Frida Kahlo é inspiração e sempre vale a pena ser relembrada. Ela é o retrato de uma mulher guerreira que superou todas as limitações de sua doença e das sequelas oriundas de um acidente de ônibus em sua juventude. Ela ressignificou a sua existência trabalhando. Expressou sofrimentos, destruição, chacina, mutilação, perda, mas também nas imagens de humos e de alegria, que tanto marcaram sua vida penosa. O filme não nos mostra a real dimensão do sofrimento dela, como por exemplo, quando Frida está mostrando uma de suas cicatrizes é o maravilhoso corpo de Salma Hayek, nada a ver com o corpo de quem havia passado por mais de 15 cirurgias, algumas experimentais, tinha a coluna estilhaçada, um pedaço da pélvis enxertado na coluna e um pé torto. E a realidade do México (recém-saído de uma revolução) do final dos anos 20, começo dos anos 50 está em perfeito estado e limpinho demais. Mas, de qualquer forma, vale a pena ver a atriz Salma Hayek que foi indicada ao Oscar e Palma de Ouro pela sua atuação. Conta ainda com o ator Alfred Molina no papel do pintor Diego Rivera. “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”. “Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar”. “E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo”. “Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”.
"Frida" concorreu a seis Oscar (Melhor Atriz, Melhor Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Trilha Sonora e Canção), mas só ganhou dois (por maquiagem e trilha). A trilha sonora é genuinamente mexicana, (conta também com a participação do brasileiro Caetano Veloso) e é uma boa oportunidade para conhecer a música mexicana: as músicas vão do tango ao mariachi, sem a presença do pop ou do rock do país, fortalecidos atualmente com a divulgação do grupo Maná para o mundo.
As músicas da trilha foram compostas por Elliot Goldenthal. Todas elas são em espanhol, exceto "Burn it Blue", em que a cantora Lila Downs faz um dueto com Caetano, ele em inglês e ela em espanhol.
Cinema x Literatura.... Emma Bovary é uma mulher que sonha muito, romântica e um tanto ingênua. Ela é uma ávida leitora de romances românticos e espera que sua vida seja repleta de amores tórridos e proibidos e muitas aventuras, as quais ela vivencia em suas leituras. É uma literatura de ilusão, que aflige sua alma e, até mesmo, perturba sua personalidade. Foi impossível não recordar da obra “Primo Basílio” de Eça de Queirós, principalmente nas cenas de luxúria...
Mas na minha opinião faltou explorar o convento, enfim, foi um lugar que fez aflorar uma pessoa sonhadora, pois vivia enclausurada e não tinha contato com o mundo real (seu mundo eram as obras da escola romântica onde os personagens são seres superiores e perfeitos. Naturalmente, Emma era ingênua e lia muitos romances e, por consequência entrava em choque com sua realidade diferente) , com exceção de uma senhora que, às vezes, levava algum romance às escondidas, levava recados, narrava histórias, entre outros.
Por ela viver isolada, aliada a leituras dos romances, ela aflorou em sua personalidade o lado sentimental e o idealismo. Sonhava acordada com as histórias que lia e se encantava com elas na tentativa de fugir da rotina de sua vida.
E como no realismo é costume criticar a escola anterior, é de se imaginar que a personagem teria um fim trágico – uma quase conversa com os costumeiros fins do Romantismo, em que, ou os amantes morriam ou se convertiam para o celibato.
Quando eu li o livro o momento em que mais me emocionei foi justamente o final onde depois do suicídio de Emma sua filha passa a morar com uma tia e trabalhar para se sustentar, mas até a gravidez desapareceu.
Além de azul, a palavra "blue" significa melancólico ou deprimido no inglês. O nome do filme também acaba sendo uma referência à música "Blue Moon", tocada diversas vezes durante a obra, seja para marcar situações de ostentação, seja para mostrar o quão diferente está a vida de Jasmine. O drama, brinca com alguns dos conflitos puramente humanos. Assim, questões financeiras, problemas nas relações familiares, afetivas, sociais ou questões de autoestima estão presentes no longa. Do ponto de vista social, o filme expõe uma realidade recente, pois devido à crise financeira, muitos, especuladores ou não, perderam posição sua social na última década. Diante de obras como esta, fica difícil focar em apenas um aspecto do que é exposto na trama. O filme é provocador, não há dúvida. Loucura e neurose, verdades e mentiras, Ser e Ter... Quantas realidades cabem numa vida? A distância entre a realidade e a fantasia pode ser tão tênue, que a loucura se torna uma possibilidade. E a vida passa a ser tão vazia que não é mais possível acessar aos próprios sentidos, seja de si ou do mundo. Assim parece ocorrer com a personagem, que em suas angústias existenciais nos provoca diversas reflexões. Que mundo nós estamos aceitando ou construindo para viver? O que de fato sentimos agora, o que nos informa nossos sentidos sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca? Ideias e ideais estão caminhando juntos aos nossos mais básicos sentidos?
