Eu gostaria de me dá um chute por ter demorado tanto tempo pra rever esse filme. Não perdeu em nada, na verdade, só acrescentou o que assisti há 8 anos atrás. Um filmaço, clássico, que trata muito bem o que quer, tem uma progressão narrativa ótima, uma edição perfeita e um diretor do caramba. Filmaço!!
"Columbus" é um filme manso, calmo, lento e sútil. Trata-se de se encontrar na vida, abandonar e reencontrar coisas, tudo com uma ótima estréia e direção de Kogonada, além de uma ótima fotografia de Elisha Christian.
O filme vaga pela cidade de Columbus muito bem, utiliza toda sua arquitetura e beleza singular para progredir o enredo do filme, também aliando duas pessoas que são bem opostas e que nunca se encontrariam. O filme não sente a necessidade de "fazer as coisas acontecerem", não é um filme que você vai tirar uma grande lição, ou ter um entretenimento, é lento e utiliza disso como argumento narrativo. Não vejo nenhum problema aqui, o problema é o quão o filme se pretende, pelo menos no início, em não ser assim. Seja pelos enquadramentos, ou a forma que a edição se apresenta. Você sente que vai tirar uma lição de vida do filme, acaba e nada aconteceu. E isso é uma recompensa que quando não se tem, pesa, e mesmo você percebendo que não vai tê-la, te desapega do filme.
É um filme ótimo pro que se apresenta, mas que vacila em pretender coisas que nunca serão entregues.
É difícil julgar um filme desse, principalmente quando você o assiste pós rever Blade Runner 2049 e ele ser um dos seus filmes favoritos da vida, mas vamos lá. "Ghost in the Shell" apresenta bem o mundo em que está, sim, temos um problema da protagonista ser americana, mas fazer o que né.
O filme, apesar de ser lento, tem um bom ritmo, ele não é arrastado, apenas cansa por falta de foco do roteiro, não desenvolve nada, e ainda mais, decepcionar em um dos seus pontos fortes, que é a dúvida de ser humano ou não. Além disso, temos algumas atuações péssimas e fora a principal, apenas um personagem interessante e que realmente passe um peso narrativo para o público. Temos boas cenas de ação, mas acumuladas de câmeras-lentas sem necessidades, um ótimo design de produção e ótimos efeitos também. Apesar da Mise-en-scène extremamente problemática, e do começo cansativo, ele entrega bastante no seu terceiro ato, e escolhe por muitas vezes não expor tudo, o que funciona muito bem.
Poderia ser muito melhor, mas também não é tão ruim.
"Jumanji" é um filme que continua outro de 1995, um clássico da sessão da tarde. Apesar de aparentar, e em teoria, ser bem desnecessária a continuação, diverte. 4 jovens que estão em detenção encontram um vídeo game, e com isso, entram no mundo de Jumanji.
Eu gostei de muitas coisas aqui, os atores interpretam personalidades, e de certa forma brincam com os padrões de games, o monstrão é um nerd, o ajudante é um cara popular e bem estabelecido, o cientista é uma patricinha e a lindona é outra nerd. As regras de um jogo também foram bem adaptadas, o número de vidas, os NPCs, os pontos fortes e fracos de cada personagem e etc. Realmente esse filme faz valer a sua adaptação de um tabuleiro para um vídeo game não só para ser atual, mas também pra acrescentar, e isso é ótimo.
E o filme sabe escalar muito bem em aventura e comédia, realmente entretém, porém ele se alonga, não em sua aventura ou comédia, mas por tentar desenvolver personagens, relacionamentos, internalidades de cada um, e isso é mal feito, não casa com a história e quebra todo o ritmo do filme. Mas, por fim, é um filme que é competente no que quer, e apesar do vilão extremamente fraco e todos os problemas de falta de estruturação em um roteiro, ele diverte.
"Battle of the Sexes" é um filme que apresenta uma das histórias mais interessantes do tênis mundial, quando ocorre o embate de um tenista de 55 anos, contra uma tenista de 26, e a partir disso, talvez, uma igualdade de gênero no esporte.
O filme tem um tema muito importante, e além da igualdade de gênero vinda com o feminismo, a descoberta sexual da Billie Jean, enquanto de contracena, o machismo e recém término do casamento de Bobby Riggs. Porém a parte de Bobby Riggs é sempre caricata, e a de Billie Jean nem tanto, tudo bem até aí, mas quando se para uma história para mostrar a outra e assim por diante há uma incrível quebra de tom do filme, sempre deixando um sentimento de interrupção. Sem falar que o filme mostra um aspecto real da época, entre o machismo e feminismo, porém extremamente superficial, além de colocar um plot de redescoberta sexual sem nenhuma espécie de aprofundamento diante do que o filme propõe.
Tudo é deixado exposto, alguns personagens para caracterizar personalidades daquela época, e o desenvolvimento pessoal de cada um dos tenistas, sem falar no embate final. Nada é muito grandioso, e muito menos real, dando uma superficialidade para o filme em meio a uma época de tantas questões. Mesmo assim temos ótimas atuações e querendo ou não, um bom filme.
"Life" é um filme com uma temática bem previsível e conhecida em Hollywood, mas que apresenta uma ótima maneira de como levar essa previsibilidade à tona, além de entreter. O filme começa muito bem, tem uma falsa cena em plano sequência bem boa, mostrando todos os personagens do filme, tem uma ótima direção de arte, a nave é bem real, além de um elenco que faz sua parte.
A princípio é um filme excelente, que trás e carrega muito bem a narrativa, apesar de quebrar um lei da possibilidade (não, não a de existir um E.T, mas de deixá-lo crescer, principalmente da foram que o filme trás). Apesar disso o filme se mostra inteligente, mas infelizmente não permanece assim. O roteiro acaba optando por atitudes clichês e burras dos personagens para a progressão narrativa, e isso é ruim. Em vários momentos as coisas ruins acontecem não por genialidade do vilão, mas por burrice do personagem, e em um território onde há cientistas e pesquisadores da Nasa isso é inadmissível (o filme quebra muitas vezes as regras de mundo que ele mesmo cria).
Com isso o filme perde muito, e apesar de um final que tem um ótimo twist, pra mim foi previsível. Porém, não é um filme ruim, diverte, te faz torcer, e a presença desse Alien... plmds. Assusta, aborrece, mexe contigo, e isso vale muito.
"Brooklyn" é um filme que fala sobre casa, sair de casa, conseguir sua própria casa, e achar o seu lugar no mundo, mesmo em um mundo novo, e obviamente, não cedendo as dificuldades ou tentações. A narrativa segue a história de Eilis, uma jovem Irlandesa que não se encontra na Irlanda, e graças a irmã vai viver sozinha em Brooklyn, NY.
