Mais um que vou pelo hype, mas dessa vez... gostei. Acho que a atmosfera poderia ter sido mais densa para transmitir mais o medo, mas ainda assim a execução de tudo foi bastante efetiva.
Ficou aquela sensação de que o filme poderia ter apresentado mais coisas? Pra mim, sim. Mas, de toda forma, curti o resultado final.
Esse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.
Muito cuidado com aqueles que damos visualizações e fama.
Entrou para a minha lista de queridinhos, aqueles que aquecem o coração e são facilmente adoráveis. Filmes sobre dinâmicas familiares difíceis sempre nos ensinam algo sobre nossos próprios sentimentos e nas relações que desenvolvemos com os outros. Adorei.
Quando vi que o filme estava terminando, gritei pra tela "não ouse acabar! Preciso saber mais desse personagem!". Amo esse poder transformador e impactante da arte.
"Dias Perfeitos" é mais um daqueles belos filmes que nos falam sobre os encontros e desencontros da vida, sobre as pessoas passageiras e os sentimentos breves, porém muito especiais e intensos. Hirayama abraça a seu cotidiano com um toque de felicidade e aceitação, ainda que com o tempo isso lhe possa ser custoso. Seus dias parecem enfadonhos para nós, mas para ele são... perfeitos. Ele não precisa de muito para viver, ele não atrapalha ninguém, e fala somente o suficiente. Ele realiza suas tarefas e vive o momento. E isso basta: o agora! "O agora é o agora",
como falado em determinado ponto da obra, é algo que vai nortear a vida de Hirayama.
Há um lado muito solitário nesse personagem, mas isso não parece incomoda-lo. Essa solidão dentro da simplicidade de seus dias mostra também a busca dele por um sentimento de satisfação dentro daquele pequeno espaço. Mas então nos questionamos:
como ele chegou até ali? O que aconteceu antes? Ele era essa pessoa ou se tornou? Não sabemos essas respostas, então fica para o trabalho da nossa imaginação.
E aqui destaco a combinação perfeita entre Win Wenders e Kōji Yakusho. O diretor tem um olhar único sobre o seu personagem, e faz com que a gente se importe com ele. Wenders transforma cenas de vida que normalmente não olharíamos em algo realmente muito interessante. Quanto à Kōji Yakusho, ele é o responsável por esse personagem que diz pouco e que fica feliz com pouco. E são nessas expressões ao conversar com as outras pessoas que questionamos se aquilo é felicidade ou somente esse "contentamento" que Hirayama busca para o seu dia. Ele é de fato comum em sua superfície, mas
certamente esconde sentimentos muito difíceis e que provavelmente ele não sabe ou não quer mais lidar com eles (a visita da sua sobrinha e o encontro com a irmã deixam essa parte mais clara).
Mas vendo a incrível performance de Kōji Yakusho, acredito mesmo que ele deveria ter sido mais lembrado nas premiações.
Gosto fácil de filmes assim, que conversam com nossos sentimentos e valorizam o cotidiano. E para mim, "Dias Perfeitos" foi, de fato, perfeito.
Sabe aquele filme confortável, fofo, que te tira de lugares ruins? Revendo "The Intern", percebi que esse era um desses filmes para mim. Ele é simples, com muitas cenas bobinhas, mas é feliz em suas mensagens. O tanto que me emocionei assistindo pela segunda vez foi algo que não esperava. É esse tipo de obra, sensível em sua essência, que consegue me fisgar facilmente.
Uma obra artística não precisa ser altamente conceituada para te tocar de alguma forma, ela só precisa ser genuína naquilo que quer dizer. E acredito que muitas pessoas esquecem dessa simplicidade ao assistir um filme como esse, talvez pela pressão de suas vidas, por questões pessoais e trajetórias mais complicadas... inúmeros motivos. Mas isso aqui foi feito para "renovar as esperanças". Pra mim, isso basta.
Macabro. Essa era a palavra que aparecia na minha mente a cada cena desse filme. Zona de Interesse aborda a própria banalização do mal, de como o sofrimento alheio é algo trivial e sem importância para aquelas "pessoas" (se é que podemos chama-los assim). A maldade é algo comum no dia de cada um deles, e nenhum se vê como responsável por aqueles gritos desesperados do outro lado do muro. Do mais novo, passando pelo adolescente até o adulto... todos eles são indiferentes. Para essa família, é como se nada estivesse acontecendo.
A direção do filme é igualmente assustadora. A câmera mais aberta traz os contrastes do roteiro: de um lado crianças felizes brincando em um jardim, enquanto que no outro crianças estão morrendo. O diretor Jonathan Glazer captura muito bem a perversidade daquele contexto, em alguns momentos de forma sútil e outros de forma mais expositiva.
Talvez o único ponto negativo é o ritmo, que me deixou um pouco incomodado. E além da direção, destaco como positivo o trabalho de som que foi um dos principais responsáveis pela construção da atmosfera densa do roteiro.
"Zona de Interesse" toca em um dos acontecimentos mais tristes da História da humanidade. Esse filme chega com uma reflexão importante sobre a criação e naturalização do mal na nossa sociedade, e isso serve para pensarmos sobre a situação atual da Palestina e de vários outros povos ao longo da História que infelizmente foram alvo dos projetos de extermínio daqueles que se consideravam superiores.
