Tem uma fotografia bonita, a protagonista tem muita profundidade, boa história paralela, mas o romance central não engaja tanto. A experiência não deixa de ser interessante, porque o enredo assim como o título são bem poéticos.
Convivo com crianças e uma coisa que sempre me intrigou é a sociabilização de meninos com outros meninos ser sempre agressiva, violenta, sem espaço para afetos. Agora entendi um pouco esse processo e a estrutura por trás. Depois essa agressividade acaba se perpetuando em outras relações afetivas, porque aprenderam dessa forma, convertendo-se até em violência doméstica. É triste que tenha de ser assim. Não há espaço para o amor e isso não é bom para ninguém.
A direção tem a mão de Jennifer Lynch, de Encaixotando Helena, um filme que acho bem subestimado pela riqueza da abordagem psicológica que traz. Jennifer também escreveu, ainda adolescente, O Diário de Laura Pálmer, protagonista da série Twin Peaks dirigida por seu pai, David Lynch (um dos meus diretores preferidos).
Nesse trabalho Jennifer Lynch não conseguiu captar tanto os aspectos sombrios da mente de Dahmer.
O que mais gostei foram as denúncias sociais trazidas e a humanização das vítimas. A série dá brecha para idolatrar um assassino? Não acho impossível. É cruel com os familiares das vítimas por fazê-los reviver tudo? Pode ser. Houve negligência por parte das autoridades e do sistema, o que permitiu que um psicopata agisse por tanto tempo e ceifasse tantas vidas? Muito, e é a única mensagem que vou levar da série.
Suzanne Sevakis tinha um irmão mais novo quando foi sequestrada, o sequestrador sumiu com ele também, mas em 2019-2020 ele foi encontrado através de um exame de DNA, seu nome é Phillips. Não sei se foi adotado ou como viveu até então. O corpo de Michael, filho da Suzanne/Sharon, nunca foi encontrado, eu tenho uma esperança de ele estar vivo assim como o Phillips.
Gostei de como o documentário foi sensível ao dar voz às vítimas. Não há muitos detalhes técnicos do crime em si, para os fãs de true crime, felizmente o caso foi solucionado, a autoria e cronologia do crime estão bem elucidadas, graças à quantidade de provas e testemunhos. Nunca houve nenhuma prova que sustentasse a versão do assassino de que havia um caso ou assédio por parte da vítima, e mesmo se houvesse, jamais justificaria algo tão brutal. O que mais me gerou revolta foi a impunidade.
Harrison, que destruiu a vida de um colega, por ser uma presa fácil, achando que pode dar lição de moral em alguém. E alegando querer uma vida normal, começando por matar o próprio pai a sangue frio e ficando totalmente sozinho no mundo, que ótimo recomeço, mas como o personagem é irritante e sem carisma, ninguém se importa Outra coisa que me irritou nessa temporada é como as coisas acontecem sem maiores explicações. A autora do podcast de True Crime deveria ser mais esperta, não lembro como ela acabou nas mãos de Kurt, que ela sabia ser um serial killer, talvez depois do jantar com a xerife que ela manda ficar de olho no Dexter. Todos os personagens chegam na hora certa, os policiais quando Dex vai matar o traficante e o fabricante de drogas e Kurt liga os pontos que Dexter matou seu filho, só porque tinha cinzas na roupa dele. A morte de Logan foi injusta. Não fica claro o que acontece depois, se Bautista e Angela esclareceram o caso do Bay Harbor Butcher provando que Doakes era inocente, o que seria justo, se ela se contenta em resolver o caso dos assassinatos de Iron Lake. Era para ser um final fechado, mas deixou margens.
Na Islândia são obcecados por ovelhas. Outras duas produções recentes do país que assisti foram Hrútar (A Ovelha Negra) e Echo (uma das história envolvia reprodução de ovelhas).
Primeiro filme da Letônia que assisti. Percebi que na maioria dos filmes produzidos no leste europeu paira essa atmosfera de vazio e desesperança, como Lilya 4-ever. Até a fotografia é cinzenta. História triste e intimista, não veja se estiver deprimido.
Gostei do começo, em estilo documental, abordando aspectos da espiritualidade do interior da Tailândia, país que tive a oportunidade de conhecer e gosto muito, sendo Apichatpong um dos meus diretores preferidos. Realmente achei que iriam explorar mais as crenças do povo isan e a vida cotidiana de um povoado do nordeste da Tailândia, mas da metade para o fim se tornou o filme de terror mais sangrento e violento que eu já vi em toda minha vida até o momento. Mais assustador que Hereditário e com cenas muito explícitas. Ainda estou em choque. O terror tailandês é mesmo o que há de mais brutal (não encontrei outra palavra) no cinema. O único filme que me causou reação similar foi o sérvio A Serbian Film. Se era para chocar, cumpriu a missão.