O filme começa em um ritmo progressivo, ela saindo do seu dia-a-dia, com uma ótima direção de John Crowley, que segue muito bem essa jornada, e em algumas cenas para o filme para mostrar o íntimo da personagem, como a cena no baile em que ela olha para os lados e logo depois sai. Quando estamos saindo do segundo ato, o filme entra em outro ritmo, mas que dá continuidade ao primeiro. Um ritmo contínuo, as coisas vão se desenvolvendo lentamente, com cuidado, atenção e carisma. E nossa, isso funciona muito bem em um filme simples e calmo como esse.
Porém, quando chegamos no fim do segundo ato e começo do terceiro, que há o embate da personagem, o roteiro se atrapalha, muda características claras da personagem principal sem o menor cuidado e motivo, dá motivos e acontecimentos extremamente pontuais, que poderiam ser bem melhores graças a excelência de qualidade dos atos anteriores, mas que felizmente se garante por um final de peso.
É um filme excelente em boa parte do tempo, além de uma história linda e cativante. Que filme ótimo de se assistir. Recomendadíssimo.
Terrence Malick já se provou, e pode ser um dos melhores roteiristas de Hollywood, principalmente por sua capacidade de envolver diversos tons e assuntos em uma obra tão solidificada. Porém por que Terrence Malick não é um dos melhores diretores e roteiristas da atualidade? Esse filme explica um pouco.
Apesar de todo seu talento em colocar reflexões em uma narrativa simples, aqui há uma falta de foco absurda, é falado de amor, como ele se desenvolve, como ele deve ser dado, relacionamentos, e isso é muito bem tratado, mas a forma como ele é tratado, nossa... Mais uma vez os personagens vagando por locais avulsos, fazendo coisas sem sentido, que felizmente pela direção de Malick faz parecer como se fosse normal. Esse aspecto de locais avulsos fazendo coisas sem sentido funciona muito bem, principalmente se for em um filme como Árvore da Vida e os locais avulsos ser a vizinhança, e as atitudes ser criancisses vindas de crianças, não em um filme como esse que só tem adultos e os locais avulsos ser locais do mundo???
Enfim, espero que Malick se toque e volte aos seus dias de glória, porque ele é bom, só falta deixar isso mais claro.
"Murder on the Orient Express" é um filme que tem uma baita de uma beleza visual e ostenta de um elenco de peso, mas que acaba se perdendo e desfocando do que realmente deveria ser mostrado e dito ao longo do filme. Temos um filme sobre um assassinato, e isso é muitas vezes deixado de lado, e apesar disso ser a trama principal, e sim, ser o motivo de cada cena, é muitas vezes utilizado como algo distante ou ainda mais, apenas - como dito - de motivo para determinadas coisas.
Ao longo do filme somos apresentados a plots, e histórias que causam certa surpresa ao mundo do filme, mas nos tiram totalmente do que realmente nos interessa a ver o filme. Assistimos como o crime é resolvido, mas não nos engajamos nessa investigação, e pra um filme que 1h20 é investigação, o filme peca. Sem falar em um elenco deixado extremamente de lado, e sem brilho, não há muitos momentos para os seus personagens serem ostentados. Porém, é claro, há seus bons momentos, e talvez tenha um twist que seja bastante recompensador, apesar de eu achar ok.
Esse filme tem tudo o que um filme precisa, uma direção constante para um roteiro impecável. Todo assunto principal com a separação, aceitação do eu, aceitação do outro, novo amores, perfeição, e ainda mais com o incrível tempero da I.A. É um filme tocante, que reflete sem perder todo o brilhantismo no seu simples. Tendo quase todo o mesmo no foco de um protagonista falando "sozinho". Uma ótima interpretação de Joaquin Phoenix, Amy Adams e uma voz incrível e carismática como a de Scarlett Johansson.
Sem Guillermo Del Toro como diretor dessa sequência, é óbvio que mudanças viriam, seja em aspectos visuais, como narrativos, além de uma mudança clara de público alvo. Se essas mudanças foram boas, se o filme é bom, ou não, já é algo que deve ser discutido.
Jake Pentecost (John Boyega), filho do lendário Stacker Pentecost (Idris Elba), - o homem que deu a vida para a aniquilação de futuros problemas com Kaijus na terra - é um jovem que vive a vida de forma arriscada e divertida, até que encontra Amara (Cailee Spaeny), uma adolescente que está construindo seu próprio Jaeger. Logo os mesmos se encontram em problemas, e acabam sendo futuros Rangers para a tropa de Jaegers da defesa de Kaijus na terra.
Tudo aqui muda, o visual é mais "atual" e tecnológico, ostentando um design de produção elegante e bem feito, a fotografia é bem mais clara, o que difere dos tons escuros selecionados por Del Toro no primeiro filme - aqui os tons de azul são extremamente presentes. Além dos Jaegers serem bem mais rápidos e "belos", dando toda uma facilidade visual, e tirando o realismo que havia no primeiro filme. Todas essas mudanças são claramente feitas para uma mudança ainda maior, o público alvo, antes para adultos, agora para jovens.
O filme começa bem, temos uma sequência de perseguição, o encontro dos dois personagens principais, e ambos já sendo colocados em sintonia com a premissa do filme, que é: Jaegers vs. Kaijus. E isso tudo é muito bem feito, o foco do filme permanece nisso e dá toda uma sensação de continuidade e ritmo extremamente lineares, o que ajuda a experiência de espectador para com obra.
Obviamente pelos Jaegers ficarem mais rápidos em seus movimentos, as cenas de ação deveriam proporcionar algo mais energético e funcional, e isso acontece. Há ótimas "acrobacias", as cenas são bem gravadas e apresentam uma ostentação visual impressionante, realçando todo o design de produção e efeitos do filme - que apesar de alguns momentos bem pesados, conseguem se sobressair.
Mas, apesar disso tudo, lembra-se fácil de outro filme com uma temática parecida, que é Transformers. Sim, é bem parecido, só que felizmente, esse aqui é bem melhor. Como um filme de robôs vs monstros, é algo competente, apesar de alguns absurdos, seja por parte de escolhas narrativas, ou visuais, o filme se esclarece e sabe focar no que deve ser mostrado, além de manter um ritmo acelerado.
Mas lembrando, isso só funciona para o seu público alvo que quer ação + emoção fundidas com uma narrativa que saiba ser competente nessa junção. Mas de resto, principalmente para o público maior, o filme falha miseravelmente. Não temos dilemas bem construídos como no primeiro filme, apesar de boas cenas de emoção, carregam mensagens de militarismo juvenil e carga emocional para crianças de uma forma desnecessária, não cumpre a função de uma sequência de outro filme que difere basicamente em tudo fora a trama básica, além, dos já citados, absurdos narrativos.
Por fim, Círculo de Fogo: A Revolta é um filme que acerta em cheio o público alvo, é legal, emociona, entretém e te engaja totalmente no que é apresentado, te fazendo gritar e torcer. Para o restante do público, e principalmente, como uma sequência, é um filme que falha, principalmente pela bruta mudança estrutural. Para quem é feito, é um filme ótimo e que deve ser assistido, mas para os demais, um filme defeituoso que se equilibra na linha entre ruim e mediano.