Achei a ideia do filme muito boa por se tratar de um distúrbio do protagonista, pois dá margem para você pensar em várias opções para a trama. Gera muito suspense durante o desenrolar da história... mas algumas partes tiveram seus potenciais irealizados deixando entender como quiser.
É um ótimo filme de suspense, eu fiquei tentando adivinhar o final do filme e ao mesmo tempo com a certeza de que seria surpreendida! E foi o que aconteceu! Ao mesmo tempo em que o filme mostra dois relacionamentos em crise: Do professor com sua esposa e; Dos pais do estudante Rafa. Verifica-se a forma como cada um lidou com isto. Interessante, também, ressaltar a responsabilidade do professor em saber não cruzar, a delicada e sutil, linha divisória da relação professor-aluno; em ser um mestre ao educar, orientar seus alunos e resistir deixando de lado os problemas pessoais e não ceder a tentação da fuga aos problemas, pq pode só piorar as coisas. Muitas das características presentes na filmografia de Ozon ressurgem em Dentro da Casa: a combinação engenhosa de gêneros — suspense, melodrama e sátira de costumes, atores ótimos em performances marcantes e a aparente simplicidade de uma narrativa que se desdobra de forma engenhosa. Outra de suas marcas autorais, mulheres que vão impondo sua força e presença no correr da história, também está bem delineada aqui na figura da sempre competente atriz inglesa Kristin Scott Thomas. A trama psicológica acontece ao redor das figuras do Professor de literatura Germain (Fabrice Luchini, um dos grande nomes do cinema francês, parceiro de Ozon em Potiche) e um aluno de 16 anos, Claude (Ernst Umhaeur), em quem o mestre enxerga um potencial talento para a narrativa a ser lapidado.
Um filme realista, psicológico, filosófico e histórico! Como poucos hoje em dia, que faz você viver e sentir um pouquinho da história desse período importante da história cultural da Europa - a queda do Muro de Berlim e a reunificação das duas Alemanhas. Consegui me teletransportar através do filme, sem mega defeitos especiais, e ver o quanto sofremos, diretamente, como marionetes dos nossos governantes. A cena que Lênin passa de helicóptero, dando o seu adeus, é interessante: nessa cena nos podemos tirar conclusões da rápida mudança da antiga pátria socialista ou como (dependendo da visão da pessoa) os comunistas eram iconófilos em relação aos seus líderes intelectuais. Adeus, Lênin! mostra que após a euforia da reunificação a Alemanha encontrou problemas para se acomodar a nova realidade. O filme ressalta valores familiares e a relação de proximidade entre as pessoas, que como já foi dito está em um contexto de melhor recepção do ser alemão no mundo A trama é muito inteligente, cativante, com alta qualidade! E com um toque final, para se apaixonarem de vez é o soundtrack.... Yann Tiersen - Comptine d`un autre ete - l`apres-midi - amoooooooo! Para quem não conhece é a mesma da música do filme Amelie Poulain.
Jeux interdits em português seria: "Brincadeiras Proibidas" "Brinquedo Proibido" ou "jogos Proibidos" é um filme francês de 1952, do gênero drama de guerra, dirigido por René Clément e com roteiro escrito por Pierre Bost e Jean Aurenche. Oscar de melhor filme estrangeiro em 1953 (prêmio honorário). Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza em 1952. Melhor filme estrangeiro no Círculo dos Críticos de Cinema de Nova Iorque em 1952. BAFTA de melhor filme em 1954 Prêmio Bodil de 1954 na categoria de melhor filme europeu. Emocionante!