Um dos casos de transferência mais emblemáticos da História do futebol - se não o mais. Não importa qual geração seja, em algum momento ouvimos ou vamos ouvir sobre essa caótica transferência de Figo para o Real Madrid, e esse documentário foi muito feliz em abordar as camadas mais densas por trás de uma decisão nada fácil.
As pessoas esquecem que futebol também é um negócio. E extremamente lucrativo. Figo não se sentia valorizado pelo pequeno barcelona, que tinha na época um enorme incompetente na presidência (algo comum para tal clube, felizmente). E assim, por mais difícil que tenha sido, ele foi para o rival. Como ele mesmo fala no documentário, é uma questão de reconhecimento. Ele não estava jogando por um salário baixo no barcelona, mas também não estava satisfeito. Então uma vez que o trabalho que ele fazia dentro de campo era tão bom e deu tanto ao time, qual o problema de pedir um aumento salarial?
Ninguém vive somente pelo "amor" que se tem por determinado ofício.
Quanto ao Florentino Pérez, ele entende esse lado "mercado" do futebol como ninguém, e ele possui, ainda hoje, uma visão única em termos de gerenciamento da "instituição" Real Madrid - não a toa sob sua gestão tivemos duas eras de "Galácticos", e atualmente caminhando para a construção de uma terceira. Ele se firmou como um grande Presidente do clube, e o documentário deixa bastante claro o tamanho do risco que ele tomou para si ao firmar o Figo como novo jogador do Real. Ele é tranquilo, mas de uma genialidade assustadora.
Senti falta de uma visão mais pessoal no documentário: qual o peso que todo aquele conflito causou na esposa e nos filhos do Figo, por exemplo. Na época, a torcida do barcelona hostilizou toda a família do jogador, e isso passa de todos os limites possíveis. Acredito realmente que eles teriam muito a acrescentar, mas provavelmente se desviaria do que o documentário queria mostrar.
Uma obra que "engana" e surpreende, mas no bom sentido. Pensei que o roteiro tomaria outros caminhos ao longo de seu desenvolvimento, mas as escolhas foram mais seguras - isso para mostrar as escolhas nada seguras da família que acompanhamos.
É uma narrativa sobre a sociedade das aparências, e de como essas mentiras destroem as relações mais unidas.
Genial. Esse filme expõe a enorme hipocrisia de quando pessoas brancas consomem algo de pessoas negras: elas querem ver um show de estereótipos (na linguagem, no comportamento), sofrimento e finais tristes... Tudo isso para depois dizerem "nós precisamos ouvir mais as vozes negras". Mas o sentimento não é real, é uma compensação falsa, uma necessidade de se sentir bem consigo mesmo e até mesmo tomar para si o protagonismo de um movimento.
É uma obra clara em sua mensagem: há muito mais do que dor e imagens prontas na história afro-americana, mas a indústria cultural não quer saber de finais felizes para pessoas negras pois, para o branco, isso não transmite "realidade". O protagonista entende muito bem essa dinâmica, critica toda essa estrutura e se aproveita dela. Está errado? Não sei, afinal é isso que o mercado quer. E ele precisa sobreviver, precisa pagar as contas.
E aqui adentramos no aspecto dramático do filme, que é muito bem feito. Toda a questão do Monk com sua família é bastante complexa, mas também há muitos momentos cômicos. É um humor inteligente, que sabe exatamente onde quer chegar, e não ultrapassa limites para não parecer algo forçado. No que diz respeito às atuações, Jeffrey Wright é um monstro sagrado! Ele traz essa presença meio melancólica, meio inconformado, mas muito resistente. E fiquei muito feliz em ver a linda e talentosa Issa Rae.
"Ficção Americana" levanta problemáticas enriquecedoras no que tange à forma como consumimos conteúdos produzidos por pessoas negras. Para além da critica aos estereótipos, o roteiro foi feliz em incomodar o branco salvador que se pensa fazendo um grande favor para a sociedade quando lê um "Pequeno manual antirracista" e assiste "Infiltrado na Klan" e já pensa "bom, fiz minha parte". Bom, a luta antirracista não acaba aí.
Gostei bastante dessa obra. Não conhecia a história, e temi que fosse um "Fome de Poder" (que é brilhante), mas na verdade é um filme mais leve, sensível e engraçado, ainda que não esqueça dos dramas de uma família latina vivendo nos eua.
Primeiramente, acho importante pontuar a imagem "se você fizer muito, você consegue" que é um tanto... problemática, afinal sabemos muito bem que a empresa lucrou muito mais do que o Montañez ganhou. Não há "empresas boazinhas e humanas". E nisso, reitero o que já comentaram: é bom entender que ele representa uma rara exceção. Nem todos que vieram do nada vão crescer dessa forma, ter ou conseguir criar alguma oportunidade: as vezes falta suporte (que Montañez encontrou em sua família e amigos), falta o incentivo no espaço de trabalho, sonhos que mudam, etc. Sim, Montañez conseguiu, e ficamos felizes quando isso acontece... mas infelizmente na maior parte das vezes a pessoa entra antes do expediente e faz hora extra e o único resultado é o enriquecimento do patrão. Justo? Não.
Dito isso, claramente a proposta do filme não é debater esses aspectos mais políticos e sociais do trabalho, e sim de dramatizar acontecimentos - com uma boa dose de um ótimo humor. Há momentos muito otimistas na história de Montañez que realmente pode nos renovar, e a relação dele com a Judy é maravilhosa. Também achei muito bonita a forma como a cultura mexicana foi celebrada.