Pedro Coelho é um filme que tem como proposta a vida de um coelho em meio a diversos obstáculos e situações, dando uma verdadeira aventura voltada ao público infantil e adolescente, mas será que o acerto ocorre?
Pedro é um coelho que tem três irmãs e um primo, cujo o objetivo de vida é roubar alimentos da horta do Seu Sebastião, um idoso que mora em frente a toca dos mesmos.
O filme já começa com uma sequência interessante, além da premissa do filme ser mostrada logo de cara, ou seja, não se perde tempo com desenvolvimentos fúteis para a trama e construções que já são inseridas de formas práticas no enredo. O roteiro realmente acerta aqui.
Mas, há uma óbvia quebra de ritmo e tom na trama. Em diversos momentos nos deparamos com a ação sendo trocada para momentos de "reflexão" e argumentação dos personagens principais, principalmente da parte de Pedro. A edição, apesar de ser competente em momentos de ação, erra em cortar esses momentos rápidos de forma abrupta e seca para os momentos mais calmos sem a menor transição.
A aventura é estabelecida logo de início, há o momento certo para ela entrar e sair, mas em uma troca e trama totalmente necessária para a mensagem central do filme, e realmente só para isso, o filme foge para o romance e drama de maneiras secas e pesadas, cada novo tom do filme é sentido, e não tem a menor composição em trama e ritmo para o filme realmente funcionar nesse sentido.
Logo, não é um filme de uma grande aventura (o que funcionaria mais para o seu público alvo e o resto do público comum), mas também não é um filme de outra coisa, pois tem um público que não entenderia o que estaria se passando. Entrando diversas vezes em um limbo de gênero, e quando se decide, pode se atrapalhar ao escolher o errado.
Apesar disso é um filme que sabe divertir em seus momentos de aventura e algumas piadas prontas, infelizmente tenta se levar a sério em diversos momentos tentando trazer uma mensagem que poderia ser bem mais eficiente com qualquer outra trama, e até mesmo com essa, mas infelizmente mal utilizada.
Pedro Coelho é um filme que no geral é bem simples, mas que erra ao tentar ser inteligente de uma maneira solta, para um público que não deve ter isso, pelo menos não dessa maneira. É legal, mas poderia ser bem melhor.
"The Beguiled" é um filme que faz uma simples escolha, manter uma trama que mantém o suspense a partir da visão do ser que "ataca". Um soldado ferido é encontrado por uma menina que o leva a sua casa para cuidados, e aí começa tudo. Toda fotografia é maravilhosa, tons escuros, as músicas pesam e são sentidas, e a Sofia Coppola decide muito bem o que mostrar, capturar, e direção de personagens maravilhosa.
Apesar disso, é um filme que não é tão privilegiado no roteiro. A decisão de mostrar o que acontece com o ser que "ataca" é sentida e bem feita, temos um ritmo lento, de construções, e que apesar de se alongar não pesa, e então temos um virada, que muda o ritmo e acaba com a construção que estava sendo feita. É como se o filme mudasse depois dessa virada, e isso é pesado. Você não tem um ótimo filme de suspense porque quando toda aquela sutilidade é botada em teste, acaba, e vai para um filme de reações e explosões. E se você espera essa explosão, se decepcionará com metade do filme. Dá um, e no final, entrega outro.
"Annihilation" é um filme de sci-fi onde apesar da película superior, trás entrelinhas e diversas camadas abaixo do exposto, mas "o que exatamente?" é a pergunta que marca, e ao mesmo tempo engrandece a obra. Lena perde o marido em uma guerra, e com o seu retorno se depara em situações e "coisas" surpreendentes que fogem totalmente do que vê no seu cotidiano, ou não.
A estrutura básica do filme é muito clara, a condução da trama é mais linda ainda, sem falar em sua estrutura, o foco do filme é evidente o tempo todo, não se perde tempo, e sabe o ponto exato de cada plot em tela - fora uma repetição de flashbacks. Mas, temos também um leve pecado nos efeitos visuais que se carregam.
É um filme que em aspectos audiovisuais é ótimo, mas ele não é só isso, é um filme "mindfuck" também. Apesar de entendemos o que é exposto - se você disser que não, realmente não assistiu direito -, porém deixa uma clara sensação de desconforto e ignorância ao final, mesmo que tudo "na trama principal" seja claro. E por essa sensação, e a forma em que as coisas vão se desenrolando para o que está exposto e o que está na entrelinha o filme se torna uma grande dúvida, que talvez, revendo algumas vezes, ou dando aquela leve pesquisada te dê uma ótimo deslumbre do que ocorre na sua entrelinha, mas mesmo assim, não se desfazendo do que o que foi sentido e experimentado ao decorrer da obra, e isso é excelente.
"The Jungle Book" é um filme com uma narrativa simples sobre a história de um menino-lobo que se vê em um dilema de deixar a floresta, ou não. Ao longo da história esse tema é sempre deixado claro, porém a forma em que a história vai se aflorando e certos plots rolando, fica repetitivo e cansativo. Tem ótimos efeitos visuais e etc, mas cansa. Além da ameaça ficar 90% mais distante do que perto, sendo trocada por pequenos "puzzles" ao longo da obra.
'20th Century Women' é um filme cujo a função é mostrar a história de uma mãe, em um meio de um ajudante na reforma de sua casa, uma residente que aluga um quarto, a amiga de seu filho, e na criação do mesmo. Tudo isso em meio a toda uma reforma cultural que ocorria na transição dos anos 70 para os 80. Apesar de ser um filme do século passado, é um filme que se propõe - e o faz muito bem - dialogar com a atualidade, seja por tais assuntos se manterem até hoje, ou pela similaridade dos mesmos.
Além disso é um filme que transita muito bem o tempo em tela dos 5 personagens, mesmo sendo desnecessário para a premissa do filme, mas a forma em que isso é feita dialoga muito bem como o que o filme propõe e apresenta, dando ritmo e criando ótimas ramificações da história principal. Apesar disso, é um filme que passa demais do tempo em reprodução necessário, e isso é claro pela falta de foco do filme no tema principal, apesar das boas ramificações e etc, os assuntos das mesmas podem ser repetitivos, inconclusivos e pretensiosos. Além de certos retoques de personagem inconscientes que não há nenhum motivo.
Porém não é um filme que falha, é uma ótima história, que apesar do tempo, atual e que pede tempo para ser digerida. Ótimo.
Obras audiovisuais relacionadas a essa região sempre me emocionam, e aqui não foi diferente. 'The Breadwinner' é uma animação - não direcionada a crianças - que mostra uma das sociedades mais retrogradas a partir do olhar de uma criança chamada Parvana.
O filme foca bem, apesar de um erro de estrutura aqui ou ali, se estendendo um pouco, e dando tempo em tela para coisas que poderiam ser minimizadas, além de, se o público alvo do filme são pessoas adultas, poderia ter ido um pouco além na sua relação política-social - apesar do filme ser conduzido por uma criança. Por fim 'The Breadwinner' cumpre o seu objetivo de refletir, e tratar de um assunto tão crítico, mesmo que seja mostrado pela vida de uma criança que tem que se adaptar a esse mundo para sobreviver, e isso tudo, sem perder o próprio olhar de uma criança, o que revela uma ótima direção de tom no filme.
