No ritmo adequado, lentamente a trama vai se desenrolando e, como todo bom suspense, vai criando dúvidas na cabeça do espectador. "Afinal, quem são esses funcionários?" "A criança está falando a verdade ou mentindo?" "A mãe ficou louca ou é a única sã da casa?" Essas são algumas das interrogações que vão se criando à medida que a história nos apresenta as suas pequenas reviravoltas até o plot twist no final. No entanto, a grande surpresa no fim não seria tão impactante se não fosse a ótima construção do suspense durante a obra.
Por fim, destaco a excelente atuação de todo o elenco, incluindo os atores mirins, mas em especial a performance da Nicole Kidman, que é de tirar o chapéu!
Ótima trilha sonora e boa história. Somos apresentados a um novo Batman, mais jovem e com um maior toque de humor, enquanto o Coringa, por outro lado, está aqui em uma das versões mais sombrias já vistas em qualquer filme ou seriado (em particular, a cena envolvendo o Robin é aterrorizante, não à toa chegou a ser até retirada da versão original). Nada excepcional, mas um bom filme e uma boa diversão para quem é fã do velho Homem Morcego.
Se, em "Alien: O Oitavo Passageiro", praticamente todo o filme se passa em uma única nave e a tensão está muito mais naquilo que não vemos do que naquilo que é efetivamente mostrado (o xenomorfo, que era apenas um, aparece muito pouco), aqui temos mais ação e aliens, mas com o mesmo grau de suspense e terror que fizeram a obra original ter sido um clássico. Uma película muito bem feita e uma sequência à altura, talvez até melhor, do que foi o primeiro filme!
Um clássico! Misturando ficção científica e terror, consegue prender a atenção do espectador até o último instante e proporciona uma tensão constante desde o momento que o alien entra na nave até o final do filme. Ainda melhor de assistir depois de já ter visto "Prometheus", que é uma história anterior e quase como um "prólogo". Super recomendado.
Na cena em que a Melanie é atacada por pássaros, Hitchcock utilizou, de última hora, pássaros reais, ao invés de mecânicos como estava planejado, sem avisar a atriz, e com o ataque durando mais do que o esperado, deixando Tippi realmente apavorada e com ferimentos reais. Alguns da equipe, segundo relatos, até ficaram assustados e questionaram o diretor afirmando se "ele estava querendo matar a atriz". Alfred e Tippi supostamente tiveram problemas de convivência durante as gravações, em especial devido ao comportamento do diretor. Essa história é retratada no filme "The Girl".
Sinceramente, esperava bem mais. Compreendo que o foco do filme não é a guerra do Vietnã em si, mas os efeitos, físicos e psicológicos, do conflito nas pessoas e nas comunidades americanas, mas existem diversas maneiras de se fazer, em uma obra cinematográfica, esse tipo de abordagem e, em "O Franco Atirador", a impressão que dá é que o filme tem uma duração bem maior do que o necessário e que poderia ter sido sintetizado de uma maneira melhor.
As cenas da roleta russa, embora historicamente inverídicas (não há qualquer relato de vietcongues fazendo isso com prisioneiros americanos), são tensas e prendem a atenção do espectador e as atuações de De Niro e, sobretudo, Walken são ótimas. No entanto, o resto do filme é bem comum e arrastado. A mensagem de crítica à guerra e aos seus efeitos é válida e interessante, mas a execução não foi das melhores, apesar do filme ter sido bastante premiado na época.
Uma das coisas das quais eu não me perdoo é de não ter assistido esse filme completo de uma vez só, pois, ao invés disso, eu fui assistindo partes separadas sempre que ia passando na tv e nunca tive o interesse de completar, algo que apenas consegui fazer ontem à noite. Sendo assim, eu já sabia do plot twist, então não posso dizer que fui surpreendido no final e nem se o "grande segredo" é fácil de se prever ou não. No entanto, uma coisa é certeza para mim: este é um dos melhores trabalhos do Nolan, mesmo para os que já sabiam ou facilmente conseguiram desvendar o plot twist antes do final.
Já que apenas ficar fazendo elogios ao filme é "chover no molhado", vou procurar falar um pouco de alguns temas abordados na história...
Inicialmente, vale a pena ressaltar como o filme nos mostra o que a obsessão de alguém por alguma coisa pode levar a pessoa a fazer. Angier perdeu a esposa por um erro cometido por Borden, então passou a se tornar obcecado não apenas por superar o seu rival profissionalmente ou em se tornar o melhor mágico (até porque, de certa forma, ele consegue isso no final e ainda assim não se dá por satisfeito), mas por também destruir a vida do seu inimigo. Borden, por sua vez, é obcecado em ultrapassar os limites da mágica e se tornar o melhor de todos, mesmo que para isso tenha que sujar as mãos ou até enganar a própria família, vivendo uma vida dupla. Ambos têm as suas respectivas vidas arruinadas por suas obsessões e, no final, não dá para dizer que um saiu vitorioso sobre o outro. Mesmo Borden tendo terminando vivo e com a sua filha, ainda assim perdeu a esposa, o irmão e a viu sua carreira arruinada.
Outro ponto importante é o que trata das diferenças entre Angier e Borden. Nenhum dos dois é herói nessa história e ambos cometem atos extremamente deploráveis a fim de alcançar os seus respectivos objetivos, porém ao mesmo tempo que são muitos parecidos, também são muito diferentes. O primeiro sempre colocou Borden como sendo o culpado pela morte de sua esposa, além de ser o responsável por seus fracassos como mágico, então, em sua mente, suas ações, mesmo as mais imorais, eram justificáveis para arruinar o seu rival e fazê-lo pagar o preço por tudo que fez. O segundo, por outro lado, na verdade são duas pessoas em uma só, pois temos o Borden que todo mundo vê e o Fallon, que é, na verdade, o seu irmão gêmeo. O Borden mais calmo e que ama Sarah, aparentemente não foi o culpado pela morte da esposa de Angier e também estava disposto a esquecer essa rivalidade com o outro mágico, pois sabia que isso poderia levar a todos à ruína. O outro Borden, por outro lado, era mais agressivo e mais obcecado em ultrapassar os limites da mágica, tendo este se apaixonado por Olivia e aparentemente o responsável por ter arriscado um nó diferente e matado a esposa de Angier com o seu erro. Este último foi o que foi enforcado, enquanto o primeiro, que não tinha responsabilidade alguma pela tragédia na vida de Angier, foi o que terminou vivo no final. No entanto, ainda assim é difícil sentir empatia até mesmo por esse outro Borden, pois este, mesmo não tendo cometido todos esses atos horríveis, ainda assim deixou o irmão fazer tudo isso e enganou a própria família tanto quanto o outro.