No final fiquei com a percepção de que poderia ter mais vinte ou trinta minutos. Passou rápido. Mas me emocionei porque gostei bastante de tudo do Montañez. E me tornei o velho que ama e chora com finais felizes "bobos". hahahaha.
A história é fraca, a vilã é ruim e a direção não me agradou. Há uns cortes bem bruscos em algumas cenas, uns enquadramentos que não ficaram legais e as coreografias de lutas também não empolgam absolutamente em nada. Os efeitos visuais estão ok. E as piadas são boas, consegui rir bastante com os gatos.
Entendo que é um filme leve e descompromissado, mas para uma sequência e considerando que é parte de um grande universo, deixou muito a desejar. Muito legal ver a participação da Monica, e a Kamala está mesmo muito fofa (e sim, curti bastante a série dela), mas a obra em si infelizmente não tem impacto.
a cena pós crédito do Fera me deixou muito feliz. Realmente não fazia ideia do conteúdo dela, e fiquei muito surpreso. Espero de verdade que os X-Men e o Quarteto Fantástico deem um "up" no universo Marvel, pois tão precisando de histórias boas. (e também gostaria de um filme ou série dos Campeões ou Jovens Vingadores)
Personagens com personalidades completamente diferentes que, em meio a solidão, se encontram e se abraçam. Poderiam não estar com as famílias que eles queriam, mas estavam com as pessoas que precisavam estar naquele momento. As vezes, algumas companhias improváveis aparecem e nos ajudam a olhar com mais sensibilidade para nós mesmos, e a dinâmica entre esses três personagens funcionou de uma forma que todos eles descobriram pequenas coisas que precisam fazer para superar seus desafios. Eles nos ensinam, principalmente, a olhar com mais carinho para o outro e entender suas dores.
Paul Giamatti em mais uma grande atuação, e Da'Vine Joy Randolph mostra uma personalidade forte e criativa.
Ao final, senti que essa obra me passou uma sensação muito boa. A história não é nova, mas a maneira como a desenvolveram em tons certeiros de comédia e um drama muito preciso, juntado com uma construção sólida e realista de personagens, foi o suficiente para me conquistar.
Essa obra conversa bastante com o fenômeno expositivo que ocorre nas redes sociais e como ocorre a chamada "cultura do cancelamento". Nicolas Cage está excelente, e a direção do filme é bastante criativa. Mesmo com alguns pontos previsíveis do roteiro, achei a história boa e conseguiu me deixar bem interessado.
Como já comentaram, é um filme que diz muito principalmente na parte não verbal. Créditos aqui para um bom elenco (ótima atuação da Mia McKenna-Bruce) e de uma direção muito efetiva em capturar esses espaços mais vulneráveis e em passar uma mensagem de alerta sobre determinados comportamentos abusivos.
Não esperava nada e fui surpreendido. Apesar de alguns pontos da história e do seu ritmo terem ficado um pouco estranhas para mim, o roteiro tem alguns ótimos momentos (especialmente na relação do Jack com o Jann, que é bem construída) e a parte técnica é absurda de tão bem feita, com destaque para o trabalho de som e de efeitos visuais. E as cenas com as corridas foram muito intensas, extremamente bem feitas.
Saber que se baseia numa história real torna o filme ainda mais bacana. Vale muito a pena.
"E eu vou continuar falando, porque tenho medo que se eu parar, haverá uma pausa e você dirá 'está tarde, tenho que ir'. E não estou pronto para isso. Não quero que isso aconteça. Nunca."
Que filme belo e sensível. É verdade que podemos problematizar algumas coisas na relação, e especialmente por parte do nosso protagonista, mas ele é extremamente humano e, logo, falho. Suas imperfeições mais que evidentes o transformam em alguém que é possível se identificar. O objetivo não é mostrar algo ideal, mas uma versão da vida com suas alegrias e decepções.
o Oliver ter planejado tudo aquilo, e absolutamente tudo ter saído da maneira como ele queria, ou mesmo ninguém suspeitar dele nem por um segundo, me pareceram irreais e sinceramente não comprei.
Estava indo para um caminho interessante, de critica aos excessos e desejos dos mais ricos e o quão caricata a burguesia pode ser, trabalhando também o quão longe o sujeito chegaria pelo prazer de "ter" aquele mundo em suas mãos. Mas são pontos que se perdem da metade para o final, em meio a algumas cenas que cumprem o propósito de somente chocar (algumas de extremo mau gosto, por sinal).
Mas mesmo em meio a coisas nem tão boas, o Barry Keoghan brilha intensamente. Que ator fenomenal. A entrega dele em papeis que exigem mais facetas do personagem é completa, algo lindo de acompanhar. De longe, o melhor de toda obra.
É eficiente ao mostrar que pessoas ricas são miseráveis, mas peca em desenvolvimento e se entrega aos lugares comuns. Saltburn se perde no seu próprio labirinto.
Que filme incrível, senhoras e senhores! Scorcese, meu velhinho... o senhor fez de novo!
É uma história muito triste e baseada em acontecimentos reais. É interessante notar a forma como tudo é direcionado, pois também pode ser entendida como uma crítica na maneira como os mais poderosos e com mais voz ativa tratam os povos originários (e podemos até traçar uma relação com a maneira como os indígenas estão tendo seus direitos caçados no Brasil atual).