É óbvio todas as dificuldades e riscos que esse filme teve, mas mesmo assim, que filme! Passar mais de 10 anos gravando com o mesmo cast, tendo total noção do que pode acontecer, adaptar o roteiro para tais mudanças no mundo enquanto isso, e mesmo assim, não afetar na mudança de foco da trama. Sem falar em um senso extremamente focado do que tratar no filme, seja dos atores em seus papéis por mais de 10 anos, seja no roteiro sendo reformulado por 10 anos, e seja na direção excepcional de Richard Linklater que não se dispersa - e mais uma vez - em um filme de 10 anos.
Sem falar na edição maravilhosa, claramente houve um material extenso, e mesmo assim muito bem montado/editado. E mais uma vez destacando o roteiro, olha a duração do filme, cansa? Sim, mas faz você querer sair do filme? Não! Isso é de uma dificuldade e brilhantismo sem palavras.
'The Death of Stalin' trás de uma maneira ideal como se tratar desse momento histórico sem ser de uma maneira documentada ou dramática. Não é um filme de comédia engraçado, onde você dá gargalhadas, mas o filme de comédia onde a comédia serve de apoio ao ritmo e movimentação da trama. O diálogo entre gênero, ritmo e trama é excepcional.
Em diversos momentos me peguei pensando "ok, eu não tô achando excepcional, mas o que eu tenho pra reclamar? Nada". Depois de muito pensar cheguei a conclusão, que apesar de um excelente ritmo, que em nenhum momento se quebra, é um filme que pode cansar no tempo de suas conclusões, além de um certo exagero nas suas cenas finais. De resto é um baita filme, que não veria de novo, mas que certamente tem sua qualidade.
Okja tem a tarefa árdua de ser um filme que trata sobre o maltrato aos animais, e a relação de uma menina com seu animal de estimação. O filme tenta ser real, trata o maltrato como deve, além de mostrar certa realidade de ambos os lados, seja o que maltrata, como o que é contra isso. Infelizmente há exageros, nuances, momentos em tela que só servem para ter um impacto maior, o que é totalmente desnecessário, e vai de contra ao ritmo e rumo que o filme levava.
Apesar de todos esses exageros, é um filme com uma cinematografia linda, efeitos, que apesar de serem perceptíveis, são bons, e uma temática importante e atual. Sem falar em alguns outros bons rumos que o filme acertou e levou até o fim - apesar do falso final feliz.
Filme dirigido e escrito pelo mesmo roteirista de "Hell or High Water" e "Sicario", logo, é de se esperar algo bem subjetivo, e ele entrega, mas... O estilo de roteiro e trama que Taylor Sheridan propõe em seus filmes, é a real premissa e objetivo da obra estar em suas entrelinhas, e para o público com o olho clínico para esse tipo de coisa, é uma maravilha. E ainda mais, a forma em que Sheridan proporciona isso é extremamente sutil e despercebida, ou seja, o máximo que a palavra "entrelinha" pode proporcionar. Logo, temos um público alvo que definitivamente não é o grande público, mas justamente por não ser ele, pode morar o maior problema.
O objetivo do filme é mostrar os dilemas e empenho dos nativos dos EUA, por cima disso, um assassinato de uma garota nativa, cujo uma agente do FBI e um caçador da região tentam solucionar. E é aí que mora o meu problema, não a maneira em que Sheridan tenta sujeitar o seu objetivo de trama na obra, mas como ele locomove a película superior pela obra.
O assassinato é muitas vezes deixado como plano para alavancar o objetivo do filme que é falar sobre esses nativos, e isso é um erro, num filme onde o que é a primeira camada é deixada de lado para desenvolver uma segunda, ou terceira, o foco é perdido. Não agrada facilmente, principalmente quando não há muita ligação entre as camadas (que aqui no caso é apenas a moça ser nativa). Fora isso a tamanha exposição que Sheridan promove, não é de tal sutileza quanto as outras camadas do filme, simplesmente é totalmente exposto como ocorreu o assassinato, quem matou, o que aconteceu antes e depois, isso perde todo suspense provocado no começo do filme, além expor em tal momento que era mais do claro ao público do que se tratava. Se for pra expor, expõe, mas que seja antes de deixar totalmente claro do que se trata. Principalmente quando o seu público alvo é um público já filtrado.
Por fim, Wind River agrada por uma ótima cinematografia, bons momentos em tela, mas que não se decide para quem é o filme, assim desleixando em certos desenvolvimentos, e objetivo.
"Que grata surpresa", essa frase define toda minha experiência para com esse filme. Eu já esperava uma trama de assalto, com tons de comédia, mas não dessa forma. Não é um filme engraçado, mas também não é um filme que se leva a sério. Ele sabe o seu ponto e o segue, o roteiro foca muito bem na trama e não se dispersa (fora 1 plot que só tem um motivo para a continuação da trama, e mesmo assim fica com um tempo, além do que o necessário para tal), tem um ritmo estável, que segue por todo o filme, além de um tom extremamente contínuo também.
É difícil achar filmes tão focados, e tão despretensiosos ao mesmo tempo, eles são raros, e aqui temos um ótimo exemplo. Recomendo pacas!
A experiência desse filme é a pior possível, extremamente estranha, mas isso já era premeditado graças ao nome na direção, Yorgos Lanthimos. Os filmes dele sempre tem essa bizarrice, onde os humanos são robôs, onde as emoções não existem, e tudo é tratado/feito de maneira extremamente racional.
Claramente o gênero desse aqui é um "post horror", onde essa bizarrice se atrela a curiosidade, gerindo uma experiência e trama que se aceleram e cresce até um estado de terror máximo para o que foi proposto. Falar muito desse filme sem spoilers é difícil, mas definitivamente não é um filme para se ver duas vezes, e nossa, faz muito tempo que eu não fico tão tenso e angustiado como uma cena, no caso, um filme por inteiro. Filmão, mas que talvez perca um pouco de tempo no seu começo, porém que entrega perfeitamente tudo o que propõe.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraEu gostaria de me dá um chute por ter demorado tanto tempo pra rever esse filme. Não perdeu em nada, na verdade, só acrescentou o que assisti há 8 anos atrás. Um filmaço, clássico, que trata muito bem o que quer, tem uma progressão narrativa ótima, uma edição perfeita e um diretor do caramba. Filmaço!!
Columbus
3.8 129"Columbus" é um filme manso, calmo, lento e sútil. Trata-se de se encontrar na vida, abandonar e reencontrar coisas, tudo com uma ótima estréia e direção de Kogonada, além de uma ótima fotografia de Elisha Christian.
