAHHH! Tem muita tosqueira rolando. O filme envolve máfia, heroína, marginais, e por fim, NINJAS! Ninjas porradeiros com todo seu arsenal de olho pintado, garras pra escalar paredes, espadas, facas, lanças, foices, miguelitos, shurikens, bombinhas de fumaça, correntes, escadas, ganchos, arcos, e por que não... LANÇA CHAMAS?! Genial.
Train to Busan é um baita de um filme de zumbis. Conseguiu se destacar em um gênero mais que saturado. A expectativa por uma sequência era grande, e foi uma baita notícia quando foi anunciada, ainda mais contando com o mesmo diretor e roteirista, Yeon Sang-Ho, também responsável pela animação que serve de prequel da história, Seoul Station. A sequência, batizada de Peninsula é um desastre. Mistura Fuga de Nova York com Velozes e Furiosos com Mad Max e com uma pitada de zumbis, além de um dramalhão forçado. É um filme de ação com uma ambientação de terror, mas em nenhum momento ele nem chega perto de ser assustador, o que não é um problema. O filme cai nuns clichês tão previsíveis e chatos e nem os personagens ajudam, são rasos e não causam nenhum tipo de empatia. A ambientação fala de uma Coréia do Sul destruída por zumbis, e a gente aceita isso na boa. Mas a física, a gravidade, a resistência dos materiais... tudo isso é completamente alterado durante as cenas com carros, caindo na velha "fria". Não tem um farol de carro que chega a quebrar ao atropelar hordas de zumbis, as derrapadas são completamente controladas, no maior estilo Need for Speed, etc, etc, etc. A sequência final do filme é uma perseguição de carro interminável, bem no estilo Mad Max. Mas aqui é tudo em computação gráfica caseira e com carros que nem chegam a arranhar. E o filme ainda é cheio de cenas dramáticas em câmera lenta, que se estendem sem motivo algum. Personagens fazem escolhas imbecis e as cenas ficam se ensebando um tempão nisso, fazendo o filme chegar nas 2 horas. No fim das contas a expectativa era de um filmaço no nível do primeiro e temos um filme que entra pra categoria "mais um".
Franco Nero (o Django!) fazendo o papel de um ninja bigodudo que vai ajudar um amigo nas Filipinas e se depara com um bando de mafiosos que tem os capangas mais imbecis da história. Tem até uns flashbacks da guerra com o amigo. Tem pancadaria, sangue e até um pouco de comédia bem deslocada. Até um gorezinho chega a ter. E é desse filme uma das cenas de morte mais tosca do cinema, com um cara tomando um shuriken em câmera lenta expressando de maneira incrédula toda sua dor. Vale muito pela tosqueira e pelo arsenal ninja que todo piá acharia genial. É ruim mas é divertido.
Sequência direta do segundo, com a mesma equipe toda, além do mesmo ator no papel do personagem principal. Dessa vez não temos o Durant voltando, o vilão é outro cara que também é um mafioso que domina o tráfico de drogas da cidade. Tem uma trama sobre a criação de uma nova droga baseada no sistema do Darkman e a adrenalina e tal, mas achei meio nada a ver (o que é pior, isso ou a arma nuclear portátil do 2? haha). Temos um Darkman inocente caindo em armadilha, e Darkman de coração mole também. Achei o pior dos 3, termina abruptamente e no fim das contas o personagem nunca mais foi utilizado.
Segue com aquele clima de quadrinhos, com bastante exagero em algumas coisas, mas em geral é bem inferior ao primeiro, em todos os aspectos. A história é boba demais, com uma trama de produção de armas nucleares portáteis em um galpão. Mudou o diretor, mudou o ator, só manteve o vilão (que sobreviveu quase intacto à uma queda de helicóptero!). Tem uma subtrama com a repórter investigativa que não dá em nada também, além de outro cientista que tem a mesma pesquisa com pele e as velhas coincidências do cinema, que tudo gira em volta dos mesmos lugares e personagens.
Tem uma cara forte de história em quadrinhos, mas foge do clichê do herói bonzinho atrás dos vilões. Aqui o próprio "herói" não controla sua raiva e vive se escondendo. Tem bem a cara do Sam Raimi em diversos momentos, que são possíveis de fazer cruzamentos com Evil Dead, como inserções cômicas e mega exageradas, closes distorcidos e coisas assim.
Que filme do CARALHO! Escolhi pra assistir aleatoriamente, achando que ia ser kaiju destruindo cidade o filme inteiro. Me deparo com um filme focado em política. Em tempos de pandemia, o enredo é extremamente atual, com comissões de enfrentamento à crise, fake news e tudo mais. Filmaço! Poderia ser mais curto? Claro que poderia, acaba ficando enrolado na segunda metade, mas ainda assim, é demais! A forma como as relações de hierarquia e as relações com outros países são abordadas são muito boas. O próprio Godzilla é um bicho asqueroso, bizarro, que passa por diversas fases. É estranho ele quase não se mexer, mas ainda assim funciona muito bem! Enfim, filmaço mais que recomendado!
Sorceress
2.3 5Sorceress, de 1982, dirigido pelo Jack Hill, o cara que fez Coffy e Foxy Brown, ultra clássicos do blaxploitation, além de ter dirigido outras pérolas como A Mulher Vespa e Sombras do Terror, por exemplo. Hill foi o cara que "descobriu" Pam Grier e Sid Haig.
