É um dos melhores fechamentos de série já feitos, pelos caminhos da narrativa em si, mas também se considerarmos a saída do Steve Carell. Os dois últimos eps resgatam e amarram detalhes preciosos. É também neles que as vulnerabilidades que só apareciam nos deslizes dos personagens ficam expostas, e é graças a elas que os personagens parecem mais humanos e entregam um final que emociona.
“There’s a lot of beauty in ordinary things. Isn’t that kind of the point?”
Confesso, só comecei instigado pelo combo Steven Yeun + A24 + ilustração do cartaz de divulgação, porque o título pt-br "Treta" é péssimo, muito Sessão da Tarde, e a sinopse parece reforçar isso. E que surpresa boa! Assisti todos os eps em um único dia, algo que não costumo fazer. O trabalho de localização contextual é muito bem feito. As atuações e a trilha são boas, e a fotografia é padrão A24. A produção é cuidadosa, o que se reflete na escolha dos title cards, das aberturas do eps. São ótimos. E os títulos escolhidos para os eps também. A cadência narrativa fisga ao oferecer variedade e previsibilidade ao mesmo tempo. Me fez rir e chorar e sentir raiva e piedade. Uma ode anti-good vibes only.
"It's like a void. But not. It's like empty but solid." 🎵 Mayonaise - Smashing Pumpkins
É como se Ken Loach dirigisse um crossover entre Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) e Devs (2020).
A temática e a discussão proposta me fisgaram. Até o momento (ep 5), excelente. Tem potencial para ser um dos melhores trabalhos de direção do Ben Stiller.
ps: Concluída hoje, 08/04. Uma das melhores séries de ficção dos últimos anos. Irretocável. Fotografia e roteiro magistrais. Plots bem posicionados na linha narrativa e muito surpreendentes. Os três últimos eps são uma aula sobre cadência. A direção é do Ben Stiller, mas quem brilha é Dan Erickson.
*O ep 9 me fez lembrar da falta que sentia em assistir algo segurando os gritos de tensão. Que satisfação.
O que me incomoda nesse "documentário" é que em muitos momentos ele só parece uma peça de marketing biográfico. Pouco se faz para humanizar Gates mostrando os seus "defeitos". O que nos mostram de seus defeitos mais parece resposta de entrevista de emprego do tipo "meu defeito é ser perfeccionista". Apesar dos projetos humanitários grandiosos, inquestionavelmente louváveis, não consegui ver e me conectar com a humanidade de Bill da maneira como esperava ─ talvez porque como ele mesmo diz, não faz o que faz pela emoção, mas pela otimização.
Os dois eps do "especial pandêmico" são uma aula de roteiro ─ mas não só. Longas sequências em plano fechado exigem muito da atuação, e aqui a combinação disso com um texto impecável e uma fotografia que segue no altíssimo nível da primeira temporada os tornam exemplares.
Uma obra completa, feita com muito cuidado, verdade e vulnerabilidade. O estilo novelesco pode causar um pouco de estranheza, mas foi ideal para reconstituir a aura de Cristina. Fotografia e montagem se destacam.
Depois dos risos nervosos com Chewing Gum, Coel entrega outro trabalho impecável, agora forjado no sofrimento. Mais uma vez, não há separação entre criação e criadora. É o trauma da autora que é encarnado por ela própria em Arabella. O resultado é desconfortante e verossímil. Coel é exemplar no uso de metalinguagem, e gosto da forma como faz isso, por ela e pelo público: a série é como um processo terapêutico não apenas no sentido "literal", em que a autora forja a obra a partir da sua experiência de dor, para se livrar dela, mas também no sentido metanarrativo, com muitas idas e vindas e questionamentos da personagem. Temos um retrato das atribulações psicológicas recorrentes das vítimas, que ora percebem/aceitam o lugar de vítima (no sentido de não-negação), e ora se culpam/responsabilizam pelo ocorrido, em dissonância cognitiva. O título "I may destroy you" joga com as possiblidades: o crescente desejo de vingança/justiça de Arabella contra seu abusador, e a sua desintegração subjetiva sob os efeitos destrutívos do abuso. Qual pode se consumar primeiro? Coel não se rende a uma "moral millennial", maniqueísta na leitura dos acontecimentos, e explora também algumas autorreflexões ─ o conjunto de representações de vítima e algoz são trabalhadas em profundidade, fugindo de simplificações que pudessem "achatá-las". Tudo funciona bem, roteiro, casting, fotografia, trilha sonora, locações, maquiagem e figurino.