Melancolia, diferentemente dos outros filmes de Lars Von Trier, é um drama psicológico mais meditativo. Não se verão as passagens gore de Anticristo, nem a humilhação farsesca dos outros. O sentimento contém-se, a tristeza suaviza-se, adocica-se. Neste filme, há estranheza por toda parte, mas não o estranhamento propriamente dito. Lars convoca a cumplicidade do espectador, menos que a sua confrontação.
O prólogo abre com dez minutos de imagens do espaço sideral, estrelas, astros em revolução, a colisão entre a Terra e um outro planeta, o cataclisma. Ao som de “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, o mundo acaba. A ficção científica aqui não comparece senão para aprofundar a interrogação sobre o humano. Como em Solaris (1972), de Andrei Tarkovski, a viagem para fora pretexta um mergulho na interioridade. O lá fora, espelho da alma, já é aqui dentro. Referência assumida do diretor dinamarquês, o planeta Solaris reatualiza-se como Melancholia. Ambos enigmas perturbam as pessoas. Os personagens analisam-no com o telescópio, estudam a sua mecânica celeste, mas, no fundo, eles que estão sendo observados pelo astro autoconsciente.
A primeira metade do filme (“Justine”) se passa num château na montanha, onde acontece a festa de casamento de Justine (Kirsten Dunst, irretocável). Com traços do Dogma 95 – o hoje abandonado manifesto de cineastas anticomerciais –, filma-se com a câmera na mão, cortes secos, falas curtas, som ambiente. Até a temática lembra o primeiro longa elaborado segundo o Dogma: Festa de Família (1998), de Thomas Vinterberg. O fim do mundo é a família. Os noivos entram em cena sorridentes e à vontade, na estrada antes de chegar, mas a noite vai ser um desastre completo. Crises de depressão, confrontos familiares, cobranças, recriminações, insultos, cenas constrangedoras, choros e decepções, tudo isso oprime Justine. A iluminação de um amarelo “aquecido” reforça a atmosfera irrespirável do castelo, entre mordomos e convidados-fantoches, empacotados em smokings. Não haverá casamento.
O papel de Justine fica mais claro na segunda metade do longa, intitulada “Claire”. Mistura de Ofélia e Cassandra, Justine combina um profundo entedimento sobre a realidade humana com uma passividade mortificante. E exemplifica, como na peça de Shakespeare, a irônica condição humana: sabe perfeitamente o seu destino, mas nada pode fazer a respeito. Fatalista, paralisada, Justine é a única a comunicar-se com Melancholia e conhecer a verdade fatal: “a humanidade é má”. Não poderia ser outro o desfecho senão o Apocalipse, que o também depressivo Lars von Trier apresenta-nos em devastadores planos em tecnologia CGI.
Não seria o château onde se passa Melancolia, outra ilha imaginária do Oceano, outro simulacro onde se perde e se entreva o psicólogo Kelvin? Como na última cena de Solaris, neste filme o tempo e o seu final, toda a escatologia, estão dentro de nós mesmos.
Menos que grandiloquência em tintas cósmicas, em Melancolia tem-se uma cosmovisão artística ultrarromântica, pra quem o mundo não passa de um pesadelo inescapável e iniludível, onde apodrecemos.
(English title: A Samba for Sherlock) Super inteligente e criativo. O filme é uma obra de arte! Cenários e figurinos maravilhosos de encher os olhos! Há muito tempo não vejo um filme de conteúdo culto e ao mesmo tempo engraçado e sofisticado. Os atores são ótimos, os melhores com certeza, pois esse filme exige muitas habilidades de idiomas e musicais! A melhor cena foi a do Marcello Antony, que interpreta o Marquês de Salles, no duelo de violino com Joaquim de Almeida (Sherlock Holmes) e Anthony O'Donnell (Dr. Watson) recebendo a pombagira. Não foi a toa que venceu o "Grande Premio BR de cinema 2002" em diversos quesitos: Venceu nas categorias de Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Joaquim de Almeida), Melhor Ator Coadjuvante (Marco Nanini), Melhor Atriz Coadjuvante (Cláudia Abreu), Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem e Melhor Fotografia.