A história do filme é centrada em duas irmãs gêmeas, filhas do feiticeiro Traigon. Ele fez um pacto com o deus Caligara, dizendo que faria um sacrifício de seu primogênito em troca dos maiores poderes para dominar o mundo. Acontece que a mãe das crianças não concordou e fugiu. Ao ser capturada, o feiticeiro descobre que são gêmeas e não sabe quem é a mais velha. Antes de morrer, a mãe entrega as crianças ao grande Krona, uma espécie de Jesus Cristo Raiden porrador, que por sua vez entrega elas pra um camponês, pra que sejam criadas por ele. Avisa que é muito importante que elas sejam criadas como meninos, pois assim o feiticeiro não terá como encontrá-las.
Na cena seguinte, se passaram 20 anos e o feiticeiro encontrou elas. Morre a família, Krona aparece depois que todo mundo morreu (podia ter aparecido 5 minutos antes pra salvar a galera). Ele se sacrifica e passa o poder pras gêmeas, e do nada surge um guerreiro com um visual saído das capas de suplementos do D&D, que também DO NADA, jura protegê-las e ajudar em sua vingança.
Aí que começa o filme, as aventuras do grupo em busca da retaliação contra o feiticeiro. Faz parte do grupo também um Fauno tarado com voz de ovelha que anda de cavalo e um príncipe bárbaro que não gosta de briga, mas é especialista em roubar no jogo de dados. As duas andam "disfarçadas" de homem pra ninguém saber que elas são as tais gêmeas que todo mundo procura. Mas puta merda, são duas coelhinhas da Playboy com um chapéu pra esconder os cabelos, e ninguém percebe. Elas foram criadas como homens, então elas, em uma profunda inocência, não sabem qual a diferença, elas acham que são homens. Em um momento, elas vão tomar banho e os companheiros de aventuras então descobrem que elas são mulheres. O guerreiro mais velho fica constrangido, abismado delas realmente não saberem a diferença entre homens e mulheres, nem de onde vem os bebês nem nada. E isso é uma coisa legal do filme, ele não se leva a sério, pelo menos não o tempo todo. E como coelhinhas da Playboy, tome peitos aparecendo volta e meia no filme.
Enfim, temos confrontos, hipnose, rainha traiçoeira, empalamento anal, guerreiros zumbis, lacaio macaco, raios de desenho animado, bonecões de espuma com movimentos limitados, cabeças flutuantes, leão voador, olhos brilhando e diversas coisas que criam um filme tosco mas que cumpre seu papel de diversão dentro do possível. É uma bosta mas é legal. O filme tem uns cortes absurdos, situações ridículas, atuação péssima e uma dublagem feita no pátio de casa. E a tal "feiticeira" do título simplesmente NÃO EXISTE.
É um filme com uma temática bem diferente do que o diretor estava acostumado. Fantasia medieval numa pegada Dungeons & Dragons. Roger Corman, o lendário produtor de cinema barato, abriu o olho com a produção de Conan (que saiu no mesmo ano) e percebeu uma possibilidade de surfar na mesma onda.
Corman tinha na época um estúdio de efeitos especiais bem competente, e Hill então imaginou que poderia fazer um filme grandioso. Mas não foi bem assim.
O roteiro foi escrito em uma semana. As gravações, que seriam nas Filipinas, mudaram pra Portugal. Mas lá não tinha nenhuma estrutura. Pensaram na Itália, mas no fim das contas filmaram no México. Entre os problemas, o depósito onde eram guardados os rolos de filme explodiu, perdendo parte do que estava sendo feito. Jack Hill queria que o papel do Fauno fosse para Sid Haig, mas Roger Corman não aceitou o salário. O produtor vinha entregando menos orçamento que o prometido para o filme.
Quando o filme estava sendo finalizado, o produtor tirou o nome do diretor dos créditos. O filme acabou sendo um sucesso de bilheteria (teve um orçamento de 500 mil dólares e arrecadou 4 milhões!), e Corman inclusive produziu outros filmes na mesma linha depois. Foi o último filme que o diretor fez, e já se passaram quase 40 anos!
A Fortaleza Infernal
2.7 61A Fortaleza Infernal (The Keep), de 1983. Foi uma escolha totalmente aleatória na hora de ver um filme. Conhecia o poster, mas não sabia de nada do filme. É bem interessante, mas em muitas partes parece corrido e sem explicações. E depois de ver o filme eu descobri que é exatamente isso que aconteceu depois da distribuidora cortar metade do tempo do filme.
Dirigido pelo Michael Mann, que depois fez filmes como O Último dos Moicanos, Ali, Colateral e Inimigos Públicos. Dá pra ver que não é um sujeito aleatório na direção, é alguém com uma forte noção estética.
No elenco, temos Ian McKellen (não precisa explicar quem é, né), Gabriel Byrne e Scott Glenn, entre outros nomes.
Os efeitos especiais ficaram por conta Wally Veevers, que entre diversos filmes, foi o responsável pelos efeitos de Superman e 2001.
A trilha sonora é da banda alemã Tangerine Dreams, que é bem conhecida como um dos expoentes do rock progressivo eletrônico, junto com o Kraftwerk.
Ou seja, um filme com uma equipe bem acima da média.