Tachar a abuelita de vilã é um caminho fácil. Essa animação rompeu com a dicotomia de vilões e heróis, e esse é seu grande mérito. Todas as personagens têm suas fraquezas e falhas. Se tivesse menos “cantorias” e desenvolvessem melhor as relações familiares, seria excelente. Por que Mirabel precisa de um dom fantástico? Sua capacidade de ver o que está errado (as rachaduras na casa) e acolher o tio que ninguém quer lidar nem falar sobre são, para mim, o melhor dos dons e o que une toda família para reconstruir a casita, que estava desmoronando há muito tempo.
É um filme de Apichatpong. Muitos dos elementos explorados em sua filmografia estão presentes. Gostei muito do começo, mas a imersão não foi tão profunda como nos últimos filmes do diretor e sinceramente
Detestei os efeitos especiais e aquela nave espacial (?), poderia ter deixado mais implícito.
Senti falta de Jenjira Pongpas, e da atmosfera dos demais filmes, principalmente Cemitério do Esplendor, mas os filmes de Joe são difíceis de digerir, acabei de assistir e posso mudar de ideia. 3,5 estrelas de 5.
À primeira vista tive muita antipatia pelos dois jovens protagonistas; Phillip e Lars. São garotos mimados, superficiais e muitas vezes irritantes. O modo que Phillip trata Claude é insensível, e ele demonstra a mesma falta de tato com os amigos. Lars do nada começa a fazer birra com um grupo de turistas no passeio na vinícola, uma agressão totalmente gratuita, se tivesse apanhado, seria bem merecido. Depois entendi o porquê dessas personagens serem irritantes, é uma humanização. Na visão capacitista, inclusive de pais de crianças com deficiência, PCDs são referidos como "anjos", enquanto são pessoas como outras quaisquer, podem ser egoístas, mimadas, cruéis e insensíveis, por que não? O estereótipo da pessoa com deficiência como altruísta e benevolente, quase angelical, é uma desumanização preconceituosa. Retratar os garotos como desagradáveis, como muitos jovens o são, foi o grande acerto do filme, que não apela para a vitimização, para que nos apiedemos dos jovens, nem os faz supra-humanos de moralidade ilibada.
Teve um diálogo nesse filme que me marcou bastante. Uma mulher egípcia sofre assédio em um ônibus e denuncia o assediador. A polícia pergunta a ele se reconhecia a mulher, ao que ele apenas responde: "Nem vi seu rosto, estava toda coberta", em alusão ao véu que a mulher usava. Realmente, não é a roupa.
Devido ao regime militar instaurado na Tailândia, que trouxe muita censura ao cinema, esse novo filme de Apichatpong será filmado e ambientado na América do Sul, ao invés de seu país natal. É algo completamente novo em sua filmografia, tão associada às tradições e paisagens tailandesas! Além de contar com uma atriz ocidental e creio eu, um elenco local, com colombianos. Será algo completamente novo e inédito, admito que estou bem ansiosa para conferir os resultados.
Segundo filme de Porumboiu que traz críticas à moral institucional da polícia, apesar de fugir totalmente do estilo de “Polícia, Adjetivo” por ter cenas de ação e violência. A língua sibilante da ilha de Gomera é bem interessante, poderia ter sido melhor explorada.
Preparativos para Ficarmos Juntos por Tempo Indefinido
2.9 21 Assista AgoraUm olhar para o cinema da Hungria.
Tem uma fotografia bonita, a protagonista tem muita profundidade, boa história paralela, mas o romance central não engaja tanto. A experiência não deixa de ser interessante, porque o enredo assim como o título são bem poéticos.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraVi em uma mostra de cinema brasileiro.
Achei meio Gaspar Noé, mas é interessante o conceito.
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4.2 537 Assista AgoraConvivo com crianças e uma coisa que sempre me intrigou é a sociabilização de meninos com outros meninos ser sempre agressiva, violenta, sem espaço para afetos. Agora entendi um pouco esse processo e a estrutura por trás. Depois essa agressividade acaba se perpetuando em outras relações afetivas, porque aprenderam dessa forma, convertendo-se até em violência doméstica. É triste que tenha de ser assim. Não há espaço para o amor e isso não é bom para ninguém.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraA direção tem a mão de Jennifer Lynch, de Encaixotando Helena, um filme que acho bem subestimado pela riqueza da abordagem psicológica que traz. Jennifer também escreveu, ainda adolescente, O Diário de Laura Pálmer, protagonista da série Twin Peaks dirigida por seu pai, David Lynch (um dos meus diretores preferidos).