*Michaela Coel e Phoebe Waller-Bridge, dois nomes que prometem para os próximos anos.
O documentário é muito bem construído, e isso é o máximo que posso dizer de positivo aqui, porque a natureza do que nos é retratado é hedionda, cruel e perversa. Tive muita dificuldade em seguir até o fim. A riqueza de detalhes nos faz imergir nas cenas, e aquilo que poderia ser entendido como nada menos que louvável na narrativa me despertou uma enorme angústia e sensação de impotência. Algo insustentável. Como se estivesse ali, ao lado de Gabriel, em cada momento narrado. Acompanhar um pouco do que esse menino passou nos últimos 8 meses de vida é aceitarmos experimentar, nós mesmos, uma pitada dessa tortura. Junto disso, há também a incapacidade de compreender, de digerir, os desdobramentos da história. Como é possível tantos envolvidos mas ninguém capaz de mudar os rumos dessa história? O gosto da indignação é amargo. E resulta disso a "tortura" que é assistir ao documentário: tentar conciliar tanto sofrimento perpetrado pelos próprios pais a uma criança indefesa com a incapacidade ou indiferença daqueles que poderiam tê-la salvo, mas pouco ou nada fizeram. Mantive firme, até os últimos minutos, a esperança de que veria um sinal de arrependimento ou remorso nos rostos do casal. Mas nada. Um vazio assustador. Você não imagina a dor que me dá não poder te salvar, menino.
Outro bom trabalho de Garland. O diretor segue com a mesma dupla de Ex Machina e Aniquilação tanto na fotografia quanto na composição sonora. Mas não é só nisso que os títulos se assemelham. Em Ex Machina, também temos um programador (Caleb) que vence um concurso e passa uma semana junto ao seu superior (Nathan), testando uma IA robótica ─ um projeto secreto. A fórmula parece ter funcionado. Sobre os contras, me incomodou o 3D, que nem sempre convence. De modo geral, é uma narrativa equilibrada sobre livre-arbítrio x determinismo, sem pesar a mão na tecnologia, com boa fotografia, composição sonora, atuações e ritmo. Vejamos as habilidades de Garland para o fechamento, nos dois últimos episódios.
Seguramente um dos conjuntos mais fascinantes de imagens que já conferi. E ainda assim, apenas uma amostra do esplendor da natureza. A série traz capturas tão impactantes que, se assistidas no mudo, ainda seriam capazes de emocionar.
Um trabalho incrível, que tem em algumas de suas principais qualidades seus "defeitos". O diretor Ken Burns mergulha nos detalhes do conflito, e para mim, esse é um dos aspectos louváveis de um documentário que visa, justamente, contextualizar a Guerra do Vietnã em um cenário muito mais amplo. Há um mundo acontecendo simultaneamente à guerra, afinal. Mas essa decisão resulta em episódios muito pesados ─ pelo conteúdo e pela duração. Até eu, que fui preparado para bater todos os longos episódios senti que pesou. No mais, a série é impressionante, especialmente as fotografias e filmagens da época. São tão boas que poderiam contar parte considerável da história sem necessitar de legendas ou narração. Esse material evoca toda a carga emocional que um livro convencional de história dificilmente conseguiria: o horror, a destruição, o jogo de interesses políticos, a capacidade de reconstrução, a resiliência, o sentido da luta (ou a falta dele), a morte, o senso de pertencimento (ao lugar e ao grupo), a reivindicação ideológica da capacidade de olhar para o Outro como um semelhante, o sofrimento, o significado da conquista. E são tantas imagens, tanto horror, que a experiência de assistir a série é desoladora. Mas vale a pena.
Muito bem produzido. A direção de arte brincando com a ideia do psicodiagnóstico com colagens deu um toque especial. Se alonga, mas não a ponto de fazer desistir. Me entristeceu profundamente perceber como Olson teve sua vida sugada pra dentro do buraco negro que foi a perda do pai. A angústia de não conseguir dar contornos de sentido ao episódio da morte.