A história é baseada em um livro de mesmo nome. Durante a Segunda Guerra Mundial, nos Cárpatos da Romênia, um pelotão nazista é designado para ocupar uma antiga fortaleza para estabelecer uma posição estratégica. O comandante nota que o local possui uma arquitetura peculiar, pois não parece ser feito para impedir que alguém entre, mas sim que saia. Há uma espécie de zelador do local, que não tem nenhuma explicação, só diz que mantém as coisas como são, pois sempre foi assim. Cruzes estão cravejadas nas paredes, o que acaba atraindo a atenção de soldados em busca de espólios. Ao retirar uma delas, abre-se uma passagem para o interior da fortaleza, liberando uma força sobrenatural e maligna que começa a eliminar os soldados um a um. Não demora muito para chegar reforço, no papel de um oficial da SS cruel, que começa a eliminar os moradores do vilarejo, acusando-os de conspirarem contra o exército e de serem responsáveis pelas mortes dos soldados. Inscrições surgem nas paredes, e o único que pode ajudar os nazistas a traduzir é um professor judeu que está sendo levado para um campo de concentração. Essa sinopse não acaba nunca né? Mas é isso mesmo, e ainda tem mais. Quando o tal ser é liberado, ao mesmo tempo um cara sente o que está acontecendo e começa a ir em direção ao forte.
O filme tem um visual bem interessante, com um trabalho de câmera e iluminação bons, se passando a maioria do tempo dentro da fortaleza, escura, com tons azulados. É legal como o bichão Molassar vai se formando aos poucos, mas ficou um pouco a desejar. Primeiro, ele é só uma nuvem de fumaça bem feitinha, depois é um humanoide sem pele, mas meio estranho, visivelmente de borracha. Por fim, ele parece um vilão dos Power Rangers ou uma versão mais barata do Apocalypse (do filme dos X-Men, que não é legal).
É bem possível perceber no filme que várias coisas ficam sem explicação, personagens desaparecem, etc. Aí que entra a história dos bastidores. O filme originalmente tinha 3 horas e meia! O estúdio mandou podar isso pra 1 hora e meia. METADE! Claro que é muita coisa, mas certamente teria tudo fazendo sentido, mostrando aos poucos o lugar sendo corrompido, as reais intenções do monstrão, explicaria quem é o estranho que vai em busca da fortaleza e a troco de quê ele e a filha do professor se apaixonaram... além de que o final era originalmente mais feliz também.
Como merda pouca é bobagem, Veevers, o responsável pelos efeitos, morreu duas semanas depois de começar a pós-produção, deixando um monte de trabalho sem ser feito, e que ninguém sabia como ele ia fazer, já que o cara tinha tudo guardado na própria cachola. O diretor mesmo teve que fazer a finalização dos efeitos.
Molassar pede ajuda ao professor Cuza para que ele leve um artefato para fora da fortaleza, assim poderia sair e aniquilar os nazistas. Aos poucos o vilarejo começa a ser tomado pelo mal, e o tal estranho, Glaeken, chega na fortaleza. Ainda não se sabe se esse personagem é uma espécie de avatar no vilão ou o que. Depois descobrimos que ele é um herói, mas fica tudo bem perdido.
No fim das contas é interessante mas entrega que é todo picotado, ficando um monte de coisa pro espectador ter que deduzir. O clima e a ambientação são massa. Vale a assistida, ainda mais sabendo de todos os problemas, como curiosidade.
Fogo Sobre Rodas
2.8 9 Assista AgoraRodas de Fogo (ou Fogo Sobre Rodas), de 1985. Mais um clone de Mad Max filipino dirigido por Cirio Santiago. O filme tem uma hora e vinte, e a história tem tanta, mas tanta coisa empilhada.
Em um futuro pós-apocalíptico, há diversos grupos que sobrevivem no deserto (é claro). Uma gangue de saqueadores quer conquistar todos. Durante uma incursão, eles sequestram a irmã do protagonista, Trace, que é um guerreiro das estradas, no maior estilo clichezão desse tipo de filme, solitário, de poucas palavras, todo vestido de couro preto, com seu carrão tunado, metralhadora e lança chamas.
O namorado da guria, pra tentar se salvar, diz que está do lado dos caras, que quer entrar na gangue deles. O líder diz que somente se ele passar pela iniciação. A tal iniciação do cara é ser estuprado por todo mundo. Ele não passou, pelo jeito, porque nunca mais aparece.
Arlie, a irmã do protagonista, vivida pela atriz Lynda Wiesmeier (que tinha sido Playmate da Playboy em 82), é então mantida em cativeiro e estuprada por toda a gangue diariamente.
Enquanto isso, Trace tá dando banda pelo deserto e conhecendo pessoas aleatórias, e vai surgindo cada vez mais personagem que só deixa a história inchada sem adicionar muita coisa. Uma caçadora de recompensas que tem uma águia de estimação e vira par romântico do protagonista. Uma guria com cara de monga que consegue ler os pensamentos das pessoas. Um líder religioso que está construindo um foguete para ir para o paraíso. Anão mudo que entra pro grupo e não faz a menor diferença. Um bando de canibais que vive no subsolo, tem a pele e o cabelo brancos e agem como Jawas (inclusive falando como eles). Mendigos da Wasteland que vasculham os restos das batalhas. Soldados contratados como guarda-costas. Tudo em volta da história básica do cara indo resgatar a irmã.