Por isso, ambos não são heróis, mas sim vilões, que deixaram ser consumidos pelas suas próprias obsessões, mesmo sabendo que isso custaria as suas vidas.
Curiosidades:
Lord Caldlow não é um nome "falso" que o Angier utiliza para se disfarçar. Na verdade, Robert Angier é o nome que o Caldlow usa para se disfarçar de mágico e, no final, com a morte da sua identidade como mágico, ele volta a usar o seu nome original. Em sua conversa com a esposa no início do filme, ele fala para ela que usa um nome falso e que não queria manchar a imagem da família com suas aventuras como mágico. Além disso, em conversa com o Tesla, ele diz que "dinheiro não é problema" para ele. Sendo assim, essas pistas indicam que ele, de fato, era uma pessoa rica, oriundo de uma família nobre, que apenas usava um nome falso para poder fazer os seus truques de mágica.
Outro ponto importante é quando o sobrinho da Sarah fala depois do truque do pássaro: "e quanto ao irmão dele?". Neste instante, temos a maior pista, de forma despretensiosa, para o plot twist do filme. Aliás, esse truque do pássaro é a grande metáfora que sintetiza o filme, pois, assim como um pássaro tem de ser morto e o outro sobreviver para o truque ser concluído com sucesso, o "grande truque" tanto de Angier quanto de Borden também requeria que um morresse e outro vivesse, sendo, para o primeiro, um clone e, para o segundo, o seu irmão gêmeo ao final do filme.
E, por fim, a fala do Angier, antes de morrer, é espetacular e também sintetiza o filme. "O público não quer a verdade, mas quer deixar de prestar atenção em alguns detalhes para poder ser enganado no final. Se há a ilusão, há a possibilidade de haver algo além neste mundo, algo mágico". O filme dá inúmeras pistas sobre a real identidade do Fallon e sobre a possibilidade do Borden ter um irmão gêmeo, mas o espectador, em meio a tantas reviravoltas, detalhes e informações, pode deixar passar tudo isso e ser surpreendido no final, mesmo que a resposta para tudo seja mais simples e óbvia do que o imaginado.
Um filme muito bom e que ainda irei demorar muito tempo para digerir.
Bom filme. Nada espetacular, mas prende a atenção do começo ao fim, transitando entre o drama e a comédia em algumas situações. Al Pacino, como sempre, excelente.
Na minha humilde opinião, não está dentre os melhores trabalhos do PTA, mas ainda assim é um bom filme e vale a pena assistir.
Embora já soubesse de antemão que a história iria se passar no mundo pornográfico dos anos 70 e 80, confesso que a primeira parte do filme me deixou um pouco desconfortável durante diversas cenas, em especial as que retratavam a produção dos filmes. No entanto, talvez essa fosse a intenção do diretor, isto é, a de gerar um pouco de repulsa por esse ambiente da pornografia, que muitas vezes é glamourizado e mal entendido, mas que, na verdade, é apenas um grande vazio com sexo e drogas e envolvendo pessoas com sérios problemas pessoais.
O ponto alto desta obra acredito que tenha sido na parte final, em uma transição sutil da comédia ao drama, quando as mudanças na indústria pornográfica acabam por afetar os personagens envolvidos, a separá-los e a transformar o clima de festa e "farra" em melancolia.
Dentre as atuações, destaco aqui Burt Reynolds, que está impecável no papel do diretor de filmes pornô Jack Horner, que inicia como um "sonhador" ou visionário, procurando transformar as suas películas em não somente nudez e sexo, porém também em arte e produções de qualidade verdadeira, mas que acaba, em dado momento e à contragosto, tendo que se render às mudanças no seu meio. Uma curiosidade é que Reynolds recusou diversas vezes o papel e afirmou, em entrevista, que se sentiu extremamente desconfortável durante a produção, tendo chegado até a demitir o seu agente depois do término das filmagens. No entanto, isso não impactou negativamente em nada a sua atuação, que merece aplausos.
Ao longo de toda a minha "bagagem cinéfila", que ainda é pequena se comparada a de muitos usuários deste site, já me deparei com filmes cuja minha opinião sobre eles mudaram no decorrer do tempo, à medida que eu ia reassistindo. Alguns pioravam depois de perder o encanto inicial, outros melhoravam depois de eu compreender alguns detalhes escondidos ou mesmo a partir de um amadurecimento natural deste caro espectador que vos fala. Ao meu ver, e ainda mais se tratando de uma obra de mais de 3h de duração, terei de rever "Apocalypse Now" ainda algumas outras vezes no futuro para conseguir formular uma análise melhor, pois, de fato, não é um filme qualquer. A minha impressão inicial? Um filme brilhante nos aspectos técnicos, nas atuações e na "moral da história", mas que peca um pouco na execução, tornando-o, em algumas oportunidades, demasiado "arrastado".
Sendo assim, vou ater o meu comentário àquilo que acredito ter sido a intenção dos criadores dessa história aos espectadores, que é a crítica à Guerra do Vietnã inserida no filme. De forma resumida, esta obra nos mostra, de maneira brutal, como esse conflito foi desnecessário e "vazio", e, para isso, é utilizada como "metáfora" a própria missão na qual o Capitão Willard está inserido. No entanto, não é a missão em si que vai nos mostrar isso, mas todo o caminho percorrido pelo capitão até chegar ao seu local de destino, e não à toa a maior parte do filme se passa com os personagens tentando chegar ao encontro do Coronel Kurtz e não no lugar do encontro propriamente dito.
Afinal, que missão é essa que quer "eliminar" o Coronel em plena guerra? Qual o seu objetivo, qual o seu propósito? Se é porque ele usa métodos não ortodoxos, o mesmo poderia ser aplicado ao Coronel Kilgore. Se é porque ele matou supostos inocentes, o mesmo poderia ser aplicado a tantos outros soldados durante o conflito, inclusive alguns companheiros do Willard durante a missão. Se é porque ele ficou louco, bem, então não iria sobrar praticamente ninguém impune no exército, pois a maioria dos soldados já estava perdendo a sanidade. Então, novamente fica a pergunta: qual o propósito dessa missão? E a resposta é simples: não há, assim como também não havia propósito naquela guerra em particular, ou, ao menos, da participação americana naquele conflito.
Quanto a esse último aspecto, a cena na fazenda francesa é bem direta, durante a fala do dono da fazenda: "So when you ask me why we want to stay here, Captain, we want to stay here because it's ours, it belongs to us. It keeps our family together. We fight for that! While you Americans, you are fighting for the biggest nothing in history". Ou seja, os vietnamitas obviamente tinha muitos motivos para estar na guerra, até os franceses também, mas os americanos... por que estavam lá afinal?
