Um desafio pra quem está mal acostumado com filmes que utilizam recursos para prender a atenção e recompensar o espectador com pequenas - e rápidas - cargas de prazer. O filme é arrastado e não economiza tempo para ilustrar quem será o personagem cuja rotina assistiremos por 2 horas seguidas.
Pode ser cansativo até para quem tem o costume. Confesso que foi uma luta para manter a atenção no filme, mesmo gostando bastante da primeira hora (que é muito mais lenta que a segunda).
Mas já na primeira hora eu intuí que vinha uma pedrada. Certamente não é "um filme para todos". Não por se tratar de um filme difícil, ou um filme para cineastas ou críticos; mas definitivamente não é para todos (nenhum filme é para todos, mas alguns são mais abrangentes que outros).
É um filme que ou você ama ou você odeia e considera como 2 horas "desperdiçadas".
Por puro acaso do destino, estou no time dos que amou.
Não sei a razão pela qual amei tanto o filme. Já na primeira hora notei que o amaria, e que dificilmente qualquer desenrolar da trama me deixaria decepcionado.
Me vi na solidão do protagonista. Na cansativa rotina de tentar enxergar beleza mesmo "limpando a sujeira dos outros". Nos sorrisos tristes que Hirayama distribuiu ao longo dessas 2 horas. Nas olhadas de canto de olho que ele deu para os diversos personagens secundários, como quem quer interagir mas por alguma razão não consegue e/ou não sabe como o fazer.
"Ma", a personagem que canta no barzinho para os 3 rapazes solitários, abraçando o ex-marido. Como quem criou toda uma fantasia na mente antes mesmo de fazer algo a respeito do desejo que sentia. Me vi comprando as mesmas latas de cerveja, acendendo um cigarro e olhando para uma vista linda, sentindo-me o rapaz mais solitário da cidade.
Vai ecoar comigo por um tempo ainda.
Espero que você, que tenha por ventura lido esse comentário escrito por um leigo em cinema, esteja tendo um dia perfeito, independente do que mais esteja ocorrendo ao seu redor.
10/10
PS: fui ler os comentários e tem gente achando que o filme é uma ode à "vida simples". Pelo amor de Deus, pessoal. Era melhor nem ter gostado se é pra interpretar o título de forma literal. O diretor não poderia ser mais claro. Se bobear mesmo nomeando o filme como "Dias imperfeitos" ia ter gente achando que é sobre "a felicidade está nas coisas simples". kkkkkkk
Dias Perfeitos
4.2 282 Assista AgoraUm desafio pra quem está mal acostumado com filmes que utilizam recursos para prender a atenção e recompensar o espectador com pequenas - e rápidas - cargas de prazer. O filme é arrastado e não economiza tempo para ilustrar quem será o personagem cuja rotina assistiremos por 2 horas seguidas.
Pode ser cansativo até para quem tem o costume. Confesso que foi uma luta para manter a atenção no filme, mesmo gostando bastante da primeira hora (que é muito mais lenta que a segunda).
Mas já na primeira hora eu intuí que vinha uma pedrada. Certamente não é "um filme para todos". Não por se tratar de um filme difícil, ou um filme para cineastas ou críticos; mas definitivamente não é para todos (nenhum filme é para todos, mas alguns são mais abrangentes que outros).
É um filme que ou você ama ou você odeia e considera como 2 horas "desperdiçadas".
Por puro acaso do destino, estou no time dos que amou.
Não sei a razão pela qual amei tanto o filme. Já na primeira hora notei que o amaria, e que dificilmente qualquer desenrolar da trama me deixaria decepcionado.
Me vi na solidão do protagonista. Na cansativa rotina de tentar enxergar beleza mesmo "limpando a sujeira dos outros". Nos sorrisos tristes que Hirayama distribuiu ao longo dessas 2 horas. Nas olhadas de canto de olho que ele deu para os diversos personagens secundários, como quem quer interagir mas por alguma razão não consegue e/ou não sabe como o fazer.
Me vi na frustração que ele sentiu ao ver
"Ma", a personagem que canta no barzinho para os 3 rapazes solitários, abraçando o ex-marido. Como quem criou toda uma fantasia na mente antes mesmo de fazer algo a respeito do desejo que sentia. Me vi comprando as mesmas latas de cerveja, acendendo um cigarro e olhando para uma vista linda, sentindo-me o rapaz mais solitário da cidade.
Vai ecoar comigo por um tempo ainda.
Espero que você, que tenha por ventura lido esse comentário escrito por um leigo em cinema, esteja tendo um dia perfeito, independente do que mais esteja ocorrendo ao seu redor.
10/10
PS: fui ler os comentários e tem gente achando que o filme é uma ode à "vida simples". Pelo amor de Deus, pessoal. Era melhor nem ter gostado se é pra interpretar o título de forma literal. O diretor não poderia ser mais claro. Se bobear mesmo nomeando o filme como "Dias imperfeitos" ia ter gente achando que é sobre "a felicidade está nas coisas simples". kkkkkkk
The Last Stop in Yuma County
3.7 12Não me prendeu muito. Me soou como um "Onde os Fracos Não Tem Vez" com menos originalidade.
A Culpa é do Fidel
4.3 304Parece que o título enganou um bocado de reacionários.