O filme vaga pela cidade de Columbus muito bem, utiliza toda sua arquitetura e beleza singular para progredir o enredo do filme, também aliando duas pessoas que são bem opostas e que nunca se encontrariam. O filme não sente a necessidade de "fazer as coisas acontecerem", não é um filme que você vai tirar uma grande lição, ou ter um entretenimento, é lento e utiliza disso como argumento narrativo. Não vejo nenhum problema aqui, o problema é o quão o filme se pretende, pelo menos no início, em não ser assim. Seja pelos enquadramentos, ou a forma que a edição se apresenta. Você sente que vai tirar uma lição de vida do filme, acaba e nada aconteceu. E isso é uma recompensa que quando não se tem, pesa, e mesmo você percebendo que não vai tê-la, te desapega do filme.
É um filme ótimo pro que se apresenta, mas que vacila em pretender coisas que nunca serão entregues.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraÉ difícil julgar um filme desse, principalmente quando você o assiste pós rever Blade Runner 2049 e ele ser um dos seus filmes favoritos da vida, mas vamos lá. "Ghost in the Shell" apresenta bem o mundo em que está, sim, temos um problema da protagonista ser americana, mas fazer o que né.
O filme, apesar de ser lento, tem um bom ritmo, ele não é arrastado, apenas cansa por falta de foco do roteiro, não desenvolve nada, e ainda mais, decepcionar em um dos seus pontos fortes, que é a dúvida de ser humano ou não. Além disso, temos algumas atuações péssimas e fora a principal, apenas um personagem interessante e que realmente passe um peso narrativo para o público. Temos boas cenas de ação, mas acumuladas de câmeras-lentas sem necessidades, um ótimo design de produção e ótimos efeitos também. Apesar da Mise-en-scène extremamente problemática, e do começo cansativo, ele entrega bastante no seu terceiro ato, e escolhe por muitas vezes não expor tudo, o que funciona muito bem.
Poderia ser muito melhor, mas também não é tão ruim.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
3.4 1,2K Assista Agora"Jumanji" é um filme que continua outro de 1995, um clássico da sessão da tarde. Apesar de aparentar, e em teoria, ser bem desnecessária a continuação, diverte. 4 jovens que estão em detenção encontram um vídeo game, e com isso, entram no mundo de Jumanji.
Eu gostei de muitas coisas aqui, os atores interpretam personalidades, e de certa forma brincam com os padrões de games, o monstrão é um nerd, o ajudante é um cara popular e bem estabelecido, o cientista é uma patricinha e a lindona é outra nerd. As regras de um jogo também foram bem adaptadas, o número de vidas, os NPCs, os pontos fortes e fracos de cada personagem e etc. Realmente esse filme faz valer a sua adaptação de um tabuleiro para um vídeo game não só para ser atual, mas também pra acrescentar, e isso é ótimo.
E o filme sabe escalar muito bem em aventura e comédia, realmente entretém, porém ele se alonga, não em sua aventura ou comédia, mas por tentar desenvolver personagens, relacionamentos, internalidades de cada um, e isso é mal feito, não casa com a história e quebra todo o ritmo do filme. Mas, por fim, é um filme que é competente no que quer, e apesar do vilão extremamente fraco e todos os problemas de falta de estruturação em um roteiro, ele diverte.
A Guerra dos Sexos
3.7 316 Assista Agora"Battle of the Sexes" é um filme que apresenta uma das histórias mais interessantes do tênis mundial, quando ocorre o embate de um tenista de 55 anos, contra uma tenista de 26, e a partir disso, talvez, uma igualdade de gênero no esporte.
O filme tem um tema muito importante, e além da igualdade de gênero vinda com o feminismo, a descoberta sexual da Billie Jean, enquanto de contracena, o machismo e recém término do casamento de Bobby Riggs. Porém a parte de Bobby Riggs é sempre caricata, e a de Billie Jean nem tanto, tudo bem até aí, mas quando se para uma história para mostrar a outra e assim por diante há uma incrível quebra de tom do filme, sempre deixando um sentimento de interrupção. Sem falar que o filme mostra um aspecto real da época, entre o machismo e feminismo, porém extremamente superficial, além de colocar um plot de redescoberta sexual sem nenhuma espécie de aprofundamento diante do que o filme propõe.
Tudo é deixado exposto, alguns personagens para caracterizar personalidades daquela época, e o desenvolvimento pessoal de cada um dos tenistas, sem falar no embate final. Nada é muito grandioso, e muito menos real, dando uma superficialidade para o filme em meio a uma época de tantas questões. Mesmo assim temos ótimas atuações e querendo ou não, um bom filme.
Vida
3.4 1,2K Assista Agora"Life" é um filme com uma temática bem previsível e conhecida em Hollywood, mas que apresenta uma ótima maneira de como levar essa previsibilidade à tona, além de entreter. O filme começa muito bem, tem uma falsa cena em plano sequência bem boa, mostrando todos os personagens do filme, tem uma ótima direção de arte, a nave é bem real, além de um elenco que faz sua parte.
A princípio é um filme excelente, que trás e carrega muito bem a narrativa, apesar de quebrar um lei da possibilidade (não, não a de existir um E.T, mas de deixá-lo crescer, principalmente da foram que o filme trás). Apesar disso o filme se mostra inteligente, mas infelizmente não permanece assim. O roteiro acaba optando por atitudes clichês e burras dos personagens para a progressão narrativa, e isso é ruim. Em vários momentos as coisas ruins acontecem não por genialidade do vilão, mas por burrice do personagem, e em um território onde há cientistas e pesquisadores da Nasa isso é inadmissível (o filme quebra muitas vezes as regras de mundo que ele mesmo cria).
Com isso o filme perde muito, e apesar de um final que tem um ótimo twist, pra mim foi previsível. Porém, não é um filme ruim, diverte, te faz torcer, e a presença desse Alien... plmds. Assusta, aborrece, mexe contigo, e isso vale muito.
Brooklin
3.8 1,1K"Brooklyn" é um filme que fala sobre casa, sair de casa, conseguir sua própria casa, e achar o seu lugar no mundo, mesmo em um mundo novo, e obviamente, não cedendo as dificuldades ou tentações. A narrativa segue a história de Eilis, uma jovem Irlandesa que não se encontra na Irlanda, e graças a irmã vai viver sozinha em Brooklyn, NY.
O filme começa em um ritmo progressivo, ela saindo do seu dia-a-dia, com uma ótima direção de John Crowley, que segue muito bem essa jornada, e em algumas cenas para o filme para mostrar o íntimo da personagem, como a cena no baile em que ela olha para os lados e logo depois sai. Quando estamos saindo do segundo ato, o filme entra em outro ritmo, mas que dá continuidade ao primeiro. Um ritmo contínuo, as coisas vão se desenvolvendo lentamente, com cuidado, atenção e carisma. E nossa, isso funciona muito bem em um filme simples e calmo como esse.