A série causa um misto de revolta, tristeza e comoção. São ilustradas muitas coisas aqui: o funcionamento das instituições de justiça, a psicologia do indivíduo e das massas, o impacto da mídia,... Não terminei de assistir todos os episódios. Tem sido difícil digerir a revolta que sinto a cada EP pela irresponsabilidade com que os envolvidos nos casos atropelam até os procedimentos mais óbvios para denotar eficiência, garantir a manutenção das instituições a que estão associados e assegurar seus papeis heroicos.
Absolutamente necessário nesses tempos em que se intensificam os esforços dos movimentos pró-mercado em favor do Estado Mínimo. Mostra um capitalismo quase que "puro" (na pior acepção que isso pode ter). Seriam estes os melhores cases do "empreendedorismo de larga escala"?
A série é tão boa e as atuações são tão acertadas pelo simples motivo de que... nunca foram atuações. Kevin Spacey, afinal, nunca esteve tão rente ao público quanto aqui. Material ótimo para sentir nojo.
A série é "cativante", prende a atenção. Mas me perguntei algumas vezes "ok, pra onde isso vai levar a narrativa?", e não me refiro a manter um estado de tensão que sustenta a curiosidade... É interessante, mas ao mesmo tempo, para quem já conferiu sobre os casos tratados na série, pode não ter muita surpresa.
The Office (9ª Temporada)
4.3 653É um dos melhores fechamentos de série já feitos, pelos caminhos da narrativa em si, mas também se considerarmos a saída do Steve Carell. Os dois últimos eps resgatam e amarram detalhes preciosos. É também neles que as vulnerabilidades que só apareciam nos deslizes dos personagens ficam expostas, e é graças a elas que os personagens parecem mais humanos e entregam um final que emociona.
“There’s a lot of beauty in ordinary things. Isn’t that kind of the point?”
Treta
4.1 315 Assista AgoraConfesso, só comecei instigado pelo combo Steven Yeun + A24 + ilustração do cartaz de divulgação, porque o título pt-br "Treta" é péssimo, muito Sessão da Tarde, e a sinopse parece reforçar isso. E que surpresa boa! Assisti todos os eps em um único dia, algo que não costumo fazer. O trabalho de localização contextual é muito bem feito. As atuações e a trilha são boas, e a fotografia é padrão A24. A produção é cuidadosa, o que se reflete na escolha dos title cards, das aberturas do eps. São ótimos. E os títulos escolhidos para os eps também. A cadência narrativa fisga ao oferecer variedade e previsibilidade ao mesmo tempo. Me fez rir e chorar e sentir raiva e piedade. Uma ode anti-good vibes only.
"It's like a void. But not. It's like empty but solid."
🎵 Mayonaise - Smashing Pumpkins
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 751 Assista AgoraÉ como se Ken Loach dirigisse um crossover entre Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) e Devs (2020).
A temática e a discussão proposta me fisgaram. Até o momento (ep 5), excelente. Tem potencial para ser um dos melhores trabalhos de direção do Ben Stiller.
ps: Concluída hoje, 08/04. Uma das melhores séries de ficção dos últimos anos. Irretocável. Fotografia e roteiro magistrais. Plots bem posicionados na linha narrativa e muito surpreendentes. Os três últimos eps são uma aula sobre cadência. A direção é do Ben Stiller, mas quem brilha é Dan Erickson.
*O ep 9 me fez lembrar da falta que sentia em assistir algo segurando os gritos de tensão. Que satisfação.
Euphoria (2ª Temporada)
4.0 541Parece inacreditável, mas até o momento, Carl é dono do arco narrativo mais interessante da temporada.
O Código Bill Gates
4.2 26O que me incomoda nesse "documentário" é que em muitos momentos ele só parece uma peça de marketing biográfico. Pouco se faz para humanizar Gates mostrando os seus "defeitos". O que nos mostram de seus defeitos mais parece resposta de entrevista de emprego do tipo "meu defeito é ser perfeccionista". Apesar dos projetos humanitários grandiosos, inquestionavelmente louváveis, não consegui ver e me conectar com a humanidade de Bill da maneira como esperava ─ talvez porque como ele mesmo diz, não faz o que faz pela emoção, mas pela otimização.
Japanese Style Originator
4.4 2Obrigatório na programação das bachan
Euphoria: Trouble Don't Last Always
4.3 154Os dois eps do "especial pandêmico" são uma aula de roteiro ─ mas não só. Longas sequências em plano fechado exigem muito da atuação, e aqui a combinação disso com um texto impecável e uma fotografia que segue no altíssimo nível da primeira temporada os tornam exemplares.