Uma coisa que tem nesse e que repete no Equalizer 2000: quando os membros da gangue do mal estão perseguindo alguém, eles saem dando risada, se empurrando, gritando "iiiirrrraa", como caipiras caçando.
Temos os tradicionais carros e motos com um monte de espinhos. Aliás, como deviam ser baratos os carros nas Filipinas nos anos 80, porque tem muitos diferentes e a grande maioria é explodida (as vezes dá pra ver que é o mesmo carro ou moto sendo reutilizado).
Até briga de espada rola. Claro que tem também armadura de equipamento de futebol americano. E aqui tem um belo arsenal, um monte de morteiros e canhões, com muita explosão o filme inteiro.
Pra quem gosta de Mad Max e suas cópias baratas, recomendado.
Equalizer 2000: O Dominador do Futuro
2.7 3 Assista AgoraEqualizer 2000, de 1987, dirigido pela lenda Cirio Santiago. Daquelas bagaceiras feitas nas Filipinas.
É um Mad Max de araque, barato e com uma história ruim. Num futuro pós guerra nuclear, o Alaska virou um deserto. Um grupo fascista ("Os Proprietários") comanda a região, lutando contra grupos de rebeldes e nativos por combustível e água. Os comandantes reclamam dos armamentos que possuem, dizendo que são ultrapassados. E aí entra a tal da Equalizer 2000, uma arma cheia de apetrechos que faz de tudo, nunca fica sem munição, atira mísseis, granadas e rojões e o escambau. Por sinal, fica subentendido que o nome é o da arma, já que ela nunca é chamada de nenhum nome no filme. Rola até briga por causa da arma. Foi desenvolvida por Slade, o protagonista do filme, que é um ex-Proprietário em busca de vingança, pois um dos comandantes do grupo assassinou seu pai e o deixou para morrer.
O filme tem uma hora e meia, e desse tempo, deve ter pelo menos metade só de cenas de troca de tiro sem nenhuma fala ou nada acontecendo além de faíscas, explosões e péssimas atuações de morte. A mira de todo mundo, como sempre, é péssima.
Como andar no deserto pós apocalíptico? Se tu for malhado, anda sem camiseta e com uma metralhadora pendurada, suando litros! A desidratação deve ser o maior perigo desse mundo, todo mundo passa o filme escorrendo suor.
Karen, filha de um dos chefes rebeldes, vivida pela atriz Corrine Alphen, é uma proto-Furiosa. Rouba dos mercenários, mete bala na galera e não aceita desaforo. Acaba virando par romântico do Slade.
Tosqueira exagerada, em alguns momentos maçante, e em outros bem divertida, com uma mega metralhadora que parece coisa que o Rob Liefeld criaria depois nos quadrinhos nos anos 90. Os carros são legais, cheios de coisas aleatórias soldadas. Índios disparando flechas contra metralhadoras, lança chamas tocando fogo na gurizada, explosões e tudo mais.
Richard Norton, o ator principal, é um australiano que participou de um MONTE de tranqueiras maravilhosas dos anos 80, de coisas de kickboxing até ciborgues. E o massa é que ele participou do Mad Max de 2015!
O Fantasma de 10.000 Ligas
2.1 5 Assista AgoraThe Phantom from 10,000 Leagues, de 1955, feito com baixíssimo orçamento pra ser lançado em sessão dupla com outra produção tosca. Feito apenas um ano após o clássico O Monstro da Lagoa Negra e meses após sua sequência, pegou o embalo apresentando uma criatura aquática. Em 1955 o mundo estava na chamada Era Atômica, em que tudo envolvia o enriquecimento de materiais nucleares para geração de energia e armas (afinal, era a Guerra Fria!), e com isso, também surgiam os temores que envolviam a radiação.
A trama do filme envolve um cientista nuclear oceanógrafo que fez uma nova descoberta atômica, e que desconfia de todos, inclusive de seus ajudantes, que realmente querem roubar a descoberta. O filme é muito levado com lances de espionagem. Temos também um cientista que quer descobrir o que está acontecendo nos ataques a barcos e mergulhadores que vêm acontecendo na região, e pra completar, um agente federal que também investiga as mortes.
O tal monstro já aparece na primeira cena do filme. Uma fantasia tosca, com olhos esbugalhados e nenhum movimento além dos braços. Com tempo livre, cola escolar, muito papel higiênico e duas bolas de ping-pong qualquer um consegue fazer aquela fantasia (e isso é muito massa). Ele é diferente do que está desenhado no poster. é como uma versão completamente deteriorada daquele. Imaginem gravar cenas submersas utilizando uma roupa que não poderia ser molhada. Como curiosidade, o papel do monstro foi feito por Norma Hanson, uma especialista em mergulho com escafandro da época.
O pescador é morto e tanto seu corpo quanto seu barco sofrem terríveis queimaduras pela radiação.
Com esse início, parece que vamos ver muitos ataques, ação e talvez até uma caça ao monstro, mas na verdade temos um filme extremamente enfadonho, com quase uma hora e meia de pura conversa. O bichão aparece em umas três ou quatro cenas ao longo de todo o filme. O tal "fantasma" do título não faz sentido. As tais dez mil léguas também não existem, já que o monstro foi criado a meio metro da praia por causa do material radioativo saído do laboratório. Podreira braba que é um forte sonífero.