Uma missão sem sentido, uma guerra sem sentido, e tudo isto neste filme que, gostando ou não do ritmo, ainda é muito necessário para entender o passado e o presente.
Outro ponto importante que é fundamental acrescentar é o processo de "desumanização" pelo qual o Capitão Willard passa ao longo do seu trajeto no rio. Durante a sua estadia naquela fazenda francesa, uma mulher lhe diz que "é impossível entrar no mesmo rio duas vezes", e a história do capitão mostra isso de maneira exemplar, pois o homem que encerra a missão não é, nem de longe, o mesmo que a iniciou, pois é impossível se manter o mesmo depois de passar por todo o "inferno" que teve de presenciar.
Havia assistido primeiro o remake, mas agora, após ter visto o original, posso afirmar com tranquilidade que este é melhor. Primeiro por ter o Clint Eastwood e, segundo, pelas personagens serem desenvolvidas de uma forma muito melhor.
O conflito entre os envolvidos na trama é o ponto forte do filme. De um lado, um capitão ardiloso e galanteador que, se dependesse dele, traçava até a vaquinha da casa. Do outro, mulheres, como se diz popularmente, com "fogo entre as pernas" e, movidas pelo ciume entre elas próprias e pelo desejo, também capazes de manipular.
Uma história que prende a atenção do espectador e que caminha entre o romance, o suspense e ao final já mais se parece um filme de terror. Recomendo.
Demorei muito para assistir a esse filme e confesso que gostei bastante. No entanto, sou bem "suspeito" para falar algo de algum filme dos irmãos Coen, já que sou um grande fã do trabalho deles e do seu estilo, então obviamente os elogios que darei a esta obra também podem ser reproduzidos a outras produções suas. Para quem curte, está tudo aqui e é um prato cheio: o humor negro, os diálogos "esquisitos", as personagens excêntricas e uma história que você nunca tem a mínima ideia de como vai terminar.
Em "O Grande Lebowski", em particular, agradou-me muito a maneira como a personagem principal, "The Dude", é levada às situações mais incomuns, estranhas e peculiares possíveis e nunca parece ter a noção exata do que está ocorrendo ao seu redor. De uma certa maneira, o mesmo ocorre com o espectador do filme, pois presenciamos toda essa história maluca e, ao chegarmos ao final do filme, não dá para ter muita noção exata do que realmente aconteceu, de como tudo começou e do papel de algumas personagens em toda essa trama. Ao término, apenas aceitamos com uma esquisita naturalidade tudo o que aconteceu e seguimos nossas vidas.
Esse filme foi uma grata surpresa. Diferentemente daquela aberração feita em 2016 e de vários outros filmes da DC, aqui temos uma história que prende a atenção do espectador e personagens interessantes que apresentam uma boa conexão entre si.
Não espere nada muito sério ou complexo aqui, até porque o propósito do filme não é esse. O Esquadrão Suicida, nos quadrinhos, é justamente sobre vilões perturbados em missões "bizarras", e este filme consegue capturar perfeitamente essa essência.
Não tenta ser "obscuro" como outros filmes da DC, mas também não copia aquele formato enlatado da Marvel. É um filme com uma identidade própria e feito para a pessoa se divertir.
Sem dúvida, Denis Villeneuve foi uma das melhores coisas que aconteceram em Hollywood nos últimos anos. E isso ficou mais uma vez evidente em Duna.
Para quem assistiu (ou, no meu caso, tentou assistir) o filme original, sabe que a representação dos personagens era bem tosca e a história era apresentada sem um maior aprofundamento.
Neste remake, por outro lado, é possível acompanhar não somente personagens retratados de maneira mais fiel ao livro, mas também uma história que se desenrola sem atropelos e acompanhada por uma direção impecável, que promove uma "imersão" no mundo retratado.
E, claro, ajuda muito o fato deste ser o primeiro de dois filmes, isto é, tudo não precisa ser obrigatoriamente apresentado em um filme, como ocorreu no original. Ansioso pela continuação.
Após pesquisar um pouco mais sobre o filme e ler alguns ótimos comentários tanto por aqui quanto em outros sites, gostaria de compartilhar algumas outras observações sobre o filme:
Em primeiro lugar, a "ironia" de toda a história: o detetive K, que era o replicante, foi o que acabou tendo, com toda as aventuras da história em que ele se inseriu, uma vida de verdade, enquanto a sua irmã "original" e humana apenas teve uma vida completamente reproduzida dentro de uma bolha. Sendo assim, não importaria a sua origem, e se você é um replicante ou um humano de verdade, mas seria o que você, de fato, vive que define a sua vida.
Em segundo lugar, quando os outros replicantes se encontram com o Joe e a "líder" deles diz: "achava que era você no sonho? Também achávamos isso de nós mesmos" ou algo parecido com isso. Neste momento, fica subentendido que a Dra Stelline ou outra pessoa colocou partes de suas memórias em outros replicantes, embora a própria Stelline tenha dito que preferia colocar memória positivas. Essa parte, porém, é mera especulação, mas fica sem uma explicação no filme ou simplesmente preferiam deixar, dessa forma, "em aberto".
Em terceiro lugar, a Joi não tem alma, não é humana e é completamente falsa. Sim, ela, como se sabe ao assistir o filme, é apenas parte de uma programação e feita para ser a amante e companheira sexual da pessoa que tem o programa em mãos. K utiliza a Joi meramente para se sentir especial, tanto que é ela a primeira a incentivar o detetive na ideia de que é ele, de fato, o menino do sonho. No entanto, no momento em que a Joi some para sempre e o K descobre a verdade sobre o verdadeiro filho do Deckard, ele percebe que não é, de fato, especial, o que é um pouco triste em toda a história.
Sendo assim, em resumo, "Blade Runner 2049" é um filme sobre sonhos e ilusões. K queria, desesperadamente, ser especial e Joi o tentava convencer constantemente disso, até o fazer pensar, por causa do sonho, de que ele era, de fato, humano. No entanto, quanto toda essa ilusão se desfaz e ele descobre a verdade sobre suas origens, ele, mesmo assim, decide continuar em sua jornada para ajudar Deckard, mesmo já sabendo que ele não era o verdadeiro filho do ex detetive. Sendo assim, ele toma a decisão mais humana possível e sacrifica a sua própria vida somente para fazer Deckard reencontrar sua filha. Ninguém deu a ele a sua identidade - apenas ele mesmo - e o seu sacríficio o fez se tornar tão especial e humano quanto ele imaginava e desejava no início da história.