A realidade em que indígenas tem suas terras devastadas está bem próxima de nós, e como ainda hoje existe uma "elite" que os vê como selvagens e que portanto não acham que eles devem possuir direitos. Os fazendeiros exploram as riquezas desses povos como querem, não tão distantes da maneira como William Hale operava.
A duração não me incomodou. Se é para citar algo que achei um pouco negativo, talvez seja a maneira como a passagem de tempo foi tratado no roteiro. Particularmente, achei estranho pois não senti que foi bem demarcada - mas também não prejudicou a compreensão da obra.
Longa importante e que lança um olhar necessário para questões históricas de suma importância.
Curto muito toda a franquia (apesar de ainda não ter lido os livros) então fui com boas expectativas para ver esse novo filme. Achei bem interessante, pois abre muitos espaços para entender como se dá a conflituosa relação entre a Capital e os Distritos, e como o Snow começou a pensar o seu império. A cantoria não me incomodou, inclusive optei por não procurar nada da obra (no máximo vi o primeiro trailer) e fiquei bastante surpreso com esse elemento, que pra mim foi bem utilizado no roteiro e fez sentido com a personagem da Lucy Gray.
Em alguns momentos senti como se estivesse vendo vários filmes em um só, mas a divisão por capítulos ajudou bastante. A duração foi, para mim, um ponto negativo. Poderia ter menos tempo, e talvez a história fosse um pouco mais dinâmica. Mas de qualquer forma, é sim um bom filme. Destaque positivo para a Viola Davis, que é sempre fantástica.
Não imaginava que esse filme era tão difícil. Ao final dele, me senti um pouco quebrado. Traz uma abordagem real sobre a depressão e os efeitos que ela tem não somente no indivíduo, mas em todos ao seu redor.
Destaco a incrível atuação do Hugh Jackman. Que cara fantástico e versátil em cena. Ele já provou que pode desempenhar qualquer papel em qualquer gênero, mas ainda me surpreende muito.
podem despertar alguns gatilhos, então se você não está se sentindo bem emocionalmente, recomendo que não veja esse filme agora. E caso esteja passando por uma fase difícil, procure ajuda! Fale com amigos, família, procure um profissional, mas saiba que você não está sozinho(a)!
Esse filme fez com que eu pensasse muito sobre o quão eficiente é a campanha de publicidade da Netflix para qualquer obra sua, mesmo aquelas de gosto mais duvidoso. Optei por não ver o trailer e nem ler a sinopse. Vi apenas uns comentários soltos nas interwebs da vida (aquele famoso "burburinho") e fiquei curioso. Me arrependi? Não. Acho que poderia ser melhor, para mais de DUAS HORAS de filme? SIM!
É uma interpretação sobre a forma como as pessoas fogem da civilização, e são tão indiferentes ao convívio em sociedade. A personagem da Julia Roberts
já deixa claro o peso que é ter de suportar qualquer outro ser humano.
Até esse ponto, considero que o filme produz reflexões interessantes, pois acho que todos nós já sentimos coisas parecidas: a necessidade de fugir, de escapar de uma realidade, dos dramas e sentimentos sufocantes dos outros. Ter que lidar com pessoas é algo extremamente difícil em qualquer área, afinal estamos entrando em terrenos que desconhecemos. Isso pode ser assustador. Mas é o que fazemos todos os dias, certo? É o que precisamos fazer. O problema na visão pessimista da obra está exatamente em forçar situações que me pareceram bastante irreais, especialmente entre as duas famílias.
puro escapismo. A Rose só queria saber o que aconteceria no final da série. Ela estava se identificando com aqueles personagens, de fato se importando com eles. Poderia ser qualquer outra coisa, mas "Friends" que fazia a Rose feliz. Nas vezes que ela conversa com o irmão, fica claro o quanto ela se sente negligenciada por aquele mundo. Uma vez que a realidade é difícil, a ficção é a mão que ajuda. É a porta para milhares de possibilidades, mas principalmente pode fazer você se sentir bem.
"O Mundo Depois de Nós" é.. ok. Leva bem o suspense até pelo menos a metade, prepara a audiência para algo grandioso que... nunca acontece. Nunca vem. O roteiro parece uma eterna promessa, mas na verdade anda em círculos e, no fim, infelizmente não traz nada que outros filmes com a temática já não tenham feito melhor.
É impressão minha ou o pessoal simplesmente não sabe mais se divertir? Beleza que Besouro Azul não é o filme mais interessante do ano, mas tá bem longe de ser esse negócio ruim que uma galera aí pontuou.
Efeitos visuais ok, elenco muito bom, história que faz seu feijão com arroz bem feito. O filme não inova em nada, na verdade ele surfa nos clichês... o que não é tão ruim. É uma obra que sabe de suas limitações, mas trabalha bem com aquilo à sua disposição.
O pessoal está esperando que cada filme de super-herói seja um novo grande acontecimento? Éhhh... não vai tá acontecendo. O gênero está claramente desgastado, poucas coisas conseguem se destacar de maneira positiva atualmente. Resta tentar ser menos exigente. Particularmente, foi o que fiz quando comecei a ver esse filme e a experiência foi muito boa.
Tarde da Noite Com o Diabo
3.5 265Mais um que vou pelo hype, mas dessa vez... gostei. Acho que a atmosfera poderia ter sido mais densa para transmitir mais o medo, mas ainda assim a execução de tudo foi bastante efetiva.
Ficou aquela sensação de que o filme poderia ter apresentado mais coisas? Pra mim, sim. Mas, de toda forma, curti o resultado final.