HK: Hentai Kamen
3.4 67Loucuragem tipicamente japonesa. Hentai Kamen é baseado em um mangá de mesmo nome, do início dos anos 90. A história é sobre um estudante mongolão que se apaixona por uma colega nova. Ao tentar impedir um assalto em que a guria é feita de refém, veste uma calcinha como máscara e descobre que tem super-poderes, herdados do DNA pervertido da mãe. Se transforma então no Hentai Kamen, o vigilante mascarado e extremamente ridículo. Um cara bombado de meia arrastão e uma cueca no estilo Borat que só cobre o saco e o pau (quando mais a virilha estiver sob pressão, maiores os poderes). A partir daí é pancadaria com voadora de bola, ticada na cara e poses ridículas. O exagero das cenas é muito engraçado.
O filme se resume a isso, com algumas variações de personagens bizarros surgindo, inclusive um falso Hentai Kamen, que se passa pelo herói. Ao longo do filme o herói fica em dúvida quanto ao seu poder, tentando negar o quão pervertido é, para conseguir conquistar a garotinha.
Giro escrotal, tirolesa de bunda, chave de bola, close de bunda... Culminando em um robô gigante e um duelo de saco!
O filme é insano, bizarro, doente e muito divertido.
O Massacre
2.4 20O Massacre (Nail Gun Massacre), slasher TOSCO de 1985. O filme começa com uma cena de uns pedreiros estuprando uma mulher. Logo em seguida, já corta pro primeiro assassinato. Alguém vestido com uma roupa camuflada, com um capacete de moto e uma pistola de pregos de pressão. E o filme todo é isso, cenas e mais cenas desse assassino (ou assassina?) matando pessoas de forma aleatória com a pistola de prego.
O som do filme é horrível, não dá pra escutar o que as pessoas falam, e o assassino tem uma voz distorcida cheia de efeitos, que também atrapalha pra entender o que diz (já que a única legenda disponível foi tirada da unha encravada, de tão ruim que é... o texto é simplesmente inventado!). Sempre que mata alguém, o maluco ainda faz piadinhas e solta uma gargalhada forçada.
Roteiro que só se faz entender no final do filme, atuações amadoras do pior naipe possível, cadáveres visivelmente respirando, litros de sangue e muitas tetas. Isso tudo é ingrediente pra algo muito divertido, mas nesse caso aqui, o filme não anda pra lugar nenhum, não tem progressão, só fica se repetindo.
É ruim, mas ruim, que passa do "tão ruim que é bom" e volta a ser ruim de novo.
Belzebuth
2.9 54 Assista AgoraBelzebuth, filme mexicano de 2017 que tem no elenco o Tobin Bell, o Jigsaw de Jogos Mortais. O filme tem um tom sério e a história é sobre uma série de assassinatos de crianças, que até o Vaticano começa a investigar. Um padre excomungado (o Jigsaw) é o suspeito, mas ao mesmo tempo pode ser quem evita que algo pior aconteça.
A trama na primeira metade desenvolve legal, com suspense e pitadas de sobrenatural, mas quando chega mais pro final tem um monte de sangue digital tosco, exorcismo clichê e algumas atitudes que não fazem muito sentido. Todo mundo fala inglês? Diabo encarnado na pedra?!
No fim das contas não é um baita de um filme, mas também não é nenhuma bomba, vale a assistida. O que tem de diferente é que não é o Anticristo vindo ao mundo, como já foi feito muitas vezes, dessa vez é Jesus mexicano.
Uma coisa legal do filme: não tem nenhum galã nem parzinho romântico. A dupla de policiais mexicanos, por exemplo, tem a maior pinta de tiozão bolicheiro pançudo.
O Sacrificio
2.0 645O Sacrifício (The Wicker Man) de 2006. Remake do clássico de 1973 que é uma desgraça sem alma. Aqui o Nicolas Cage faz o papel do policial que chega na ilha com o culto pagão, mas tem toda uma bobagem de pano de fundo com um acidente que ele fica remoendo o filme todo e tendo flashbacks que não acrescentam em nada. Toda aquela aura de mistério e construção de suspense que tinham no original não acontece aqui. Até o motivo dele ter ido investigar o desaparecimento de uma criança é besta, motivado por uma misteriosa carta de uma ex-noiva.
A ilha tem uma sociedade matriarcal em que os homens são praticamente escravos para procriação. Não há mais toda aquela força nos rituais, cantorias e tudo mais que era presente no original. Toda a nudez e menção a sexo e fertilidade é cortada. Tem até briga nesse filme, numa tentativa de "modernizar" e colocar uns sopapos aqui e ali. Também fica completamente de fora toda a discussão religiosa que é bem forte no original.
A figura que antes era interpretada pelo Christopher Lee, agora não tem a mesma força, nem a mesma desenvoltura, nem parece ter a mesma importância naquela ilha.
A atuação de Nicolas Cage, como sempre, é caricata, exagerada e ruim, chegando a culminar no clássico da tosqueira "NOT THE BEES!".
Enfim, completamente descartável, não merece nenhuma atenção.
O Homem de Palha
4.0 484 Assista AgoraO Homem de Palha (The Wicker Man) de 1973. Filme GENIAL que eu realmente não sei qual o motivo de nunca ter assistido antes. Em um documentário sobre o filme, em 2001, Christopher Lee disse que foi o melhor filme que ele já tinha feito. E é o CHRISTOPHER LEE!