Um clássico dos filmes de comédia, sendo daquelas comédias do tipo "quanto mais retardado, melhor", fornecendo ótimas risadas como muitos filmes do gênero atualmente não conseguem!
Geralmente, eu não costumo gostar de filmes cujo desenrolar é lento, da mesma maneira que alguns outros comentaram anteriormente, como ocorre neste aqui, mas, por diversos motivos, eu diria que Blade Runner e os outros filmes que assisti do Villeneuve (em especial A Chegada) são uma exceção nesse quesito, pois conseguem garantir uma intensidade e captar a atenção do espectador apesar do ritmo em que a história ocorre, além, evidentemente, da fotografia e trilha sonora absurdas, que, por si só, já garantiram uma ótima experiência.
No entanto, o que eu diria que é ponto alto do filme é o enredo extremamente bem elaborado. A saga do policial Joe (Ryan Gosling) em desvendar o caso ao qual foi designado e também para descobrir o seu próprio papel e lugar em um mundo de 2049 é bem construída, além, evidentemente, de nos surpreender, como ocorreu no final do filme e com a revelação que muda a forma como enxergamos a própria história retratada.
Essa revelação, evidentemente, é a de que é a Dr. Stelline, e não o protagonista Joe, que era a criança deixada por Deckard no passado e, dessa forma, filha do ex detetive e a grande esperança para mudar toda a sociedade. Foi uma grande cartada dos roteiristas colocar como a grande esperança para destruir as corporações Wallace exatamente aquela que fabricava as memórias cuja maior finalidade era exatamente aprimorar os produtos dessa mesma empresa e aumentar seu domínio na sociedade.
Além disso, somente essa revelação fornece um novo rumo à história e ao protagonista Joe, que, ao perceber que não será ele o "escolhido" para mudar o mundo como filho de Deckard, decide dar a sua contribuição ao se sacrificar pelo ex detetive e garantir o encontro entre o mesmo e sua filha. Sendo assim, não a sua vida, mas o seu sacrifício, ajudaram a mudar a história e torná-lo especial. E isso por que nem mencionei a cena em que Joe e Stelline se encontram pela primeira vez - quando ambos ainda não sabiam os seus reais e respectivos papéis em toda essa história, que, dessa forma, ganha uma outra dimensão ao assistirmos a mesma uma outra vez.
Dessa maneira, Blade Runner é um grande filme, com uma excelente visual e uma história extremamente bem elaborada! É sempre prazeroso ver um sci-fi bem elaborado, à exemplo dos clássicos do passado, e nesta obra de Villeneuve, temos um ótimo exemplar! Super recomendado!
Filme agradável de se assistir. Mistura comédia e com algumas pitadas de romance e drama adolescente. Evan Rachel Wood, apesar de ainda muito jovem neste filme, tem uma boa atuação.
É interessante que muitas cinebiografias geralmente retratam pessoas que se consagraram em suas respectivas profissões ou tiveram grandes sucessos, mas, neste caso em particular, ocorre exatamente o contrário, pois Ed Wood foi um diretor considerado pela crítica como péssimo, com filmes toscos e sem ter chegado sequer perto de ter obtido algum sucesso na carreira. Pois bem, este filme trata de procurar ir além do que os filmes do diretor poderiam deixar a entender e também mostrar um diretor que, apesar da qualidade ruim de suas produções, era uma pessoa que conhecia muito de cinema e tinha grandes sonhos e perseverança, pois sempre acreditava que, em algum momento, os seus filmes iriam ser reconhecidos (o que, de certa forma, realmente aconteceu).
Outro ponto alto do filme foi Martin Landau interpretando o lendário ator Bela Lugosi. Representando um Lugosi velho, deprimido e rejeitado por Hollywood - mas não menos talentoso, Landau entrega a atuação de sua carreira (e que lhe rendeu um Oscar) e cuja máxima definição do que a sua personagem passava naquele momento encontrou-se na fala durante uma das cenas filmadas por Ed Wood: "casa? Eu não tenho casa! Caçado! Desprezado! Vivendo como um animal! A selva é a minha casa!", na qual percebia-se que Lugosi falava não somente da sua personagem no filme, mas dele próprio, o que o fez interpretar com ainda mais emoção.
Um interessante filme para entender melhor como funcionavam (e, de certa forma, como ainda funcionam) muitos programas na televisão, que "vendem" algo real, mas que não passam de uma mera ilusão. Chacrinha já dizia que, "na televisão, nada se cria, tudo se copia", e este filme me faz pensar que, além de copiar, a televisão fantasia muito também!
No mais, destaque para a atuação do John Turturro, que foi indicado ao Globo de Ouro por este papel e, em minha opinião, também deveria ter sido indicado ao Oscar.
É interessante como a dupla de velhos e o menino, que pareciam ser completamente diferentes no começo, vão se conhecendo melhor ao longo do filme e estabelecendo uma relação de amizade muito agradável de se acompanhar, como se já se conhecessem durante a vida inteira e fossem amigos há muito tempo! A interação entre esse trio é o que carrega o filme, embora também destaque as histórias do tio Garth e as lições (como no título) de moral e de vida que também são muito bonitas.
Por fim, a frase que eu diria que marca o filme e que levarei como uma verdadeira grande lição é essa aqui, que é contada pelo Tio Hub quando o Walter pergunta se as histórias são realmente verdadeiras: "as coisas que não são verdadeiras talvez sejam aquelas que os homens tem que acreditar mais. As pessoas são, em geral, boas. Honra, coragem e virtude significam tudo, enquanto poder e dinheiro não significam nada. O bem sempre triunfa contra o mal. E o verdadeiro amor nunca morre. Lembre disso, garoto. Não importa se é verdade ou não. Um homem deve acreditar nessas coisas, pois essas são coisas nas quais vale a pena acreditar".
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraSuspense/terror da melhor qualidade!
No ritmo adequado, lentamente a trama vai se desenrolando e, como todo bom suspense, vai criando dúvidas na cabeça do espectador. "Afinal, quem são esses funcionários?" "A criança está falando a verdade ou mentindo?" "A mãe ficou louca ou é a única sã da casa?" Essas são algumas das interrogações que vão se criando à medida que a história nos apresenta as suas pequenas reviravoltas até o plot twist no final. No entanto, a grande surpresa no fim não seria tão impactante se não fosse a ótima construção do suspense durante a obra.
Por fim, destaco a excelente atuação de todo o elenco, incluindo os atores mirins, mas em especial a performance da Nicole Kidman, que é de tirar o chapéu!