Influencer de Mentira
3.2 90 Assista AgoraEsse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.
Cabana do Inferno
2.7 338 Assista AgoraAcho que se eu tivesse assistido esse filmes em outra época, capaz que teria curtido. Mas hoje, não dá mesmo.
(o final me arrancou risadas sinceras).
Sete Dias Sem Fim
3.4 265 Assista AgoraEntrou para a minha lista de queridinhos, aqueles que aquecem o coração e são facilmente adoráveis. Filmes sobre dinâmicas familiares difíceis sempre nos ensinam algo sobre nossos próprios sentimentos e nas relações que desenvolvemos com os outros. Adorei.
Dias Perfeitos
4.2 247 Assista AgoraQuando vi que o filme estava terminando, gritei pra tela "não ouse acabar! Preciso saber mais desse personagem!". Amo esse poder transformador e impactante da arte.
"Dias Perfeitos" é mais um daqueles belos filmes que nos falam sobre os encontros e desencontros da vida, sobre as pessoas passageiras e os sentimentos breves, porém muito especiais e intensos. Hirayama abraça a seu cotidiano com um toque de felicidade e aceitação, ainda que com o tempo isso lhe possa ser custoso. Seus dias parecem enfadonhos para nós, mas para ele são... perfeitos. Ele não precisa de muito para viver, ele não atrapalha ninguém, e fala somente o suficiente. Ele realiza suas tarefas e vive o momento. E isso basta: o agora! "O agora é o agora",
como falado em determinado ponto da obra, é algo que vai nortear a vida de Hirayama.
Há um lado muito solitário nesse personagem, mas isso não parece incomoda-lo. Essa solidão dentro da simplicidade de seus dias mostra também a busca dele por um sentimento de satisfação dentro daquele pequeno espaço. Mas então nos questionamos:
como ele chegou até ali? O que aconteceu antes? Ele era essa pessoa ou se tornou? Não sabemos essas respostas, então fica para o trabalho da nossa imaginação.
E aqui destaco a combinação perfeita entre Win Wenders e Kōji Yakusho. O diretor tem um olhar único sobre o seu personagem, e faz com que a gente se importe com ele. Wenders transforma cenas de vida que normalmente não olharíamos em algo realmente muito interessante. Quanto à Kōji Yakusho, ele é o responsável por esse personagem que diz pouco e que fica feliz com pouco. E são nessas expressões ao conversar com as outras pessoas que questionamos se aquilo é felicidade ou somente esse "contentamento" que Hirayama busca para o seu dia. Ele é de fato comum em sua superfície, mas
certamente esconde sentimentos muito difíceis e que provavelmente ele não sabe ou não quer mais lidar com eles (a visita da sua sobrinha e o encontro com a irmã deixam essa parte mais clara).
Gosto fácil de filmes assim, que conversam com nossos sentimentos e valorizam o cotidiano. E para mim, "Dias Perfeitos" foi, de fato, perfeito.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraSabe aquele filme confortável, fofo, que te tira de lugares ruins? Revendo "The Intern", percebi que esse era um desses filmes para mim. Ele é simples, com muitas cenas bobinhas, mas é feliz em suas mensagens. O tanto que me emocionei assistindo pela segunda vez foi algo que não esperava. É esse tipo de obra, sensível em sua essência, que consegue me fisgar facilmente.
Uma obra artística não precisa ser altamente conceituada para te tocar de alguma forma, ela só precisa ser genuína naquilo que quer dizer. E acredito que muitas pessoas esquecem dessa simplicidade ao assistir um filme como esse, talvez pela pressão de suas vidas, por questões pessoais e trajetórias mais complicadas... inúmeros motivos. Mas isso aqui foi feito para "renovar as esperanças". Pra mim, isso basta.
Zona de Interesse
3.6 578 Assista AgoraMacabro. Essa era a palavra que aparecia na minha mente a cada cena desse filme. Zona de Interesse aborda a própria banalização do mal, de como o sofrimento alheio é algo trivial e sem importância para aquelas "pessoas" (se é que podemos chama-los assim). A maldade é algo comum no dia de cada um deles, e nenhum se vê como responsável por aqueles gritos desesperados do outro lado do muro. Do mais novo, passando pelo adolescente até o adulto... todos eles são indiferentes. Para essa família, é como se nada estivesse acontecendo.
A direção do filme é igualmente assustadora. A câmera mais aberta traz os contrastes do roteiro: de um lado crianças felizes brincando em um jardim, enquanto que no outro crianças estão morrendo. O diretor Jonathan Glazer captura muito bem a perversidade daquele contexto, em alguns momentos de forma sútil e outros de forma mais expositiva.
Talvez o único ponto negativo é o ritmo, que me deixou um pouco incomodado. E além da direção, destaco como positivo o trabalho de som que foi um dos principais responsáveis pela construção da atmosfera densa do roteiro.
"Zona de Interesse" toca em um dos acontecimentos mais tristes da História da humanidade. Esse filme chega com uma reflexão importante sobre a criação e naturalização do mal na nossa sociedade, e isso serve para pensarmos sobre a situação atual da Palestina e de vários outros povos ao longo da História que infelizmente foram alvo dos projetos de extermínio daqueles que se consideravam superiores.