A trama do filme envolve um policial ultra cristão conservador que chega em uma ilha onde as pessoas vivem de maneira "diferente", seguindo uma religião pagã totalmente conectada com a natureza, a fertilidade e o amor livre. Além disso, todo ano, no início da primavera, acontece um festival com oferendas à deusa dos pomares e à ilha, para que as colheitas sejam fartas. O policial investiga o desaparecimento de uma criança, e o clima de suspense e intriga aumenta a cada momento, criando um baita de um clima muito massa, com todo mundo parecendo saber de alguma coisa.
O filme tem uma pegada musical bem forte, com diversos momentos levados por cantoria, mas que não destoam nem viram situações isoladas, são músicas totalmente integradas no que está acontecendo, como a galera cantando no bar, ou durante a procissão do festival.
Foge do que era tradicional da época nos filmes britânicos de terror, voltados pra seres sobrenaturais, com violência e sangue, muitos deles com o próprio Christopher Lee. Aqui temos uma ilha ensolarada com plantações, flores, frutas e danças. O filme apresenta diversas cenas de nudez, mas isso nunca é feito de forma gratuita e apelativa, fazendo muito sentido nos ritos e cultura da seita que lá habita.
Daria pra falar muito sobre os embates religiosos e como um cristão conservador enche o saco de algo que ele não esteja de acordo (e que atual isso, né).
Assistam essa pérola, um dos melhores filmes que vi nos últimos anos, com uma progressão de tensão boa demais. É inclusive considerado o "Cidadão Kane dos filmes de terror" (pra mim é mais suspense que terror mesmo, mas isso é detalhe que não faz nem diferença).
Príncipe Guerreiro 3: O Olho do Mal
2.4 10Tosqueira braba nesse terceiro lançamento de uma franquia que não tinha nem porque ser franquia. Filme feito direto pra TV com baixo orçamento que encerra o ciclo. Depois ainda veio uma série, mas mudou a história e o ator. Aqui temo Mark Singer com 50 anos, ajudante que um ano depois foi a Sonya Blade e tem o Casper Van Dien como um rei mais surfista que o Beastmaster um ano antes do seu papel mais conhecido, como protagonista do excelente Tropas Estelares. Até o Tony Todd aparece nessa tranqueira no papel de Seth, o braço direito do rei que tinha sido vivido pelo sogro do Príncipe em Nova York no primeiro filme.
Não temos nada remanescente do segundo filme e aquela bicheira de viagem no tempo, aqui é uma "volta às origens" fantasia medieval pura, espada e magia. E pra variar, da-lhe magia, e mais uma vez um vilão bruxo do mal. Ruh, a pantera negra... quer dizer, o tigre... opa, peraí, nesse filme agora é um LEÃO!
Fechando com chave de ouro, um demônio saído do inferno pra dominar o universo que parece na verdade ter saído dum pântano radioativo da Família Dinossauro!
#Alive
3.2 496 Assista Agora#Alive (2020), filme sul-coreano de zumbis com um enredo nada original. Um mongolão tenta sobreviver preso dentro de casa, se refugiando em um mundo tomado por zumbis repentinamente. Tenta apelar pra um viés mais dramático, mas fica no meio termo de tudo.
A ideia lembrou bastante o "A Noite Devorou o Mundo", que por sinal é muito melhor.
O protagonista de #Alive é um completo idiota que estranhamente não tem comida em casa desde o primeiro dia de quarentena mas consegue sobreviver por um mês (?!). O celular tem a melhor bateria também, porque a eletricidade cai, mas isso nunca vira problema. Nem barba cresce no sujeito. Fora outros clichês bem previsíveis já vistos em diversos outros filmes e um final batido e sem graça.
Esperava mais. Tecnicamente é ok. Não é de todo ruim, mas tem tantos outros filmes de zumbi que são muito melhores, tanto os mais sérios e melancólicos quanto os mais podrões e divertidos.
Príncipe Guerreiro 2
2.9 25O Portal do Tempo, de 1991 (Beastmaster 2: Through the Portal of Time), dirigido pelo Sylvio Tabet, produtor executivo do primeiro filme (e da série que teve depois) em sua única tentativa em roteirizar e dirigir um filme em toda a carreira. Pelo menos isso foi um acerto, de nunca mais ter tentado. Que filme vergonhoso. Mas dependendo do estado de espírito, é daqueles que chegam a ser tão ridículos que podem ser divertidos, de tão, mas TÃO RUIM que é.
Mais uma vez temos um bruxo poderoso do mal, Arklon, que com a ajuda de uma bruxa, abre um portal para um mundo paralelo: Los Angeles no início dos anos 90. Já seria o suficiente pra ser uma merda, mas tem mais. A ideia dele é roubar uma bomba atômica.
Dar vai atrás e o filme vira um pastelão, com os vilões indo provar roupas, cenas de destruição embaladas por tango, policiais atrapalhados (um deles é o James Avery, o Tio Phill de Um Maluco no Pedaço), mocinha ajudante que pode virar par romântico e mais um monte de idiotice.
Os animais são teoricamente os mesmos, mas dessa vez o tigre não é preto, tem a pelagem normal.
Naquelas famosas coincidências do cinema, temos uma tia do protagonista que vira um monstro, além de outros laços de sangue que fazem parte da trama.