Filme super recomendado.
Batman do Futuro - O Retorno do Coringa
3.5 79 Assista AgoraÓtima trilha sonora e boa história. Somos apresentados a um novo Batman, mais jovem e com um maior toque de humor, enquanto o Coringa, por outro lado, está aqui em uma das versões mais sombrias já vistas em qualquer filme ou seriado (em particular, a cena envolvendo o Robin é aterrorizante, não à toa chegou a ser até retirada da versão original). Nada excepcional, mas um bom filme e uma boa diversão para quem é fã do velho Homem Morcego.
Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraSe, em "Alien: O Oitavo Passageiro", praticamente todo o filme se passa em uma única nave e a tensão está muito mais naquilo que não vemos do que naquilo que é efetivamente mostrado (o xenomorfo, que era apenas um, aparece muito pouco), aqui temos mais ação e aliens, mas com o mesmo grau de suspense e terror que fizeram a obra original ter sido um clássico. Uma película muito bem feita e uma sequência à altura, talvez até melhor, do que foi o primeiro filme!
Alien: O Oitavo Passageiro
4.1 1,3K Assista AgoraUm clássico! Misturando ficção científica e terror, consegue prender a atenção do espectador até o último instante e proporciona uma tensão constante desde o momento que o alien entra na nave até o final do filme. Ainda melhor de assistir depois de já ter visto "Prometheus", que é uma história anterior e quase como um "prólogo". Super recomendado.
Os Pássaros
3.9 1,1KExcelente suspense e Tippi Hedren é simplesmente um colírio aos olhos de tanta beleza!
Na cena em que a Melanie é atacada por pássaros, Hitchcock utilizou, de última hora, pássaros reais, ao invés de mecânicos como estava planejado, sem avisar a atriz, e com o ataque durando mais do que o esperado, deixando Tippi realmente apavorada e com ferimentos reais. Alguns da equipe, segundo relatos, até ficaram assustados e questionaram o diretor afirmando se "ele estava querendo matar a atriz". Alfred e Tippi supostamente tiveram problemas de convivência durante as gravações, em especial devido ao comportamento do diretor. Essa história é retratada no filme "The Girl".
O Franco Atirador
4.0 357 Assista AgoraSinceramente, esperava bem mais. Compreendo que o foco do filme não é a guerra do Vietnã em si, mas os efeitos, físicos e psicológicos, do conflito nas pessoas e nas comunidades americanas, mas existem diversas maneiras de se fazer, em uma obra cinematográfica, esse tipo de abordagem e, em "O Franco Atirador", a impressão que dá é que o filme tem uma duração bem maior do que o necessário e que poderia ter sido sintetizado de uma maneira melhor.
As cenas da roleta russa, embora historicamente inverídicas (não há qualquer relato de vietcongues fazendo isso com prisioneiros americanos), são tensas e prendem a atenção do espectador e as atuações de De Niro e, sobretudo, Walken são ótimas. No entanto, o resto do filme é bem comum e arrastado. A mensagem de crítica à guerra e aos seus efeitos é válida e interessante, mas a execução não foi das melhores, apesar do filme ter sido bastante premiado na época.
O Grande Truque
4.2 2,0K Assista AgoraUma das coisas das quais eu não me perdoo é de não ter assistido esse filme completo de uma vez só, pois, ao invés disso, eu fui assistindo partes separadas sempre que ia passando na tv e nunca tive o interesse de completar, algo que apenas consegui fazer ontem à noite. Sendo assim, eu já sabia do plot twist, então não posso dizer que fui surpreendido no final e nem se o "grande segredo" é fácil de se prever ou não. No entanto, uma coisa é certeza para mim: este é um dos melhores trabalhos do Nolan, mesmo para os que já sabiam ou facilmente conseguiram desvendar o plot twist antes do final.
Já que apenas ficar fazendo elogios ao filme é "chover no molhado", vou procurar falar um pouco de alguns temas abordados na história...
Inicialmente, vale a pena ressaltar como o filme nos mostra o que a obsessão de alguém por alguma coisa pode levar a pessoa a fazer. Angier perdeu a esposa por um erro cometido por Borden, então passou a se tornar obcecado não apenas por superar o seu rival profissionalmente ou em se tornar o melhor mágico (até porque, de certa forma, ele consegue isso no final e ainda assim não se dá por satisfeito), mas por também destruir a vida do seu inimigo. Borden, por sua vez, é obcecado em ultrapassar os limites da mágica e se tornar o melhor de todos, mesmo que para isso tenha que sujar as mãos ou até enganar a própria família, vivendo uma vida dupla. Ambos têm as suas respectivas vidas arruinadas por suas obsessões e, no final, não dá para dizer que um saiu vitorioso sobre o outro. Mesmo Borden tendo terminando vivo e com a sua filha, ainda assim perdeu a esposa, o irmão e a viu sua carreira arruinada.
Outro ponto importante é o que trata das diferenças entre Angier e Borden. Nenhum dos dois é herói nessa história e ambos cometem atos extremamente deploráveis a fim de alcançar os seus respectivos objetivos, porém ao mesmo tempo que são muitos parecidos, também são muito diferentes. O primeiro sempre colocou Borden como sendo o culpado pela morte de sua esposa, além de ser o responsável por seus fracassos como mágico, então, em sua mente, suas ações, mesmo as mais imorais, eram justificáveis para arruinar o seu rival e fazê-lo pagar o preço por tudo que fez. O segundo, por outro lado, na verdade são duas pessoas em uma só, pois temos o Borden que todo mundo vê e o Fallon, que é, na verdade, o seu irmão gêmeo. O Borden mais calmo e que ama Sarah, aparentemente não foi o culpado pela morte da esposa de Angier e também estava disposto a esquecer essa rivalidade com o outro mágico, pois sabia que isso poderia levar a todos à ruína. O outro Borden, por outro lado, era mais agressivo e mais obcecado em ultrapassar os limites da mágica, tendo este se apaixonado por Olivia e aparentemente o responsável por ter arriscado um nó diferente e matado a esposa de Angier com o seu erro. Este último foi o que foi enforcado, enquanto o primeiro, que não tinha responsabilidade alguma pela tragédia na vida de Angier, foi o que terminou vivo no final. No entanto, ainda assim é difícil sentir empatia até mesmo por esse outro Borden, pois este, mesmo não tendo cometido todos esses atos horríveis, ainda assim deixou o irmão fazer tudo isso e enganou a própria família tanto quanto o outro.
Por isso, ambos não são heróis, mas sim vilões, que deixaram ser consumidos pelas suas próprias obsessões, mesmo sabendo que isso custaria as suas vidas.