Nesse trabalho Jennifer Lynch não conseguiu captar tanto os aspectos sombrios da mente de Dahmer.
O que mais gostei foram as denúncias sociais trazidas e a humanização das vítimas.
A série dá brecha para idolatrar um assassino? Não acho impossível. É cruel com os familiares das vítimas por fazê-los reviver tudo? Pode ser. Houve negligência por parte das autoridades e do sistema, o que permitiu que um psicopata agisse por tanto tempo e ceifasse tantas vidas? Muito, e é a única mensagem que vou levar da série.
A Garota da Foto
3.8 139 Assista AgoraFaltou umas informações nesse documentário, que eu julgo interessantes:
Suzanne Sevakis tinha um irmão mais novo quando foi sequestrada, o sequestrador sumiu com ele também, mas em 2019-2020 ele foi encontrado através de um exame de DNA, seu nome é Phillips. Não sei se foi adotado ou como viveu até então. O corpo de Michael, filho da Suzanne/Sharon, nunca foi encontrado, eu tenho uma esperança de ele estar vivo assim como o Phillips.
Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez
4.4 415Gostei de como o documentário foi sensível ao dar voz às vítimas.
Não há muitos detalhes técnicos do crime em si, para os fãs de true crime, felizmente o caso foi solucionado, a autoria e cronologia do crime estão bem elucidadas, graças à quantidade de provas e testemunhos. Nunca houve nenhuma prova que sustentasse a versão do assassino de que havia um caso ou assédio por parte da vítima, e mesmo se houvesse, jamais justificaria algo tão brutal. O que mais me gerou revolta foi a impunidade.
Dexter: Sangue Novo
3.7 396A mesma sensação de vazio deixada pela primeira temporada.
Harrison, que destruiu a vida de um colega, por ser uma presa fácil, achando que pode dar lição de moral em alguém.
E alegando querer uma vida normal, começando por matar o próprio pai a sangue frio e ficando totalmente sozinho no mundo, que ótimo recomeço, mas como o personagem é irritante e sem carisma, ninguém se importa
Outra coisa que me irritou nessa temporada é como as coisas acontecem sem maiores explicações. A autora do podcast de True Crime deveria ser mais esperta, não lembro como ela acabou nas mãos de Kurt, que ela sabia ser um serial killer, talvez depois do jantar com a xerife que ela manda ficar de olho no Dexter.
Todos os personagens chegam na hora certa, os policiais quando Dex vai matar o traficante e o fabricante de drogas e Kurt liga os pontos que Dexter matou seu filho, só porque tinha cinzas na roupa dele.
A morte de Logan foi injusta. Não fica claro o que acontece depois, se Bautista e Angela esclareceram o caso do Bay Harbor Butcher provando que Doakes era inocente, o que seria justo, se ela se contenta em resolver o caso dos assassinatos de Iron Lake. Era para ser um final fechado, mas deixou margens.
Cordeiro
3.3 556 Assista AgoraNa Islândia são obcecados por ovelhas. Outras duas produções recentes do país que assisti foram Hrútar (A Ovelha Negra) e Echo (uma das história envolvia reprodução de ovelhas).
Mellow Mud
3.8 9Primeiro filme da Letônia que assisti. Percebi que na maioria dos filmes produzidos no leste europeu paira essa atmosfera de vazio e desesperança, como Lilya 4-ever. Até a fotografia é cinzenta. História triste e intimista, não veja se estiver deprimido.
A Médium
3.4 344 Assista AgoraGostei do começo, em estilo documental, abordando aspectos da espiritualidade do interior da Tailândia, país que tive a oportunidade de conhecer e gosto muito, sendo Apichatpong um dos meus diretores preferidos. Realmente achei que iriam explorar mais as crenças do povo isan e a vida cotidiana de um povoado do nordeste da Tailândia, mas da metade para o fim se tornou o filme de terror mais sangrento e violento que eu já vi em toda minha vida até o momento. Mais assustador que Hereditário e com cenas muito explícitas. Ainda estou em choque. O terror tailandês é mesmo o que há de mais brutal (não encontrei outra palavra) no cinema. O único filme que me causou reação similar foi o sérvio A Serbian Film. Se era para chocar, cumpriu a missão.