Porém, quando chegamos no fim do segundo ato e começo do terceiro, que há o embate da personagem, o roteiro se atrapalha, muda características claras da personagem principal sem o menor cuidado e motivo, dá motivos e acontecimentos extremamente pontuais, que poderiam ser bem melhores graças a excelência de qualidade dos atos anteriores, mas que felizmente se garante por um final de peso.
É um filme excelente em boa parte do tempo, além de uma história linda e cativante. Que filme ótimo de se assistir. Recomendadíssimo.
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraTerrence Malick já se provou, e pode ser um dos melhores roteiristas de Hollywood, principalmente por sua capacidade de envolver diversos tons e assuntos em uma obra tão solidificada. Porém por que Terrence Malick não é um dos melhores diretores e roteiristas da atualidade? Esse filme explica um pouco.
Apesar de todo seu talento em colocar reflexões em uma narrativa simples, aqui há uma falta de foco absurda, é falado de amor, como ele se desenvolve, como ele deve ser dado, relacionamentos, e isso é muito bem tratado, mas a forma como ele é tratado, nossa... Mais uma vez os personagens vagando por locais avulsos, fazendo coisas sem sentido, que felizmente pela direção de Malick faz parecer como se fosse normal. Esse aspecto de locais avulsos fazendo coisas sem sentido funciona muito bem, principalmente se for em um filme como Árvore da Vida e os locais avulsos ser a vizinhança, e as atitudes ser criancisses vindas de crianças, não em um filme como esse que só tem adultos e os locais avulsos ser locais do mundo???
Enfim, espero que Malick se toque e volte aos seus dias de glória, porque ele é bom, só falta deixar isso mais claro.
Assassinato no Expresso do Oriente
3.4 938 Assista Agora"Murder on the Orient Express" é um filme que tem uma baita de uma beleza visual e ostenta de um elenco de peso, mas que acaba se perdendo e desfocando do que realmente deveria ser mostrado e dito ao longo do filme. Temos um filme sobre um assassinato, e isso é muitas vezes deixado de lado, e apesar disso ser a trama principal, e sim, ser o motivo de cada cena, é muitas vezes utilizado como algo distante ou ainda mais, apenas - como dito - de motivo para determinadas coisas.
Ao longo do filme somos apresentados a plots, e histórias que causam certa surpresa ao mundo do filme, mas nos tiram totalmente do que realmente nos interessa a ver o filme. Assistimos como o crime é resolvido, mas não nos engajamos nessa investigação, e pra um filme que 1h20 é investigação, o filme peca. Sem falar em um elenco deixado extremamente de lado, e sem brilho, não há muitos momentos para os seus personagens serem ostentados. Porém, é claro, há seus bons momentos, e talvez tenha um twist que seja bastante recompensador, apesar de eu achar ok.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraEsse filme tem tudo o que um filme precisa, uma direção constante para um roteiro impecável. Todo assunto principal com a separação, aceitação do eu, aceitação do outro, novo amores, perfeição, e ainda mais com o incrível tempero da I.A. É um filme tocante, que reflete sem perder todo o brilhantismo no seu simples. Tendo quase todo o mesmo no foco de um protagonista falando "sozinho". Uma ótima interpretação de Joaquin Phoenix, Amy Adams e uma voz incrível e carismática como a de Scarlett Johansson.
Recomendo, revejo e não abro mão <3
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar
3.3 1,1K Assista AgoraEu me recuso falar muito desse filme fora a parte dele ser HORRÍVEL, UM LIXO MANO, PIOR FILME DA FRANQUIA.
OBS: Continuo respeitando cada responsável pelo filme, rs.
Círculo de Fogo: A Revolta
2.8 491 Assista AgoraSem Guillermo Del Toro como diretor dessa sequência, é óbvio que mudanças viriam, seja em aspectos visuais, como narrativos, além de uma mudança clara de público alvo. Se essas mudanças foram boas, se o filme é bom, ou não, já é algo que deve ser discutido.
Jake Pentecost (John Boyega), filho do lendário Stacker Pentecost (Idris Elba), - o homem que deu a vida para a aniquilação de futuros problemas com Kaijus na terra - é um jovem que vive a vida de forma arriscada e divertida, até que encontra Amara (Cailee Spaeny), uma adolescente que está construindo seu próprio Jaeger. Logo os mesmos se encontram em problemas, e acabam sendo futuros Rangers para a tropa de Jaegers da defesa de Kaijus na terra.
Tudo aqui muda, o visual é mais "atual" e tecnológico, ostentando um design de produção elegante e bem feito, a fotografia é bem mais clara, o que difere dos tons escuros selecionados por Del Toro no primeiro filme - aqui os tons de azul são extremamente presentes. Além dos Jaegers serem bem mais rápidos e "belos", dando toda uma facilidade visual, e tirando o realismo que havia no primeiro filme. Todas essas mudanças são claramente feitas para uma mudança ainda maior, o público alvo, antes para adultos, agora para jovens.
O filme começa bem, temos uma sequência de perseguição, o encontro dos dois personagens principais, e ambos já sendo colocados em sintonia com a premissa do filme, que é: Jaegers vs. Kaijus. E isso tudo é muito bem feito, o foco do filme permanece nisso e dá toda uma sensação de continuidade e ritmo extremamente lineares, o que ajuda a experiência de espectador para com obra.
Obviamente pelos Jaegers ficarem mais rápidos em seus movimentos, as cenas de ação deveriam proporcionar algo mais energético e funcional, e isso acontece. Há ótimas "acrobacias", as cenas são bem gravadas e apresentam uma ostentação visual impressionante, realçando todo o design de produção e efeitos do filme - que apesar de alguns momentos bem pesados, conseguem se sobressair.
Mas, apesar disso tudo, lembra-se fácil de outro filme com uma temática parecida, que é Transformers. Sim, é bem parecido, só que felizmente, esse aqui é bem melhor. Como um filme de robôs vs monstros, é algo competente, apesar de alguns absurdos, seja por parte de escolhas narrativas, ou visuais, o filme se esclarece e sabe focar no que deve ser mostrado, além de manter um ritmo acelerado.
Mas lembrando, isso só funciona para o seu público alvo que quer ação + emoção fundidas com uma narrativa que saiba ser competente nessa junção. Mas de resto, principalmente para o público maior, o filme falha miseravelmente. Não temos dilemas bem construídos como no primeiro filme, apesar de boas cenas de emoção, carregam mensagens de militarismo juvenil e carga emocional para crianças de uma forma desnecessária, não cumpre a função de uma sequência de outro filme que difere basicamente em tudo fora a trama básica, além, dos já citados, absurdos narrativos.
Por fim, Círculo de Fogo: A Revolta é um filme que acerta em cheio o público alvo, é legal, emociona, entretém e te engaja totalmente no que é apresentado, te fazendo gritar e torcer. Para o restante do público, e principalmente, como uma sequência, é um filme que falha, principalmente pela bruta mudança estrutural. Para quem é feito, é um filme ótimo e que deve ser assistido, mas para os demais, um filme defeituoso que se equilibra na linha entre ruim e mediano.