Pra fechar com chave de ouro, ainda temos aquele maluco que sempre faz umas pontas em filmes de baixo orçamento, que parece ter saído da Família Dinossauro sem precisar usar maquiagem, o Michael Berryman, em uma cena final em que as pessoas estão cultuando um carro deixado no mundo fantástico e começa a tocar música. "ROCK & ROLL"
O Príncipe Guerreiro
3.0 38 Assista AgoraBeastmaster, ou no Brasil, O Príncipe Guerreiro. Filme oitentista de espada e magia dirigido pelo Don Coscarelli, famoso pela franquia Fantasma (o do Tall Man, não o baseado nos quadrinhos, com o Billy Zane).
Passava seguido na TV nas tardes da década de 90, depois nunca mais ouvi falar. O tal mestre das feras, que é o protagonista, consegue se comunicar com os animais, e tem alguns como companhia. Dois furões, que são sua destreza, um tigre (todo preto) que é sua força e uma águia (que eu lembrava que era um falcão) que são seus olhos (como ele mesmo diz). Nisso entra uma história de mago louco, sacrifícios ritualísticos e bruxas baratuxas.
Em alguns momentos divertido, em outros chato, consegue entreter. Marc Singer de bunda de fora girando espadinha com aquela cara de 50 anos e chorando porque foi chamado de aberração hahahahaha
Depois ainda teve duas continuações bizonhas e uma série de TV.
Becky
3.0 176O filme tem um clima tenso e mesmo a gente já sabendo desde a primeira cena como ele vai terminar, alguns acontecimentos no meio da trama são bem inesperados. Lógico que é exagerada a maneira que uma criança lida com uma gangue nazi e tal, mas do jeito que foi apresentado, dá pra aceitar. Ao longo do filme, o gore vai aumentando e ficando cada vez melhor. Tem bastante sangue escorrendo.
Sobre a história mesmo, fica completamente aberta, pronta pra uma possível sequência com muita possibilidades diferentes.
E por fim, acho muito massa ver atores que só fazem um tipo de papel saindo totalmente daquela zona de conforto. Gordinho segurança de shopping como um nazista psicopata ficou massa!
Seoul Station
3.2 53Os trabalhos do diretor nessa franquia são bem inconstantes. O primeiro filme é excelente, essa animação mais ou menos e o Peninsula é fraco. Aqui a gente tem o início dos ataques como pano de fundo de uma história dramática (como todos na franquia). A animação é ok, o problema são os personagens mesmo que não cativam muito. O que parece mais humano é o pai. Enfim, tá aí pra ser assistido, mas é bem dispensável.
Ninja 3: A Dominação
3.0 50Fechando a trilogia clássica da Cannon sobre ninjas, que não são sequência, mas é como um "ninjaverso", histórias quaisquer com ninjas. Como os anteriores, também produção Golan-Globus, e com o mesmo diretor do anterior, Sam Firstenberg. O roteiro é de James R. Silke, o mesmo cara que escreveu A Vingança do Ninja (o filme anterior), e depois ainda escreveu Ninja Americano, As Minas do Rei Salomão e Os Bárbaros, todos mega clássicos da produtora.
Sho Kosugi mais uma vez faz parte do elenco, mas aqui ele aparece bem menos que no segundo. Ainda assim, o personagem é essencial na história.
Dessa vez o filme embarca em uma viagem sobrenatural, com uma mistureba de ninjas, poltergeist, exorcismo e até Flashdance!
Por conta de tudo isso, é o menos "sério" dos três, mas tem suas boas doses de diversão.
TEM UM NINJA QUE VIRA UMA BROCA E ENTRA NO CHÃO. FIM.
A Vingança do Ninja
3.2 33O segundo da trilogia clássica de ninjas da Cannon, tosqueira de alto nível (ou seja, uma bosta tão ruim que é divertido). Produção Golan-Globus mais uma vez, mas direção por conta do Sam Firstenberg (que depois dirigiu outras pérolas como Ninja A Dominação e American Ninja). Sho Kosugi, que interpretou o ninja malvado no primeiro filme agora é Cho, o protagonista (sem qualquer tipo de expressão ou sentimento).
A história do filme é tão, mas tão besta que é melhor até ignorar e prestar atenção na porradaria. Pra ter uma ideia, no início do filme, a família do protagonista é morta no Japão e só sobrevive o filho que é bebê ainda. Ele decide ir pros EUA abrir uma galeria de arte, e na sequência o filho já tem uns 8 anos de idade! E a história parece ter passado umas semanas ou meses, mas o piá já é grande! A criança inclusive é porradeira também (e o guri é filho de verdade do ator principal).
Tem uma parte que tem um capanga que é um índio, e pra mostrar que o cara é uma porra de um índio, ele tem cabelinho do índio Chiquinha, bota de couro, colete com franjinhas e usa umas machadinhas!
Numa cena de porradaria uma velha sai dando pirueta no melhor estilo Daiane dos Santos. Ninja perseguindo uma criança e não se mete em lugares onde não passa, mas que claramente passaria sem nenhum esforço. Hipnose ninja! Tapão na cara de criança. Manequim tirado do nada. Braço robótico. Cusparada ninja. Kombi de marginal. Sangue jorrando. AAAAHHH! Tem muita tosqueira rolando.