Curiosidades:
Lord Caldlow não é um nome "falso" que o Angier utiliza para se disfarçar. Na verdade, Robert Angier é o nome que o Caldlow usa para se disfarçar de mágico e, no final, com a morte da sua identidade como mágico, ele volta a usar o seu nome original. Em sua conversa com a esposa no início do filme, ele fala para ela que usa um nome falso e que não queria manchar a imagem da família com suas aventuras como mágico. Além disso, em conversa com o Tesla, ele diz que "dinheiro não é problema" para ele. Sendo assim, essas pistas indicam que ele, de fato, era uma pessoa rica, oriundo de uma família nobre, que apenas usava um nome falso para poder fazer os seus truques de mágica.
Outro ponto importante é quando o sobrinho da Sarah fala depois do truque do pássaro: "e quanto ao irmão dele?". Neste instante, temos a maior pista, de forma despretensiosa, para o plot twist do filme. Aliás, esse truque do pássaro é a grande metáfora que sintetiza o filme, pois, assim como um pássaro tem de ser morto e o outro sobreviver para o truque ser concluído com sucesso, o "grande truque" tanto de Angier quanto de Borden também requeria que um morresse e outro vivesse, sendo, para o primeiro, um clone e, para o segundo, o seu irmão gêmeo ao final do filme.
E, por fim, a fala do Angier, antes de morrer, é espetacular e também sintetiza o filme. "O público não quer a verdade, mas quer deixar de prestar atenção em alguns detalhes para poder ser enganado no final. Se há a ilusão, há a possibilidade de haver algo além neste mundo, algo mágico". O filme dá inúmeras pistas sobre a real identidade do Fallon e sobre a possibilidade do Borden ter um irmão gêmeo, mas o espectador, em meio a tantas reviravoltas, detalhes e informações, pode deixar passar tudo isso e ser surpreendido no final, mesmo que a resposta para tudo seja mais simples e óbvia do que o imaginado.
Um filme muito bom e que ainda irei demorar muito tempo para digerir.
Um Dia de Cão
4.2 734 Assista AgoraBom filme. Nada espetacular, mas prende a atenção do começo ao fim, transitando entre o drama e a comédia em algumas situações. Al Pacino, como sempre, excelente.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraNa minha humilde opinião, não está dentre os melhores trabalhos do PTA, mas ainda assim é um bom filme e vale a pena assistir.
Embora já soubesse de antemão que a história iria se passar no mundo pornográfico dos anos 70 e 80, confesso que a primeira parte do filme me deixou um pouco desconfortável durante diversas cenas, em especial as que retratavam a produção dos filmes. No entanto, talvez essa fosse a intenção do diretor, isto é, a de gerar um pouco de repulsa por esse ambiente da pornografia, que muitas vezes é glamourizado e mal entendido, mas que, na verdade, é apenas um grande vazio com sexo e drogas e envolvendo pessoas com sérios problemas pessoais.
O ponto alto desta obra acredito que tenha sido na parte final, em uma transição sutil da comédia ao drama, quando as mudanças na indústria pornográfica acabam por afetar os personagens envolvidos, a separá-los e a transformar o clima de festa e "farra" em melancolia.
Dentre as atuações, destaco aqui Burt Reynolds, que está impecável no papel do diretor de filmes pornô Jack Horner, que inicia como um "sonhador" ou visionário, procurando transformar as suas películas em não somente nudez e sexo, porém também em arte e produções de qualidade verdadeira, mas que acaba, em dado momento e à contragosto, tendo que se render às mudanças no seu meio. Uma curiosidade é que Reynolds recusou diversas vezes o papel e afirmou, em entrevista, que se sentiu extremamente desconfortável durante a produção, tendo chegado até a demitir o seu agente depois do término das filmagens. No entanto, isso não impactou negativamente em nada a sua atuação, que merece aplausos.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraAo longo de toda a minha "bagagem cinéfila", que ainda é pequena se comparada a de muitos usuários deste site, já me deparei com filmes cuja minha opinião sobre eles mudaram no decorrer do tempo, à medida que eu ia reassistindo. Alguns pioravam depois de perder o encanto inicial, outros melhoravam depois de eu compreender alguns detalhes escondidos ou mesmo a partir de um amadurecimento natural deste caro espectador que vos fala. Ao meu ver, e ainda mais se tratando de uma obra de mais de 3h de duração, terei de rever "Apocalypse Now" ainda algumas outras vezes no futuro para conseguir formular uma análise melhor, pois, de fato, não é um filme qualquer. A minha impressão inicial? Um filme brilhante nos aspectos técnicos, nas atuações e na "moral da história", mas que peca um pouco na execução, tornando-o, em algumas oportunidades, demasiado "arrastado".
Sendo assim, vou ater o meu comentário àquilo que acredito ter sido a intenção dos criadores dessa história aos espectadores, que é a crítica à Guerra do Vietnã inserida no filme. De forma resumida, esta obra nos mostra, de maneira brutal, como esse conflito foi desnecessário e "vazio", e, para isso, é utilizada como "metáfora" a própria missão na qual o Capitão Willard está inserido. No entanto, não é a missão em si que vai nos mostrar isso, mas todo o caminho percorrido pelo capitão até chegar ao seu local de destino, e não à toa a maior parte do filme se passa com os personagens tentando chegar ao encontro do Coronel Kurtz e não no lugar do encontro propriamente dito.
Afinal, que missão é essa que quer "eliminar" o Coronel em plena guerra? Qual o seu objetivo, qual o seu propósito? Se é porque ele usa métodos não ortodoxos, o mesmo poderia ser aplicado ao Coronel Kilgore. Se é porque ele matou supostos inocentes, o mesmo poderia ser aplicado a tantos outros soldados durante o conflito, inclusive alguns companheiros do Willard durante a missão. Se é porque ele ficou louco, bem, então não iria sobrar praticamente ninguém impune no exército, pois a maioria dos soldados já estava perdendo a sanidade. Então, novamente fica a pergunta: qual o propósito dessa missão? E a resposta é simples: não há, assim como também não havia propósito naquela guerra em particular, ou, ao menos, da participação americana naquele conflito.
Quanto a esse último aspecto, a cena na fazenda francesa é bem direta, durante a fala do dono da fazenda: "So when you ask me why we want to stay here, Captain, we want to stay here because it's ours, it belongs to us. It keeps our family together. We fight for that! While you Americans, you are fighting for the biggest nothing in history". Ou seja, os vietnamitas obviamente tinha muitos motivos para estar na guerra, até os franceses também, mas os americanos... por que estavam lá afinal?