Veneno
4.8 169 Assista AgoraUma obra completa, feita com muito cuidado, verdade e vulnerabilidade. O estilo novelesco pode causar um pouco de estranheza, mas foi ideal para reconstituir a aura de Cristina. Fotografia e montagem se destacam.
Mr. Robot (2ª Temporada)
4.4 518Mr. Robot S02E03 God scene. Vale a temporada (que é a pior das quatro).
I May Destroy You
4.5 277 Assista AgoraDepois dos risos nervosos com Chewing Gum, Coel entrega outro trabalho impecável, agora forjado no sofrimento. Mais uma vez, não há separação entre criação e criadora. É o trauma da autora que é encarnado por ela própria em Arabella. O resultado é desconfortante e verossímil. Coel é exemplar no uso de metalinguagem, e gosto da forma como faz isso, por ela e pelo público: a série é como um processo terapêutico não apenas no sentido "literal", em que a autora forja a obra a partir da sua experiência de dor, para se livrar dela, mas também no sentido metanarrativo, com muitas idas e vindas e questionamentos da personagem. Temos um retrato das atribulações psicológicas recorrentes das vítimas, que ora percebem/aceitam o lugar de vítima (no sentido de não-negação), e ora se culpam/responsabilizam pelo ocorrido, em dissonância cognitiva. O título "I may destroy you" joga com as possiblidades: o crescente desejo de vingança/justiça de Arabella contra seu abusador, e a sua desintegração subjetiva sob os efeitos destrutívos do abuso. Qual pode se consumar primeiro? Coel não se rende a uma "moral millennial", maniqueísta na leitura dos acontecimentos, e explora também algumas autorreflexões ─ o conjunto de representações de vítima e algoz são trabalhadas em profundidade, fugindo de simplificações que pudessem "achatá-las". Tudo funciona bem, roteiro, casting, fotografia, trilha sonora, locações, maquiagem e figurino.
*Michaela Coel e Phoebe Waller-Bridge, dois nomes que prometem para os próximos anos.
I Know This Much Is True
4.3 105 Assista AgoraI Know This Much Is 2020.
Killing Eve - Dupla Obsessão (3ª Temporada)
3.8 171 Assista Agora"Are You Leading Or Am I?"
A temporada foi da Fiona Shaw, embora a Jodie siga com tudo.
O Caso Gabriel Fernandez
4.3 147 Assista AgoraO documentário é muito bem construído, e isso é o máximo que posso dizer de positivo aqui, porque a natureza do que nos é retratado é hedionda, cruel e perversa. Tive muita dificuldade em seguir até o fim. A riqueza de detalhes nos faz imergir nas cenas, e aquilo que poderia ser entendido como nada menos que louvável na narrativa me despertou uma enorme angústia e sensação de impotência. Algo insustentável. Como se estivesse ali, ao lado de Gabriel, em cada momento narrado. Acompanhar um pouco do que esse menino passou nos últimos 8 meses de vida é aceitarmos experimentar, nós mesmos, uma pitada dessa tortura. Junto disso, há também a incapacidade de compreender, de digerir, os desdobramentos da história. Como é possível tantos envolvidos mas ninguém capaz de mudar os rumos dessa história? O gosto da indignação é amargo. E resulta disso a "tortura" que é assistir ao documentário: tentar conciliar tanto sofrimento perpetrado pelos próprios pais a uma criança indefesa com a incapacidade ou indiferença daqueles que poderiam tê-la salvo, mas pouco ou nada fizeram. Mantive firme, até os últimos minutos, a esperança de que veria um sinal de arrependimento ou remorso nos rostos do casal. Mas nada. Um vazio assustador. Você não imagina a dor que me dá não poder te salvar, menino.
Devs
4.0 59 Assista AgoraOutro bom trabalho de Garland. O diretor segue com a mesma dupla de Ex Machina e Aniquilação tanto na fotografia quanto na composição sonora. Mas não é só nisso que os títulos se assemelham. Em Ex Machina, também temos um programador (Caleb) que vence um concurso e passa uma semana junto ao seu superior (Nathan), testando uma IA robótica ─ um projeto secreto. A fórmula parece ter funcionado. Sobre os contras, me incomodou o 3D, que nem sempre convence. De modo geral, é uma narrativa equilibrada sobre livre-arbítrio x determinismo, sem pesar a mão na tecnologia, com boa fotografia, composição sonora, atuações e ritmo. Vejamos as habilidades de Garland para o fechamento, nos dois últimos episódios.