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Frida
4.1 1,2K Assista AgoraFrida Kahlo é inspiração e sempre vale a pena ser relembrada. Ela é o retrato de uma mulher guerreira que superou todas as limitações de sua doença e das sequelas oriundas de um acidente de ônibus em sua juventude. Ela ressignificou a sua existência trabalhando. Expressou sofrimentos, destruição, chacina, mutilação, perda, mas também nas imagens de humos e de alegria, que tanto marcaram sua vida penosa.
O filme não nos mostra a real dimensão do sofrimento dela, como por exemplo, quando Frida está mostrando uma de suas cicatrizes é o maravilhoso corpo de Salma Hayek, nada a ver com o corpo de quem havia passado por mais de 15 cirurgias, algumas experimentais, tinha a coluna estilhaçada, um pedaço da pélvis enxertado na coluna e um pé torto. E a realidade do México (recém-saído de uma revolução) do final dos anos 20, começo dos anos 50 está em perfeito estado e limpinho demais.
Mas, de qualquer forma, vale a pena ver a atriz Salma Hayek que foi indicada ao Oscar e Palma de Ouro pela sua atuação. Conta ainda com o ator Alfred Molina no papel do pintor Diego Rivera.
“Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.
“Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar”.
“E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo”.
“Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”.
"Frida" concorreu a seis Oscar (Melhor Atriz, Melhor Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Trilha Sonora e Canção), mas só ganhou dois (por maquiagem e trilha).
A trilha sonora é genuinamente mexicana, (conta também com a participação do brasileiro Caetano Veloso) e é uma boa oportunidade para conhecer a música mexicana: as músicas vão do tango ao mariachi, sem a presença do pop ou do rock do país, fortalecidos atualmente com a divulgação do grupo Maná para o mundo.
As músicas da trilha foram compostas por Elliot Goldenthal. Todas elas são em espanhol, exceto "Burn it Blue", em que a cantora Lila Downs faz um dueto com Caetano, ele em inglês e ela em espanhol.
Madame Bovary
3.0 226 Assista AgoraCinema x Literatura.... Emma Bovary é uma mulher que sonha muito, romântica e um tanto ingênua. Ela é uma ávida leitora de romances românticos e espera que sua vida seja repleta de amores tórridos e proibidos e muitas aventuras, as quais ela vivencia em suas leituras. É uma literatura de ilusão, que aflige sua alma e, até mesmo, perturba sua personalidade. Foi impossível não recordar da obra “Primo Basílio” de Eça de Queirós, principalmente nas cenas de luxúria...
Mas na minha opinião faltou explorar o convento, enfim, foi um lugar que fez aflorar uma pessoa sonhadora, pois vivia enclausurada e não tinha contato com o mundo real (seu mundo eram as obras da escola romântica onde os personagens são seres superiores e perfeitos. Naturalmente, Emma era ingênua e lia muitos romances e, por consequência entrava em choque com sua realidade diferente) , com exceção de uma senhora que, às vezes, levava algum romance às escondidas, levava recados, narrava histórias, entre outros.
Por ela viver isolada, aliada a leituras dos romances, ela aflorou em sua personalidade o lado sentimental e o idealismo. Sonhava acordada com as histórias que lia e se encantava com elas na tentativa de fugir da rotina de sua vida.
E como no realismo é costume criticar a escola anterior, é de se imaginar que a personagem teria um fim trágico – uma quase conversa com os costumeiros fins do Romantismo, em que, ou os amantes morriam ou se convertiam para o celibato.
Quando eu li o livro o momento em que mais me emocionei foi justamente o final onde depois do suicídio de Emma sua filha passa a morar com uma tia e trabalhar para se sustentar, mas até a gravidez desapareceu.
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraAlém de azul, a palavra "blue" significa melancólico ou deprimido no inglês. O nome do filme também acaba sendo uma referência à música "Blue Moon", tocada diversas vezes durante a obra, seja para marcar situações de ostentação, seja para mostrar o quão diferente está a vida de Jasmine. O drama, brinca com alguns dos conflitos puramente humanos. Assim, questões financeiras, problemas nas relações familiares, afetivas, sociais ou questões de autoestima estão presentes no longa.
Do ponto de vista social, o filme expõe uma realidade recente, pois devido à crise financeira, muitos, especuladores ou não, perderam posição sua social na última década. Diante de obras como esta, fica difícil focar em apenas um aspecto do que é exposto na trama.
O filme é provocador, não há dúvida. Loucura e neurose, verdades e mentiras, Ser e Ter... Quantas realidades cabem numa vida?