Uma missão sem sentido, uma guerra sem sentido, e tudo isto neste filme que, gostando ou não do ritmo, ainda é muito necessário para entender o passado e o presente.
Outro ponto importante que é fundamental acrescentar é o processo de "desumanização" pelo qual o Capitão Willard passa ao longo do seu trajeto no rio. Durante a sua estadia naquela fazenda francesa, uma mulher lhe diz que "é impossível entrar no mesmo rio duas vezes", e a história do capitão mostra isso de maneira exemplar, pois o homem que encerra a missão não é, nem de longe, o mesmo que a iniciou, pois é impossível se manter o mesmo depois de passar por todo o "inferno" que teve de presenciar.
O Estranho Que Nós Amamos
3.9 132 Assista AgoraHavia assistido primeiro o remake, mas agora, após ter visto o original, posso afirmar com tranquilidade que este é melhor. Primeiro por ter o Clint Eastwood e, segundo, pelas personagens serem desenvolvidas de uma forma muito melhor.
O conflito entre os envolvidos na trama é o ponto forte do filme. De um lado, um capitão ardiloso e galanteador que, se dependesse dele, traçava até a vaquinha da casa. Do outro, mulheres, como se diz popularmente, com "fogo entre as pernas" e, movidas pelo ciume entre elas próprias e pelo desejo, também capazes de manipular.
Uma história que prende a atenção do espectador e que caminha entre o romance, o suspense e ao final já mais se parece um filme de terror. Recomendo.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraDemorei muito para assistir a esse filme e confesso que gostei bastante. No entanto, sou bem "suspeito" para falar algo de algum filme dos irmãos Coen, já que sou um grande fã do trabalho deles e do seu estilo, então obviamente os elogios que darei a esta obra também podem ser reproduzidos a outras produções suas. Para quem curte, está tudo aqui e é um prato cheio: o humor negro, os diálogos "esquisitos", as personagens excêntricas e uma história que você nunca tem a mínima ideia de como vai terminar.
Em "O Grande Lebowski", em particular, agradou-me muito a maneira como a personagem principal, "The Dude", é levada às situações mais incomuns, estranhas e peculiares possíveis e nunca parece ter a noção exata do que está ocorrendo ao seu redor. De uma certa maneira, o mesmo ocorre com o espectador do filme, pois presenciamos toda essa história maluca e, ao chegarmos ao final do filme, não dá para ter muita noção exata do que realmente aconteceu, de como tudo começou e do papel de algumas personagens em toda essa trama. Ao término, apenas aceitamos com uma esquisita naturalidade tudo o que aconteceu e seguimos nossas vidas.
Evolução
2.7 308 Assista AgoraO filme é ruim, mas sempre me divirto assistindo. Vale a pena por algumas cenas e pela Julianne Moore.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraEsse filme foi uma grata surpresa. Diferentemente daquela aberração feita em 2016 e de vários outros filmes da DC, aqui temos uma história que prende a atenção do espectador e personagens interessantes que apresentam uma boa conexão entre si.
Não espere nada muito sério ou complexo aqui, até porque o propósito do filme não é esse. O Esquadrão Suicida, nos quadrinhos, é justamente sobre vilões perturbados em missões "bizarras", e este filme consegue capturar perfeitamente essa essência.
Não tenta ser "obscuro" como outros filmes da DC, mas também não copia aquele formato enlatado da Marvel. É um filme com uma identidade própria e feito para a pessoa se divertir.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraUma muito bem produzida homenagem a um dos maiores clássicos do cinema. E Gary Oldman impecável como sempre!
Malditas Aranhas!
2.3 349 Assista AgoraUm clássico dos filmes trash.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraSem dúvida, Denis Villeneuve foi uma das melhores coisas que aconteceram em Hollywood nos últimos anos. E isso ficou mais uma vez evidente em Duna.
Para quem assistiu (ou, no meu caso, tentou assistir) o filme original, sabe que a representação dos personagens era bem tosca e a história era apresentada sem um maior aprofundamento.
Neste remake, por outro lado, é possível acompanhar não somente personagens retratados de maneira mais fiel ao livro, mas também uma história que se desenrola sem atropelos e acompanhada por uma direção impecável, que promove uma "imersão" no mundo retratado.
E, claro, ajuda muito o fato deste ser o primeiro de dois filmes, isto é, tudo não precisa ser obrigatoriamente apresentado em um filme, como ocorreu no original. Ansioso pela continuação.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraApós pesquisar um pouco mais sobre o filme e ler alguns ótimos comentários tanto por aqui quanto em outros sites, gostaria de compartilhar algumas outras observações sobre o filme:
Em primeiro lugar, a "ironia" de toda a história: o detetive K, que era o replicante, foi o que acabou tendo, com toda as aventuras da história em que ele se inseriu, uma vida de verdade, enquanto a sua irmã "original" e humana apenas teve uma vida completamente reproduzida dentro de uma bolha. Sendo assim, não importaria a sua origem, e se você é um replicante ou um humano de verdade, mas seria o que você, de fato, vive que define a sua vida.
Em segundo lugar, quando os outros replicantes se encontram com o Joe e a "líder" deles diz: "achava que era você no sonho? Também achávamos isso de nós mesmos" ou algo parecido com isso. Neste momento, fica subentendido que a Dra Stelline ou outra pessoa colocou partes de suas memórias em outros replicantes, embora a própria Stelline tenha dito que preferia colocar memória positivas. Essa parte, porém, é mera especulação, mas fica sem uma explicação no filme ou simplesmente preferiam deixar, dessa forma, "em aberto".
Em terceiro lugar, a Joi não tem alma, não é humana e é completamente falsa. Sim, ela, como se sabe ao assistir o filme, é apenas parte de uma programação e feita para ser a amante e companheira sexual da pessoa que tem o programa em mãos. K utiliza a Joi meramente para se sentir especial, tanto que é ela a primeira a incentivar o detetive na ideia de que é ele, de fato, o menino do sonho. No entanto, no momento em que a Joi some para sempre e o K descobre a verdade sobre o verdadeiro filho do Deckard, ele percebe que não é, de fato, especial, o que é um pouco triste em toda a história.