O Caso Figo: A Transferência que Mudou o Futebol
3.8 18Um dos casos de transferência mais emblemáticos da História do futebol - se não o mais. Não importa qual geração seja, em algum momento ouvimos ou vamos ouvir sobre essa caótica transferência de Figo para o Real Madrid, e esse documentário foi muito feliz em abordar as camadas mais densas por trás de uma decisão nada fácil.
As pessoas esquecem que futebol também é um negócio. E extremamente lucrativo. Figo não se sentia valorizado pelo pequeno barcelona, que tinha na época um enorme incompetente na presidência (algo comum para tal clube, felizmente). E assim, por mais difícil que tenha sido, ele foi para o rival. Como ele mesmo fala no documentário, é uma questão de reconhecimento. Ele não estava jogando por um salário baixo no barcelona, mas também não estava satisfeito. Então uma vez que o trabalho que ele fazia dentro de campo era tão bom e deu tanto ao time, qual o problema de pedir um aumento salarial?
Ninguém vive somente pelo "amor" que se tem por determinado ofício.
Quanto ao Florentino Pérez, ele entende esse lado "mercado" do futebol como ninguém, e ele possui, ainda hoje, uma visão única em termos de gerenciamento da "instituição" Real Madrid - não a toa sob sua gestão tivemos duas eras de "Galácticos", e atualmente caminhando para a construção de uma terceira. Ele se firmou como um grande Presidente do clube, e o documentário deixa bastante claro o tamanho do risco que ele tomou para si ao firmar o Figo como novo jogador do Real. Ele é tranquilo, mas de uma genialidade assustadora.
Senti falta de uma visão mais pessoal no documentário: qual o peso que todo aquele conflito causou na esposa e nos filhos do Figo, por exemplo. Na época, a torcida do barcelona hostilizou toda a família do jogador, e isso passa de todos os limites possíveis. Acredito realmente que eles teriam muito a acrescentar, mas provavelmente se desviaria do que o documentário queria mostrar.
O Refúgio
3.3 69 Assista AgoraUma obra que "engana" e surpreende, mas no bom sentido. Pensei que o roteiro tomaria outros caminhos ao longo de seu desenvolvimento, mas as escolhas foram mais seguras - isso para mostrar as escolhas nada seguras da família que acompanhamos.
É uma narrativa sobre a sociedade das aparências, e de como essas mentiras destroem as relações mais unidas.
Ficção Americana
3.8 362 Assista AgoraGenial. Esse filme expõe a enorme hipocrisia de quando pessoas brancas consomem algo de pessoas negras: elas querem ver um show de estereótipos (na linguagem, no comportamento), sofrimento e finais tristes... Tudo isso para depois dizerem "nós precisamos ouvir mais as vozes negras". Mas o sentimento não é real, é uma compensação falsa, uma necessidade de se sentir bem consigo mesmo e até mesmo tomar para si o protagonismo de um movimento.
É uma obra clara em sua mensagem: há muito mais do que dor e imagens prontas na história afro-americana, mas a indústria cultural não quer saber de finais felizes para pessoas negras pois, para o branco, isso não transmite "realidade". O protagonista entende muito bem essa dinâmica, critica toda essa estrutura e se aproveita dela. Está errado? Não sei, afinal é isso que o mercado quer. E ele precisa sobreviver, precisa pagar as contas.
E aqui adentramos no aspecto dramático do filme, que é muito bem feito. Toda a questão do Monk com sua família é bastante complexa, mas também há muitos momentos cômicos. É um humor inteligente, que sabe exatamente onde quer chegar, e não ultrapassa limites para não parecer algo forçado. No que diz respeito às atuações, Jeffrey Wright é um monstro sagrado! Ele traz essa presença meio melancólica, meio inconformado, mas muito resistente. E fiquei muito feliz em ver a linda e talentosa Issa Rae.
"Ficção Americana" levanta problemáticas enriquecedoras no que tange à forma como consumimos conteúdos produzidos por pessoas negras. Para além da critica aos estereótipos, o roteiro foi feliz em incomodar o branco salvador que se pensa fazendo um grande favor para a sociedade quando lê um "Pequeno manual antirracista" e assiste "Infiltrado na Klan" e já pensa "bom, fiz minha parte". Bom, a luta antirracista não acaba aí.
Flamin' Hot: O Sabor que Mudou a História
3.3 64 Assista AgoraGostei bastante dessa obra. Não conhecia a história, e temi que fosse um "Fome de Poder" (que é brilhante), mas na verdade é um filme mais leve, sensível e engraçado, ainda que não esqueça dos dramas de uma família latina vivendo nos eua.
Primeiramente, acho importante pontuar a imagem "se você fizer muito, você consegue" que é um tanto... problemática, afinal sabemos muito bem que a empresa lucrou muito mais do que o Montañez ganhou. Não há "empresas boazinhas e humanas". E nisso, reitero o que já comentaram: é bom entender que ele representa uma rara exceção. Nem todos que vieram do nada vão crescer dessa forma, ter ou conseguir criar alguma oportunidade: as vezes falta suporte (que Montañez encontrou em sua família e amigos), falta o incentivo no espaço de trabalho, sonhos que mudam, etc. Sim, Montañez conseguiu, e ficamos felizes quando isso acontece... mas infelizmente na maior parte das vezes a pessoa entra antes do expediente e faz hora extra e o único resultado é o enriquecimento do patrão. Justo? Não.