A distância entre a realidade e a fantasia pode ser tão tênue, que a loucura se torna uma possibilidade. E a vida passa a ser tão vazia que não é mais possível acessar aos próprios sentidos, seja de si ou do mundo.
Assim parece ocorrer com a personagem, que em suas angústias existenciais nos provoca diversas reflexões. Que mundo nós estamos aceitando ou construindo para viver? O que de fato sentimos agora, o que nos informa nossos sentidos sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca? Ideias e ideais estão caminhando juntos aos nossos mais básicos sentidos?
Estranha Obsessão
2.3 123 Assista AgoraAchei a ideia do filme muito boa por se tratar de um distúrbio do protagonista, pois dá margem para você pensar em várias opções para a trama. Gera muito suspense durante o desenrolar da história... mas algumas partes tiveram seus potenciais irealizados deixando entender como quiser.
Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraÉ um ótimo filme de suspense, eu fiquei tentando adivinhar o final do filme e ao mesmo tempo com a certeza de que seria surpreendida! E foi o que aconteceu! Ao mesmo tempo em que o filme mostra dois relacionamentos em crise: Do professor com sua esposa e; Dos pais do estudante Rafa. Verifica-se a forma como cada um lidou com isto.
Interessante, também, ressaltar a responsabilidade do professor em saber não cruzar, a delicada e sutil, linha divisória da relação professor-aluno; em ser um mestre ao educar, orientar seus alunos e resistir deixando de lado os problemas pessoais e não ceder a tentação da fuga aos problemas, pq pode só piorar as coisas.
Muitas das características presentes na filmografia de Ozon ressurgem em Dentro da Casa: a combinação engenhosa de gêneros — suspense, melodrama e sátira de costumes, atores ótimos em performances marcantes e a aparente simplicidade de uma narrativa que se desdobra de forma engenhosa. Outra de suas marcas autorais, mulheres que vão impondo sua força e presença no correr da história, também está bem delineada aqui na figura da sempre competente atriz inglesa Kristin Scott Thomas.
A trama psicológica acontece ao redor das figuras do Professor de literatura Germain (Fabrice Luchini, um dos grande nomes do cinema francês, parceiro de Ozon em Potiche) e um aluno de 16 anos, Claude (Ernst Umhaeur), em quem o mestre enxerga um potencial talento para a narrativa a ser lapidado.
Adeus, Lenin!
4.2 1,1K Assista AgoraUm filme realista, psicológico, filosófico e histórico!
Como poucos hoje em dia, que faz você viver e sentir um pouquinho da história desse período importante da história cultural da Europa - a queda do Muro de Berlim e a reunificação das duas Alemanhas. Consegui me teletransportar através do filme, sem mega defeitos especiais, e ver o quanto sofremos, diretamente, como marionetes dos nossos governantes.
A cena que Lênin passa de helicóptero, dando o seu adeus, é interessante: nessa cena nos podemos tirar conclusões da rápida mudança da antiga pátria socialista ou como (dependendo da visão da pessoa) os comunistas eram iconófilos em relação aos seus líderes intelectuais. Adeus, Lênin! mostra que após a euforia da reunificação a Alemanha encontrou problemas para se acomodar a nova realidade. O filme ressalta valores familiares e a relação de proximidade entre as pessoas, que como já foi dito está em um contexto de melhor recepção do ser alemão no mundo
A trama é muito inteligente, cativante, com alta qualidade!
E com um toque final, para se apaixonarem de vez é o soundtrack.... Yann Tiersen - Comptine d`un autre ete - l`apres-midi - amoooooooo! Para quem não conhece é a mesma da música do filme Amelie Poulain.
Brinquedo Proibido
4.2 70 Assista AgoraJeux interdits em português seria: "Brincadeiras Proibidas" "Brinquedo Proibido" ou "jogos Proibidos" é um filme francês de 1952, do gênero drama de guerra, dirigido por René Clément e com roteiro escrito por Pierre Bost e Jean Aurenche.
Oscar de melhor filme estrangeiro em 1953 (prêmio honorário).
Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza em 1952.
Melhor filme estrangeiro no Círculo dos Críticos de Cinema de Nova Iorque em 1952.