Sendo assim, em resumo, "Blade Runner 2049" é um filme sobre sonhos e ilusões. K queria, desesperadamente, ser especial e Joi o tentava convencer constantemente disso, até o fazer pensar, por causa do sonho, de que ele era, de fato, humano. No entanto, quanto toda essa ilusão se desfaz e ele descobre a verdade sobre suas origens, ele, mesmo assim, decide continuar em sua jornada para ajudar Deckard, mesmo já sabendo que ele não era o verdadeiro filho do ex detetive. Sendo assim, ele toma a decisão mais humana possível e sacrifica a sua própria vida somente para fazer Deckard reencontrar sua filha. Ninguém deu a ele a sua identidade - apenas ele mesmo - e o seu sacríficio o fez se tornar tão especial e humano quanto ele imaginava e desejava no início da história.
Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros
3.1 827 Assista AgoraUm clássico dos filmes de comédia, sendo daquelas comédias do tipo "quanto mais retardado, melhor", fornecendo ótimas risadas como muitos filmes do gênero atualmente não conseguem!
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraGeralmente, eu não costumo gostar de filmes cujo desenrolar é lento, da mesma maneira que alguns outros comentaram anteriormente, como ocorre neste aqui, mas, por diversos motivos, eu diria que Blade Runner e os outros filmes que assisti do Villeneuve (em especial A Chegada) são uma exceção nesse quesito, pois conseguem garantir uma intensidade e captar a atenção do espectador apesar do ritmo em que a história ocorre, além, evidentemente, da fotografia e trilha sonora absurdas, que, por si só, já garantiram uma ótima experiência.
No entanto, o que eu diria que é ponto alto do filme é o enredo extremamente bem elaborado. A saga do policial Joe (Ryan Gosling) em desvendar o caso ao qual foi designado e também para descobrir o seu próprio papel e lugar em um mundo de 2049 é bem construída, além, evidentemente, de nos surpreender, como ocorreu no final do filme e com a revelação que muda a forma como enxergamos a própria história retratada.
Essa revelação, evidentemente, é a de que é a Dr. Stelline, e não o protagonista Joe, que era a criança deixada por Deckard no passado e, dessa forma, filha do ex detetive e a grande esperança para mudar toda a sociedade. Foi uma grande cartada dos roteiristas colocar como a grande esperança para destruir as corporações Wallace exatamente aquela que fabricava as memórias cuja maior finalidade era exatamente aprimorar os produtos dessa mesma empresa e aumentar seu domínio na sociedade.
Além disso, somente essa revelação fornece um novo rumo à história e ao protagonista Joe, que, ao perceber que não será ele o "escolhido" para mudar o mundo como filho de Deckard, decide dar a sua contribuição ao se sacrificar pelo ex detetive e garantir o encontro entre o mesmo e sua filha. Sendo assim, não a sua vida, mas o seu sacrifício, ajudaram a mudar a história e torná-lo especial. E isso por que nem mencionei a cena em que Joe e Stelline se encontram pela primeira vez - quando ambos ainda não sabiam os seus reais e respectivos papéis em toda essa história, que, dessa forma, ganha uma outra dimensão ao assistirmos a mesma uma outra vez.
Dessa maneira, Blade Runner é um grande filme, com uma excelente visual e uma história extremamente bem elaborada! É sempre prazeroso ver um sci-fi bem elaborado, à exemplo dos clássicos do passado, e nesta obra de Villeneuve, temos um ótimo exemplar! Super recomendado!
Pequenos Segredos
3.2 44 Assista AgoraFilme agradável de se assistir. Mistura comédia e com algumas pitadas de romance e drama adolescente. Evan Rachel Wood, apesar de ainda muito jovem neste filme, tem uma boa atuação.
Ed Wood
4.0 583 Assista AgoraUm dos melhores filmes de Tim Burton!
É interessante que muitas cinebiografias geralmente retratam pessoas que se consagraram em suas respectivas profissões ou tiveram grandes sucessos, mas, neste caso em particular, ocorre exatamente o contrário, pois Ed Wood foi um diretor considerado pela crítica como péssimo, com filmes toscos e sem ter chegado sequer perto de ter obtido algum sucesso na carreira. Pois bem, este filme trata de procurar ir além do que os filmes do diretor poderiam deixar a entender e também mostrar um diretor que, apesar da qualidade ruim de suas produções, era uma pessoa que conhecia muito de cinema e tinha grandes sonhos e perseverança, pois sempre acreditava que, em algum momento, os seus filmes iriam ser reconhecidos (o que, de certa forma, realmente aconteceu).
Outro ponto alto do filme foi Martin Landau interpretando o lendário ator Bela Lugosi. Representando um Lugosi velho, deprimido e rejeitado por Hollywood - mas não menos talentoso, Landau entrega a atuação de sua carreira (e que lhe rendeu um Oscar) e cuja máxima definição do que a sua personagem passava naquele momento encontrou-se na fala durante uma das cenas filmadas por Ed Wood: "casa? Eu não tenho casa! Caçado! Desprezado! Vivendo como um animal! A selva é a minha casa!", na qual percebia-se que Lugosi falava não somente da sua personagem no filme, mas dele próprio, o que o fez interpretar com ainda mais emoção.
Recomendado!
Quiz Show: A Verdade dos Bastidores
3.6 91 Assista AgoraUm interessante filme para entender melhor como funcionavam (e, de certa forma, como ainda funcionam) muitos programas na televisão, que "vendem" algo real, mas que não passam de uma mera ilusão. Chacrinha já dizia que, "na televisão, nada se cria, tudo se copia", e este filme me faz pensar que, além de copiar, a televisão fantasia muito também!
No mais, destaque para a atuação do John Turturro, que foi indicado ao Globo de Ouro por este papel e, em minha opinião, também deveria ter sido indicado ao Oscar.
Lições Para Toda Vida
4.0 199 Assista AgoraBelíssimo filme!
É interessante como a dupla de velhos e o menino, que pareciam ser completamente diferentes no começo, vão se conhecendo melhor ao longo do filme e estabelecendo uma relação de amizade muito agradável de se acompanhar, como se já se conhecessem durante a vida inteira e fossem amigos há muito tempo! A interação entre esse trio é o que carrega o filme, embora também destaque as histórias do tio Garth e as lições (como no título) de moral e de vida que também são muito bonitas.
Por fim, a frase que eu diria que marca o filme e que levarei como uma verdadeira grande lição é essa aqui, que é contada pelo Tio Hub quando o Walter pergunta se as histórias são realmente verdadeiras: "as coisas que não são verdadeiras talvez sejam aquelas que os homens tem que acreditar mais. As pessoas são, em geral, boas. Honra, coragem e virtude significam tudo, enquanto poder e dinheiro não significam nada. O bem sempre triunfa contra o mal. E o verdadeiro amor nunca morre. Lembre disso, garoto. Não importa se é verdade ou não. Um homem deve acreditar nessas coisas, pois essas são coisas nas quais vale a pena acreditar".