O filme envolve máfia, heroína, marginais, e por fim, NINJAS! Ninjas porradeiros com todo seu arsenal de olho pintado, garras pra escalar paredes, espadas, facas, lanças, foices, miguelitos, shurikens, bombinhas de fumaça, correntes, escadas, ganchos, arcos, e por que não... LANÇA CHAMAS?!
Genial.
Invasão Zumbi 2: Península
2.4 392 Assista AgoraTrain to Busan é um baita de um filme de zumbis. Conseguiu se destacar em um gênero mais que saturado. A expectativa por uma sequência era grande, e foi uma baita notícia quando foi anunciada, ainda mais contando com o mesmo diretor e roteirista, Yeon Sang-Ho, também responsável pela animação que serve de prequel da história, Seoul Station.
A sequência, batizada de Peninsula é um desastre. Mistura Fuga de Nova York com Velozes e Furiosos com Mad Max e com uma pitada de zumbis, além de um dramalhão forçado.
É um filme de ação com uma ambientação de terror, mas em nenhum momento ele nem chega perto de ser assustador, o que não é um problema. O filme cai nuns clichês tão previsíveis e chatos e nem os personagens ajudam, são rasos e não causam nenhum tipo de empatia.
A ambientação fala de uma Coréia do Sul destruída por zumbis, e a gente aceita isso na boa. Mas a física, a gravidade, a resistência dos materiais... tudo isso é completamente alterado durante as cenas com carros, caindo na velha "fria". Não tem um farol de carro que chega a quebrar ao atropelar hordas de zumbis, as derrapadas são completamente controladas, no maior estilo Need for Speed, etc, etc, etc.
A sequência final do filme é uma perseguição de carro interminável, bem no estilo Mad Max. Mas aqui é tudo em computação gráfica caseira e com carros que nem chegam a arranhar.
E o filme ainda é cheio de cenas dramáticas em câmera lenta, que se estendem sem motivo algum. Personagens fazem escolhas imbecis e as cenas ficam se ensebando um tempão nisso, fazendo o filme chegar nas 2 horas.
No fim das contas a expectativa era de um filmaço no nível do primeiro e temos um filme que entra pra categoria "mais um".
Ninja A Maquina Assassina
2.9 28Franco Nero (o Django!) fazendo o papel de um ninja bigodudo que vai ajudar um amigo nas Filipinas e se depara com um bando de mafiosos que tem os capangas mais imbecis da história. Tem até uns flashbacks da guerra com o amigo.
Tem pancadaria, sangue e até um pouco de comédia bem deslocada. Até um gorezinho chega a ter.
E é desse filme uma das cenas de morte mais tosca do cinema, com um cara tomando um shuriken em câmera lenta expressando de maneira incrédula toda sua dor.
Vale muito pela tosqueira e pelo arsenal ninja que todo piá acharia genial. É ruim mas é divertido.
Darkman 3: Enfrentando a Morte
2.6 9Sequência direta do segundo, com a mesma equipe toda, além do mesmo ator no papel do personagem principal. Dessa vez não temos o Durant voltando, o vilão é outro cara que também é um mafioso que domina o tráfico de drogas da cidade. Tem uma trama sobre a criação de uma nova droga baseada no sistema do Darkman e a adrenalina e tal, mas achei meio nada a ver (o que é pior, isso ou a arma nuclear portátil do 2? haha).
Temos um Darkman inocente caindo em armadilha, e Darkman de coração mole também.
Achei o pior dos 3, termina abruptamente e no fim das contas o personagem nunca mais foi utilizado.
Darkman II: O Retorno de Durant
2.6 25Segue com aquele clima de quadrinhos, com bastante exagero em algumas coisas, mas em geral é bem inferior ao primeiro, em todos os aspectos. A história é boba demais, com uma trama de produção de armas nucleares portáteis em um galpão. Mudou o diretor, mudou o ator, só manteve o vilão (que sobreviveu quase intacto à uma queda de helicóptero!).
Tem uma subtrama com a repórter investigativa que não dá em nada também, além de outro cientista que tem a mesma pesquisa com pele e as velhas coincidências do cinema, que tudo gira em volta dos mesmos lugares e personagens.
Darkman: Vingança Sem Rosto
3.3 193 Assista AgoraTem uma cara forte de história em quadrinhos, mas foge do clichê do herói bonzinho atrás dos vilões. Aqui o próprio "herói" não controla sua raiva e vive se escondendo. Tem bem a cara do Sam Raimi em diversos momentos, que são possíveis de fazer cruzamentos com Evil Dead, como inserções cômicas e mega exageradas, closes distorcidos e coisas assim.
E tem até uma sequência que é quase o que ele fez depois em Homem-Aranha! hahaha
Shin Godzilla
3.6 155 Assista AgoraQue filme do CARALHO! Escolhi pra assistir aleatoriamente, achando que ia ser kaiju destruindo cidade o filme inteiro. Me deparo com um filme focado em política. Em tempos de pandemia, o enredo é extremamente atual, com comissões de enfrentamento à crise, fake news e tudo mais. Filmaço! Poderia ser mais curto? Claro que poderia, acaba ficando enrolado na segunda metade, mas ainda assim, é demais! A forma como as relações de hierarquia e as relações com outros países são abordadas são muito boas. O próprio Godzilla é um bicho asqueroso, bizarro, que passa por diversas fases. É estranho ele quase não se mexer, mas ainda assim funciona muito bem!
Enfim, filmaço mais que recomendado!