BAFTA de melhor filme em 1954
Prêmio Bodil de 1954 na categoria de melhor filme europeu.
Emocionante!
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraMelancolia, diferentemente dos outros filmes de Lars Von Trier, é um drama psicológico mais meditativo. Não se verão as passagens gore de Anticristo, nem a humilhação farsesca dos outros. O sentimento contém-se, a tristeza suaviza-se, adocica-se. Neste filme, há estranheza por toda parte, mas não o estranhamento propriamente dito. Lars convoca a cumplicidade do espectador, menos que a sua confrontação.
O prólogo abre com dez minutos de imagens do espaço sideral, estrelas, astros em revolução, a colisão entre a Terra e um outro planeta, o cataclisma. Ao som de “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner, o mundo acaba. A ficção científica aqui não comparece senão para aprofundar a interrogação sobre o humano. Como em Solaris (1972), de Andrei Tarkovski, a viagem para fora pretexta um mergulho na interioridade. O lá fora, espelho da alma, já é aqui dentro. Referência assumida do diretor dinamarquês, o planeta Solaris reatualiza-se como Melancholia. Ambos enigmas perturbam as pessoas. Os personagens analisam-no com o telescópio, estudam a sua mecânica celeste, mas, no fundo, eles que estão sendo observados pelo astro autoconsciente.
A primeira metade do filme (“Justine”) se passa num château na montanha, onde acontece a festa de casamento de Justine (Kirsten Dunst, irretocável). Com traços do Dogma 95 – o hoje abandonado manifesto de cineastas anticomerciais –, filma-se com a câmera na mão, cortes secos, falas curtas, som ambiente. Até a temática lembra o primeiro longa elaborado segundo o Dogma: Festa de Família (1998), de Thomas Vinterberg. O fim do mundo é a família. Os noivos entram em cena sorridentes e à vontade, na estrada antes de chegar, mas a noite vai ser um desastre completo. Crises de depressão, confrontos familiares, cobranças, recriminações, insultos, cenas constrangedoras, choros e decepções, tudo isso oprime Justine. A iluminação de um amarelo “aquecido” reforça a atmosfera irrespirável do castelo, entre mordomos e convidados-fantoches, empacotados em smokings. Não haverá casamento.
O papel de Justine fica mais claro na segunda metade do longa, intitulada “Claire”. Mistura de Ofélia e Cassandra, Justine combina um profundo entedimento sobre a realidade humana com uma passividade mortificante. E exemplifica, como na peça de Shakespeare, a irônica condição humana: sabe perfeitamente o seu destino, mas nada pode fazer a respeito. Fatalista, paralisada, Justine é a única a comunicar-se com Melancholia e conhecer a verdade fatal: “a humanidade é má”. Não poderia ser outro o desfecho senão o Apocalipse, que o também depressivo Lars von Trier apresenta-nos em devastadores planos em tecnologia CGI.
Não seria o château onde se passa Melancolia, outra ilha imaginária do Oceano, outro simulacro onde se perde e se entreva o psicólogo Kelvin? Como na última cena de Solaris, neste filme o tempo e o seu final, toda a escatologia, estão dentro de nós mesmos.
Menos que grandiloquência em tintas cósmicas, em Melancolia tem-se uma cosmovisão artística ultrarromântica, pra quem o mundo não passa de um pesadelo inescapável e iniludível, onde apodrecemos.
O Xangô de Baker Street
3.2 160 Assista Agora(English title: A Samba for Sherlock) Super inteligente e criativo. O filme é uma obra de arte! Cenários e figurinos maravilhosos de encher os olhos! Há muito tempo não vejo um filme de conteúdo culto e ao mesmo tempo engraçado e sofisticado. Os atores são ótimos, os melhores com certeza, pois esse filme exige muitas habilidades de idiomas e musicais! A melhor cena foi a do Marcello Antony, que interpreta o Marquês de Salles, no duelo de violino com Joaquim de Almeida (Sherlock Holmes) e Anthony O'Donnell (Dr. Watson) recebendo a pombagira. Não foi a toa que venceu o "Grande Premio BR de cinema 2002" em diversos quesitos: Venceu nas categorias de Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Joaquim de Almeida), Melhor Ator Coadjuvante (Marco Nanini), Melhor Atriz Coadjuvante (Cláudia Abreu), Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem e Melhor Fotografia.