16/04: bom fechamento!
Killing Eve - Dupla Obsessão (1ª Temporada)
4.3 388 Assista AgoraJodie Comer, a próxima festa de aniversário nós fazemos juntos. Eu levo o bolo, você a faca, e cada um corta um pedaço.
Nosso Planeta (1ª Temporada)
4.7 92 Assista AgoraSeguramente um dos conjuntos mais fascinantes de imagens que já conferi. E ainda assim, apenas uma amostra do esplendor da natureza. A série traz capturas tão impactantes que, se assistidas no mudo, ainda seriam capazes de emocionar.
Wanderlust - Navegar É Preciso
4.0 65Por tudo aquilo que não foi dito, 10/10.
A Guerra do Vietnã
4.7 34Um trabalho incrível, que tem em algumas de suas principais qualidades seus "defeitos". O diretor Ken Burns mergulha nos detalhes do conflito, e para mim, esse é um dos aspectos louváveis de um documentário que visa, justamente, contextualizar a Guerra do Vietnã em um cenário muito mais amplo. Há um mundo acontecendo simultaneamente à guerra, afinal. Mas essa decisão resulta em episódios muito pesados ─ pelo conteúdo e pela duração. Até eu, que fui preparado para bater todos os longos episódios senti que pesou. No mais, a série é impressionante, especialmente as fotografias e filmagens da época. São tão boas que poderiam contar parte considerável da história sem necessitar de legendas ou narração. Esse material evoca toda a carga emocional que um livro convencional de história dificilmente conseguiria: o horror, a destruição, o jogo de interesses políticos, a capacidade de reconstrução, a resiliência, o sentido da luta (ou a falta dele), a morte, o senso de pertencimento (ao lugar e ao grupo), a reivindicação ideológica da capacidade de olhar para o Outro como um semelhante, o sofrimento, o significado da conquista. E são tantas imagens, tanto horror, que a experiência de assistir a série é desoladora. Mas vale a pena.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 817 Assista Agorahttps://www.youtube.com/watch?v=d6nYF3juDQY
Wormwood (1ª Temporada)
3.6 7 Assista AgoraMuito bem produzido. A direção de arte brincando com a ideia do psicodiagnóstico com colagens deu um toque especial. Se alonga, mas não a ponto de fazer desistir. Me entristeceu profundamente perceber como Olson teve sua vida sugada pra dentro do buraco negro que foi a perda do pai. A angústia de não conseguir dar contornos de sentido ao episódio da morte.
The Confession Tapes (1ª Temporada)
3.9 33A série causa um misto de revolta, tristeza e comoção. São ilustradas muitas coisas aqui: o funcionamento das instituições de justiça, a psicologia do indivíduo e das massas, o impacto da mídia,... Não terminei de assistir todos os episódios. Tem sido difícil digerir a revolta que sinto a cada EP pela irresponsabilidade com que os envolvidos nos casos atropelam até os procedimentos mais óbvios para denotar eficiência, garantir a manutenção das instituições a que estão associados e assegurar seus papeis heroicos.
Na Rota do Dinheiro Sujo (1ª Temporada)
4.3 18 Assista AgoraAbsolutamente necessário nesses tempos em que se intensificam os esforços dos movimentos pró-mercado em favor do Estado Mínimo. Mostra um capitalismo quase que "puro" (na pior acepção que isso pode ter). Seriam estes os melhores cases do "empreendedorismo de larga escala"?
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 609 Assista AgoraA série é tão boa e as atuações são tão acertadas pelo simples motivo de que... nunca foram atuações. Kevin Spacey, afinal, nunca esteve tão rente ao público quanto aqui. Material ótimo para sentir nojo.
Mindhunter (1ª Temporada)
4.4 804 Assista AgoraA série é "cativante", prende a atenção. Mas me perguntei algumas vezes "ok, pra onde isso vai levar a narrativa?", e não me refiro a manter um estado de tensão que sustenta a curiosidade... É interessante, mas ao mesmo tempo, para quem já conferiu sobre os casos tratados na série, pode não ter muita surpresa.