Nota: 6.5/10
Pedro Coelho
3.4 146 Assista AgoraPedro Coelho é um filme que tem como proposta a vida de um coelho em meio a diversos obstáculos e situações, dando uma verdadeira aventura voltada ao público infantil e adolescente, mas será que o acerto ocorre?
Pedro é um coelho que tem três irmãs e um primo, cujo o objetivo de vida é roubar alimentos da horta do Seu Sebastião, um idoso que mora em frente a toca dos mesmos.
O filme já começa com uma sequência interessante, além da premissa do filme ser mostrada logo de cara, ou seja, não se perde tempo com desenvolvimentos fúteis para a trama e construções que já são inseridas de formas práticas no enredo. O roteiro realmente acerta aqui.
Mas, há uma óbvia quebra de ritmo e tom na trama. Em diversos momentos nos deparamos com a ação sendo trocada para momentos de "reflexão" e argumentação dos personagens principais, principalmente da parte de Pedro. A edição, apesar de ser competente em momentos de ação, erra em cortar esses momentos rápidos de forma abrupta e seca para os momentos mais calmos sem a menor transição.
A aventura é estabelecida logo de início, há o momento certo para ela entrar e sair, mas em uma troca e trama totalmente necessária para a mensagem central do filme, e realmente só para isso, o filme foge para o romance e drama de maneiras secas e pesadas, cada novo tom do filme é sentido, e não tem a menor composição em trama e ritmo para o filme realmente funcionar nesse sentido.
Logo, não é um filme de uma grande aventura (o que funcionaria mais para o seu público alvo e o resto do público comum), mas também não é um filme de outra coisa, pois tem um público que não entenderia o que estaria se passando. Entrando diversas vezes em um limbo de gênero, e quando se decide, pode se atrapalhar ao escolher o errado.
Apesar disso é um filme que sabe divertir em seus momentos de aventura e algumas piadas prontas, infelizmente tenta se levar a sério em diversos momentos tentando trazer uma mensagem que poderia ser bem mais eficiente com qualquer outra trama, e até mesmo com essa, mas infelizmente mal utilizada.
Pedro Coelho é um filme que no geral é bem simples, mas que erra ao tentar ser inteligente de uma maneira solta, para um público que não deve ter isso, pelo menos não dessa maneira. É legal, mas poderia ser bem melhor.
Nota 5/10
O Estranho que Nós Amamos
3.2 617 Assista Agora"The Beguiled" é um filme que faz uma simples escolha, manter uma trama que mantém o suspense a partir da visão do ser que "ataca". Um soldado ferido é encontrado por uma menina que o leva a sua casa para cuidados, e aí começa tudo. Toda fotografia é maravilhosa, tons escuros, as músicas pesam e são sentidas, e a Sofia Coppola decide muito bem o que mostrar, capturar, e direção de personagens maravilhosa.
Apesar disso, é um filme que não é tão privilegiado no roteiro. A decisão de mostrar o que acontece com o ser que "ataca" é sentida e bem feita, temos um ritmo lento, de construções, e que apesar de se alongar não pesa, e então temos um virada, que muda o ritmo e acaba com a construção que estava sendo feita. É como se o filme mudasse depois dessa virada, e isso é pesado. Você não tem um ótimo filme de suspense porque quando toda aquela sutilidade é botada em teste, acaba, e vai para um filme de reações e explosões. E se você espera essa explosão, se decepcionará com metade do filme. Dá um, e no final, entrega outro.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista Agora"Annihilation" é um filme de sci-fi onde apesar da película superior, trás entrelinhas e diversas camadas abaixo do exposto, mas "o que exatamente?" é a pergunta que marca, e ao mesmo tempo engrandece a obra. Lena perde o marido em uma guerra, e com o seu retorno se depara em situações e "coisas" surpreendentes que fogem totalmente do que vê no seu cotidiano, ou não.
A estrutura básica do filme é muito clara, a condução da trama é mais linda ainda, sem falar em sua estrutura, o foco do filme é evidente o tempo todo, não se perde tempo, e sabe o ponto exato de cada plot em tela - fora uma repetição de flashbacks. Mas, temos também um leve pecado nos efeitos visuais que se carregam.
É um filme que em aspectos audiovisuais é ótimo, mas ele não é só isso, é um filme "mindfuck" também. Apesar de entendemos o que é exposto - se você disser que não, realmente não assistiu direito -, porém deixa uma clara sensação de desconforto e ignorância ao final, mesmo que tudo "na trama principal" seja claro. E por essa sensação, e a forma em que as coisas vão se desenrolando para o que está exposto e o que está na entrelinha o filme se torna uma grande dúvida, que talvez, revendo algumas vezes, ou dando aquela leve pesquisada te dê uma ótimo deslumbre do que ocorre na sua entrelinha, mas mesmo assim, não se desfazendo do que o que foi sentido e experimentado ao decorrer da obra, e isso é excelente.
Mogli: O Menino Lobo
3.8 1,0K Assista Agora"The Jungle Book" é um filme com uma narrativa simples sobre a história de um menino-lobo que se vê em um dilema de deixar a floresta, ou não. Ao longo da história esse tema é sempre deixado claro, porém a forma em que a história vai se aflorando e certos plots rolando, fica repetitivo e cansativo. Tem ótimos efeitos visuais e etc, mas cansa. Além da ameaça ficar 90% mais distante do que perto, sendo trocada por pequenos "puzzles" ao longo da obra.
Diverte um público específico, mas de resto...
Mulheres do Século XX
4.0 415 Assista Agora'20th Century Women' é um filme cujo a função é mostrar a história de uma mãe, em um meio de um ajudante na reforma de sua casa, uma residente que aluga um quarto, a amiga de seu filho, e na criação do mesmo. Tudo isso em meio a toda uma reforma cultural que ocorria na transição dos anos 70 para os 80. Apesar de ser um filme do século passado, é um filme que se propõe - e o faz muito bem - dialogar com a atualidade, seja por tais assuntos se manterem até hoje, ou pela similaridade dos mesmos.
Além disso é um filme que transita muito bem o tempo em tela dos 5 personagens, mesmo sendo desnecessário para a premissa do filme, mas a forma em que isso é feita dialoga muito bem como o que o filme propõe e apresenta, dando ritmo e criando ótimas ramificações da história principal. Apesar disso, é um filme que passa demais do tempo em reprodução necessário, e isso é claro pela falta de foco do filme no tema principal, apesar das boas ramificações e etc, os assuntos das mesmas podem ser repetitivos, inconclusivos e pretensiosos. Além de certos retoques de personagem inconscientes que não há nenhum motivo.
Porém não é um filme que falha, é uma ótima história, que apesar do tempo, atual e que pede tempo para ser digerida. Ótimo.
A Ganha-Pão
4.4 272Obras audiovisuais relacionadas a essa região sempre me emocionam, e aqui não foi diferente. 'The Breadwinner' é uma animação - não direcionada a crianças - que mostra uma das sociedades mais retrogradas a partir do olhar de uma criança chamada Parvana.