Dito isso, claramente a proposta do filme não é debater esses aspectos mais políticos e sociais do trabalho, e sim de dramatizar acontecimentos - com uma boa dose de um ótimo humor. Há momentos muito otimistas na história de Montañez que realmente pode nos renovar, e a relação dele com a Judy é maravilhosa. Também achei muito bonita a forma como a cultura mexicana foi celebrada.
No final fiquei com a percepção de que poderia ter mais vinte ou trinta minutos. Passou rápido. Mas me emocionei porque gostei bastante de tudo do Montañez. E me tornei o velho que ama e chora com finais felizes "bobos". hahahaha.
As Marvels
2.8 399 Assista AgoraA história é fraca, a vilã é ruim e a direção não me agradou. Há uns cortes bem bruscos em algumas cenas, uns enquadramentos que não ficaram legais e as coreografias de lutas também não empolgam absolutamente em nada. Os efeitos visuais estão ok. E as piadas são boas, consegui rir bastante com os gatos.
Entendo que é um filme leve e descompromissado, mas para uma sequência e considerando que é parte de um grande universo, deixou muito a desejar. Muito legal ver a participação da Monica, e a Kamala está mesmo muito fofa (e sim, curti bastante a série dela), mas a obra em si infelizmente não tem impacto.
Mas confesso que:
a cena pós crédito do Fera me deixou muito feliz. Realmente não fazia ideia do conteúdo dela, e fiquei muito surpreso. Espero de verdade que os X-Men e o Quarteto Fantástico deem um "up" no universo Marvel, pois tão precisando de histórias boas. (e também gostaria de um filme ou série dos Campeões ou Jovens Vingadores)
Os Rejeitados
4.0 316Personagens com personalidades completamente diferentes que, em meio a solidão, se encontram e se abraçam. Poderiam não estar com as famílias que eles queriam, mas estavam com as pessoas que precisavam estar naquele momento. As vezes, algumas companhias improváveis aparecem e nos ajudam a olhar com mais sensibilidade para nós mesmos, e a dinâmica entre esses três personagens funcionou de uma forma que todos eles descobriram pequenas coisas que precisam fazer para superar seus desafios. Eles nos ensinam, principalmente, a olhar com mais carinho para o outro e entender suas dores.
Paul Giamatti em mais uma grande atuação, e Da'Vine Joy Randolph mostra uma personalidade forte e criativa.
Ao final, senti que essa obra me passou uma sensação muito boa. A história não é nova, mas a maneira como a desenvolveram em tons certeiros de comédia e um drama muito preciso, juntado com uma construção sólida e realista de personagens, foi o suficiente para me conquistar.
O Homem dos Sonhos
3.5 131Essa obra conversa bastante com o fenômeno expositivo que ocorre nas redes sociais e como ocorre a chamada "cultura do cancelamento". Nicolas Cage está excelente, e a direção do filme é bastante criativa. Mesmo com alguns pontos previsíveis do roteiro, achei a história boa e conseguiu me deixar bem interessado.
How to Have Sex
3.7 110 Assista AgoraComo já comentaram, é um filme que diz muito principalmente na parte não verbal. Créditos aqui para um bom elenco (ótima atuação da Mia McKenna-Bruce) e de uma direção muito efetiva em capturar esses espaços mais vulneráveis e em passar uma mensagem de alerta sobre determinados comportamentos abusivos.
Gran Turismo: De Jogador a Corredor
3.6 172 Assista AgoraNão esperava nada e fui surpreendido. Apesar de alguns pontos da história e do seu ritmo terem ficado um pouco estranhas para mim, o roteiro tem alguns ótimos momentos (especialmente na relação do Jack com o Jann, que é bem construída) e a parte técnica é absurda de tão bem feita, com destaque para o trabalho de som e de efeitos visuais. E as cenas com as corridas foram muito intensas, extremamente bem feitas.
Saber que se baseia numa história real torna o filme ainda mais bacana. Vale muito a pena.
A Minha Versão do Amor
3.6 160 Assista Agora"E eu vou continuar falando, porque tenho medo que se eu parar, haverá uma pausa e você dirá 'está tarde, tenho que ir'. E não estou pronto para isso. Não quero que isso aconteça. Nunca."
Que filme belo e sensível. É verdade que podemos problematizar algumas coisas na relação, e especialmente por parte do nosso protagonista, mas ele é extremamente humano e, logo, falho. Suas imperfeições mais que evidentes o transformam em alguém que é possível se identificar. O objetivo não é mostrar algo ideal, mas uma versão da vida com suas alegrias e decepções.
Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer
2.9 927 Assista AgoraO pior de todos. Até o 3 tava muito bom, o 4 foi interessante, mas esse aqui... esquecível.
Saltburn
3.5 846Sinto que o roteiro não se desenvolveu tão bem, e tudo acabou ficando bastante previsível (especialmente o último ato). Algumas ideias como
o Oliver ter planejado tudo aquilo, e absolutamente tudo ter saído da maneira como ele queria, ou mesmo ninguém suspeitar dele nem por um segundo, me pareceram irreais e sinceramente não comprei.
Estava indo para um caminho interessante, de critica aos excessos e desejos dos mais ricos e o quão caricata a burguesia pode ser, trabalhando também o quão longe o sujeito chegaria pelo prazer de "ter" aquele mundo em suas mãos. Mas são pontos que se perdem da metade para o final, em meio a algumas cenas que cumprem o propósito de somente chocar (algumas de extremo mau gosto, por sinal).