O Homem Com As Respostas
3.5 48Um road movie bem singelo, não tenha grandes expectativas.
Titane
3.5 391 Assista AgoraNão sei como avaliar esse filme.
Encanto
3.8 805Tachar a abuelita de vilã é um caminho fácil. Essa animação rompeu com a dicotomia de vilões e heróis, e esse é seu grande mérito. Todas as personagens têm suas fraquezas e falhas. Se tivesse menos “cantorias” e desenvolvessem melhor as relações familiares, seria excelente. Por que Mirabel precisa de um dom fantástico? Sua capacidade de ver o que está errado (as rachaduras na casa) e acolher o tio que ninguém quer lidar nem falar sobre são, para mim, o melhor dos dons e o que une toda família para reconstruir a casita, que estava desmoronando há muito tempo.
Memória
3.5 64 Assista AgoraÉ um filme de Apichatpong. Muitos dos elementos explorados em sua filmografia estão presentes. Gostei muito do começo, mas a imersão não foi tão profunda como nos últimos filmes do diretor e sinceramente
Detestei os efeitos especiais e aquela nave espacial (?), poderia ter deixado mais implícito.
Senti falta de Jenjira Pongpas, e da atmosfera dos demais filmes, principalmente Cemitério do Esplendor, mas os filmes de Joe são difíceis de digerir, acabei de assistir e posso mudar de ideia. 3,5 estrelas de 5.
Hasta La Vista: Venha Como Você É
4.1 90À primeira vista tive muita antipatia pelos dois jovens protagonistas; Phillip e Lars. São garotos mimados, superficiais e muitas vezes irritantes. O modo que Phillip trata Claude é insensível, e ele demonstra a mesma falta de tato com os amigos. Lars do nada começa a fazer birra com um grupo de turistas no passeio na vinícola, uma agressão totalmente gratuita, se tivesse apanhado, seria bem merecido. Depois entendi o porquê dessas personagens serem irritantes, é uma humanização. Na visão capacitista, inclusive de pais de crianças com deficiência, PCDs são referidos como "anjos", enquanto são pessoas como outras quaisquer, podem ser egoístas, mimadas, cruéis e insensíveis, por que não? O estereótipo da pessoa com deficiência como altruísta e benevolente, quase angelical, é uma desumanização preconceituosa. Retratar os garotos como desagradáveis, como muitos jovens o são, foi o grande acerto do filme, que não apela para a vitimização, para que nos apiedemos dos jovens, nem os faz supra-humanos de moralidade ilibada.
Dois Estranhos
4.2 292 Assista AgoraNão depende de Carter sair do loop, essa mudança envolve a sociedade que estamos inseridos, para mim foi essa a mensagem do filme.
On the Rocks
3.3 120Uma hora e meia de palestra de burguês clichê.
Servant (2ª Temporada)
3.5 90Um episódio por semana, sério?
Charlote Sp
1.6 5Espero que o diretor se aposente. Pior filme que já vi na vida. Um filme que não deveria ter sido feito.
Cairo 678
4.3 120Teve um diálogo nesse filme que me marcou bastante. Uma mulher egípcia sofre assédio em um ônibus e denuncia o assediador. A polícia pergunta a ele se reconhecia a mulher, ao que ele apenas responde: "Nem vi seu rosto, estava toda coberta", em alusão ao véu que a mulher usava. Realmente, não é a roupa.
Memória
3.5 64 Assista AgoraDevido ao regime militar instaurado na Tailândia, que trouxe muita censura ao cinema, esse novo filme de Apichatpong será filmado e ambientado na América do Sul, ao invés de seu país natal. É algo completamente novo em sua filmografia, tão associada às tradições e paisagens tailandesas! Além de contar com uma atriz ocidental e creio eu, um elenco local, com colombianos. Será algo completamente novo e inédito, admito que estou bem ansiosa para conferir os resultados.
La Gomera - A Ilha dos Assobios
3.0 12Segundo filme de Porumboiu que traz críticas à moral institucional da polícia, apesar de fugir totalmente do estilo de “Polícia, Adjetivo” por ter cenas de ação e violência. A língua sibilante da ilha de Gomera é bem interessante, poderia ter sido melhor explorada.
O Caso Hammarskjöld
3.9 6Tão polêmico e nenhum comentário?
Moolaadé
4.4 43Esse filme é para quem pensa que as mulheres que vivem em comunidades fundamentalistas são passivas e submissas.