O filme foca bem, apesar de um erro de estrutura aqui ou ali, se estendendo um pouco, e dando tempo em tela para coisas que poderiam ser minimizadas, além de, se o público alvo do filme são pessoas adultas, poderia ter ido um pouco além na sua relação política-social - apesar do filme ser conduzido por uma criança. Por fim 'The Breadwinner' cumpre o seu objetivo de refletir, e tratar de um assunto tão crítico, mesmo que seja mostrado pela vida de uma criança que tem que se adaptar a esse mundo para sobreviver, e isso tudo, sem perder o próprio olhar de uma criança, o que revela uma ótima direção de tom no filme.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraÉ óbvio todas as dificuldades e riscos que esse filme teve, mas mesmo assim, que filme! Passar mais de 10 anos gravando com o mesmo cast, tendo total noção do que pode acontecer, adaptar o roteiro para tais mudanças no mundo enquanto isso, e mesmo assim, não afetar na mudança de foco da trama. Sem falar em um senso extremamente focado do que tratar no filme, seja dos atores em seus papéis por mais de 10 anos, seja no roteiro sendo reformulado por 10 anos, e seja na direção excepcional de Richard Linklater que não se dispersa - e mais uma vez - em um filme de 10 anos.
Sem falar na edição maravilhosa, claramente houve um material extenso, e mesmo assim muito bem montado/editado. E mais uma vez destacando o roteiro, olha a duração do filme, cansa? Sim, mas faz você querer sair do filme? Não! Isso é de uma dificuldade e brilhantismo sem palavras.
QUE FILME EXCEPCIONAL! UAU!
A Morte de Stalin
3.6 134 Assista Agora'The Death of Stalin' trás de uma maneira ideal como se tratar desse momento histórico sem ser de uma maneira documentada ou dramática. Não é um filme de comédia engraçado, onde você dá gargalhadas, mas o filme de comédia onde a comédia serve de apoio ao ritmo e movimentação da trama. O diálogo entre gênero, ritmo e trama é excepcional.
Em diversos momentos me peguei pensando "ok, eu não tô achando excepcional, mas o que eu tenho pra reclamar? Nada". Depois de muito pensar cheguei a conclusão, que apesar de um excelente ritmo, que em nenhum momento se quebra, é um filme que pode cansar no tempo de suas conclusões, além de um certo exagero nas suas cenas finais. De resto é um baita filme, que não veria de novo, mas que certamente tem sua qualidade.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraOkja tem a tarefa árdua de ser um filme que trata sobre o maltrato aos animais, e a relação de uma menina com seu animal de estimação. O filme tenta ser real, trata o maltrato como deve, além de mostrar certa realidade de ambos os lados, seja o que maltrata, como o que é contra isso. Infelizmente há exageros, nuances, momentos em tela que só servem para ter um impacto maior, o que é totalmente desnecessário, e vai de contra ao ritmo e rumo que o filme levava.
Apesar de todos esses exageros, é um filme com uma cinematografia linda, efeitos, que apesar de serem perceptíveis, são bons, e uma temática importante e atual. Sem falar em alguns outros bons rumos que o filme acertou e levou até o fim - apesar do falso final feliz.
Poderia ser melhor? Sim, mas não é ruim.
Terra Selvagem
3.8 594 Assista AgoraFilme dirigido e escrito pelo mesmo roteirista de "Hell or High Water" e "Sicario", logo, é de se esperar algo bem subjetivo, e ele entrega, mas... O estilo de roteiro e trama que Taylor Sheridan propõe em seus filmes, é a real premissa e objetivo da obra estar em suas entrelinhas, e para o público com o olho clínico para esse tipo de coisa, é uma maravilha. E ainda mais, a forma em que Sheridan proporciona isso é extremamente sutil e despercebida, ou seja, o máximo que a palavra "entrelinha" pode proporcionar. Logo, temos um público alvo que definitivamente não é o grande público, mas justamente por não ser ele, pode morar o maior problema.
O objetivo do filme é mostrar os dilemas e empenho dos nativos dos EUA, por cima disso, um assassinato de uma garota nativa, cujo uma agente do FBI e um caçador da região tentam solucionar. E é aí que mora o meu problema, não a maneira em que Sheridan tenta sujeitar o seu objetivo de trama na obra, mas como ele locomove a película superior pela obra.
O assassinato é muitas vezes deixado como plano para alavancar o objetivo do filme que é falar sobre esses nativos, e isso é um erro, num filme onde o que é a primeira camada é deixada de lado para desenvolver uma segunda, ou terceira, o foco é perdido. Não agrada facilmente, principalmente quando não há muita ligação entre as camadas (que aqui no caso é apenas a moça ser nativa). Fora isso a tamanha exposição que Sheridan promove, não é de tal sutileza quanto as outras camadas do filme, simplesmente é totalmente exposto como ocorreu o assassinato, quem matou, o que aconteceu antes e depois, isso perde todo suspense provocado no começo do filme, além expor em tal momento que era mais do claro ao público do que se tratava. Se for pra expor, expõe, mas que seja antes de deixar totalmente claro do que se trata. Principalmente quando o seu público alvo é um público já filtrado.
Por fim, Wind River agrada por uma ótima cinematografia, bons momentos em tela, mas que não se decide para quem é o filme, assim desleixando em certos desenvolvimentos, e objetivo.
Logan Lucky: Roubo em Família
3.4 254 Assista Agora"Que grata surpresa", essa frase define toda minha experiência para com esse filme. Eu já esperava uma trama de assalto, com tons de comédia, mas não dessa forma. Não é um filme engraçado, mas também não é um filme que se leva a sério. Ele sabe o seu ponto e o segue, o roteiro foca muito bem na trama e não se dispersa (fora 1 plot que só tem um motivo para a continuação da trama, e mesmo assim fica com um tempo, além do que o necessário para tal), tem um ritmo estável, que segue por todo o filme, além de um tom extremamente contínuo também.
É difícil achar filmes tão focados, e tão despretensiosos ao mesmo tempo, eles são raros, e aqui temos um ótimo exemplo. Recomendo pacas!
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraA experiência desse filme é a pior possível, extremamente estranha, mas isso já era premeditado graças ao nome na direção, Yorgos Lanthimos. Os filmes dele sempre tem essa bizarrice, onde os humanos são robôs, onde as emoções não existem, e tudo é tratado/feito de maneira extremamente racional.
Claramente o gênero desse aqui é um "post horror", onde essa bizarrice se atrela a curiosidade, gerindo uma experiência e trama que se aceleram e cresce até um estado de terror máximo para o que foi proposto. Falar muito desse filme sem spoilers é difícil, mas definitivamente não é um filme para se ver duas vezes, e nossa, faz muito tempo que eu não fico tão tenso e angustiado como uma cena, no caso, um filme por inteiro. Filmão, mas que talvez perca um pouco de tempo no seu começo, porém que entrega perfeitamente tudo o que propõe.