Mas mesmo em meio a coisas nem tão boas, o Barry Keoghan brilha intensamente. Que ator fenomenal. A entrega dele em papeis que exigem mais facetas do personagem é completa, algo lindo de acompanhar. De longe, o melhor de toda obra.
É eficiente ao mostrar que pessoas ricas são miseráveis, mas peca em desenvolvimento e se entrega aos lugares comuns. Saltburn se perde no seu próprio labirinto.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 606 Assista AgoraQue filme incrível, senhoras e senhores! Scorcese, meu velhinho... o senhor fez de novo!
É uma história muito triste e baseada em acontecimentos reais. É interessante notar a forma como tudo é direcionado, pois também pode ser entendida como uma crítica na maneira como os mais poderosos e com mais voz ativa tratam os povos originários (e podemos até traçar uma relação com a maneira como os indígenas estão tendo seus direitos caçados no Brasil atual).
A realidade em que indígenas tem suas terras devastadas está bem próxima de nós, e como ainda hoje existe uma "elite" que os vê como selvagens e que portanto não acham que eles devem possuir direitos. Os fazendeiros exploram as riquezas desses povos como querem, não tão distantes da maneira como William Hale operava.
A duração não me incomodou. Se é para citar algo que achei um pouco negativo, talvez seja a maneira como a passagem de tempo foi tratado no roteiro. Particularmente, achei estranho pois não senti que foi bem demarcada - mas também não prejudicou a compreensão da obra.
Longa importante e que lança um olhar necessário para questões históricas de suma importância.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
3.7 342 Assista AgoraCurto muito toda a franquia (apesar de ainda não ter lido os livros) então fui com boas expectativas para ver esse novo filme. Achei bem interessante, pois abre muitos espaços para entender como se dá a conflituosa relação entre a Capital e os Distritos, e como o Snow começou a pensar o seu império. A cantoria não me incomodou, inclusive optei por não procurar nada da obra (no máximo vi o primeiro trailer) e fiquei bastante surpreso com esse elemento, que pra mim foi bem utilizado no roteiro e fez sentido com a personagem da Lucy Gray.
Em alguns momentos senti como se estivesse vendo vários filmes em um só, mas a divisão por capítulos ajudou bastante. A duração foi, para mim, um ponto negativo. Poderia ter menos tempo, e talvez a história fosse um pouco mais dinâmica. Mas de qualquer forma, é sim um bom filme. Destaque positivo para a Viola Davis, que é sempre fantástica.
Um Filho
3.3 74Não imaginava que esse filme era tão difícil. Ao final dele, me senti um pouco quebrado. Traz uma abordagem real sobre a depressão e os efeitos que ela tem não somente no indivíduo, mas em todos ao seu redor.
Destaco a incrível atuação do Hugh Jackman. Que cara fantástico e versátil em cena. Ele já provou que pode desempenhar qualquer papel em qualquer gênero, mas ainda me surpreende muito.
Acredito que algumas cenas
(em especial o final)
O Mundo Depois de Nós
3.2 880 Assista AgoraEsse filme fez com que eu pensasse muito sobre o quão eficiente é a campanha de publicidade da Netflix para qualquer obra sua, mesmo aquelas de gosto mais duvidoso. Optei por não ver o trailer e nem ler a sinopse. Vi apenas uns comentários soltos nas interwebs da vida (aquele famoso "burburinho") e fiquei curioso. Me arrependi? Não. Acho que poderia ser melhor, para mais de DUAS HORAS de filme? SIM!
É uma interpretação sobre a forma como as pessoas fogem da civilização, e são tão indiferentes ao convívio em sociedade. A personagem da Julia Roberts
já deixa claro o peso que é ter de suportar qualquer outro ser humano.
Quanto ao uso de Friends...
puro escapismo. A Rose só queria saber o que aconteceria no final da série. Ela estava se identificando com aqueles personagens, de fato se importando com eles. Poderia ser qualquer outra coisa, mas "Friends" que fazia a Rose feliz. Nas vezes que ela conversa com o irmão, fica claro o quanto ela se sente negligenciada por aquele mundo. Uma vez que a realidade é difícil, a ficção é a mão que ajuda. É a porta para milhares de possibilidades, mas principalmente pode fazer você se sentir bem.
"O Mundo Depois de Nós" é.. ok. Leva bem o suspense até pelo menos a metade, prepara a audiência para algo grandioso que... nunca acontece. Nunca vem. O roteiro parece uma eterna promessa, mas na verdade anda em círculos e, no fim, infelizmente não traz nada que outros filmes com a temática já não tenham feito melhor.
Besouro Azul
3.2 555 Assista AgoraÉ impressão minha ou o pessoal simplesmente não sabe mais se divertir? Beleza que Besouro Azul não é o filme mais interessante do ano, mas tá bem longe de ser esse negócio ruim que uma galera aí pontuou.
Efeitos visuais ok, elenco muito bom, história que faz seu feijão com arroz bem feito. O filme não inova em nada, na verdade ele surfa nos clichês... o que não é tão ruim. É uma obra que sabe de suas limitações, mas trabalha bem com aquilo à sua disposição.
O pessoal está esperando que cada filme de super-herói seja um novo grande acontecimento? Éhhh... não vai tá acontecendo. O gênero está claramente desgastado, poucas coisas conseguem se destacar de maneira positiva atualmente. Resta tentar ser menos exigente. Particularmente, foi o que fiz quando comecei a ver esse filme e a experiência foi muito boa.